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FISIOLOGIA DO EF

“Fisiologia é o estudo das funções dos tecidos, órgãos e sistemas.


A fisiologia do exercício faz a extensão desta definição sob efeito de um esforço
único (efeito agudo) ou sobre períodos de exercício repetidos (efeito crónico). (…)
Acresce o estudo e análise das respostas agudas e crónicas ao esforço realizado em
alta altitude, ou em condições extremas de temperatura ou humidade e a resposta
adaptativa a estes fatores ambientais.
Estímulo:
Fator interno ou externo ao organismo, que determina uma resposta fisiológica
específica de um sistema, aparelho, órgão ou tecido excitável.
HOMEOSTASIA
Forma dinâmica como o organismo mantém constantemente o seu equilíbrio interno
em relação com o meio.
Atividade física e a adaptação ao esforço:
- Desenvolve-se mediante a utilização de estímulos de origem externa;
- Administrada segundo critérios pré-estabelecidos;
- Perturba o equilíbrio homeostático;
- Proporciona um estado de adaptação conducente à obtenção de um nível crónico
mais elevado de desempenho (heterostase)
HETEROSTASE
Conceito desenvolvido por Hans Salye em 1973, que coexiste a par da homeostase,
caracterizado por novas adaptações fisiológicas criadas em função de um estímulo
externo de tal forma significativo que gera um novo equilíbrio, o que em certo modo
pode funcionar com o exercício físico.
Este mecanismo destaca-se da homeostase uma vez que, ao contrário da
homeostase que mantém o normal funcionamento fisiológico em “steady state”, a
heterostase promove um “reset ao termostato” por forma a manter um funcionamento
elevado por um estímulo externo elevado (e.g. uma maratona de 4h).
ADAPTAÇÃO
• Propriedade do ser humano (e outros seres vivos) que lhe permite suportar a tarefa
de se manter vivo. Ultrapassar as dificuldades que constantemente põem à prova a
relação com um meio em permanente mudança. Situações particulares de esforços
mais intensos, como pode ser o caso da atividade desportiva e, neste caso particular o
desempenho desportivo.
ADAPTAÇÃO AGUDA
• Ajustes fisiológicos que respondem a uma resposta imediata ao exercício. • Cessam
pouco tempo após o termo desse mesmo exercício.
Ex. PA, FC, produção de calor, glicemia, ventilação
ADAPTAÇÃO CRÓNICA
• Alterações fisiológicas que possuem um efeito retardado. • As que não constituem
uma resposta imediata ao exercício. • Perduram muito para além do termo desse
exercício
EX. hiperplasia mitocondrial (aumento do número), hipertrofia das fibras musculares,
hipertrofia do miocárdio
CARGA DE TREINO
• No exercício, o estímulo designa-se carga de treino. • Causa que provoca alterações
no organismo. • Inclui a repetição sistemática de gestos e exercícios, físicos, que
induzem a mudança no corpo. É o elemento principal para o aluno/atleta.
Síndrome Geral Adaptativo (Modelo teórico introduzido pelo Dr. Hans Seyle em
1956)
Resposta ao stress/estímulo em 3 fases distintas:
1. Fase de choque
- Perturbação da homeostase face ao estímulo. - a maioria das variáveis fisiológicas
responde com um aumento das funções (ventilação, Fc, produção de energia,
hormonas simpáticas)
2. Fase de resistência
Reposição da homeostasia. Quando o estímulo é crónico e o corpo consegue atingir
um steady state (semanas ou meses). Substituição de adaptações agudas por
mudanças estruturais e funcionais no organismo.
3. Fase de exaustão ou fadiga
-Resposta continuada do organismo extremamente exigente. -Dificuldade do
organismo repôr as estruturas celulares mobilizadas e danificadas. -Défice crónico
gerado pelo estímulo exagerado provoca uma dificuldade na capacidade de funcionar
dentro de um regime de normalidade.
Ciclo do Sindrome geral adaptativo:
O estímulo leva a uma perturbação da homeostase, em que depois ocorre a
recuperação, seguida da adaptação que leva a novos níveis de homeostase.
. Bioenergética
• De todos os processos metabólicos (aeróbio e anaeróbios) resultam: calor e energia
para produzir atividade celular.
• Nos seres humanos a taxa metabólica é proporcional ao calor produzido.
• Medindo o calor produzido, determinamos a tx metabólica, denominandose este
processo por calorimetria direta.

• Unidade comum é “Kcal” (1.000cal). 1cal provoca a elevação de 1g de H2O a 1  C.


Calorimetria direta:
• Forma mais precisa de calcular variáveis como a taxa metabólica ou energia
consumida durante o esforço.
• Equipamento dispendioso e pouco usado.
Calorimetria indireta:
Estima: tx metabólica ou as Kcal dispêndidas em repouso e atividade.
• O2 é “usado” na metabolização dos CHO e Ácidos Gordos, e “do outro lado expele-
se” CO2.
• Os CHO e os lípidos têm rácios de O2/CO2 diferentes, apurando esses rácios
chega-se a qual a % de qual nutriente que foi consumido (metabolizado).
Extraem-se variáveis como o consumo de oxigénio na tarefa, o máximo consumo de
cada indivíduo VO2 max. (L/min (atividade) ou ml/kg/min (relativo ao indivíduo).
• Taxa metabólica basal vs repouso.
• Basal - posição supinada, 12 a 18 pós prandial, imediatamente após acordar
(ambiente norma regulado).
• Repouso (a mais usada no dia à dia) - 4h após refeição. ligeira,aproximadamente 30
a 60’ após descanso em ambiente calmo.
Metabolismo energético ao nível músculo-esquelético
A nível celular: complexa série de reacções químicas envolvendo substratos e gases,
resultando na capacidade para gerar trabalho.
O sistema muscular, produz energia mecânica através de reações químicas e o seu
combustível é uma molécula de nome ATP.
Catabolismo- conversão de moléculas maiores em menores libertando energia no
processo (reações exergónicas)
Anabolismo- síntese de moléculas maiores a partir de menores usando energia.
COMBUSTÍVEL para o metabolismo muscular é o ATP (adenosina trifosfato). É a
molécula que todo o atleta se especializa a sintetizar para realizar qualquer gesto
motor.
• O ATP é a forma de o organismo armazenar energia química nas células. É um
nucleótido de adenina(A) composto por três radicais fosfato (TriPh). A energia gera-se
por hidrólise da molécula de ATP, através da quebra de um radical fosfato.
Enzimas:
• catalizam e regulam a velocidade das reações químicas;
• São específicas para os seus substratos, sensíveis à temperatura (>temperatura
+rápida a reação) e ao pH (>pH +rápida a reação).
• Algumas enzimas necessitam de co-fatores (ex: chave dentro de uma chave) para
serem ativas.
• ATP- apenas 90g se encontram reservados celularmente (10 a 20’’ “all out”).
• O corpo depende então da rápida regeneração para realizar esforços continuados.
• Síntese de ATP caso não fosse um processo rápido, os esforços de alta intensidade
esgotariam rapidamente as reservas.
• Necessidade de ATP pelo músculo esquelético provoca a quebra na homeostase,
aumenta o metabolismo e inicia os processos bioquímicos para restabelecer as
reservas.
SISTEMAS DE FOSFAGÉNIOS (CP)(CreatinePhos.) e ADP-DiPhos.
Sist. CP e ATP-DP
• Rápido e potente, não utiliza O2 • Reservas curtas - aproximadamente 90g (adulto
sedentário) • +- até 12’’ em esforços “all-out” • Ocorre no sarcoplasma • Sem formação
de lactato • 1 ATP
Glicose anaerobia
• Constitui a segunda via de ressíntese de ATP • Degradação do glicogénio (glicose é
armazenada nos músculos). • Ocorre no citosol • Não utiliza O2 • Produz 4 ATP – 2
ATP (usados na produção) = 2 ATP líquidos
• Ressíntese de ATP sem presença de O2 (fora da mitocôndria). • Sub-produto= ácido
lático. É quebrado em lactato e H+ (acidificação) provocando uma ligeira alteração no
pH sanguíneo. O H+ é tamponado e transformado em H2O e CO2 (expelido na
expiração). • Caso a intensidade seja elevada o suficiente e o tempo sob esforço seja
continuado, a tentativa de equilíbrio interno (homeostase) obriga à diminuição da
intensidade ou à pausa.
Ciclo de Cori – cooperação metabólica entre os músculos e o fígado
1. Glicose em Lactato (no músculo) Com o aumento do esforço, os tecidos musculares
ficam privados de O2, a glicose é convertida em piruvato, gerando o sub-produto o
ácido lático (fermentação lática).
2. Lactato em Glicose (no fígado) Lactato entra na corrente sanguínea, é captado pelo
fígado, convertido em glicose. A nova glicose é libertada novamente para a corrente
sanguínea para utilização.
- Ciclo evita acumulação de lactato sanguíneo. - É importante manter a glicémia
sanguínea constante. - Não provoca “dores”. -Os músculos conseguem manter o
esforço na presença de lactato desde que o pH seja mantido constante.
Aérobia:
O processo aeróbio de ressíntese do ATP assegura o suprimento energético em
esforços prolongados e de baixa intensidade, em regime de resistência, mas também
em esforços intermitentes e/ou alternados, particularmente nos períodos de
recuperação ou de menor intensidade.
Ciclo de Krebs Acido pirúvico + O2 36 ATP + CO2 + H2O
Fosforilação oxidativa Ácido palmítico + O2 129 ATP + CO2 + H2O
Fosforilação oxidativa
Reacções de oxidação/redução para obter a maior quantidade de energia de
determinado substrato Necessita de O2 e ocorre na MITOCÔNDRIA, é a “fábrica” de
ATP das células! Tem baixa potência mas muita energia disponível Fonte primária de
ATP em repouso e atividades de baixa intensidade e longa duração Utiliza ácidos
gordos e triglicéridos como substrato preferencial Quanto maior for a cadeia de
carbonos dos ácidos gordos maior a produção de ATP possível.
Divide-se em 3 fases principais:
1. Produção de Acetil CoA (B- oxidação) 2. Oxidação de Acetil CoA (Ciclo de Krebs)
3. Transferência de electrões (Cadeia transportadora de electrões)

1-Beta Oxidação: Formação de Acetil CoA que segue para o ciclo de Krebs (ciclo do
ácido cítrico). Cada ciclo forma adicionalmente subprodutos (1 NADH + H+ e 1 FADH),
usados na cadeia transportadora de eletrões para produzir mais ATP.
2) Ciclo de Krebs: • Degradação de Acetil-CoA • Forma-se: CO2 que é transportado
pelo sangue e expelido pela ventilação por isso, em esforço é natural e, necessário
ventilar livremente!
3) Cadeia transportadora de electrões (cadeia respiratória): • Energia contida nos
NADH e FADH2 (resultantes da glicólise e do ciclo de Krebs) utilizada para produzir
ATP. • Ocorre na membrana interna da mitocôndria.
Dinâmica da utilização dos sistemas energéticos
• 3 sistemas funcionam em complementaridade. • Sistema mais rápido a entrar em
acção é o ATP-CP ate aos 15s. Sistema glicolítico alatico assume dos 15 aos 30s
Latico ate aos 80s e depois o aérobio
• Na intensidade máxima, o principal sistema energético é o sistema
anaeróbico12.
• A glicólise é predominante para esforços que duram de alguns segundos até
1 minuto134.
• O steady state é conseguido sob o sistema oxidativo, que predomina durante
exercícios de intensidade baixa a moderada, quando há oxigênio disponível
para o músculo25.
• Os vários sistemas energéticos não funcionam isoladamente, mas sim de
forma integrada16. Todos os sistemas agem simultaneamente e de uma
maneira sobreposta, mas com relação a um determinado esforço, eles podem
ser mais ou menos relevantes, tendo mais ou menos importância dependendo
da duração e da intensidade do estímulo
Adaptações metabólicas: aumento de reservas e atividade enzimática
Utilização repetida das fibras musculares provoca alterações na sua estrutura e
função: a) Tipo de fibra muscular b) Suplemento de capilares c) Mioglobina(oxigénio
muscular) d) Função mitocondrial e) Enzimas oxidativas
a) Tipo de fibra muscular
Angulo de penação das fibras. Fibras lentas e rápidas tornam-se 7 a 22% mais
aumentadas. Transformação da capacidade oxidativa da fibra rápida x em fibra
rápida 2b (+ oxidativa).
b) Suplemento de capilares
• Aumento do número de capilares em volta das fibras musculares - pode haver
mais 5 a 10% de capilares no músculo de uma perna de um homem treinado; •
Aumento do número de capilares em 15% com longos períodos de treino. Mais
capilares, mais trocas de gases, de produtos e nutrientes entre o sangue e o músculo!
c) Mioglobina: transporta o oxigénio dentro do músculo. • Aumento do conteúdo em
mioglobina no músculo entre 75 e 80%.
d) Função mitocondrial - Aumento da capacidade das fibras musculares em
produzir ATP - Habilidade oxidativa depende do número, tamanho e eficiência da
mitocôndria. - Treino com maior volume, aumento do número e tamanho das
mitocôndrias.
e) Enzimas oxidativas – as reacções energéticas necessárias à produção de ATP,
dependem da ação das enzimas mitocondriais. →Aumento da capacidade
enzimática. →A atividade das enzimas musculares é muito influenciada pelo treino
aeróbio. →Reflete-se no aumento do número (hiperplasia) e tamanho (hipertrofia)
da mitocôndria muscular e um inerente aumento da capacidade em produzir ATP.

Custo e despêndio energético e parâmetros de quantificação


TMR = VO2 repouso = 3,5 mL.Kg-1. min-1 = 1MET (Equivalente metabólico de
Repouso)
1L O2 = 5Kcal
TMR depende de: • Composição corporal • Área corporal – quanto maior a massa
maior TMR • Género – maior no género masculino • Idade – diminui com a idade
Dispêndio energético- DE (Kcal/min)= (METs x Peso(kg) x 3,5) /200 DE (Kcal) = (METs
x Peso (kg) x Duração (min) ) /60
Qual é o dispêndio energético exigido numa atividade de marcha rápida (7METs
intensidade), para o vosso professor com 70Kg peso corporal?
DE= (7 x 70 x 3,5)/200 = 8,8Kcal/min
Se o vosso professor necessitar perder 2000kcal/sem, em 3 sessões semanais quanto
tempo preciso por sessão, na atividade referida anteriormente?
Tempo semanal necessário= 2000 kcal / 8,8 Kcal/min = 227min
Tempo por cada sessão = 227/3 = 76min

o não treinado utiliza menos glicogénio muscular


AULA 2
Aptidão cardiorrespiratória
Capacidade de realizar exercícios dinâmicos, de forma continuada, de intensidade
moderada a vigorosa, que envolvam grandes grupos musculares, por longos períodos
de tempo… depende do estado fisiológico e funcional dos sistemas cardiovascular,
respiratório e muscular.
Adaptações pulmonares ao exercício físico:
Capacidade física relacionada com a saúde porque:

✓ Baixos níveis foram correlacionados com risco aumentado de morte prematura de


todas as causas, nomeadamente as cardiovasculares; ✓ Altos níveis diminuem o risco
de morte de todas as causas; ✓ Altos níveis estão associados a melhor aptidão física
que por sua vez se se encontra associado a inúmeros benefícios de saúde; ✓ Variável
com elevada correlação positiva entre os maiores valores registados e uma melhor
gestão do peso.
Assim, avaliar esta aptidão é um importante papel na prevenção de saúde primária e
secundária.
Respiração – processos que visam a distribuição de O2 pelas células e, remoção de
CO2 produzido no decurso do metabolismo celular
Ventilação pulmonar: movimento de ar de, e para os pulmões
Difusão pulmonar, hematose, respiração externa: troca gasosa (O2 e CO2 ) ao nível
dos pulmões entre os alvéolos e os capilares sanguíneos
Transporte de O2 e CO2 no sangue
Difusão celular, respiração interna: troca gasosa (O2 e CO2 ) entre os capilares
sanguíneos e os tecidos metabolicamente ativos
Adaptações pulmonares ao exercício físico:

➢ Ar ambiente move-se para os pulmões; ➢ A condução é feita pelo nariz e boca,


faringe, laringe, aquecendo à temperatura corporal, filtrando e humidificando, através
da traqueia; ➢ O ar inspirado, atinge os 2 brônquios; ➢ Subdividem-se em inúmeros
bronquíolos, fazendo a condução por vias estreitas e ventosas, onde o ar inspirado se
mistura com o ar existente nos ductos alveolares.
• Hiperventilação:
• aumento da ventilação pulmonar; • excede as necessidades de consumo de O2 e e
eliminação de CO2 no metabolismo; • aumento do pH plasmático
• Dispneia: falta de ar excessiva; aumento (CO2) e (H+) no sangue, aumento da
frequência e profundidade da respiração
• Manobra de Valsalva: • expiração forçada contra a glote fechada; • aumento da
pressão intratoráxica (em repouso a pressão intrapulmonar na expiração desce 3
mmHg, na manobra aumenta 150 mmHg); • diminuição do retorno venoso por
compressão da veia cava; • diminuição da pressão arterial.
Mecânica ventilatória • Gradiente de pressão (pressão intra -pulmonar vs
atmosférica) • Contração muscular • Movimento expansivo e depressivo da grelha
costal

Na capacidade ventilatória: • Existem diferenças significativas entre sexos. • Por uma


questão de equidade fisiológica, existem competições diferenciadas por sexo.
O sistemas respiratório e circulatório são necessários obter e transportar O2 para uso
no metabolismo aeróbio, e para remoção do subproduto CO2, dos tecidos e do corpo.
Estes sistemas combinam para realizar esta função e implicam:
Ventilação pulmonar- ar para dentro e fora dos pulmões
• Difusão pulmonar- movimento O2 atmosférico para pulmões e CO2 dos pulmões
para a atmosfera (Respiração pulmonar =Ventilação + difusão pulmonar)
• Transporte de O2 e CO2 no sangue
• Trocas do O2 pelo CO2 entre sangue e tecidos (Respiração celular)
Ventilação alveolar- uma porção do ar inspirado (30%) não entra nos alvéolos. Espaço
morto anatómico representa o ar que preenche as vias aéreas superiores, sendo
aproximadamente 150 a 200 mL (30% do volume residual).
Alveolos:
• Sacos membranosos elásticos e finos, de aproximadamente 0,3mm de diâmetro,
compostos por células simples epiteliais escamosas. • Proporcionam a superfície
necessária para se dar a troca de gases entre o tecido pulmonar e o sangue.
• A troca de gases nestes tecidos realiza-se passivamente por difusão; • a direção do
movimento dos gases vai das zonas de maior gradiente de pressão (> concentração)
para as zonas de menor gradiente (<concentração)
Respiração celular:
Células apresentam elevada pressão parcial de CO2 e baixa de O2. - As trocas mais
uma vez acontecem por gradiente de pressão, das zonas de maior pressão para as de
menor gradiente de pressão. - A mioglobina assiste a difusão facilitada do oxigénio da
membrana celular para a mitocôndria. Dadas as suas caraterísticas acelera quase 2
vezes o processo de difusão para a mitocôndria.

Antes do exercício- aumento da Ve (ventilação pulmonar) provocado por estímulos


provenientes do córtex cerebral por antecipação do exercício.
Depois do exercício- durante a recuperação, diminuição brusca da Ve devido ao fim da
estimulação nervosa.
• À medida que a tx de trabalho continua a aumentar o Ve/ VO2 começa também a
aumentar. • Este aumento acontece até próximo dos 50 a 55% do volume do pico de
oxigénio consumido (VO2 pico) em indivíduos destreinados, e a intensidades mais
elevadas em atletas treinados em resistência. • Depois da diminuição inicial o Ve/
VCO2 estabiliza acabando eventualmente por subir.
Ponto de compensação respiratório
1. Intensidades superiores ao LV, levam a uma alteração nos equivalentes
respiratórios.
2. O ponto de compensação respiratório (PCR) mostra uma intensidade crescente
onde voltam a aumentar os equivalentes.
3. LV e PCR permitem criar 3 zonas de intensidade, baseadas na Fc (com grande
correlação e da mesma forma que usaríamos o limiar láctico e a Fc para estimar as
intensidades).
Limiar anaeróbio ventilatorio:
O LV define-se como a carga de trabalho necessária para aumentar o Ve/ VO2,
enquanto se mantém estável o Ve/ VCO2. Este comportamento está diretamente
associado com as alterações metabólicas, entre elas o limiar lático. Ou seja, é
consistente com a intensidade máxima de exercício em que se verifica um equilíbrio
entre a produção e a remoção de ácido láctico (steady state do lactato sanguíneo).

Limiar anaeróbio por lactatémia


• Significa o maior valor de consumo de O2 ou intensidade alcançada, com uma
concentração inferior a 1.0 mM de La sanguíneo, face aos valores basais pré-esforço •
OBLA (onset of blood lactate accumulation): concentração de lactato sanguíneo >4mM
(valor basal médio) • Relação estreita entre LV e LLA
Em termos de lactato na recuperação ativa esses valores são reduzidos com maior
eficácia.
VO2 máx:
• Parâmetro de avaliação da capacidade máxima aeróbia. Quantidade máxima de
oxigénio que consegue ser utilizada a nível celular por todo o corpo.
• Taxa máxima de captação, transporte e utilização de O2 pelo organismo. (3,5 mL/kg-
1/min-1) = 1MET= repouso.
VO2 Pico: • Consumo máximo de Oxigénio atingido antes de haver estabilização da
quantidade de oxigénio captado. VO2 máx.: • Consumo máximo de oxigénio obtido
enquanto se regista um steady state aeróbio • Absoluto (L/min-1)- relativo a
determinada atividade • Relativo (mL/kg-1/min-1)- relativo ao indivíduo • Aumenta
progressivamente até aos 18-20 anos • Declínio gradual com a idade e o sedentarismo
• 25% superior nos homen
Coração é a grande bomba mecânica de todo o sangue, capaz de suprir as
necessidades momentâneas, empurrando o sangue para as pequenas arteríolas mais
distantes • Transporte e entrega de substâncias como gases, hormonas e nutrientes, a
cada célula, bem como pela remoção de metabolitos • Auxilia na regulação da
temperatura • Auxília na regulação do pH ácido • Papel imunitário pelo transporte de
leucócitos e plaquetas O sistema respiratório é responsável pelas trocas de gases com
o exterior e o sistema cardiovascular pelo transporte destas substâncias pelo corpo.
Juntos formam o sistema cardiorrespiratório.
Ritmo cardíaco divide-se na fase de sístole (contração) e diástole
(descontração).
Sístole: ventrículos contraem, ejetando: do v. esquerdo sangue arterial para todo o
organismo (artéria aorta), do v. direito sangue venoso (artérias pulmonares) para os
pulmões. Simultaneamente as aurículas enchem as suas cavidades, aurícula
esquerda com sangue arterial vindo dos pulmões (veias pulmonares) e aurícula direita
com sangue venoso (veia cava). Diástole: as aurículas contraem empurrando o
sangue para os ventrículos, que relaxam e preenchem os seus átrios (As válvulas
controlam como portas alternadas estas passagens sincronizadas): semilunares,
mitral, tricúspide, pulmonar
Excitação do coração
O coração tem um mecanismo próprio de ativação eléctrica, ou seja, um sincício
funcional. Tem vários pontos de estimulo eléctrico, uns com ativação rápida e outros
mais lenta, que produzem a contração do miocárdio (músculo estriado que “espreme”
o coração).
Reflexos do sistema nervoso simpático, provocam vasodilatação nas zonas
musculares que vão exercitar-se e em simultâneo, vasoconstrição nas zonas
musculares menos ativas. Aumentado a acção da bomba muscular (Fc e Vs) As
informações aferentes e acções eferentes necessárias, surgem dos recetores
mecânicos e químicos dos vários órgãos e tecidos, com respostas também mecânicas
e químicas de volta para os mesmos locais
Frequência Cardíaca (FC):
reflete a quantidade de trabalho que o coração tem de realizar para alcançar as
necessidades do organismo em situação de esforço. Reflete o número de vezes por
minuto que o coração contrai. • FC repouso:  60 - 80 batimentos/min; • Sedentários:
100 batimentos/min (taquicardia); • Atletas: 28 a 40 batimentos/min (bradicardia); •
Decresce com a idade; • Maior na mulher; • Menor no indivíduo treinado.
Existe uma relação linear entre a Frequência Cardíaca (Fc) e o esforço (VO2 Pico) à
medida que a intensidade aumenta.
• A prescrição da intensidade cardiorrespiratória pela F.cardíaca (Fc), apenas é
possível pois existe uma linearidade na relação: VO2 – Fc ; • Prescrever zonas alvo de
treino com Fc (reserva e máxima) é prescrever através do VO2
Explicações para o aumento do VS com o exercício:
Lei de Frank-Starling Aumento do volume ventricular na fase de relaxamento (quando
há preenchimento) é seguido por um aumento da força de contração. (lei do elástico).
Débito cardíaco (Q)
• Débito cardíaco expressa a quantidade de sangue bombeado pelo coração durante
1’ • O seu valor máximo reflete a capacidade funcional do sistema cardiovascular •
Como qualquer bomba, o seu débito depende da sua taxa de bombeamento (Fc-
frequência cardíaca) e quantidade de sangue injetado no sistema a cada
bombeamento (VS-volume sistólico) • Q= Fc x VS • Fc- aumenta com o esforço até a
um máximo (Fc máx.)
A maior diferença entre indivíduos está na capacidade de bombear sangue a cada
sístole, e isso deriva das adaptações cardiorrespiratórias ao esforço.
Exercícios de MS requisitam maior consumo de oxigénio do que de MI para qualquer
potência de trabalho submaximal. Média para homens e mulheres.
Pressão arterial é a força propulsora que tende a movimentar o fluxo sanguíneo
através do sistema circulatório e contra a Resistência Periférica (força do sistema que
se opõe à força propulsora). Pressão arterial reflete os efeitos combinados da
circulação sanguínea arterial (DÉBITO CARDÍACO) e da resistência que esse fluxo
sofre pela vascularização periférica. P.arterial = Débito cardíaco x Resistência total
periférica Pressão arterial sistólica PAS- Em repouso indivíduos normotensos,
registam o seu valor mais alto de pressão após a contração ventricular esquerda
(sístole). A artéria braquial ao nível da aurícula direita normalmente serve como
referência para medição. É uma estimativa do trabalho do coração e a força que o
sangue está a imprimir contra as artérias nessa fase. Pressão arterial diastólica (PAD)-
Durante a fase de relaxamento do ciclo cardíaco (diástole), a pressão sanguínea
arterial desce até aos 60-80 mm/Hg. PAD evidência a resistência vascular periférica,
ou a facilidade com que o sangue flui das artérias para os capilares. Com elevada
pressão arterial após a sístole ocorrer esta não diminui rapidamente, pelo contrário
mantém-se elevado na maioria do ciclo cardíaco.
Pressão arterial em esforços aeróbios elevam a PAS, mas pouco relevante na PAD.
No treino da resistência muscular, quer a PAS, quer a PAD, elevam-se como resposta
aguda ao exercício, tanto quanto mais perto da falência muscular
A-Gradiente de pressão- A pressão no início do sistema venoso (vénulas) é cerca de
15mm/Hg e no final do percurso, na aurícula direita, é aproximadamente 0mm/Hg
Mecanismos de retorno venoso
(B) Bomba respiratória- a diminuição de pressão torácica e aumento de pressão
abdominal com a inspiração, facilita o retorno venoso. Empurrando os fluídos e gases
das zonas de maior para menor pressão. Na expiração oferece-se uma mecânica
inversa.
(C) Bombas musculares – A musculatura na sua natural contração exerce forças de
compressão venosa, empurrando a coluna de sangue em direção ao coração. Esta
acção é auxiliada pelo movimento de válvulas, que apenas permitem que o sangue
venoso circule numa direção única.
(D) Palmilha venosa (reflexo plantar de “Lejars”)- A região plantar possui uma rede
venosa bastante desenvolvida que é pressionada pelo apoio plantar, servindo para
empurrar a coluna de sangue ao longo do membro inferior, impedindo a estase
sanguínea.
A temperatura demasiado elevada e um ph mais ácido, afetam negativamente a
associação de O2 à hemoglobina, portanto atenção aos ambiente demasiado quentes
com exercício vigoroso!
3 fases da ventilação
A) Aumento ventilação gerado pelo input do andar superior e músculos ativos; B)
Aumento ventilação gerada pelo efeito continuado do exercício no córtex superior,
feedback muscular, quimiorreceptores periféricos; C) Plateau na ventilação derivado
do feedback dos quimiorreceptores periféricos e centrais;
Equivalente ventilatório

1. Adaptações pulmonares ao exercício físico Equivalente ventilatório de O2- rácio entre


(ventilação pulmonar) Ve e (VO2), ou Ve/VO2. Semelhante para equivalente ventilatório de
CO2, ou seja Ve/VCO2. O equivalente ventilatório indica a quantidade de ar ventilada (Ve)
necessária para obter 1L de oxigénio ou para expirar 1L de CO2. Equivalente respiratório pode
ser usado para estimar o limiar de lactatémia e indicar quais os fatores que auxiliam o controlo
da ventilação pulmonar.
CONTROLO VENTILATÓRIO

• Mecanismos complexos afinam a taxa respiratória, e suprem as necessidades metabólicas. •


Intricados circuitos neurais interligam informação dos andares superiores cerebrais, pulmões, e
outros sensores do corpo, para coordenar autonomamente a ventilação. • Os estados químicos
e gasosos do sangue que banham a medula bem como quimiorreceptores na artéria aórtica e
carótida, também medeiam a ventilação alveolar. • Receptores sensíveis ao estiramento nos
músculos diafragma e abdominais e quimiorreceptores nesses músculos, também afetam a
ventilação pulmonar. • Em indivíduos saudáveis, os mecanismos de controlo mantêm
relativamente constante as pressões de gases alveolares e arteriais, em todo o espectro de
intensidade de exercício.

Limiar anaeróbio ventilatório (LV)- técnica que usa Ve/VO2 e Ve/VCO2 para estimar o limiar de
lactatémia. Quer seja um individuo treinado ou não, a resposta inicial ao aumento do esforço é
uma diminuição do Ve/VO2 e do Ve/VCO2.

Função muscular cardíaca

Excitação do coração-O coração tem um mecanismo próprio de ativação eléctrica, ou seja, um


sincício funcional. Tem vários pontos de estimulo eléctrico, uns com ativação rápida e outros
mais lenta, que produzem a contração do miocárdio (músculo estriado que “espreme” o
coração).

Velocidade de contração: Nódulo SA (A): rápida Nódulo AV (B): lenta Rede de Hins e
Purkinge(Verde): +-lenta

AULA3
Teoria do deslizamento dos filamentos contráteis:

Contração muscular não é mais do que o movimento combinado de milhões de unidades


contráteis, despoletado por estímulo eléctrico central

Unidade motora- unidade base de contração – motoneurónio e a fibras por ele enervadas.

Teoria do deslizamento dos filamentos contráteis:

1. Impulso eléctrico do córtex ou medula; 2. Sinal eléctrico viaja pelo neurónio motor até à
placa motora junto ao músculo; 3. Dá-se a sinapse; 4. Liberta-se o neurotransmissor
(acetilcolina) acopulando-se aos receptores da fibra muscular; 5. Propaga-se um potencial de
acção pelos túbulos T e dá-se a despolarização; 6. Faz libertar iões de cálcio (Ca2+); 7. (Ca2+)
liga-se à troponina; 8. Troponina impele a tropomiosina a descobrir o local de acoplamento nos
filamentos de actina; 9. As cabeças de miosina, acoplam nos locais descobertos da actina,
formando as pontes cruzadas; 10. Usando a molécula ATP como combustível, as cabeças de
actina movimentam-se num sentido único; 11. Contração termina quando (Ca2+) é bombeado
de volta para o retículo sarcoplasmático.
Tipos de fibra muscular

Tipo I LENTAS (aeróbias)– resistentes, lentas (predominantes em desportos como atletismo


>1500m , triatlo, ou atividades contínuas com duração >2 a 3’).

Tipo II RÁPIDAS (a,x) -predominam em velocistas, desportos de curtas distâncias, ou explosivos.


(glicolíticas)

A adaptação ao treino provoca alterações em algumas propriedades individuais, mas não


transforma fibras do tipo I em II ou vice versa. (apenas tipo 2x em 2a)

As fibras do tipo 2 têm tendência a serem maiores e mais produção de força.

Função neuromuscular- regulação da produção de força Princípio do tamanho (Henneman)


no recrutamento das fibras musculares

• Unidade motoras maiores, têm limiares de estimulação mais elevados (necessário >
estímulo). • UM são recrutadas por ordem: 1º os neurónios motores de menor tamanho para
os de maior tamanho. • O recrutamento seletivo varia com a quantidade de estímulo eléctrico.
• Estímulo eléctrico > pode seleccionar mais unidades motoras no músculo.
Somação temporal e produção de força • Aumentando a frequência de estimulação das fibras
musculares pelo motoneurónio (somação temporal), o aumento da força ocorre por somação
mecânica.

Somação Temporal é um fenômeno que ocorre quando estímulos sucessivos são aplicados a
um músculo em rápida sucessão. A força gerada por cada contração pode somar ou combinar,
resultando em um aumento da contração muscular1. Este processo permite uma maior
produção de força e é essencial para diversas atividades que exigem força e precisão.

Fuso Neuromuscular:

-Informação mecanorrecetora sobre mudanças no alongamento e tensão da fibra muscular.

➢ Respondem ao alongamento da fibra muscular através do reflexo de contração, iniciando


uma acção muscular mais forte.

➢ Mecanismo do FNM

➢ Fibras fusiformes alinhadas em paralelo com as fibras musculares; ➢ Quando o músculo


estira, as fibras do fuso também estendem; ➢ Enviam informação aferente para medula; ➢ Da
medula sai uma resposta pelos nervos eferentes que ativam os músculos alongados,
contraindo-os.

Orgão Tendinoso de Golgi

• Organelos ligados até 25 fibras extra fusais. • Local: tendão próximo do músculo • Recetores
sensoriais que detetam e respondem a diferenças de tensão geradas no músculo ativo: 1.
Tensão criada no alongamento provocado com músculo encurtado (reflexo inibitório); 2.
Tensão criada no músculo quando estira passivamente (reflexo inibitório)

Corpúsculos de Pacini

• Corpúsculos pequenos, localizados perto do OTG e pele envoltos numa única fibra nervosa
não mielinizada. • Sensíveis a movimentos rápidos e pressão forte.

Terminações de Ruffini

• Mecanorrecetores localizados na pele e nas cápsulas articulares • Detetam forças de pressão


• Sendo também termo recetores na pele.
• Força Máxima- Valor máximo de força que o sistema neuromuscular é capaz de produzir,
contra uma resistência inamovível, independentemente do tempo. É a base que influencia
todas as outras manifestações de força.
• Força Rápida- capacidade do sistema neuromuscular gerar o maior impulso (Impulso= Força
x Tempo) num dado intervalo de tempo.

• Força resistente- capacidade do sistema neuromuscular para retardar o aparecimento da


fadiga em exercício de força. Capacidade de produzir força em atividade de média e longa
duração, mantendo o nível do rendimento muscular elevado. Pode manifestar-se a nível
concêntrico ou isométrico.

• Taxa de produção de força- produção de trabalho máximo no intervalo de tempo mais curto.

Potência muscular- Produção de trabalho mecânico por unidade de tempo (P = F x V ou P =


W/t).

Força reativa- A fase excêntrica segue-se de uma fase concêntrica (Ciclos muscular
Alongamento-Encurtamento), numa fração de tempo muito reduzida. Existe pré-ativação
muscular antes da fase concêntrica pelos agonistas!

Ciclo muscular alongamento-encurtamento – caracteriza-se por:

1. Acumular de energia potencial elástica na acção prévia excêntrica e uso de energia cinética
na fase concêntrica; 2. Padrão de recrutamento das unidades motoras (somação temporal e
espacial máximas e estímulo nervoso máximo solicitando grandes UM); 3. Reflexo miotático
originado pelas estruturas propriocetivas (FNM, OTG, Pacini, Ruffini).

PRINCIPIOS DO TREINO

Especificidade- • Determina o resultado de um programam específico. • Determinada


adaptação fisiológica deriva de determinado estímulo ou conjunto de estímulos. • O stress
provocado manipulando as variáveis de treino, determina a resposta fisiológica. • Volume e
intensidade são as variáveis a manipular à luz deste princípio.

• Sobrecarga- • Resultados/adaptações esperados do treino surgem de uma sobrecarga


contínua ao sistema/s a ser/em treinado/s. • Adaptações musculares/cardiorrespiratórias
resultam de um “stress” superior `normalidade. • A sobrecarga é aplicada com a variável
volume (duração do planeamento ou mais reps) e intensidade (maior resistência externa ou
maior velocidade nos exercícios cardiorrespiratórios). P
• Hipertrofia muscular- resposta crónica ao estímulo do treino da força e consiste no aumento
do músculo ou das suas fibras constituintes. • Proteínas miofibrilhares (actina e miosina) são
adicionadas, resultando em novas miofibrilhas. • Investigação recente mostrou que a aquisição
adicional de mionúcleos, é necessário para o aumento do tamanho da fibra muscular. •
Hipertrofia tem bastante maior expressão nas fibras Tipo II do que em comparação com as do
tipo I.

• Hiperplasia consiste no aumento do número de fibras musculares em resultado do estímulo


muscular. • Em seres humanos existe pouca evidência. No entanto, mesmo que a hiperplasia se
venha a verificar, a hipertrofia continua a ser a grande responsável pelo aumento da dimensão
muscular.

• O corpo usa os macronutrientes para suprir as necessidades específicas do exercício.


Degradando PROteínas, HCO (hidratos de carbono) e Lípidos, para poder formar ATP.

• No esforço, > % de lípidos são utilizados com intensidades mais baixas, e >% de HCO com
intensidades mais elevadas. Reservas de energia para o trabalho muscular

• Quando necessário, também podem ser usadas PRO como fonte energética. Diariamente
representam 2 a 5% da energia consumida (adultos), em atletas pode aumentar 10%.
A relação de substratos e intensidade é linear. A correta reposição pré e pós treino é
fundamental.

As fontes de proteínas no corpo encontram-se no plasma sanguíneo, tecido visceral e músculo;


• Não há reservatório deste macronutriente; • PRO representa 12 a 15% da massa corporal. •
O maior catabolismo proteico acontece quando as reservas de glicogénio estão em baixo!
(Atenção ao treino em jejum com “dietas hipocalóricas”!)

Fadiga consiste na inabilidade em continuar uma tarefa/exercício a determinada intensidade.


Portanto, traduzse num decréscimo de performance experienciada durante um esforço
continuado.

causas:

a) Fatores periféricos- questões metabólicas musculares; b) Fatores centrais- relacionado com


o sistema nervoso; c) Outros fatores- não diretamente associados com os músculos em
exercício, como o sistema cardiopulmonar, sistema termorregulatório, tolerância ao
desconforto e capacidade de superação.

Classificação I. Momento em que surge a. Aguda b. Sobrecarga c. Muscular d. Crónica II. Local
onde surge a. Central b. Periférica

Ergometria

Processo de avaliação e controlo do exercício realizado, em função da intensidade de esforço e


que permite determinar o trabalho realizado pelos músculos. Reflete a capacidade global dos
sistemas cardiovascular e respiratório e a capacidade de realizar exercício de intensidade
moderada a elevada, por períodos de tempo prolongados.

PROTOCOLO DE TESTES- testar o trabalho máximo que o organismo consegue realizar. Em caso
de atletas, o ergómetro escolhido deve adaptar-se ao tipo de trabalho característico da
modalidade.

Testes

Capacidade aeróbia – máximos ou sub-máximos a) campo (INDIRETOS) ; b) laboratoriais (em


ergómetro).

Anaeróbios- máximosa) laboratoriais (em ergómetro) (DIRETOS) (wingate;força/velocidade;


plataforma de forças); b) campo (indiretos) (teste de sprint de 30/50m)
Testes máximos

Variáveis extraídas exatas . Maquinaria dispendiosa . Protocolo necessário a cumprir .


Aconselhada supervisão clínica . Ideal para diagnóstico de doença cardíaca.

Aptidão cardiorrespiratória avaliação estimada do VO2 max.

Testes sub-máximos Menos equipamento e mais barato (teste da milha realizado na rua)
Equipamento possível de medição acessível Erro de estimativa de VO2 max. na ordem dos 10%
Duração do teste é mais curta Protocolos diferentes influenciam o valor final extraído de VO2
max.. Geralmente testes realizados na passadeira oferecem valores mais elevados que os
realizados em cicloergómetro, e de testes de duração mais curta e em rampa extrapolam-se
valores mais elevados que testes mais longos.

Instruções prévias

Não realizar esforço vigoroso no dia do teste Não ingerir alimentos, tabaco, álcool e cafeína
nas 3 horas anteriores ao teste Não pare a medicação se o teste não for para efeitos de
diagnóstico

Ao longo da execução do teste, deve sempre ir sendo avaliada a perceção subjetiva de esforço
(PSE). • Antes de iniciar é essencial explicar ao aluno do que se trata.

Aptidão cardiorrespiratória- TESTES

MÁXIMOS - Teste de Bruce- Passadeira - Teste da Milha/Rockport- Teste de terreno (realizar


1600m marcha em terreno plano) VO2 max (ml/kg/min)= 132,853- 0,1692x(Peso(Kg))-
0,3887x(idade(anos)) – 0,1565 x (FC(bat/min)) + 6,315 x (género (0=mulher e 1=homens)); Fc é
medida no último minuto e não no final do teste para não sobrestimar o VO2max. - Teste de
Cooper - Teste de terreno 12m de corrida/marcha VO2 max= 0,02283 x distancia (m) – 11,3
Sub-máximos: - Teste Astrand (cicloergómetro) - Teste YMCA (cicloergómetro) - Teste de
Ebbeling – (passadeira) - Teste de remo - Teste de Balke & Ware 1. Ergometria Determinação do
consumo máximo de oxigénio: provas laboratoriais e de terreno; provas diretas e indiretas -
Teste de Astrand – (Step/banco) - Teste de McArdle – (Step/banco)

Sistema neuro-endócrino Rede de glândulas, e substâncias segregadas (hormonas) por elas,


que controlam funções noutros órgãos ou células mais próximos ou distantes.

Regulação do sistema neuro-endócrino


1) Segregação – por stress fisiológico mecânico, neural ou hormonal.

2) Sinais estimulação provocam resposta muito específica, levando a segregação e ação via
sanguínea (endócrina), ou via direta interagindo com outra célula sem ser via sanguínea
(parócrina), ou libertação hormonal de uma célula que a volta a estimular-se a ela própria
(autócrina).

3) Feedback – mecanismos em circuito que controlam a ação de uma glândula: Negativos-


quando a ação da hormonal faz cessar a necessidade de segregação; Positivos- quando a ação
da hormona provoca mais estímulo de segregação; Múltiplos- estímulos redundantes de várias
hormonas para o mesmo efeito.

Regulações endócrinas em esforço Resposta hormonal aguda ao exercício

1) Manutenção da glicose sanguínea em exercício

• Mobilização e utilização do glicogénio (aumento glucagon no fígado) e ácido lático como


produtores de glicose; • Estímulo do SN simpático, estimula catecolaminas aumentando
glicogenólise (glicogénio em glicose); • Ativação do SN simpático, suprime a libertação de
insulina para o sangue e por isso a lipólise (antagónica da presença da insulina) tende a
aumentar; • Utilização dos AGL demora a acontecer até as hormonas que o estimulam
chegarem a valores significativos (catecolaminas, glucagon, HC e cortisol).

2) Manutenção do plasma sanguíneo- fundamental para a função ótima dos sistemas


cardiovasculares, metabólicos, e termorregulatórios:

-Com exercício (pela pressão hidrostática sanguínea, e aumento de metabolitos no sangue) há


uma mudança de fluídos do plasma sanguíneo para os compartimentos intersticiais e fluídos
intracelulares. -A sudorese aumenta o movimento de saída de fluídos do plasma. -H. Anti-
diurética - influencia os rins para promover a retenção água, reduzindo a produção de urina. -
Aldosterona (supra-renais) mecanismo vasoconstritor aumentando pressão arterial retendo
mais líquido.

Hormonas anabólicas primárias- interferem no aumento muscular e por isso na força -


Testosterona (gónadas)- regula a massa muscular no organismo estimulada com exercício,
particularmente com o treino da força. -Hormona de crescimento (adeno-hipófise)- aumento
da massa muscular (inibindo o travão ao crescimento-somatostatina ) e óssea. Aumento na
mobilização do AG. -IGF-1 (fígado e músculo)- Fator de crescimento semelhante à insulina na
ação, gatilho do processo anabólico; -Cortisol- (supra renais) particularmente em exercício de
volume elevado, grandes grupos musculares e intensidade elevada, pausa

Termorregulação:

-Hipotálamo é uma espécie de termostato interno que nunca desliga;

-Centro decisão, cria respostas regulatórias constantes:

a) Qd. a temperatura aumenta: hipotálamo intervém promovendo: 1) vasodilatação dos vasos


sanguíneos levando sangue para a periferia. 2) aumenta a tx. sudorese. 3) reduz tónus
muscular e reduz atividade voluntária.

b) Qd. a temperatura diminui: hipotálamo tenta diminuir a perda de calor: 1) vasoconstrição


periférica, traz o sangue para o centro. 2) via tremores aumenta a atividade muscular. 3) facilita
aumento de hormonas que ajudam a produzir calor.
Quando o mecanismo da sede ocorre , já a desidratação teve início!!

No ser humano, a hidratação é lenta, significando que o mecanismo da sede não consegue
restaurar a água perdida rapidamente. Volume total ingerido 3h de re-hidratação após esforço,
repleciona 60 a 70% dos fluidos perdidos.

Principais diferenças fisiológicas nas crianças e jovens

Diferenças:

• VO2 relativo crianças é >10 a 30% do que nos adultos em esforços submáximos; • VO2
absoluto das crianças é menor para uma menor massa isenta de gordura corporal; por tal as
crianças estão em desvantagem quando se exercitam contra uma resistência externa; •
Crianças têm uma menor economia de esforço do que os adultos: rácio de superfície corporal
pelo peso,

• Crianças ventilam >qt. de volume de ar que os adultos, para qualquer nível submáximo de
esforço; • Adultos pontuam mais alto que as crianças na escala subjetiva de esforço para
esforços aeróbios proporcionalmente equivalentes, uma vez que as crianças têm > desconforto
pulmonar quanto atingem tx. respiratórias mais elevadas; • Crianças e adultos aumentam a
força muscular com treino de força, deverá ser realizado através de um estímulo adequado à
fase maturacional.

Crianças tem tendência para ser “metabolicamente não especialistas”. Por tal, as crianças
devem ser sujeitas a uma grande variedade de desportos. Crianças especializadas num único
desporto tendem a ter mais lesões por sobreuso e a enfrentar >questões psicossociais que
podem levar à desistência no futuro.

Mecanismos glicolíticos são inferiores aos adultos, não é espectável que haja um desempenho
igual em atividades de rápida explosão e alta energia, Menor tolerância lática. Registam >
lactatémias para a mesma intensidade. Foco na programação deve girar à volta de atividades
aeróbias vs anaeróbias.

Nas crianças as respostas agudas cardiorrespiratórias, mostram: Corações menores, portanto <
volumes sistólicos e >Fc para fazer face ao esforço (< débito cardíaco que os adultos); Existem
grandes variações interindividuais, por isso não é apropriado usar as fórmulas de estimativa de
cálculo de Fc máx.! Usar a recuperação como uma variável da capacidade aeróbia.

O grande desenvolvimento da força até à puberdade, deve-se essencialmente à custa de


melhorias neuromusculares como: Melhor tx de estímulo muscular Melhor padrão de fibras
recrutadas Sincronização melhorada Mais e maior sinal eléctrico emitido via eferente
Alterações no ângulo de penação muscular Ganho de força são semelhantes aos adultos, 30%
de aumento (destreinados) em 8-12 semanas! O TREINO DA FORÇA É ESSENCIAL!

Principais diferenças fisiológicas no adulto/idoso

Respostas fisiológicas com o envelhecimento são de grande variabilidade interindividual.


Mesmo entre variáveis (há perdas de 60% numas variáveis e 10% noutras). Abordagem
individualizada é fundamental!

Densidade mineral óssea (DMO) diminui à tx de 1% a partir dos 40/50 anos; Na menopausa a
desmineralização óssea aumenta; Osteoporose (perda de qualidade e de DMO com desvio
>2,5). Osteopénia, estadio antecedente que predispõe osteoporose (prevalência de fraturas
relacionadas com osteoporose- 50% M e 12% H >50 anos). Fraturas comuns: anca, coluna e
punhos- evitar demasiada flexão na coluna vertebral, especialmente com rotação, e exercícios
perigosos! Osteoartrite (OA), doença degenerativa das articulações(dor e rigidez, joelhos,
ancas e coluna), É a > causa de disfunção no idoso!

Exercício cardiovascular e de força com carga externa, marcha, corrida, saltar à corda, treino de
alta intensidade de resistência, pode melhorar ou impedir a perda de DMO! OA-evitar impacto
ou atividades que possam inflamar articulação, fortalecimento muscular com cargas baixas,
exercício aeróbio baixa intensidade e alongamentos podem diminuir dor ao movimento.

VO2 max. reduz 30 a 40%/década. < débito cardíaco e dif. arteriovenosas. < Fc máx. (-
1bpm/ano); Fração ejeção do ventrículo esquerdo desce 85% dos 30 anos de idade para 90
anos; Vasos sanguíneos tendem a ficar + rígidos (arteriosclerose) > probabilidade de
hipertensão: Doença cardiovascular (DCV) responsável por 84% mortalidade +65 anos de
idade; Prevalência da diabetes tipo II tem aumentado na pop. idosa na última década(prediz
DCV); Tx. respiratória para qualquer atividade física é menor, < mecânica ventilatória; > rigidez
músculos respiratórios.

Exercício aeróbio (intensidade, volume certo) pode melhorar VO2 máx. cerca de 16% (treino
intervalado adaptado tem evidência forte para incremento nos resultados); Exercício aeróbio:
diminui Fc repouso no exercício submaximal, aumento do volume sistólico e reduz a rigidez
arterial; Exercício aeróbio e de força, melhora substancialmente a sensibilidade à insulina.

Desidratação

Aporte insuficiente de água no exercício físico, além da diminuição da performance, provoca


sobreaquecimento e extremando a situação pode ser fatal (como alguns casos registados em
exercício físico em meio militar). Perdas de água >4 a 5% do peso corporal ( ex. 2,5 a 3,5 L/h
homem de 70kg) existe compromisso notório da eficácia cardiovascular. Mesmo sem
desidratação, a volémia pode baixar durante o exercício entre 7 a 10%, pela transição de
fluídos para compartimentos extra celulares.

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