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GLÂNDULA MAMÁRIA

A semiologia da glândula mamária tem um histórico relacionado com a evolução


do úbere e a domesticalização dos animais.
Um aspecto socio-econômico importante é a relação da glândula mamária com
a produção de leite para a sociedade – proteína animal.
Outro aspecto é a condição da alta tecnologia – ordenhadeira mecânica –
captura de leite residual.
 O leite residual predispõe à mamite!
A indústria é outro aspecto na produção de animais e seus produtos de origem.
A saúde pública também está envolvida na relação da semiologia e clínica da
glândula mamária – consumo de leite pela sociedade.

A glândula mamária é formada por quatro quartos e uma cisterna. Em cada


glândula observaremos o tecido conectivo, o lóbulo, os ácinos (produção de
leite) e a cisterna/roseta de Furstenberg.
Quando ocorre qualquer problema neurológico, isso deixará o leite ejetando
continuamente ou dificultando a saída do leite. A roseta de Furstenberg tem
uma íntima relação com problemas neurológicos.
 Cada quarto da glândula mamária é individual e está dividido por
ligamentos laterais e mediais.
Em uma propriedade, uma vaca com mamite no quarto posterior esquerdo
deve ser ordenhada primeira – ordenhando todos os quartos sadios, vai ser
isolada e depois que todas as vacas são ordenhadas, essa vaca volta e ordenha o
quarto alterado.

A veia mamária tem uma grande importância, pois quanto maior a produção de
leite, mais larga será a veia mamária por ter a grande responsabilidade de fluir
sangue por todo o úbere. Além disso, os linfonodos retromamários são muito
importantes também, pois qualquer alteração neles significará algum problema
na glândula mamária.

O controle neuroendócrino é bem interessante e importante – uma vaca com


bezerro ao pé, irá ejetar com mais facilidade o seu leite – liberação de ocitocina
por estímulo do bezerro e/ou da própria ação mecânica da ordenhadeira ou
mão do ordenhador.
O exame clínico da glândula mamária é garantir um órgão sadio ou identificar
alguma alteração – ao certificar a saúde do animal, não buscamos elementos
apenas para a clínica como também para a inspeção de alimentos de origem
animal e produção animal.

Contagem celular – Pode vir a incinuar que uma vaca tem mamite pelo
aumento da celularidade.
O aumento da celularidade é de caráter imunológico dos indivíduos – células
somáticas – em casos de lesões patógenas no organismo e o animal entra em
quadro de processo inflamatório.
Só não é com esta interpretação no período puerperal – período de produção
de colostro (rico em células – neonatos precisam adquirir essas céls
imunológicas).

EXAME DA GLÂNDULA MAMÁRIA

1. Exame de tegumento mamário (inspeção)


2. Exame dos tetos e estrututas (inspeção e palpação)
3. Exame do parênquima (inspeção e palpação)
4. Exame dos linfonodos (inspeção e palpação)

 O exame do leite e da glândula mamária precisam ser feitos em conjunto.

EXAME GERAL
1. Identificação do animal (raça, idade, tipo de produção).

2. Anamnese – Saber qual o período reprodutivo do animal (o tamanho


difere do período não reprodutivo). Saber a queixa principal, número de
lactações, evolução de lactações anteriores, fase da lactação, saber se já
houve antecedentes de traumas, condições de estabulação, saber
condições do manejo de ordenha, saber o estado de saúde das glândulas
mamárias. “Quando? Onde? Como?”.

3. Exame físico geral – Faz-se a utilizando a inspeção e palpação


basicamente. Devemos analisar o rebanho (em casos de animais de
produção) e depois avaliar o animal sozinho. Primeiramente, devemos
observar pela inspeção a condição do escore corporal/estado nutricional
da fêmea que é um fator importante para o animal adquirir habilidades
maternas e de reprodução. Avaliamos o comportamento daquele animal,
sua postura, avaliamos se há presença de secreções anormais, avaliamos
o pelame desse animal e suas constantes fisiológicas.

4. Exame físico específico

 EXAME DA PELE
Todo animal que tem trauma, possui um fator predisponente para a mamite – a
dor da lesão na ordenha faz com que o animal não seja bem ordenhado, fique
com leite residual e venha a apresentar mamite.
Precisamos analisar pela inspeção se há pápulas, vesículas, bolhas, abscessos,
feridas, petéquias e aversão dos ductos.

 EXAME DE TETOS, PARÊNQUIMA E LINFONODOS


Na palpação avaliaremos a teta e estruturas, parênquima e linfonodos
retromamários.
Ao pé da vaca, gata, cadela, égua (inspeção e palpação). Na inspeção temos que
observar o úbere por todos os ângulos para observar se há alguma alteração e
na palpação iremos avaliar a consistência do úbere, se há presença de lesões,
sensibilidade dolorosa, nodulações, a temperatura do úbere (precisa estar mais
quente que o corpo), sensibilidade, espessamento e elasticidade (teste de
exicose), se há alterações nos linfonodos, fazer movimentos de baixo pra cima
pra identificar se há obstrução dos canais. Cada glândula mamária precisa ser
palpada isoladamente.

O úbere pode ter algumas modificações com relação a forma da glândula


mamária, forma do teto, número de tetos, disposição e simetria dos tetos, não
pode ter aumento de volume da glândula e teto e nem diminuição da glândula
mamária, etc.
Na forma do teto, precisamos observar tendo atenção se hà possibilidade de
haver amamentação do bezerro.

 Teste de reversão

 EXAME DO LEITE
O leite não é examinado apenas no laboratório e sim no momento do exame
físico do animal. Dentro do exame do leite, temos parâmetros físicos, químicos,
citológico, microbiológicos e outros.
Os parâmetros físicos avaliamos as características organolépticas do leite – um
exemplo é placa de fundo escuro. Além disso, avaliamos o odor e volume do
leite. Avaliar também a consistência do leite (S/ ou A, B, C, D, F) e após avaliar se
há presença de grumos colocando-o em canecas teladas e observar o pH desse
leite (precisa estar menor que 6).
 Teste do cloreto
 Teste de XXX
 Teste CMT (mais importante!) – Teste da mastite – Avaliação quantitativa
da celularidade. Bota uma quantidade de leite e a mesma quantidade de
reagente e mistura, depois avalia pra ver se há presença de grumos.

Na análise microbiológica do leite, coletamos, levamos ao laboratório e o


mesmo dirá quais microrganismos estão presentes naquele leite.

 ORDENHA
Precisa ser rotineira, rápida, tranquila, profunda e higiênica.

É necessário ser rotineira, pois uma vaca que produz 30kg de leite por dia,
precisa ser ordenhada 3x ao dia por dia.
Não deve ser apenas uma ordenha por dia independente da produção, pois o
animal com certa quantidade de leite no úbere, pode promover mamite
naqueles animais.
Precisa ser rápida por questão de incômodo e estresse no animal. Além disso,
precisa ser tranquila.
Precisa ser profunda para não deixar leite residual no úbere.
Precisa ser higiênica por questões de saúde do animal e do leite que será
consumido posteriormente.

Mamite -> Nessa patogenia tem-se cor, rubor, calor, dor, sensibilidade e perda
da função.

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