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VIVÊNCIAS DA PATERNIDADE NO CONTEXTO DO PUERPÉRIO

FLÁVIO LÚCIO DE ALMEIDA LIMA; THAIS NAYARA ANDRADE DE SOUSA

RESUMO
O puerpério é um período de grandes transformações, seja no corpo físico da mulher, no seu
estado emocional e também na constituição familiar. É no puerpério que se faz a adaptação
efetiva das funções parentais e que exige do casal esforços que podem comprometer a saúde
mental de ambos, mãe e pai, bem como o vínculo saudável no trinômio pai-mãe-bebê. Neste
sentido, o objetivo desse estudo é compreender as vivências da paternidade no contexto do
puerpério. Tratar-se-á de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, de natureza
exploratória e descritiva. A pesquisa foi realizada no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida
(ISEA), localizado na cidade de Campina Grande-PB, serviço de saúde considerado de
referência na assistência a mulheres grávidas e parturientes. Participaram, até o momento, do
estudo 07 homens-pais, maiores de 18 anos, residentes na Paraíba e que estejam acompanhando
o puerpério de suas mulheres/parceiras. Serão utilizados como instrumentos: a) Entrevista
semiestruturada: será baseada num roteiro de entrevista criado a partir de informações coletadas
na literatura recente; b) Questionário sócio demográfico e clínico: composto por questões que
buscará traçar um perfil sócio demográfico e clínico da amostra, a exemplo de idade, renda,
profissão, forma de participação no pré-natal, etc. Os dados do questionário sociodemográfico
e clínico serão analisados por meio de estatística descritiva, enquanto os dados das entrevistas
serão analisados por Análise Categorial Temática . Espera-se que o estudo contribua para a
compreensão do protagonismo e atuação do pai no momento do puerpério, tendo em vista que
a parentalidade no início da vida do bebê encontra-se focada na mãe. Fato este que pode
comprometer a saúde mental materna. Uma visão integralizada no ciclo gravídico-puerperal
pode facilitar a efetivação de políticas para a família e melhorias na assistência em saúde
reprodutiva.

Palavras-chave: Saúde do homem; Saúde Reprodutiva; Neonatalidade; Ciclo gravídico


puerperal; Hospital.

1 INTRODUÇÃO

O ciclo gravídico-puerperal corresponde ao processo de reprodução humana o qual é


composto pelo pré-natal, parto e puerpério. Sabe-se que este ciclo em si traz mudanças para a
mulher, sobretudo no que se refere ao fisiológico. É na mulher que a gravidez e suas
repercussões psicossociais ocorrem de forma mais concreta e expressiva. Desde a fecundação
até os cuidados neonatais, o corpo da mulher se modifica para a acomodação e desenvolvimento
do feto e, posteriormente, para a manutenção do bebê, a exemplo do período gestacional e da
amamentação, respectivamente. Neste sentido, historicamente, sempre se atribuiu à mulher o
papel reprodutivo. O ideário da mulher-mãe institucionalizado socialmente restringe muitas
vezes a parentalidade ao feminino, fato este que torna as etapas do ciclo gravídico-puerperal
vivências apenas do feminino.
Não obstante, é importante observar que o ciclo gravídico-puerperal também traz
transformações psicossociais para a família como o todo, para o casal e os papéis parentais
atuados tanto por mulheres quanto por homens. Pensar este momento da vida do casal e da
família de forma integralizada pode ser motivo de saúde mental materna, paterna e familiar.
Nesta perspectiva, a atuação do pai na perinatalidade e neonatalidade surge como um aspecto
relevante a ser debatido, uma vez que o homem-pai ainda se vê invisível ou mesmo
marginalizado do processo reprodutivo, seja na gravidez, parto e pós-parto. De acordo com a
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (2008): “{...}A paternidade não deve
ser vista apenas do ponto de vista da obrigação legal, mas, sobretudo, como um direito do
homem a participar de todo o processo{...}”, sendo assim a participação do pai é fundamental
e um direito do mesmo.
A vivência da paternidade no processo reprodutivo tem sido foco de interesse nos
estudos da paternidade (KROB; PICCININI; SILVA, 2009; GONÇALVES et al, 2013;
SANTOS; ANTÚNEZ, 2018; MEDEIROS; PICCININI, 2019), embora ainda aconteça de Comentado [TS1]: ref
forma incipiente. De acordo com Medeiros e Santos (2009), o cuidado que o pai exerce com o
recém-nascido ocorre de maneira limitada, já que suas ações, frequentemente, são mediadas por Comentado [TS2]: ref
terceiros. Por sua vez, Serafim e Lindsey (2002) afirmam que, nos primeiros meses do bebê, os
Comentado [TS3]: ref
cuidados perinatais e neonatais dedicados pelo pai ao bebê acabam sendo mantidos de forma
periférica, o que denota uma relação paterna bem limitada no início da vida do bebê. Tais
pressupostos da literatura denotam o quanto a atuação do pai frente ao ciclo gravídico-
puerperal, em particular o puerpério, é acompanhada por incertezas e falta de autonomia. De
acordo com Matos et al (2017), esse tipo de comportamento é estabelecido já que a mulher, Comentado [TS4]: ref
muitas vezes, pode não valorizar totalmente os conhecimentos tidos pelo pai, o mesmo
comportamento é exposto pela família e profissionais de saúde o que leva o homem a acreditar
que os cuidados perinatais e neonatais paternos são irrelevantes. Medeiros e Santos (2009)
mostram que por mais que tenha havido uma maior participação dos pais no período puerperal,
essa cooperação se restringiu, em sua maior parte, à realização de tarefas domésticas.
Segundo Ribeiro et al (2015), os sentimentos paternos se manifestam de forma amena Comentado [TS5]: ref
na descoberta da gravidez e se intensificam com a proximidade do parto, visto que esse pai
vivencia diferentes emoções, por vezes ambivalentes e contraditórias. De acordo com a Fiocruz
(2021), especificamente, o puerpério é a etapa do processo reprodutivo que ocorre logo após o Comentado [TS6]: ref
parto a qual dura no mínimo 45 dias. É neste momento que a mulher se recompõe da gravidez
e do parto. A ação hormonal, em grande parte decorrente da amamentação, influencia no estado
emocional e psicológico da mãe. Além da amamentação, a mulher tenta se adaptar a mudanças
decorrentes do parto e da vinda do bebê as quais afetam a família e a vida do casal, tendo em
vista a existência do bebê e os cuidados neonatais. Assim, é no puerpério que se faz a adaptação
efetiva das funções parentais e que exige do casal esforços que podem comprometer a saúde
mental de ambos, mãe e pai, bem como o vínculo saudável no trinômio pai-mãe-bebê.
Neumann (2013) defende que o amparo do acompanhante é fundamental na parturição,
a pesar de que muitas vezes é o profissional da medicina que aciona o acompanhante durante o
evento, tendo em vista a falta de conhecimento do direito legal ao acompanhamento durante o
trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, garantido pela Lei Nº 11.108/2005 (BRASIL,
2005).De acordo com Dodou (2014) o pai da criança, quando devidamente orientado, pode vir Comentado [TS7]: ref
a ser um protagonista dessa função . Porém, é preciso enfatizar que nem sempre a mulher tem Comentado [TS8]: ref
essa opção de escolha, visto que algumas instituições permitem e até estimulam a presença de
um acompanhante no parto, e outras restringem totalmente essa questão.
De acordo com Dickstein, Maldonado e Nahoum (1996) “o puerpério é um período em Comentado [TS9]: ref
que a mulher fica bastante vulnerável, com sentimentos de insegurança, ansiedade e muitas
dúvidas sobre como cuidar corretamente do bebê”. Por sua vez, Andrade et al (2015) ressaltam Comentado [TS10]: ref
que, culturalmente, os cuidados relacionados à mãe e ao bebê são direcionados a pessoas do
sexo feminino, justamente por trazerem uma bagagem sociocultural relacionada a atenção e
cuidado. Tal fato corrobora a realidade de invisibilidade paterna no período puerperal.
Neste sentido, as vivências decorrentes da paternidade nesse contexto podem influenciar
também em tais questões, o que denota o quanto o protagonismo e atuação do pai no puerpério
é importante para a saúde materna e da família. Fica então evidente o quanto a presença de um
acompanhante é importante durante a gravidez, o parto e no período puerperal. Araújo (2021) Comentado [TS11]: ref
afirma que o diálogo é o mais importante laço no puerpério, já que muitas mudanças estão
ocorrendo no âmbito da constituição familiar. Um relacionamento fundamentado no diálogo
pode propiciar um melhor entendimento sobre as demandas do casal e do bebê, é um ótimo
auxiliador no suporte emocional da mãe e até mesmo para ajudar numa rede de apoio para a
amamentação. Sendo assim, é possível entender que a presença do pai ou companheiro se faz
necessária no processo de puerpério.
Ressalta-se que o contexto de vida do homem muitas vezes não favorece essa vinculação
inicial com o bebê, fato que torna ainda mais complexa a relação paternidade-puerpério. Um
exemplo disso é o fato do homem dispor de pouco tempo integral no contato com o filho/a
recém-nascido/a, a disparidade da licença maternidade em detrimento a licença paternidade
distancia o homem do contato integral com o bebê e sobrecarrega a mãe em sua função parental.
De acordo com a Constituição Federal o período de licença paternidade é de cinco dias corridos,
com início a partir do nascimento do filho (BRASIL, 1988). A licença paternidade consiste em Comentado [TS12]: ref
uma licença remunerada concedida ao trabalhador que, posteriormente ao nascimento do/a
filho/a, tem o direito de desfrutar. Conforme o Art 7°, Inciso XIX, da Constituição Federal:
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: [...] XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;”. Também nessa
orientação, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, instituiu o Programa Empresa Cidadã e
de acordo com os Parágrafos I e II da lei, de forma respectiva, a mesma proporciona a
prorrogação por 60 dias da licença maternidade e por 15 dias da licença paternidade, porém,
apenas as empresas que trabalham com esse programa podem promover essa extensão das
licenças maternidade e paternidade aos seus funcionários.
2 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1- Tipo de pesquisa


Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, de natureza
exploratória e descritiva.
5.2- Local da pesquisa
A pesquisa está sendo realizada no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA),
localizado na cidade de Campina Grande-PB. O referido instituto é considerado de referência
na assistência a mulheres grávidas e parturientes, oferecendo ações de assistência que vão desde
do pré-natal ao puerpério.
5.3- População e participantes
Participaram do estudo até o presente momento 07 homens-pais que estavam
acompanhando o puerpério de suas mulheres/parceiras. Foram utilizados como critérios de
inclusão e exclusão os seguintes fatores, a saber:
Critérios de Inclusão: 1. Ser pai biológico do recém-nascido; 2. Ser maior de 18 anos; 3. Estar
sendo assistido pelo ISEA; 4. Estar acompanhando o puerpério da mulher/parceira.
Critérios de Exclusão: 1. Não responder o TCLE; 2. Responder de forma incompleta os
instrumentos; 3. Não dispor de condições para responder os instrumentos.
5.4- Instrumentos
Com o intuito de atender aos objetivos propostos, foram utilizados os seguintes
instrumentos, a saber:
a) Entrevista semiestruturada: foi aplicada uma entrevista semiestruturada com base
num roteiro de entrevista criado a partir de informações coletadas na literatura recente.
b) Questionário sócio demográfico: foi aplicado um questionário contendo informações
que objetivavam traçar um perfil sócio demográfico dos participantes, a exemplo de idade,
renda, profissão, forma de participação no pré-natal, etc.
5.5- Procedimento de coleta de dados
Após a aprovação e emissão do parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Campina Grande (CEP/HUAC/UFCG), CAAE
66255222.3.0000.5182, Parecer 5.913.839, foi procedida a coleta de dados. Primeiramente, foi
feito um contato prévio com a instituição para apresentar a proposta da pesquisa, bem como
para identificar o melhor horário e local para as entrevistas serem aplicadas. Posteriormente,
foi feito um contato inicial com cada participante no sentido de esclarecimento dos objetivos
da pesquisa, solicitação da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
e agendamento da entrevista.
5.6- Riscos e Benefícios
Considerou-se benefícios do estudo a compreensão de fatores que envolvem a formação
em psicologia clínica e a sua influência na vida profissional, tais elementos podem servir de
base para intervenções junto a este público no sentido de promoção de saúde mental no mercado
de trabalho em psicologia. No que tange os riscos da pesquisa, este estudo oferece riscos
mínimos ao participante, como por exemplo um breve estado de desconforto em decorrência de
alguma (s) pergunta (s) contida(s) nos instrumentos que possa(m) causar constrangimento em
algumas pessoas. Na busca de minimizar tais riscos, caso existisse algum desconforto, o
pesquisador se colocou à disposição para amenizar os possíveis danos ocasionados através de
escuta psicológica.
5.7- Tratamento e análise dos dados
Os dados do questionário sociodemográfico e clínico estão tendo tratamento analítico por
meio de estatística descritiva. A Análise Categorial Temática proposta por Figueiredo (1993)
está sendo utilizada na análise dos dados da entrevista semi-estruturada. Tal forma de análise
apresenta fases cujo objetivo é encontrar classes temáticas provenientes das falas dos
participantes e, em seguida, a elaboração de categorias e suas respectivas subcategorias.
5.8- Aspectos éticos
Conforme citado anteriormente, o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande / HUAC/ UFCG, para certificar o
seguimento das normas do Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução N° 466/2012
que estabelece as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres
humanos. Sendo assim, e obedecendo à resolução supracitada, os objetivos da pesquisa foram
explicitados ao participante no ato inicial de aplicação dos instrumentos de pesquisa, onde foi
solicitado a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Além disso,
também foram explicitados os riscos e benefícios da pesquisa a cada participante e informado
o caráter voluntário de participação no estudo. Buscou-se fazer o agendamento das entrevistas
para que fosse garantido um momento/horário em que o participante não sofresse interrupções
e um ambiente com sigilo de informações.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

1. Perfil sociodemográfico dos participantes


Até o momento 07 participantes foram entrevistados e responderam o questionário
sociodemográfico e semi-estruturado. As respostas do questionário foram analisadas e
correspondem aos resultados que seguem. A média de idade estabelecida entre os participantes
foi de 37 anos e 3 meses. Todos os participantes encontravam-se dentro da faixa de renda de 1
a 2 salários mínimos. Três (03) participantes responderam estar em união estável, dois (02)
eram solteiros, um (01) casado e um (01) divorciado. No que se refere a orientação sexual, todos
os participantes informaram ser heterossexual.
Sobre o local de moradia, quatro (04) afirmaram ser provenientes da zona rural e três
(03) da zona urbana. Tal realidade acontece, possivelmente, devido o Instituto de Saúde Elpídio
de Almeida (ISEA) ser uma referência regional na assistência perinatal, o que abrange não
apenas o município de Campina Grande, mas também municípios circunvizinhos com
população menor.
Em relação a vida profissional, a forma de trabalho respondida variou entre o trabalho
formal (02) e o autônomo (04), assim como as duas formas concomitante (02). Ressalta-se que
apenas um (01) participante respondeu estar desempregado.
Dentre a escolaridade dos participantes, dois (02) possuem o ensino médio completo,
três (03) possuem o ensino médio incompleto, um (01) possui o ensino fundamental incompleto
e um (01) possui o ensino superior incompleto. Seis (06) pais alegaram que sempre
acompanham as companheiras e, apenas, um (01) pai alegou que quase nunca está presente.
Dos pais entrevistados, dois (02) tem apenas um filho, três (03) tem dois filhos, sendo um dos
filhos de um desses pais adotivo, os outros dois pais possuem três (03) e quatro (04) filhos,
respectivamente.
2. Classes temáticas e Categorias emergentes das entrevistas
De acordo com a análise das entrevistas coletadas, até o momento, foi possível fazer a
elaboração das seguintes Classes Temáticas e Categorias, conforme o quadro abaixo:

Classe Categoria Fragmento de fala


temática
“{...}é você estar mais próximo do seu filho e da sua esposa,
Atenção dar atenção.“ (Pai 1)
Realização “{...}é um momento de muita felicidade{...}”(Pai 6)
“É uma responsabilidade grande, a partir do momento que
Responsabilidade entra um filho na vida a pessoa muda totalmente, é uma
responsabilidade para a vida inteira“(Pai 6)
{...}ser pai é ser um provedor, não deixar faltar nada, porque
Paternidade Prover só ser pai é fácil, né? mas quando você provê educação,
carinho, amor…{...}(Pai 7)
Ensinar ”{...}precisamos ensinar a ele o caminho.”(Pai 7)
Momento único ”{...}é um momento único porque em cada gravidez é um
momento único.”(Pai 3)
”Nesse momento tem que ter o máximo de cuidado. Cuidado
Cuidado com a esposa, com o bebe, são os principais.”(Pai1)
Pai 3:”O resguardo é bom para a mulher para ela descansar,
Puerpério Descanso né? de um período que ela tava grávida e merece um
descanso de tanto peso que ela carregou, né?”(Pai 3)
”Esse momento é importante, é o momento que a gente fica
Vínculo afetivo mais afetivo, fica voltado para o lado da família.”(Pai 7)
Suporte ”É um momento difícil para a mulher, né? a pessoa tem que
tá ajudando.”(Pai 6)
Presença {...}”mas muito amor, carinho, mostrando para ela que eu
estou presente e que ela pode contar comigo em todos os
momentos. O casamento é feito disso.”(Pai 2)
Atuação Participação {...}”Estou fazendo de tudo para participar de tudo com ela e
Paterna com a criança, ajudar e dar todo o apoio que eles
precisam.”(Pai 1)
{...}”estou presente tanto aqui quanto em casa porque temos
Sobrecarga outro filho de 9 anos, tudo sou eu que estou resolvendo, tudo
tem que ser eu, corro para um lado corro para o outro. Hoje
mesmo eu fiz o registro do nosso filho. “(Pai 7)
{...}” é muito importante, mas é pouquíssimo, pouquíssimo
Dificuldades tempo, só 5 dias. {...} É muito pouco tempo, hoje a gente tá
Licença praticamente no segundo dia, é meu segundo dia aqui com
Paternidade ela e com a criança. A minha esposa está precisando de mim
para tomar banho, ela tá cirurgiada, foi cesárea, aí como é
que ela vai se virar se ela precisa de meses de recuperação?
de um a dois meses de recuperação.”(Pai 2)
4 CONCLUSÃO
A pesquisa encontra-se em processo de coleta, transcrição e análise de entrevistas. Neste
sentido, a próxima etapa a ser realizada é a complementação da amostra e, por conseguinte, a
análise e discussão dos dados referentes à entrevista. Porém, é possível observar dificuldades
diversas enfrentadas pela figura paterna no puerpério, como, por exemplo a limitação imposta
pela licença paternidade.
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