Você está na página 1de 38

Conceito

Doença metabólica crônica, caracterizada


por hiperglicemia crônica devido a
deficiência ou ausência de secreção de
Diabetes mellitus insulina pelas células b-pancreáticas e/ou
resistência periférica a ação da insulina.
Prof. Claudiney Ferreira

Bicarbonato Amilase Lipase Protease

Somatostatina

Enzimas
digestivas

Insulina Glucagon

Glucagon Insulina Somatostatina

1
Glucagon
Estado pós-prandial
Regulação fisiológica e farmacológica da homeostasia da glicose
Glicocorticóides (cortisol) Hormônios
Contra
Reguladores
Adrenalina e Noradrenalina 1. Os carboidratos complexos da dieta são
degradados a açúcares simples no TGI
GLICEMIA
Hormônio do Crescimento (GH)
2. Os açúcares simples são absorvidos
Insulina 3. A glicose é captada pelos tecidos
Peptídeo Semelhante ao Glucagon 1 (GLP-1)
4. Nas células beta-pancreática o metabolismo da
glicose estimula a secreção da insulina
Amilina 5. A insulina atuará sobre seus receptores nos
“tecidos-alvo” aumentando a captação de
Esse equilíbrio normalmente mantém os níveis de glicemia dentro glicose.
de uma faixa de 70 a 120mg/dL

Estado de Jejum
Regulação fisiológica e farmacológica da homeostasia da glicose
1

1. A concentração plasmática de glicose diminui 2


Em Hiperglicemia 4 Controle
2. Células beta-pancreáticas diminuem a secreção 3
Autônomo
de insulina
Células Beta Ach – Estimula a
3. Células alfa-pancreáticas irão secretar o Pancreática secreção

glucagon 5
Adrenalina –
Ca 2+ diminui a
4. Estimula a gliconeogênese e glicogenólise secreção

7 6

2
1

3
Ativação de Glut-4 Em tecidos
2 Insulino
Dependentes

INSULINA

Glicose MÚSCULO ADIPÓCITOS HEPATÓCITOS

Glicogênio Triglicerídeos Glicogênio

3
Glucagon

Glucagon

peso
Massa Muscular

Glucagon – Catabólico Glucagon

Anticorpos Anti-Insulina

Anticorpos Anti-Ilhotas

Anticorpos Anti-Descarboxilase Não há


Destruição
tecidual

Importante para ativação da Insulina Insulina – Anabólico

4
Diabetes Importância

Doença sistêmica, crônica e evolutiva com distúrbios do Sexta causa de internação


metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas
30 a 50% - HAS, cardiopatia isquêmica,
insuficiência cardíaca e renal, AVC
Conseqüências da hiperglicemia
Principal causa de amputação de membros
Lesões, disfunção e falência em órgãos - alvo inferiores e de cegueira adquirida → (macro e
Rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos micro angiopatia)

26% dos pacientes em diálise são diabéticos

5
ESTUDO DE PREVALÊNCIA DO DM NO BRASIL Diagnóstico Clínico
DISTRIBUIÇÃO DOS DIABÉTICOS, SEGUNDO O Sintomas clássicos
CONHECIMENTO PRÉVIO DA DOENÇA Poliúria (osmótica)
Polidipsia (desidratação/sede)
O DIABETES É SUB-DIAGNOSTICADO
Polifagia (fome)

46,5% 53,5%
Situacoes clinicas complicadas:

Desconhecidos Conhecidos Coma hiperglicemico


Fonte: MiS, CNPq, SBE, SBD.
Coma hipoglicemico

DM 1
Diabetes Mellitus • Prevalência de 10%

Tipo 1 • Células beta  deficiência absoluta de insulina.

• 1A: auto-imune (anticorpos)


• 1B: idiopática
• LADA (latent autoimmune diabetes of adults) : adultos com
anti-GAD+

6
Características do Paciente DM tipo 1 “TEMPOS DE GUERRA”  INIBIÇÃO DA LIBERAÇÃO DE
INSULINA (HORMÔNIO ANABÓLICO

• Jovem (criança) • Sistema Nervoso Simpático  prepara para a “luta”


• Adrenalina aumenta glicemia
• Inibe liberação de insulina
• Emagrecimento
• Favorece glicogenólise

• Tendência à cetoacidose
“TEMPOS DE PAZ”
• Conserva combustível - facilita captação e
armazenamento de glicose, aminoácidos e gorduras
• Efeito agudo - reduz glicose sanguínea

Insulina Efeitos da insulina no metabolismo


Aumenta o transporte de glicose intracelular
Aumenta a síntese de glicogênio
Carboidratos
Insulina Captação de Inibe a glicogenólise
glicose Inibe a gliconeogênese (piruvato, lactato, glicerol e
aminoácidos em glicose)

Aumenta o armazenamento de gordura nos adipócitos


Fosforilação Aumenta a síntese de lipoproteínas no fígado
Lipídeos
Fusão Inibe a lipólise
GLUT-4
Inibe a oxidação de ácidos graxos

Translocação

Aumenta o transporte de aminoácidos


Proteínas
Aumenta a síntese de proteínas

7
Liberação da Insulina

Incretinas

Tipos de Insulina Tipos de Insulinas


Insulina de ação rápida (Insulina Cristalina ou Regular)

Insulina de ação intermediária (NPH)


N = Neutra
P = Protamina
H = Hagedorn

Insulina de ação prolongada (PZ)


P = protamina
Z = Zinco

Insulina de ação ultrarrápida

8
9
10
INSULINA
Cadeia beta

Cadeia alfa

Cadeia beta

Rapidamente Absorvida

Precipitação em ph subcutâneo
Formação de Compostos insolúveis
Menor absorção na corrente
Cadeia alfa sanguínea
Efeito Prolongado

11
Indicada em situações emergenciais ou logo após uma refeição

12
13
Degludeca

14
15
• Não se mistura GLARGINA, DETERMIR E DEGLUDECA com • A insulina regular deve ser aplicada 30 minutos antes de
nenhuma outra; iniciar a refeição.
• Fazer um única aplicação para duas insulinas (NPH e Regular) • A insulina regular é transparente e a Insulina NPH é uma
suspensão (Leitosa – deve ser homogeneizada de forma
lenta)
1) Medir a quantidade de unidades que será necessário da
insulina NPH aspirando o ar da seringa.
2) Injetar o ar da seringa no fraco da NPH (com o frasco já
homonegeizado)
3) Medir a quantidade de unidades que será necessário da
Insulina Regular e Introduzir o Ar no frasco da Insulina
regular.
4) Aspirar a quantidade de unidade da Insulina regular (retirar
bolhas).
5) Aspirar a quantidade de unidades do frasco da insulina NPH

16
Bomba de Infusão Contínua (Bomba de insulina):
• Imita de maneira mais próxima a ação do pâncreas, fornecendo constantemente
pequenas doses (pré-programadas- basal) de insulina para o corpo e bolus de insulina
programados pelo paciente, conforme necessário.
• Insulinas R ou, preferencialmente, UR.
• O local da infusão (o local onde a cânula é aplicada) deve ser mudado a cada 2 a 3 dias.
• Os testes de glicemia são fundamentais
• Contar corretamente os carboidratos

Vantagens : o Desvantagens:

•Melhora do controle •Necessita de uma boa seleção do


glicêmico paciente para que o tratamento
• Melhor qualidade de vida tenha bons resultados.
(menos contas nas bombas • Risco de elevação rápida da
inteligentes, menos picadas) glicemia por problema na infusão
•Menor risco de hipoglicemia. de insulina, que requer
automonitorização frequente,
devido à falta de insulina residual
circulante.

Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Diagnóstico e tratamento do diabetes tipo 1 atualização 2012. Rio de Janeiro, Nov.2012.

MEDTRONIC. O que é uma bomba de insulina. Disponível em:<http://www.medtronicdiabetes.com.br/acerca-da-diabetes/o-que-e-uma-bomba-de-


insulina.html>.

17
Figura 13: Bomba de
infusão contínua Accu-
Check spirit. Disponível
em:https://www.accu-
INSULINA INALÁVEL
chek.com.br/br/entenden
do-o-
diabetes/tratamento-
caracteristicas-accu- Por ter sua absorção através dos pulmões, ela elimina a necessidade de insulina
chek-spirit.html.
injetável

Afrezza ®é a única insulina de ação rápida disponível que pode ser inalada.

Início de ação em cerca de 12 minutos.

Afrezza ® permanece agindo no seu corpo durante aproximadamente 1,5 a 4 horas,


Figura 14: Pancrêas
artificial. Disponível dependendo da dose que foi inalada.
em:http://www.draana
figueiredo.com.br/inde
x.php?pagina=135478
6097_06.

Contra – Indicações INSULINA INALÁVEL

O uso de Afrezza não é permitido para crianças e


gestantes, pois ainda não existem estudos para isso.
Também não é permitido o uso para pessoas que
apresentem:

• DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica


• Asma
• Fumantes
• Ex-fumantes que pararam de fumar a menos de 6
meses

18
AFREZZA

Diabetes Mellitus
Tipo 2

DM TIPO 2
• 90%

• Deficiência relativa de insulina: (resistência à


insulina)
• secreção diminuída
• deficiência no receptor
• alteração nos receptores

• > 40 anos, obeso.

19
DM tipo II Hipoglicemiante oral

Exercício, controle do peso, parar fumo,


reduzir álcool
Metas alcançadas?

Metas alcançadas?
sim

sim

Reconsulta a cada 3-6 meses


Reconsulta a cada 3-6 meses

não
não

Hipoglicemiante 2º Hipoglicemiante

2 Hipoglicemiantes Hipoglicemiantes Orais


Metas alcançadas? BIGUANIDAS

sim SULFONILURÉIAS

Reconsulta a cada 3-6 meses


INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE

não
GLINIDAS

GLITAZONAS
3º Hipoglicemiante

ANÁLOGOS DE INCRETINAS
Insulina noturna

ANTAGONISTAS DPP-4
Insulina plena

INIBIDORES DO SGLT 2

20
Locais de ação dos fármacos orais
Liraglutida Retardam a absorção de
Análogos de Incretinas Semaglutida carboidratos
Exenatida Reduzem a produção
Tirzepatida excessiva de glicose no Estimulam a secreção
fígado alterada de insulina
Sitagliptina
Antagonistas DPP4 Vildagliptina
Linagliptina Reduz
Hiperglicemia
Canagliflozina,
Atuam nas Incretinas Facilita a Excreção Renal
Inibidores do SGLT 2 Dapagliflozina
Empagliflozina
Reduzem a resistência
DeFronzo RA. Ann Intern Med 1999; 131:283-303 periférica à insulina 84

21
SULFONILURÉIAS

SULFONILURÉIAS
INSULINA

1ª Geração
• Clorpropamida

2ª Geração
• Glibenclamida, glicazida, glipizida

3ª Geração
• Glimepirida

22
SULFONILURÉIAS SULFONILURÉIAS

• Ligação da substância ao receptor específico Fármaco eliminação T ½ (h) T de ação (h)


do canal de potássio ATP nas células beta. Clorpropamida (1) hepática 36 até 72
• Fechamento do canal de Potássio renal
Tolbutamida (1) hepática 4 - 6 6 - 12
• Despolarização celular
Glibenclamida (2) hepática 6 - 12 até 16
• Abertura dos canais de Cálcio
Glicazida (2) hepática 12 até 18
• Entrada de Cálcio
• Estimulam a Secreção de Insulina

SULFONILURÉIAS SULFONILURÉIAS
CLORPROPAMIDA é de 1ª geração (antiga) GLIBENCLAMIDA, GLIPIZIDA e GLIMEPIRIDA são de 2ª
geração.
• Duração muito longa e eliminação renal  Crises • Equivalentes na ação hipoglicemiante

hipoglicêmicas graves, prolongadas (internação). • Diferenças de farmacocinética

• Cuidado nos idosos, pela insuficiência renal. • Glipizida  ótimo na insuficiência renal e pacientes > 65
anos
• Rubor intenso com álcool (efeito dissulfiram)
• Glimepirida pode ser tomado em tomada única diária
 cuidado também nos jovens

23
SULFONILURÉIAS
Interações SULFONILURÉIAS
Podem aumentar a biotransformação da Digoxina
Beta-bloqueadores diminuem a liberação da insulina
Na presença de bebidas alcoólicas, existe risco do paciente A maioria atravessam a placenta e
apresentar reações “tipo dissulfiram”
estão presentes no leite materno
AINEs, Cimetidina, Clofibrato, I.MAO, Sulfonamidas, contra indicado na gravidez e
todos aumentam a hipoglicemia .
lactação
Cetoconazol e Miconazol diminuem a biotransformação
das Sulfoniluréias

Fenobarbital aumenta a biotransformação das Sulfoniluréias


Diminuem a ação da Sulfoniluréias – diuréticos tiazídicos em
doses elevadas e os corticosteróides

BIGUANIDAS

24
BIGUANIDAS

Aumentam a sensibilidade da insulina nos tecidos


periféricos, principalmente no fígado através de
mecanismo de ação ainda incerto

Associada a sulfoniluréias - efeito hipoglicemiante


aditivo

Diminuição de 2 a 3 quilos durante os primeiros


seis meses de tratamento

METFORMINA

• Aumenta a captação de glicose no músculo esquelético 


reduz a resistência à insulina
• Reduz a neoglicogênese hepática (diminuição da produção
hepática de glicose)
• Queda da glicose plasmática em jejum e da glico-
hemoglobina semelhante à das sulfoniluréias
• Aumenta a síntese de glicogênio
• Diminui a síntese de lipídeos - Redução da mortalidade
cardiovascular
• Pacientes obesos - intensivamente tratados com
metformina – diminuição do peso.

25
METFORMINA

• Problemas frequentes: gastrintestinais


• Diarréia, flatulência, náuseas
• Normalmente transitórios  paciência e esperar 1-2
semanas
• Uso em longo prazo pode interferir na absorção de vit. B12

• Raridade, mas muito grave: acidose lática

Metformina na Síndrome do Ovário Policístico


Metformina na Síndrome do Ovário Policístico
• SOP é a desordem hormonal mais comum em mulheres em
idade reprodutiva, com prevalências variando entre 5 e 20%.
• O diagnóstico ocorre após identificação de pelo menos duas
das três alterações: hiperandrogenismo, disfunção ovulatória e
ovários policísticos (aumentados e com maior número de
folículos antrais).
• Os maiores impactos incluem infertilidade, hirsutismo, acne,
alopecia, resistência à insulina e hiperinsulinemia
compensatória, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), dislipidemia,
câncer endometrial, abortamento e parto prematuro, entre
outros. Obesidade é uma condição frequentemente associada à
SOP.

26
Metformina na Síndrome do Ovário Policístico

• O manejo da SOP deve ser individualizado para atenuar ou


eliminar os sinais e sintomas que mais incomodam a paciente.
Mudanças no estilo de vida visando à redução da massa
corporal e reversão das alterações metabólicas representam a


primeira estratégia.
Em caso de insucesso, medicamentos e procedimentos Inibidores da
cirúrgicos são utilizados.
• Por muito tempo, acreditou-se que metformina era bastante
útil para reverter a redução da fertilidade associada à SOP.
alfa-glicosidase
Entretanto, revisão sistemática Cochrane recente apontou
resultados não tão animadores. Evidência de baixa qualidade
indicou que metformina, comparada com placebo, aumentou a
taxa de nascimentos vivos, mas aumentou a ocorrência de
reações adversas gastrintestinais.
• O clomifeno é o esteroide mais usado para induzir ovulação.

INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE
ACARBOSE

• Inibidor de α-glicosidases intestinais (maltase,


isomaltase, sacarase, glicoamilase)
• retardam a absorção de carboidratos - entrada da glicose
na circulação

• Célula tem mais tempo para secretar insulina e


metabolizar a glicose da corrente sanguínea.

• Principal efeito - glicemia pós-prandial (40 a 50


mg/dl), sem provocar hiperinsulinemia e, portanto,
sem causar hipoglicemia

27
INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE
ACARBOSE

• Produzem flatulência, fezes amolecidas, dor abdominal (30%


dos pacientes)
• Não possui efeitos sistêmicos indesejáveis Derivados do Ácido Benzóico
• Opção terapêutica segura para idosos

• Sem interações medicamentosas


(Glinidas)
• Pode ser administrada com outros

hipoglicemiantes
• Importante nos pacientes obesos portadores

de Diabetes tipo 2

28
GLINIDAS REPAGLINIDA e NATEGLINIDA
Vantagens
REPAGLINIDA, NATEGLINIDA E METIGLINIDA
Início e término de ação muito rápidas (início em 1 hora e
• Atuam semelhante às sulfoniluréias, no canal KATP término em 3 horas)  baixo risco de hipoglicemia

• Nateglinida compete com glibenclamida no mesmo Tomados antes da refeição  reduzir a elevação pós-prandial
local de ação imediata (muito relacionada com morte cardiovascular)

Produzem menor ganho de peso

Pode ser associada com Metformina

TIAZOLIDINADIONAS (GLITAZONAS)
Tiazolidinodionas ROSIGLITAZONA e PIOGLITAZONA
Mecanismo de Ação
(Glitazonas)
Atuam ligando ao Peroxisome prolifector-activated
receptor g (PPARg)

PPARg – participam da transcrição dos genes de


resposta à insulina e na regulação do metabolismo
lipídico dos adipócitos

29
4-TIAZOLIDINADIONAS (GLITAZONAS)
Mecanismo de Ação

Rosiglitazona Receptores Nucleares


(PPAR)

Sensibilidade ativa
tecidual
à Insulina
Genes que regulam
Atividade da insulina

Metabolismo
Lípidico

Controle da Glicemia
triglerídios

Novas Opções Terapêuticas

30
Incretinas (GIP e GLP-1)

AGONISTAS DE INCRETINAS (GIP E GLP-1)


Incretinas: hormônios liberados pelo TGI em EXENATIDA - LIRAGLUTIDA – SEMAGLUTIDA
resposta a uma refeição e que afetam
positivamente a homeostase da glicose.

• Estimula a secreção de insulina em resposta à


ingestão de alimentos
• Suprime a secreção de glucagon
• Retarda o esvaziamento gástrico
• Promove a redução de ingestão alimentar (efeito
sobre a saciedade) – perda ponderal de peso
• Reduz o acúmulo de gordura hepática

31
EXENATIDA, LIRAGLUTIDA E SEMAGLUTIDA – LIRAGLUTIDA
AGONISTAS DE INCRETINAS (GIP E GLP-1)
É indicado em associação a uma dieta hipocalórica e aumento do
exercício físico para controle crônico de peso em adultos com
Não é absorvida no intestino – administrado por via subcutânea.
Índice de Massa Corporal (IMC) de 30 kg/m2 ou maior
Ativação dos receptores tanto central quanto perifericamente. (obesidade) ou 27 kg/m2 ou maior (sobrepeso) na presença de
Reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico, gera saciedade pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso, como
e redução da massa. disglicemia (pré-diabetes e diabetes mellitus tipo 2), hipertensão
arterial, dislipidemia ou apneia obstrutiva do sono.
Victoza® ou Saxenda® (Liraglutida) - Doses diárias (24h) de 0,6, 1,2
ou 1,8mg Adolescentes a partir de 12 anos com Peso corporal acima de 60
Byetta® (Exenatida) – 5mcg por dose – 2 vezes ao dia antes das kg e Obesidade (IMC correspondendo a ≥30 kg/m2 para adultos)
refeições
Ozempic® e Wegovy® (Semaglutida) - uma vez por semana Contraindicado em casos de gravidez e, caso a paciente deseje
Mounjaro® (Tirzepatida) - uma vez por semana engravidar o mesmo deve ser descontinuado.

LIRAGLUTIDA SEMAGLUTIDA VIA INJETÁVEL - OZEMPIC® e WEGOVY®

Posologia - A dose inicial é de 0,6 mg uma vez ao dia e deve ser O Ozempic® é indicado para pacientes com 18 anos ou mais com Diabetes do
aumentada para 3,0 mg uma vez ao dia em incrementos de 0,6 tipo 2.
mg com intervalos de pelo menos uma semana para melhorar a O Wegovy® (semaglutida 2,4mg) é o primeiro e único medicamento semanal
aprovado para emagrecimento no País.
tolerabilidade gastrointestinal. Doses diárias maiores que 3,0 mg
não são recomendadas.
Tem posologia inicial de 0,25mg, deve ser aplicado uma vez por semana e
titulado gradualmente ao longo de um período de 16 semanas, até atingir a
dose de manutenção recomendada de 2,4mg uma vez por semana.

Leva a uma perda de até 15% do peso corporal de pacientes com sobrepeso e
obesidade, ao longo de um ano e meio.

32
SEMAGLUTIDA VIA ORAL - RYBELSUS® Tirzepatida

É indicado para pacientes com 18 anos ou mais com Diabetes do tipo 2. • Aprovado pelo FDA em Maio/2022.
• É um agonista duplo de receptores para o peptídeo tipo
A dose inicial é de um comprimido de 3 mg uma vez por dia, durante um mês.
glucagon-1 (GLP-1) e polipeptídeo insulinotrópico dependente
Após um mês a dose pode ser aumentada para 7 mg uma vez por dia podendo
chegar a 14 mg uma vez por dia, se os níveis glicêmicos não estiver de glicose (GIP)
suficientemente controlado com uma dose de 7 mg uma vez por dia. • Eventos adversos mais comuns são náusea, vômito, diarreia,
constipação, dispepsia e redução do apetite.
A absorção do fármacos é melhor em ph ácido. • Ainda não lançado no Brasil

Xultophy® (Liraglutida + Insulina Degludeca)


DPP-4: Enzima que degrada as incretinas em
Indicado para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 em formas inativas.
adultos, para melhorar o controle glicêmico em combinação com
hipoglicemiantes orais, quando estes isoladamente ou
combinados com um agonista do receptor de GLP-1 ou insulina Prolongam a sobrevida das incretinas , auxiliando
basal não fornecem o controle glicêmico adequado. o pâncreas a fornecer insulina quando a glicemia
está elevada; a produção de glucagon pelas
Não é indicado para emagrecimento.
células α é suprimida reduzindo a liberação de
glicose hepática.

33
INIBIDORES DA DPP-4 (GLIPTINAS) INIBIDORES DA DPP-4 (GLIPTINAS)
Sitagliptina (Januvia®) - Vildagliptina (Galvus®)
Linagliptina (Trayenta®) Podem ser associado a outros hipoglicemiantes orais

Sitagliptina: A dose recomendada de é de 100 mg em dose única


diária como monoterapia.
Vildagliptina: A dose de 50 mg deve ser administrada uma vez ao
dia pela manhã. A dose de 100 mg deve ser administrada em duas
doses divididas de 50 mg, administradas de manhã e à noite.

Risco de pancreatite, reações de hipersensibilidade.


Uso não recomendado na gravidez, lactaçãoe menores de 18
anos.

QUADRO COMPARATIVO Os inibidores do SGLT 2


(inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 – SGLT2)

Canagliflozina, dapagliflozina e empagliflozina

34
Os inibidores do SGLT 2

Os inibidores do SGLT 2 Os inibidores do SGLT 2


(inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 – SGLT2)

• Aumentam a excreção de glicose renal


• Atuam de forma independente de produção de insulina ou
resistência periférica
• Podem ser usados em monoterapia ou em associação.
• Indicado para prevenção de desenvolvimento ou agravamento
de insuficiência cardíaca (mau funcionamento do coração) ou
morte cardiovascular.
• A dose recomendada de Forxiga® é de 10 mg uma vez ao dia.

35
Os inibidores do SGLT 2 DM GESTACIONAL
(inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 – SGLT2)
• Entre as complicações causadas pelo diabetes mellitus mal
controlado na gestação, temos: aborto espontâneo,
• Os inibidores de SGLT2 podem induzir aumento de infecções malformações fetais, pré-eclâmpsia, natimortalidade,
do trato geniturinário, uma vez que o aumento de excreção de macrossomia, hipoglicemia e hiperbilirrubinemia neonatais
glicose propicia um ambiente para o crescimento de
microrganismos. • Todas as mulheres devem realizar a glicemia de jejum (até 20
• Podem ocorrer, também, desidratação e hipotensão semanas de idade gestacional) para diagnóstico de DMG e de
ortostática. DM diagnosticado na gestação. Todas as gestantes com
• As agências regulatórias alertam sobre potenciais eventos glicemia de jejum inferior a 92 mg/dL devem realizar o TOTG
com 75g de glicose entre 24 e 28 semanas.
adversos graves associados ao uso de inibidores de SGLT2, tais
como cetoacidose diabética, lesão renal aguda, fraturas ósseas
e amputação de membros inferiores.

DM GESTACIONAL DM GESTACIONAL
• Pacientes portadoras de DM2, em uso de hipoglicemiantes
orais, devem suspender essas medicações e iniciar
tratamento com insulina quando estiverem planejando
engravidar, uma vez que não há comprovação de segurança
do uso de hipoglicemiantes no primeiro trimestre.
• A insulina continua sendo a medicação de escolha para
controle das glicemias em gestantes diabéticas, uma vez que
não atravessa a barreira placentária e tem sua segurança de
uso garantida.
• A glibenclamida e a metformina podem ser utilizadas como
uma alternativa à insulina, em mulheres com DMG
diagnosticado com mais de 25 semanas de gestação e que
apresentem glicemia de jejum menor que 110 mg/dL.

36
EXAMES PARA DIAGNÓSTICO Indicação do Teste de Tolerância a
Glicose (TTG)
• Glicose plasmática após jejum de 8 a 12 horas
• Glicose plasmática de jejum >110 mg/dl e < 126
• Teste de tolerância à glicose (TTG)
mg/dl.
• 75g de glicose anidra via oral
• medida da glicose no soro nos tempos 0 e 120 minutos • Glicose plasmática < 110 mg/dl e na presença de
após ingestão dois ou mais fatores de risco para DM nos
indivíduos com idade >45 anos
• Hemoglobina glicada e tiras reagentes não são
adequadas para o diagnóstico

EXAMES COMPLEMENTARES
• Glicemia
• HbA1C (hemoglobina glicada)
• Lipidograma completo
• Creatinina
• Microalbuminúria (preditor de proteinúra e
doença renal)
• ECG
• Fundoscopia  oftalmologista
• TSH (se for DM tipo 1)

37
38

Você também pode gostar