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A glândula mamaria é extremamente irrigada, sendo que na junção entre a glândula e o teto
há vasos mais calibrosos. A região entre o ducto papila e a cisterna do teto é denominada
roseta de Furstenberg, servindo como barreira mecânica.
LACERAÇÕES
Feridas agudas tendem a ser mais hemorrágicas, com coágulo, com tecido de aspecto mais
vivo, enquanto as crônicas já são mais pálidas, sem sangramentos, podendo ter pus e áreas de
fibrose. Também deve se avaliar a localização da ferida e sua profundidade, pois uma ferida
mesmo que seja crônica, se bem limpa e consegue aproximar as bordas de forma alinhada,
independente do período da ferida, pode-se aplicar sutura. Pelo teto ser muito irrigado,
edema de pós operatório é muito comum. Depois que reaviva o tecido, é tranquilo realizar
sutura, com dermorrafia de escolha do profissional, e se haver exposição de mucosa NUNCA
faça rafia com plano invaginante. Lacerações em região distal de teto são muito complicadas e
podem causar prejuízos futuros, por isso pode-se amputar o teto.
TELOTOMIAS
As telotomias são cirurgias cuja a principal indicação é a desobstrução do teto, por alguma
alteração que esteja dificultando a descida do leite e estenosando o canal, com obstrução
parcial, seja por lactólitos, granulomas, pólipos, por prolapso de mucosa, obstrução da roseta,
fibrose da cisterna ou formação de tecido de granulação ou fibropapilomas, muitas dessas
causas por traumas durante a ordenha, principalmente por mal ajuste da ordenhadeira. Para
cisterna do teto, não se usa bisturi de teto, se precisa ter acesso a essa região faz uso de uma
abertura cirúrgica, mas não um bisturi de teto, faz-se uma telotomia.
Para telotomias, se usa o instrumental normal que se usa para outras cirurgias quaisquer,
tendo uma tesoura de Metzembaun fina romba, sonda de teto, equipo para fazer capton, e
garrote, pois sangra muito. O procedimento pode ser feito com a vaca em estação, através de
anestesia circular. O teto não se consegue esticar a pele, e para isso coloca a sonda mamária, a
sonda entra se a obstrução for menor que 80%, do contrário o recomendado é amputação.
Coloca a sonda, estica a pele com o apoio gerado e faz o corte com o bisturi, expondo todas as
camadas. Remove o excesso de tecido e faz a sutura. A extensão da incisão deve ser suficiente
para expor a mucosa sem se prolongar e chegar no ducto do teto. A rafia, pode ser feita assim
como outras suturas para pele, fazer dermorrafia em três planos demora, e expõe muito o teto
a contaminação, principalmente se o animal estiver dando leite, por isso pode-se fazer dois
planos de colchoeiro. O primeiro plano começa de fora da pele para dentro, quando inserir a
agulha a primeira camada que deve fechar é a submucosa, com muscular se preferir, mas
jamais vai chegar até a mucosa, com fio nylon 3-0 ou 4-0, quando termina a parte distal da
borda, sai novamente para a parte externa da pele, e retorna para segunda camada, sem
cortar, apenas colocando um cápton, pegando a submucosa. Se o animal estiver dando leite,
não vai haver extravasamento e a chance de contaminação é menor. Remove o fio em 10-15d.
As principais alterações de ducto papilar são as estenoses e obstruções, sendo que é comum
principalmente em propriedades que fazem uso errado do bisturi de teto. Não
necessariamente precisa de anestesia, pois o procedimento é muito rápido, mas pode, se
conseguir passar a sonda e aplicar, porém causa mais edema do que analgesia que é o
esperado.
Além do bisturi de teto, para esses procedimentos precisa de sonda mamária, e dilatadores de
teto (serve para orientar a cicatrização sem promover a obstrução do ducto, usar ´so em
estenoses de ducto), e sempre que for ordenhar, tira o dilatador, coloca a sonda, esvazia,
passa o medicamento intramamário com a bisnaga, e coloca um novo dilatador, por pelo
menos uns 5-7d, e ao mesmo tempo ordenha com a sonda. Na base da sonda tem uma
pomada antimicrobiana e cicatrizante. NÃO USAR ORDENHADEIRA E NEM ORDENHA MANUAL.
Atb mamário por 3-5d, e se houver laceração, usar sistêmico.
MASTECTOMIAS
Antibióticos utilizados: de preferência aqueles de amplo espectro, mas cuidado com a via de
eliminação, pois dependendo do grau de sepse o animal já tem um comprometimento renal.
Usar cefalosporinas de terceira ou quarta geração, cefalo de 3 geração com gentamicina
(hidratar bem para evitar falência renal). Fazer AI sistêmico como o flunixin.