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Introdução
Anatomia e Fisiologia
Manejo Reprodutivo
O garanhão ideal seria aquele com 3 anos ou mais, com bom temperamento,
saudável, com aparelho reprodutor funcional, apresentando sêmen de
qualidade (análise quantitativa e qualitativa), boa genética e morfologia e
com bom desempenho competitivo.
O ciclo estral nas éguas dura de 20 a 23 dias, com média de 21 dias. As fases
são o Proestro (preparação para o estro), Estro (5-8 dias – influência do
estrógeno), metaestro (fase de transição) e diestro (15-17 dias – influência da
progesterona). Fora da estação de monta, a maioria das éguas entra em
anestro, com exceção daquelas em áreas tropicais com luminosidade e calor
durante todo o ano. As éguas ovulam 24-48 horas antes do final do cio (pico
de LH).
Cio do Potro: cio que ocorre de 5 a 9 dias após o parto, e possui a função
fisiológica de “limpar” o útero e provocar a involução do mesmo, pois com a
presença de estrogênio aumenta a irrigação sanguínea, trazendo mais células
de defesa e preparando assim o útero para uma nova gestação dali a 21 dias.
Porém, dentro de uma visão comercial, normalmente esse cio é utilizado para
a cobertura da égua, a fim de emprenhá-la o quanto antes. O correto seria
avaliar os animais caso a caso e nunca cobrir ou inseminar éguas que
sofreram dificuldades no parto ou cujos úteros ainda não regrediram.
A detecção do cio é de extrema importância, para identificar o momento
correto para a cobertura. Algumas éguas apresentam o chamado “cio
silencioso”, que é quando elas não demonstram sinais típicos de cio. Nesses
casos, se faz o acompanhamento folicular para se determinar o momento da
cobertura. Além do controle folicular, a rufiação é muito utilizada para se
determinar quais éguas estão no cio. O animal para rufiação é um garanhão
apto à reprodução e deve ser calmo e experiente. Não se usam fêmeas
androgenizadas ou modificações cirúrgicas como desvio de pênis em equinos.
Pode-se utilizar a observação do temperamento da égua no cio e
acompanhamento do ciclo estral para auxiliar na identificação, mas esses
dados não devem ser observados isoladamente.
Os sinais de que a égua está no cio são: inquietação, égua se torna indócil,
temperamental, relincha, apresenta hiporexia. Na presença do reprodutor, ela
se aproxima/permite aproximação; apresenta orelhas eretas, olhos brilhantes;
eleva a cauda, deslocando para o lado; assume posição receptiva,
afastando os membros posteriores; micção frequente; vulva edemaciada e
hiperêmica; contração e abertura da vulva (“piscando”); sinais se tornam mais
claros com o avanço do cio.
Para cobrir a égua, é preciso ter certeza de que ela está no cio
(rufiação/controle folicular), caso contrário além do desperdício de sêmen ou
desgaste do garanhão ela poderá desenvolver lesões e infecção uterina, pois
a cérvix estará fechada e o endométrio com poucas células de defesa. Se a
égua for rufiada diariamente, cobrir 48h após a identificação do cio, se rufiada
em dias alternados, cobrir 24 horas após a identificação. Deve-se repetir a
cobertura ou inseminação a cada 48 horas, enquanto durar o cio, pois a égua
ovula de 24 a 48 hora antes do final do cio; e os espermatozóides resistem por
48h no trato genital da égua. O óvulo resiste por apenas 6 horas. Se houver um
controle folicular, apenas uma cobertura/inseminação pode ser necessária,
reduzindo custos e diminuindo contaminação com sêmen no trato genital da
égua.
O local para cobertura deve ser gramado, pois se houver areia ou terra, essas
partículas podem se aderir ao pênis e acabar lesionando ou contaminando o
trato genital da égua. A égua deve estar preparada, com a cauda enfaixada
e contida. O comportamento normal do garanhão na cobertura é:
aproximação; garanhão corteja égua, com encontro de focinhos e cheirando
a região perivulvar, relincha, reflexo de Flehmen; garanhão expõe o pênis e
inicia ereção; ocorre a monta; garanhão introduz o pênis; ejaculação
(sapateia no mesmo local, cauda em bandeira); relaxamento e descida.
Biotecnologia de Reprodução
Controle Reprodutivo
Diagnóstico de gestação: quando a égua não repete cio em 15-16 dias após
a ovulação, é um indicativo importante. Outro sinal é a melhora no estado
geral do animal, que pode ser observado ao redor dos 30 dias. O exame
ginecológico permite identificar com precisão se a égua está gestando, a
partir dos 12 dias:
Gestação:
Parto
A via fetal, caminho por onde passa o feto, é dividida em mole e dura. A mole
é composta pela cérvix, vagina, vestíbulo vaginal, ligg. Sacroisquiáticos e
vulva; enquanto que a dura é representada pelo íleo, ísquio, pube, sacro e
vértebras coccígeas. Existem três pontos de constrição principais: cérvix, anel
himenal e vulva.
• Auxilia na lubrificação
Cuidados no parto: NÃO se deve interferir no parto normal, porém esse deve
ser observado. Normalmente os partos ocorrem à noite: 75-85% (Anderson,
2008). A égua pode estar em estação ou decúbito, porém é mais comum que
se deite quando a fase de expulsão tem início. O ambiente dvee ser tranqüilo,
sem outros animais ou pessoas estranhas. O melhor local é um piquete
maternidade, pois permite à égua caminhar e é menos contaminado. Por
comodidade ou condições climáticas, muitas vezes o parto é realizado em
baias-maternidade, o que facilita a observação, porém é mais contaminado.
Só se deve interferir no parto se alguma das fases passar do tempo normal ou
a estática fetal estiver anormal. A estática fetal normal do potro é
apresentação longitudinal anterior, posição superior e atitude flexionada.
O parto distócico é considerado emergência. Não se faz cesárea
rotineiramente nas éguas, pois estas são muito sensíveis à infecção e a taxa de
mortalidade é muito alta para os potros e relativamente alta para as éguas,
que mesmo quando sobrevivem podem apresentar problemas reprodutivos.
Pode-se verificar se feto está vivo pressionando os olhos (ele irá afastar a
cabeça) ou colocando a mão na boca do mesmo (reflexo de sucção). Se ele
estiver morto, algumas vezes é melhor realizar uma fetotomia do que tentar
reposicionar o feto ou realizar cesárea.
As manobras realizadas para auxiliar o parto são a tração e o
reposicionamento fetal. Durante a tração, é importante respeitar o ângulo
correto. Até a saída da escápula (paleta), deve-se tracionar 45° para cima
(em direção à coluna da mãe), após a paleta deve-se tracionar
horizontalmente e após a pelve a tração deve ser feita 45º para baixo. Deve-
se tracionar um dois membros anteriores à frente do outro, para diminuir o
diâmetro dos “ombros”, que é o ponto mais difícil de passar pelo canal do
parto. No máximo 2 a 3 pessoas podem tracionar ao mesmo tempo, sempre
acompanhando as contrações e após conferir que o potro está com estática
normal. O reposicionamento fetal é realizado com mucilagem (lubrificante),
luvas e uso de cordas obstetrícias, sempre que o feto estiver vivo e com
estática fetal anormal. Deve-se devolver o feto ao útero e reposicioná-lo,
prendendo a mandíbula e os membros que estavam para fora com as cordas
para facilitar o reposicionamento. Para devolver o feto ao útero, empurrá-lo
sempre nos intervalos entre as contrações uterinas.