Você está na página 1de 3

Gabriela Costa e Thatiane Orsini

Infecciosas 15/03/2019

BRUCELOSE

1) Definição
Brucelose é uma doença infectocontagiosa de origem bacteriana que acomete mamíferos. Na medicina veterinária o
ramo de maior importância é a bovinocultura leiteira e que cursa com febre, aborto. Cursa com distúrbios na esfera
reprodutiva nos animais. Principal quadro clinico da brucelose bovina é o aborto no terço final da gestação, nos seres
humanos tem doença articular, e a repercussão para o ser humano é a infertilidade. Deve ser realizado monitoramento
sorológico nos animais. Doença de país de 3º mundo. O meio de infecção que mais ocorre é o manejo obstétrico.
EBS: Médicas veterinárias que ficaram estéreis ao manejar cadelas no parto que estavam infectadas. Infecção se dá
pela entrada em mucosas e soluções de continuidade de secreções contaminadas.

2) Histórico
Febre de Malta. Em 1886 soldados na ilha de Malta começaram a morrer, adquiriram febre e em pouco tempo
morriam. O grupo que estava vivo não ingeria leite de cabra, e então o epidemiologista Devid Bruce isolou uma
bactéria do leite e a nomeou de Microccus melitensis. Em 1920, um grupo de bacteriologistas renomearam em
homenagem a Devid Bruce, colocaram Brucella spp.

3) Agente
Brucella spp., cocobacilo gram negativo que tem Brucella abortus: bovinos e bubalinos, que mais
predileção pelo interior de células e por isso tem ocorre em equinos é essa, assim como de maior
extrema resistência a antibiótico terapia. importância para seres humanos tbm, por ter maior
Brucella canis: canídeos. Também possui importância, prevalência, que causa mais impacto tbm na questão
apesar de ser uma zoonose branda, estima-se que 7 a econômica. De maior importância na medicina
10% das cadelas são portadoras de Brucella canis, e o veterinária. Maior chance de encontrar. Nos seres
manejo obstétrico é a forma de infecção. humanos, nas mulheres a possibilidade de
Brucella suis: suídeos. Maior importância no Brasil em esterilidade é grande e nos homens a orquite, perda
segundo lugar, é dentro do gênero Brucella a espécie da libido, impotência, e em alguns casos é irreversível,
com maior patogenicidade. O manejo da porca sem além das dores articulares.
equipamentos de proteção individual é a fonte de Brucella melitensis: Mais patogênica de todas, mas
infecção não há no Brasil, ocorre na África.
Brucella ovis: ovinos* e caprinos. Pouca importância Brucella maris: mamíferos aquáticos
por ser pouco patogênica. Brucella neonatal

4) Aspectos epidemiológicos
Todos mamíferos podem ter. Uma espécie animal pode estar infectada por mais de uma sp. de brucelose. Na América
do Sul é o país com mais casos por ter um rebanho muito grande, por isso há uma grande prevalência de brucelose
no Brasil, mas o país precisa de um controle sanitário de maior qualidade. É tido como uma doença de país
subdesenvolvido porque brucelose pode ser controlado com vacinação, ao longo de 20 anos era p/ não ter brucelose,
em alguns estados realmente quase zerou, em 2000 no RJ tinha 7%, 2019 gira em torno de 6,5%. Condições climáticas
favorecem a brucelose, o clima tropical favorece a brucelose bovina, clima quente e úmido. Não existe variação
sazonal, mas na primavera/verão existe mais casos de brucelose porque as fêmeas parem mais nessa época do ano,
então ocorrerá mais abortamento fazendo com que os demais animais do rebanho entrem em contato com o agente.
Um outro coeficiente importante é a alta morbidade (transmissibilidade, se dissemina com facilidade entre os
animais), um feto abortado no ambiente pode manter a Brucella abortus por mais de 6 meses, nas fezes, na água, na
comida, ela permanece infecciosa por um longo tempo. Se uma vaca aborta em um lago, todos os animais que
ingerirem essa água irão se infectar, por isso é importante manter as fêmeas num piquete de maternidade, reduz o
risco de transmissão da doença. Mortalidade é baixíssima, quase zero, traz distúrbio reprodutivo, não morte.
Letalidade, o quanto essa doença é letal, o quanto ela mata num geral, apenas nos animais infectados, que é quase
zero tbm. *raiva é uma doença de alta letalidade, mas baixa mortalidade.
5) Etiopatogenia detalhada
Como a doença é gerada. Sempre começa por onde o agente entra, porta de entrada, e termina pelas vias de
eliminação, por onde o agente sai.
Brucelose bovina: boca, mucosa oral, lambe o feto abortado, come a pastagem contaminada, bebe água contaminada,
primeira parada é a nível de tonsila palatina onde ocorre a primeira replicação bacteriana, primeira bacteremia, via
hematolinfatica, e em alguns casos terá aumento de linfonodo, então segue para o útero gravídico e para o macho
para o testículo, e então segue para as portas de saída, feto abortado, placenta, secreções, no macho pp sêmen, mas
o macho ejacula na cavidade vaginal e a fêmea tem um sistema imune que neutraliza a Brucella abortus, mas em caso
de inseminação artificial sim, mas dificilmente acontece. No suíno a monta é uma forma de infecção. A vaca na primo-
infecção aborta, novilhas, no primeiro contato com a bactéria ela aborta, mas ela pode continuar gestando, não fica
infértil, apesar de ela continuar infectada, ela revitaliza as lesões a nível de cotilédone, então fica muito bem, mas
permanece como portadora e disseminadora do agente. Quanto mais avançada a gestação mais rápido a incubação,
vaca gestante demora uns 2 meses no máximo porque a bactéria já migra para o útero, se uma vaca está vazia e se
infecta, a incubação da doença demora certa de 6 meses. O aborto ocorrerá no terço final da gestação. O período de
incubação é inversamente proporcional com o tempo de gestação, quanto maior o tempo gestacional, menor o tempo
de incubação. O feto morre de fome, porque a bactéria causa placentite necrótica, no terço final da gestação o feto
já está formado, ele só irá crescer então ele precisa de uma grande demanda de nutrientes.

6) Sinais clínicos

Zoonose ocupacional, é aquela que o profissional que mais trabalha com esses animais se infecta, que no caso é o
médico veterinário. Os profissionais responsáveis por processos do abate podem se infectar entrando em contato, o
margarefi. Os indivíduos da cidade se infectam através da ingestão de leite e derivados lácteos. Os indivíduos que fazem.

7) Métodos diagnósticos
a) Diretos: isolamento, PCR, imunohistoquimica. Detecta o agente.
b) Indiretos: Anel do leite,

AAT/soroaglutinação em placa/rosa de bengala (são testes de triagem): se der positivo o proprietário pode pedir
um teste confirmatório antes de encaminhar o animal p/ o abate. Teste de triagem alta sensibilidade, qualquer
reação cruzada pode dar positivo, então pode ter falsos positivos.

2-mercaptoetanol e fixação de complemento (testes confirmatórios). Detecta marcadores que sinaliza que o
agente esteve presente. Teste confirmatório, alta especificidade, é muito especifico, só dará positivo se realmente
for, então dá muito falso negativo.

Toda vez que aumento especificidade em um teste, diminui sensibilidade, são parâmetros opostos.

Prática no laboratório

Testes confirmatórios

Tem que vacinar a fêmea de 2 a 8 meses, se não vacinar aos 24 meses pode dar positivo, mas aí são AC vacinas. Nessa
técnica então quebra IgM, só fica IgG. Duas estantes, padrão negativo. Estante com 8 tubos, 4 T na frente e 4 M (fecha
o destino do animal pq tem mercapetanol que quebra IgM) atrás, seta indicando decrecencia do número de soro e do
outro lado a id do animal. Primeiros 2, 80 microlitros de soro, depois 40, 20 e 10. Tem que esperar aglutinação AgAC,
então joga o Ag na solução. 2ml do Ag diluído nos tubos da frente, nos de trás, 1ml de mercapto etanol (quebra IgM) e
1ml de Ag mais concentrado, então homogenizo e fica na estufa por 48hrs.
Negativo, branco a turvo.
Positivo, sedimentação e o líquido fica transparente. 80 mais crônico, 10 microlitros mt agudo.
Dois diagnósticos inconclusivos no confirmatório então é positivo.
Deu positivo no AAT, já coloca em quarentena.

Testes de triagem

Teste do anel do leite: 1ml de leite no tubo de ensaio e adc o Ag azul marinho, homogeniza e põe na estufa, aí o
aglomerado de AgAC sobre com a gordura do leite formando um anel azul na superfície, no teste positivo. No teste
negativo, continua com a coluna azul e a gordura do leite sobe sem o corante.
Nesse caso precisa individualizar todos os animais do rebanho coletando amostra de sg. Realiza então o teste do AAT
no sg de todos. Homogeniza o soro com o AAT, e se aglutinar formando pontinhos rosas é a reação AgAC.

Você também pode gostar