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APOSTILA
REPRODUÇÃO EM EQUINOS
REPRODUÇÃO EM EQUINOS
A indústria equina mundial exerce importante papel como fonte geradora de renda e
empregos. Em nosso país, o rebanho efetivo é de cerca de 8,5 milhões de equinos e
1,2 milhões de muares e jumentos. A equideocultura no país é responsável pela
geração de 600 mil empregos diretos e 3,2 milhões de empregos indiretos (CNA,
2006). Não há equideocultura sem reprodução, por isso a importância da mesma na
criação de equinos.
É essencial lembrar que cada animal do plantel é registrado com nome e número,
tendo um valor e tratamento individual. Cada potro é muito importante para o criador.
Outra característica da reprodução em equinos é o uso de técnicas avançadas de
forma corriqueira, como o uso de ultrassonografia (US) no acompanhamento dos
folículos ovarianos, determinando o momento exato da ovulação, inseminação
artificial (IA) com sêmen resfriado ou congelado, transferência de embrião (TE). É
preciso profissionais capacitados para trabalharem com reprodução de equinos.
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Tanto no macho quanto na fêmea, esses sistemas são regulados principalmente por
feedback (retroalimentação).
MANEJO REPRODUTIVO
O garanhão ideal seria aquele com 3 anos ou mais, com bom temperamento,
saudável, com aparelho reprodutor funcional, apresentando sêmen de qualidade
(análise quantitativa e qualitativa), boa genética e morfologia e com bom
desempenho competitivo.
A égua ideal entraria na reprodução a partir dos 3 aos 5 anos, tendo de preferência
18 anos no máximo, saudável, aparelho reprodutor funcional e boa conformação de
vulva, boa habilidade materna, boa genética e morfologia e bom desempenho
competitivo.
A estação de monta nos equinos vai de setembro a fevereiro na maioria das raças,
que é exatamente onde ocorre a maior parte dos cios férteis. No caso do puro
sangue inglês (PSI), a estação de monta se inicia em 15 de agosto indo até 15 de
janeiro, para acompanhar o calendário das corridas. Os cavalos fazem “aniversário”
todos ao mesmo tempo quando o ano muda, independente do mês de nascimento,
isso é chamado de ano hípico. Isso quer dizer que dois potros podem competir
juntos na mesma categoria mesmo tendo meses de diferença. Por isso é tão
importante na equideocultura obter potros “do cedo”, ou seja, aqueles que nascem
de éguas cobertas logo no início da estação de monta. Além dos produtos terem
vantagem de desenvolvimento sobre os concorrentes, a égua possui mais tempo
para emprenhar antes que a estação de monta acabe.
O ciclo estral nas éguas dura de 20 a 23 dias, com média de 21 dias. As fases são o
Proestro (preparação para o estro), Estro (5-8 dias – influência do estrógeno),
metaestro (fase de transição) e diestro (15-17 dias – influência da progesterona).
Fora da estação de monta, a maioria das éguas entra em anestro, com exceção
daquelas em áreas tropicais com luminosidade e calor durante todo o ano. As éguas
ovulam 24-48 horas antes do final do cio (pico de LH).
Cio do Potro: cio que ocorre de 5 a 9 dias após o parto, e possui a função fisiológica
de “limpar” o útero e provocar a involução do mesmo, pois com a presença de
estrogênio aumenta a irrigação sanguínea, trazendo mais células de defesa e
preparando assim o útero para uma nova gestação dali a 21 dias. Porém, dentro de
uma visão comercial, normalmente esse cio é utilizado para a cobertura da égua, a
fim de emprenhá-la o quanto antes. O correto seria avaliar os animais caso a caso e
nunca cobrir ou inseminar éguas que sofreram dificuldades no parto ou cujos úteros
ainda não regrediram.
Os sinais de que a égua está no cio são: inquietação, égua se torna indócil,
temperamental, relincha, apresenta hiporexia. Na presença do reprodutor, ela se
aproxima/permite aproximação; apresenta orelhas eretas, olhos brilhantes; eleva a
cauda, deslocando para o lado; assume posição receptiva, afastando os membros
posteriores; micção frequente; vulva edemaciada e hiperêmica; contração e abertura
da vulva (“piscando”); sinais se tornam mais claros com o avanço do cio.
Para cobrir a égua, é preciso ter certeza de que ela está no cio (rufiação/controle
folicular), caso contrário além do desperdício de sêmen ou desgaste do garanhão
ela poderá desenvolver lesões e infecção uterina, pois a cérvix estará fechada e o
endométrio com poucas células de defesa. Se a égua for rufiada diariamente, cobrir
48h após a identificação do cio, se rufiada em dias alternados, cobrir 24 horas após
a identificação. Deve-se repetir a cobertura ou inseminação a cada 48 horas,
enquanto durar o cio, pois a égua ovula de 24 a 48 hora antes do final do cio; e os
espermatozoides resistem por 48h no trato genital da égua. O óvulo resiste por
apenas 6 horas. Se houver um controle folicular, apenas uma cobertura/inseminação
pode ser necessária, reduzindo custos e diminuindo contaminação com sêmen no
trato genital da égua.
O local para cobertura deve ser gramado, pois se houver areia ou terra, essas
partículas podem se aderir ao pênis e acabar lesionando ou contaminando o trato
genital da égua. A égua deve estar preparada, com a cauda enfaixada e contida. O
comportamento normal do garanhão na cobertura é: aproximação; garanhão corteja
égua, com encontro de focinhos e cheirando a região perivulvar, relincha, reflexo de
Flehmen; garanhão expõe o pênis e inicia ereção; ocorre a monta; garanhão
introduz o pênis; ejaculação (sapateia no mesmo local, cauda em bandeira);
relaxamento e descida.
Na monta controlada em piquete, a égua com sinais claros de cio e garanhão são
colocados juntos em um piquete pequeno, sob observação (após rufiação à
distância). Nesse sistema, um garanhão pode fazer de 1 a 2 coberturas por dia, com
descanso de um dia na semana. As vantagens são: controle das datas de cobertura,
possibilidade de intervenção em caso de brigas, possibilidade de realizar higiene
prévia, utilização racional do garanhão. A desvantagem seria o maior risco de
acidentes. Esse sistema funciona para animais experientes e não agressivos.
Na monta dirigida, a égua é preparada para a monta: limpeza da vulva com papel
toalha, a cauda é enfaixada, imobilização com peia, uso de cabresto e cachimbo, se
necessário. O garanhão é levado até a égua para realizar o salto, com cabresto ou
cabeçada. As vantagens são o controle das datas de cobertura, possibilidade de
intervenção, uso racional do garanhão, segurança para funcionários e animais. A
desvantagem seria maior utilização de mão-de-obra e baixo grau de bem estar
animal, principalmente para a égua, que muitas vezes é contida de forma dolorosa.
BIOTECNOLOGIA DE REPRODUÇÃO
Quarto de milha: sêmen só pode ser utilizado até o ano hípico da morte do
reprodutor
Crioulo: somente sêmen fresco, na propriedade; em casos de incapacidade
adquirida de monta natural, com autorização da associação. Transferência de
embrião: égua doadora só registra um produto/ano
CONTROLE REPRODUTIVO
Diagnóstico de gestação: quando a égua não repete cio em 15-16 dias após a
ovulação, é um indicativo importante. Outro sinal é a melhora no estado geral do
animal, que pode ser observado ao redor dos 30 dias. O exame ginecológico permite
identificar com precisão se a égua está gestando, a partir dos 12 dias:
GESTAÇÃO
A via fetal, caminho por onde passa o feto, é dividida em mole e dura. A mole é
composta pela cérvix, vagina, vestíbulo vaginal, ligg. Sacroisquiáticos e vulva;
enquanto que a dura é representada pelo íleo, ísquio, pube, sacro e vértebras
coccígeas. Existem três pontos de constrição principais: cérvix, anel himenal e vulva.
Se mãe não cuidar do potro, por inexperiência ou morte, deve-se secar o neonato
com uma toalha caudo-cranialmente para estimular a respiração, retirando os
líquidos das vias aéreas e limpar as narinas. Se ele não respirar, deve-se espalmar
o abdome, com o potro sendo segurado pelos membros traseiros e molhar a cabeça
do potro com água fria, que também estimula a respiração. Se mãe morrer, além do
fornecimento de colostro de um banco de colostro, é preciso cuidar da alimentação.
Se for possível, deve-se arrumar uma ama de leite, normalmente uma égua que
perdeu a cria, porém deve-se tomar cuidado para verificar se ela não irá rejeitá-lo.
Outra opção é a alimentação com sucedâneo comercial ou caseiro, à base de leite
de vaca desnatado. O potro deve ser amamentado de hora em hora, nunca mais
que 10% do peso vivo/dia, inicialmente com uma madadeira e posteriormente com o
uso de um balde. O potro órfão ou rejeitado deve ser reunido a outros animais de
sua idade assim que for possível.
Produção, Edição, Elaboração e Revisão de Texto:
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