Você está na página 1de 38

Veterinarian Docs

www.veterinariandocs.com.br

Avicultura

Fisiologia da Reprodução
Introdução

A produção é influenciada por alguns fatores como:

-Tempo de luminosidade (fotoperíodo): é o fator mais importante;

-Presença de alimentos: a restrição alimentar diminui a capacidade


reprodutora;

-Choco: poedeiras comerciais não possuem instinto para o choco, apenas


galinhas caipiras;

-Muda de penas;

Fotoperiodismo

A atividade sexual de muitas aves é sincronizada com a estação do ano ótima


para a garantia de sobrevivência da prole. Observou-se que a estimulação é não-
retiniana, pois a retirada do globo ocular não interfere na atividade reprodutiva,
demonstrando que a recepção é extra-retiniana, ou seja, não ocorre através da visão
como se imaginava. As codornas japonesas sem olhos têm os ovários aumentados pela
maior incidência de luz, mas deixam de responder aos períodos curtos, indicando que ao
contrário, os olhos são mais importantes para a regressão gonadal no fotoperíodo curto.
A recepção pode ser feita por receptores fotossensíveis no hipotálamo.

Quanto mais luz, maior é a atividade sexual. Isso é um fator muito importante
na produção industrial de aves, onde se utilizam técnicas de manipulação de fotoperíodo
para aumentar a eficiência e produção. O tempo total é menos importante do que o
tempo de exposição a luz em intervalos curtos e corretamente espaçados.

1
www.veterinariandocs.com.br
A estimulação aumenta do solstício de inverno ao solstício de verão (do dia 21
de junho ao dia 21 de dezembro). No hemisfério norte ocorre o contrário.

Quanto mais longe da linha do equador maior é a pressão do fotoperíodo.

Intensidade Luminosa: não deve ser confundida com a duração do fotoperíodo.


Utiliza-se 10 lux na altura da cabeça da ave e sempre deve-se aferir a intensidade com
luxímetro.

Fisiologia e Funcionalidade do Aparelho Genital Feminino

O aparelho genital das aves domésticas é composto por um ovário e um oviduto,


que se localizam do lado esquerdo da cavidade abdominal da ave. Durante o período
embrionário, o oviduto e o ovário do lado direito estão inicialmente presentes.
Entretanto, a produção de substâncias inibidoras do ducto de Müller (origem do
oviduto) pelo ovário resulta em regressão do ducto direito e do ovário direito, mas não
do esquerdo. O ducto esquerdo é aparentemente protegido por apresentar maior número
de receptores para estrogênio, sendo assim, mais sensível ao estrogênio que o ducto
direito. Aparentemente o estrogênio impede a ação de substâncias inibidoras do ducto
de Müller.

O ovário esquerdo apresenta função celular e endócrina. Está firmemente


aderido à parede corporal dorsal, colocado intimamente no pólo anterior do rim
esquerdo. Seu tamanho depende do estado funcional em que a ave se encontra. A cor é
amarelada com matizes rosados, de forma arredondada a poligonal, lobulado e friável,
apresentando folículos com ovócitos

Na região útero-vaginal estão localizadas as glândulas hospedeiras de


espermatozóides. Os espermatozóides ali se armazenam após a inseminação artificial ou
monta natural, para se deslocarem via ascendente em direção ao infundíbulo. As
glândulas hospedeiras funcionam como mantenedoras da capacitação espermática e,
conseqüentemente, das futuras fecundações. Estas glândulas armazenam
espermatozóides durante um período de 3 a 4 semanas em galinhas e 8 a 15 semanas em
peruas, embora a percentagem de ovos férteis começa a cair dentro de 5-7 dias na
galinha e de 14-21 dias na perua.

Hormônios

Uma das principais funções dos ovários é a produção de hormônios esteróides,


essenciais para o crescimento e função do trato reprodutivo.

Progesterona: atua na secreção de albúmen e indução do pico de LH.

Androgênios: atuam em características sexuais secundárias (crista e barbela).

Estrogênios: atuam na síntese da gema pelo fígado, mobilização de cálcio dos


ossos medulares para a glândula da casca.

2
www.veterinariandocs.com.br
Órgão Produtor Hormônio Órgão Alvo Função

Hipotálamo GNRH I e II Adenohipófise Estimular síntese de LH e FSH

VIP Neurohipófise Estimular síntese de prolactina

Adenohipófise LH Ovário Síntese de esteróides e maturação/ruptura de


folículo
FSH Ovário
Maturação do ovário
Prolactina Hipotálamo/Ovário
Inibição do GNRH e regressão ovárica

Folículos Primários Estrógenos Fígado Estimular lipogênese

Andrógenos Oviduto Estimular crescimento

Osso medular Estimular crescimento

Cristas Estimular crescimento e cor

Penas Estimular empenamento e troca

Sínfise púbica Estimular alargamento

Folículos F1 e F2 Progesterona Hipotálamo Estimular síntese de GNRH

Prostaglandinas PGF2α Contração do útero

PGF2 Abertura de útero e vagina

Neuroendrocrinologia

O sistema reprodutivo é basicamente regulado pelo eixo hipotalâmico-hipofisiário-


gonadal. O GNRH estimula o LH que é responsável por estimular a produção de
progesterona no folículo maturo, além de provocar o rompimento do folículo e a
ovulação. No macho, o LH age nos testículos e induz a produção de androgênios. Em
aves ocorre a presença de outro hormônio hipotalâmico importante, que é o peptídeo
intestinal vasoativo (VIP). Este hormônio foi inicialmente descoberto no intestino. No
cérebro de aves, o VIP atua na liberação de prolactina pela pituitária anterior. A
imunização de peruas com VIP para neutralizar VIP endógeno resulta em redução nos
níveis de prolactina e na incidência de choco e no aumento da produção de ovos. O
outro hormônio produzido pela pituitária é o FSH. O FSH pode estimular a produção de
hormônios esteróides pelas células do folículo em desenvolvimento, particularmente
dos folículos menores. O FSH também é produzido por gonadotrofos, mas pouco se
sabe se o LH e o FSH são produzidos pelos mesmos ou diferentes gonadotrofos.

3
www.veterinariandocs.com.br
A ovulação ocorre aproximadamente 6 horas após o pico de LH e de 15-45
minutos após a oviposição. A oviposição ocorre aproximadamente 24-26 horas após a
ovulação e após o ovo ter sido formado no oviduto. As prostaglandinas e os hormônios
da pituitária posterior são os mais importantes no processo da oviposição. Dentre as
prostaglandinas se destacam a PGF2α e a PGE2. A PGF2α atua na contração do útero da
galinha, enquanto que a PGE2 atua na abertura útero-vaginal.

Partes do Sistema Genital Feminino

Infundíbulo: a parte mais próxima ao ovário e é responsável pela captura do


óvulo logo após a sua liberação, e é o local de encontro com os espermatozóides para a
fecundação.

Magno: é a região responsável pela secreção de albúmem, sendo esta a parte


mais longa do oviduto.

Istmo: é a região mais curta, onde se formam as membranas da casca.

Útero ou glândula da casca: é um órgão muscular e secretório, onde é


adicionado fluido ao ovo e ocorre a formação da casca e deposição da cutícula.

Vagina: serve de passagem para o ovo do útero até a cloaca.

Estrutura do Ovo

4
www.veterinariandocs.com.br
-Gema: cerca de 32 a 35%

-Albúmen: 52 a 58%

-Casca: 9 a 14%

*Blastodisco: local onde se encontra o gameta feminino.

**Chalaza: não permite a migração da gema para os lados.

Formação da Casca

Estrógenos e vitamina D (1,25-dihidroxicolicalciferol) sintetizada pelos rins


atuam sobre a mucosa intestinal e aumentam a absorção de cálcio no momento da
formação da casca. O cálcio absorvido se liga a uma proteína transportadora (Calcium
Blinding Proteina – CaBP) e é carreado para o útero.

Equilíbrio Ácido-Básico e o Efeito na Formação da Casca

pH do plasma é em torno de 7,2. Esta constância é possível devido o equilíbrio


entre íons bicarbonato e gás carbônico. O bicarbonato é regulado pelo rim e o gás
carbônico é regulado pelos pulmões. No momento da formação da casca do ovo há uma
leve hiperventilação pulmonar para eliminar o CO2 e também haverá maior reabsorção
de bicarbonato pelo rim para manter pH.

Casos de hiperventilação aguda (no verão) resultam em ovos de casca mole.

Partes do Sistema Reprodutor Masculino

Testículos: em número de dois. O esquerdo é um pouco maior e estão


localizados na cavidade abdominal mais cranial aos rins.

Ducto Deferente: abre-se na cloaca;

Glândulas Anexas: não possuem. Não produzem grande quantidade de líquido


seminal e o pouco que é produzido é pelo epidídimo.

Epidídimo: pouco desenvolvido e não faz a maturação dos espermatozóides.

Órgão Copulador: não há órgão copulador, apenas o falo (em aves aquáticas é
mais desenvolvido).

*Para coletar sêmen se massageia a região dos testículos (internamente à parede


abdominal) e há um ejaculado de cerca de 1 a 1,25mL (semelhante à espuma). Um
macho pode ser utilizado para 200 fêmeas.

**Pode-se coletar no máximo apenas um vez ao dia.

5
www.veterinariandocs.com.br
Endocrinologia do Choco

O período de choco é observado quando há declínio na produção de ovos em


uma galinha e início do período de incubação associado com a redução no consumo de
alimentos. De modo natural todas as aves apresentam o choco, no entanto, ele tem sido
raramente observado em linhagens industriais de galinhas poedeiras devido à seleção
genética a que foi imposta na busca de maior rentabilidade com o aumento na produção
de ovos. Durante o período do choco, as concentrações plasmáticas de gonadotrofinas
estão muito baixas e ocorre regressão do ovário em virtude da redução da
fotossensibilidade hipotalâmica. A queda da fotossensibilidade determina uma baixa na
liberação de GnRH pelo hipotálamo e uma subseqüente queda na liberação de LH e
FSH pela hipófise.

O aumento da secreção de prolactina ocorre em consequência de uma redução da


atividade dopaminérgica e de um aumento na produção de PIV (Polipeptídeo Vasoativo
Intestinal) pelo hipotálamo. O PIV tem sido considerado como um fator estimulante da
liberação de Prolactina (PRF) e a dopamina um fator inibidor da liberação de prolactina
(PIF).

Atualmente é aceita a hipótese de que a redução de hormônios esteróides pelos


ovários propicia o aparecimento do choco ao permitir um aumento de PIV e
conseqüente aumento da secreção de prolactina. Desta maneira, a prolactina em alta na
circulação da ave, determina redução do GnRH hipotalâmico e LH hipofisário pelo
feedback negativo, causa a regressão ovariana e impõe o comportamento de choco.

Programa de Luz
Introdução

As aves de conformação são mais exigentes quanto ao manejo de luz, mais


sensíveis a restrição alimentar e susceptíveis à desuniformidade. Portanto, somente
teremos uma boa resposta de produção, com uma sincronização de restrição alimentar,
gerando boa conformação corporal em todos os diferentes períodos fisiológicos da
recria com desenvolvimento de massa muscular (fleshing) principalmente entre 16 a 22
semanas, aliado a um bom programa de luz.

O principal objetivo dos sistemas de aviários escuros e ou semi-escuros


(sombrite) para recria de reprodutores pesados, é de não permitir a sobreposição do
hormônio de crescimento com a liberação dos hormônios sexuais (16 a 22 semanas de
idade), o qual são antagônicos. Como iremos manter as aves em ambiente escuro, até 21
a 22 semanas, não haverá liberação dos hormônios sexuais, antes da completa formação
corporal.

O programa de luz só funcionará quando sincronizar com o manejo alimentar.

6
www.veterinariandocs.com.br
Ação da Luz nas Aves

Por via transorbitária ou craniana as aves respondem mais ao estímulo luminoso


quando a iluminação é produzida por raios do final do espectro, como o roxo e
alaranjado, produzindo mais hormônios reprodutivos.

As aves usam ritmos circadianos para a percepção da duração do dia a uma fase
fotossensível máxima que ocorre entre 11 à 15 horas depois de ligar as luzes. Nesta fase
fotossensível ocorre um mecanismo neurohormonal que controla as funções
reprodutivas.

Dias curtos não estimulam a secreção adequada de gonadotrofinas porque não


iluminam toda a fase fotossensível. Dias mais longos, entretanto, fazem a estimulação, e
deste modo a produção de LH é iniciada. Este mecanismo neurohormonal controla as
funções reprodutivas, comportamentais e as características sexuais secundárias.

O principal efeito da luz é que altera a idade que as aves alcançam a maturidade
sexual. Esta diferença não é produzida pela intensidade da luz, e sim pela duração do
período de luz, que altera a idade de produção dos primeiros ovos. A intensidade da luz
está mais relacionada com a uniformidade da maturidade sexual e com o aumento da
sensibilidade orgânica em responder aos estímulos luminosos.

Efeito da Luz

Há muitos anos a avicultura vem enfrentando problemas principalmente com os


lotes chamados de “fora de estação”, alterando o seu rendimento da seguinte maneira:

-Demora de três a quatro semanas na idade do início da produção;

-Picos baixos de produção e atrasados;

-Falta de persistência de produção;

-Diferenças de maturidade sexual entre fêmeas e machos, e possíveis


problemas de eclosão;

-Sobre-peso das fêmeas;

*Dentro da estação: março, abril, maio, junho e julho.

**Fora da estação: agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.

***Julho, janeiro e fevereiro são difíceis de definir e seu efeito dependerá da latitude da
região onde o lote for alojado.

Pontos Negativos

-Custo de energia elétrica (aviários escuros).

-Maior custo na construção civil e equipamentos.

7
www.veterinariandocs.com.br
-Situações de emergência por falha de energia e falhas de ventilação (aviários
escuros).

-Maior número de aves chocas, por peso baixo na recria. Aves que respondem ao
estímulo, e permanecem abaixo do peso e após o pico tornam-se chocas.

-Adaptação das aves de aviários escuros, para efeitos adversos de frio ou calor,
quando são transferidas para a produção em aviários convencionais.

-Necessidade de gerador de luz (aviários escuros).

-Em aviário de sombrite, as cortinas, devem ser fechadas às 19 horas, após o


período de luz, podendo ser reabertas à noite, e fechar novamente ao amanhecer,
exigindo mais manejos.

Condições Necessárias para um Programa de Luz Eficaz

-Nenhum estímulo luminoso deve ser dado na fase de crescimento;

-Em galpões abertos em lotes fora da estação deve-se fazer a correção do


fotoperíodo;

Luz Artificial

-Luz na fase de postura: constante e no mínimo de 15 horas/dia. Fotoperíodo


longo permite aumento de 20 a 40% no número de ovos postos.

-A luz intermitente é utilizada a partir de 36 semanas.

Fotoestimulação Precoce (Problemas)

-Aumento acelerado da produção;

-Alta mortalidade;

-Falha de sustentação;

-Envelhecimento precoce;

-Baixo aproveitamento de ovos (aumento do número de ovos pequenos, com


duas gemas e deformados);

8
www.veterinariandocs.com.br
-Estímulo muito cedo em aves sem a completa formação corporal não
respondendo ao estímulo luminoso, causando sobrepeso, e gerando baixo pico de
produção.

Manejo da Luz

O período de luz recomendado para criação em aviários escuros é de 8 horas e,a


intensidade é de 8 à 11 lux (na prática se utilizada 10 lux).

Na criação de aves em aviários com sombrite (semi escuro), o tempo de restrição


de luz é de 10 horas, (com intensidade entre 10 à 30 lux), normalmente entre 9 e 19
horas, coincidindo com o período de maior calor, para melhorar a ventilação.

Utiliza-s entre 6 a 16/18 semanas em poedeiras e entre 12 a 18 semanas em


matrizes pesadas.

Exemplo

Isso ocorre com os dias crescentes, ou seja, do solstício de inverno para o


solstício de verão. Na fase inicial as aves são ditas refratarias, logo não são
influenciadas pela quantidade e intensidade de luz (a luz deve ser decrescente). Na fase
de cria já começam a sofrer a interferência de dias crescentes, e para que isso não
acelere o seu desenvolvimento, o número de horas de luz tanto na cria como na recria
deve ser constante ou decrescente, para que não ocorra precocidade sexual na chegada a
postura. Na fase de postura utiliza luz constante (cerca de 16 horas/dia).

De acordo com isso o lote de galinhas que nasceram em 21/06 ou no dia 21/09
devem ter correção de fotoperíodo, que deve ser constante ou decrescente na fase de
cria, recria. A partir da 18ª semana iniciar com 14 horas de luz diária, acrescendo-se de
30 minutos por semana até chegar a 16 horas de luz diárias.

Para o lote nascido em 21/12 e no dia 21/03 os dias começam a decrescer, logo
não interfere no seu desenvolvimento natural nas fases inicial, de cria e recria. Quando
chegarem a fase de postura começar com 14 horas de luz/dia e ir acrescentando 30
minutos por semana até chegar as 16 horas de luz/dia.

A intensidade luminosa deve ser a mesma em todas as situações, 10 lux na altura


da cabeça/gaiola, quando a necessidade de luz recomendada for constante ou
decrescente nunca deve ser dado menos de 10 horas/dia.

9
www.veterinariandocs.com.br
*A partir da 36ª semana pode-se utilizar flash de luz de 15 segundos em horários como
4 horas da manhã, 3 horas da tarde e 8 ou 10 horas da noite.

Incubação
Áreas de um Incubatório

Recebimento e desinfecção de ovos: plataforma coberta com fumigador (formol


e permanganato de potássio). Ovos são fumigados com 10g de paraformaldeído/m³ ou
formol (43g) com 21g/m³ de permanganato de potássio. Necessita de 20 minutos para
fumigar, 20 minutos para atuar e 20 minutos para exaustão dos gases.

*Não pode-se empilhar mais de 8 bandejas.

Sala de estocagem de ovos: é uma sala ampla com boa ventilação e iluminação.
Possui temperatura controlada entre 20 a 22ºC com 60% de umidade relativa. É feita
uma reclassificação dos ovos (por ovoscopia). Os ovos ficam estocados no máximo 5
dias nesta sala. Os ovos incubáveis são depositados nas bandejas da incubadora com a
câmara de ar voltada para cima.

Câmara fria: para estocar ovos acima de 7 dias (temperatura entre 12 e 15ºC).

*Mais de 7 dias reduz-se 1% da eclosão por dia estocado.

Sala de pré-incubação: para evitar a condensação. Ocorre uma adaptação de 6 a


8 horas antes da sala de incubação com temperatura a 30ºC (evita que ovo fique suado)
melhorando a eclodibilidade.

*Classificação dos ovos quanto ao tamanho. Tipo I ovo acima de 62g e Tipo II ovos
entre 52 e 62g.

Sala de incubação: local onde estão as máquinas incubadoras de estágio único


ou múltiplo. Possui temperatura e umidade relativa do ar controlada, cerca de 25ºC e
55% UR e a máquina de incubação possui temperatura entre 37,3 e 37,5ºC com 63% de
UR.. Deve-se incubar na mesma máquina ovos de acordo com a idade da matriz ou
agrupar por peso (melhora a qualidade e uniformidade dos pintos).

É feita a viragem dos ovos de hora em hora (cerca de 56º de viragem). A


viragem é importante para prevenir a aderência do embrião à casca, principalmente na
primeira semana. E auxilia também no desenvolvimento das membranas embrionárias.
A viragem ao natural se dá de 2 em 2 horas, mantendo a gema no meio.

Tempo total de incubação é de 504 horas (450 horas na incubadora e 54 horas no


nascedouro).

Há termômetros, higrômetros e termostatos que devem ser averiguados


regularmente.

10
www.veterinariandocs.com.br
Sala de eclosão (nascedouro): local onde estão os nascedouros. Ovos chegam
com 18 dias e 18 horas de vida. A temperatura da sala é de 25ºC com UR de 60% e a
temperatura do nascedouro é de 36,7ºC e 70% de UR.

A hora do nascimento depende do horário de incubação (deve-se ajustar o


horário para coincidir com o horário dos trabalhadores).

A maior parte dos pintinhos nascerá entre 492 e 504 horas de vida.

Sala de seleção: é feita a classificação e sexagem dos pintinhos. A temperatura


da sala fica entre 24 e 28ºC com UR de 70%. A seleção é feita observando a condição
física, vivacidade, penugem e cicatrização do umbigo.

Sexagem

Fonte: Manual Cobb.

11
www.veterinariandocs.com.br
Sala de armazenagem de pintos: os pintos são armazenados em caixas com 100
pintos por caixa. A expedição dos pintinhos é efetuado de acordo com a programação de
alojamento. O transporte é feito em caminhões exclusivos com temperatura interna de
25 a 28ºC e UR de 50% com ventilação forçada.

*As aves devem chegar ao destino em no máximo 24 horas.

Sala de vacinação: vacinação obrigatória contra Marek.Vacina feita via


subcutânea na nuca com vacinadora com agulha pneumática. A contagem de pintos é
feita pela mesma máquina.

*A vacina de bronquite infecciosa é spray.

Sala de lavagem: para desinfecção de todos os equipamentos

Escritório, restaurante, banheiros, depósitos de materiais (almoxarifado) e


lavanderia.

Manejo do Ovo

Ótimos nascimentos e boa qualidade de pintinhos somente se conseguem quando


se mantém o ovo em ótimas condições, desde a postura até a colocação na máquina
incubadora. Lembre que o ovo contém muitas células vivas. Uma vez botado o ovo, o
potencial de nascimento pode ser mantido no melhor dos casos, mais nunca melhorado.
Se maltratado, o potencial de nascimento pode deteriorar-se rapidamente.

-Uso de ovos de chão reduz o nascimento. Eles devem ser recolhidos, e


empacotados separadamente dos ovos produzidos nos ninhos e claramente
identificados. Caso ser utilizado para incubação, eles devem ser tratados separadamente.

-Prevenir rachaduras, manusear os ovos sempre com cuidado.

-Remover e descartar ovos não aptos para incubar. Tais como ovos: sujos,
quebrados, pequenos (segundo a política do incubatorio), ovos de tamanho muito
grande ou gema dupla, qualidade de casca frágil, porém qualquer cor de casca é
aceitável para incubar e ovos grosseiramente deformados.

-Colocar os ovos incubáveis com cuidado na bandeja da máquina incubadora ou


bandeja de transporte, a extremidade pontuda deve ser colocada para baixo.

-Tomar cuidado quando selecionar os ovos. Durante o inicio de produção


conferir regularmente o peso do ovo para selecionar ovos para incubar.

-Guardar os ovos numa câmara separada com controle de temperatura e


umidade.

12
www.veterinariandocs.com.br
-Manter completa higiene e arrumado o quarto de ovos no galpão. Manter
controle estrito de animais daninhos no local. Rejeitar bandejas e carrinhos sujos do
incubatorio e mantê-los em bom estado na propriedade.

Fonte: Manual Cobb.

Temperatura Ideal

Embriodiagnóstico

As principais causas de não eclosão está relacionada a estocagem dos ovos,


nutrição e infertilidade das matrizes, doenças, contaminações microbiológicas,
deformações de casca e erros na incubação.

13
www.veterinariandocs.com.br
Para realizar essa avaliação, são tomadas amostragens de ovos não eclodidos por
lote. Os ovos são rompidos e pela visualização da condição do embrião a causa da morte
é diagnosticada.

Mortalidade do embrião até 8 dias está ligada à granja ou a condensação.


Mortalidade entre 8 e 16 dias é devido a contaminação da máquina, incubatório ou
nutrição dos pais. E mortalidade entre 17 e 21 dias é por problema de incubação.

Biosseguridade do Incubatório

Cercamento: isolamento através de cercas;

Entrada: presença de arco sanitário, rodolúvio e jato de água para desinfecção


dos caminhões;

Visitas: são restritas e controladas por registros. O visitante deve respeitar uma
vazio sanitário de no mínimo 48 horas. Funcionários e visistantes antes de ingressarem
no incubatório devem tomar banho completo e vestir roupas e calçados exclusivos e
fumigados.

Fluxo Interno: deve ser sempre da área limpa (Ex.: sala de ovos, sala de
incubação e eclosão) para a área suja (Ex.: sala de pintos, vacinação e expedição). Pode
retornar da área suja para a área limpa somente após banho e troca de roupas;

Limpeza e Desinfecção: realizada diariamente. A troca do desinfetante utilizado


no incubatório deve ser constante para não haver resistência.

Diagnóstico de Problemas de Nascimento

Anormalidade

01-Nascimento cedo: causada por temperatura muito alta entre o primeiro e 19º
dia e quando se tem ovos pequenos.

02-Nascimento tardio: temperatura baixa ou umidade baixa entre o primeiro dia


e o 19º dia, ovos grandes ou temperatura do nascedouro muito baixa.

03-Pintinho pegajoso: temperatura alta entre o 20 e 21º dia, presença de ovos


quebrados na bandeja ou viragem inadequada.

04-Posição errada: ovos colocados com câmara de ar para baixo, ovos com
deformações ou viragem inadequada.

05-Umbigo não cicatrizado: temperatura muito alta entre o primeiro dia e o 19º
dia, umidade alta entre o 20º e 21º dia e estocagem inadequada dos ovos.

06-Pintinho coxo: variação da temperatura durante a incubação e manuseio do


ovo na primeira semana de incubação.

07-Pintinho anormal:

14
www.veterinariandocs.com.br
-Bico cruzado: hereditário ou infecção por vírus;

-Faltando olhos: temperatura alta ou manuseio;

-Pescoço torto: anormalidades na nutrição;

-Dedos tortos: anormalidades de temperatura e nutrição;

-Patas abertas: presença de bandejas lisas no nascedeouro;

Criação de Poedeiras (leves e semi pesadas)


Raças Utilizadas: Leghorn, Rhode Island, Brahma, Cornish, New Hampshire e Sussex.

Linhagens: Hissex, Lohmann, ISA e Hyline

Características

Poedeira Leve:

-Raça: Legorhn (ovos brancos)

-Produção: cerca de 300 ovos/ano;

-Consumo: 90g/dia;

-Início da postura: com cerca de 16 a 18 semanas;

-Peso vivo: com 20 semanas (cerca de 1,3 Kg) e com 70 semanas (cerca
de 1,6 Kg);

-Peso médio do ovo: 60,6 g

-Conversão alimentar/dúzia de ovos: 1,54 a 1,57

-Mortalidade: até a 20ª semana (cerca de 3,8%) e até a 70ª semana (cerca
de 6,8%);

Poedeira Semi-Pesada:

-Raça: Rhode Island ou Isa Brown (ovos marrons)

-Produção: cerca de 280 ovos/ano;

-Consumo: 100g/dia;

-Início da postura: com cerca de 18 a 20 semanas;

-Peso vivo: com 20 semanas (cerca de 1,6 Kg) e com 70 semanas (cerca
de 2,2 Kg);

15
www.veterinariandocs.com.br
-Peso médio do ovo: 63g

-Conversão alimentar/dúzia de ovos: 1,83 a 1,89

-Mortalidade: até a 20ª semana (cerca de 1,5%) e até a 70ª semana (cerca
de 3%);

*Matriz pesada: ovos são utilizados para incubação e não para o comércio.

**Se houver mercado para 10.000 ovos/dia deve-se ter 12.000 galinhas de idades
diferentes.

Fases da Criação

-Inicial: entre 1 e 6 semanas;

-Cria: entre 7 e 12 semanas;

-Recria: entre 13 e 17 semanas;

-Postura: entre 18 até 70 semanas;

Tipos de Galpões

-Galpões abertos: são utilizados em regiões de clima tropical e requer menos


investimento. Tem-se dificuldade em manter a uniformidade (na fase de crescimento) e
maturidade sexual.

-Galpões fechados: não é utilizado no Brasil. E tem-se maior controle da


uniformidade e maturidade sexual.

*Galpões para aves de postura não possuem muitos padrões e são dependentes da
produtividade.

**O pinteiro de frangos de postura possui 2ºC acima daqueles para frangos de corte. E o
aquecimento é executado até em torno da 4ª semana.

Tipos de Criação

-Cama: é a mais utilizada devido ao bem estar animal. Tem-se maior espaço
para locomoção e expressão de suas características.

-Vantagens: menor custo de investimento inicial e maior conforto às aves


(bem estar animal);

-Desvantagens: custo e disponibilidade de cama, piores índices de


conversão alimentar, riscos de asfixia por amontoamento, maior contágio com parasitas,
necessidade de anticoccidiano na ração (de crescimento) e maior número de ovos sujos
e trincados.

*80% das galpões em Santa Catarina utilizam cama.

16
www.veterinariandocs.com.br
-Gaiolas: não são mais utilizadas, devido ao bem estar animal. Somente na fase
de produção.

-Vantagens: facilidade de manejo e coleta de ovos, melhor conversão


alimentar, menos índices de enterites, coccidioses e parasitoses, menor amontoamento,
redução da perda de ovos por pisoteio e ovos mais limpos.

Sistemas de Produção

-Criação de pintos: em baterias e em cama;

-Criação de frangas: em gaiola e em cama;

-Postura: em gaiola e em cama;

Ração

Existe quatro tipos de rações:

Ração Inicial: utilizada até 6 semanas

Ração de Crescimento ou cria: utilizada entre 7 a 12 semanas

Ração de Recria: utilizada entre 13 a 18 semanas

Ração de Postura: utilizada a partir de 18 semanas.

*Deve-se respeitar os níveis de exigência de cada fase. Energia Metabolizável entre


2700 e 2900 e proteína bruta entre 16 e 18%.

Água

Nutriente essencial porque a ave se alimenta apenas na presença de água. Em


temperaturas normais a ave ingere 2 a 3 vezes mais água do alimento (ração) e em
temperaturas altas ingere muito mais água;

A água é um veiculo de muitas doenças, por este motivo é importante fazer o


tratamento da água com cloro. O controle da salmonela e de outras bactérias é feito com
a cloração.

A água corresponde a 75% do peso dos ovos e 55% a 75% do peso corporal
(dependendo do sexo e da idade).

Padrões de qualidade:

-pH: neutro;

-Nitratos: máximo de 0,5ppm (acima disto é considerado problema);

-Ausência de microorganismos patogênicos (boa qualidade


microbiológica);

17
www.veterinariandocs.com.br
-Níveis adequados de íons como o sódio e o cloro (o excesso de cloro
provoca ovo de casca mole).

-Temperatura: entre 10 e 15ºC;

Regulagem: os bebedouros devem estar 5cm acima do dorso da ave (igual para
frangos de corte).

Consumo de água: na primeira semana a ave consome em média 15 mL de água


por dia e com 18 semanas já ingere cerca de 140 mL. Com o aumento da produção, há
aumento no consumo, por exemplo, com 50% de postura a ave consome cerca de 200
mL/dia e com 90% de postura a ave consome cerca de 250 mL/dia.

Arraçoamento

Formulação: a formulação se dá de acordo com a idade, fase de produção e com


as necessidades.

*Aves abaixo do peso podem receber ração de cria em que há um teor protéico maior
por cerca de 2 semanas para ganharem peso.

Matérias primas: deve-se realizar analise física, verificar procedência, cor, odor
e textura, uniformidade no tamanho das partículas (granulometria adequada), materiais
contaminantes (Ex.: cascas e pedriscos), deve-se realizar analise laboratorial (Ex.:
umidade, teor de proteína bruta, Ca++, P+++, micotoxinas).

Consumo de ração: varia de acordo com peso corporal (aves semi-pesadas


consomem mais do que as aves leves), temperatura (temperatura mais baixa aumenta a
ingestão de alimento pois há mais gastos com o metabolismo basal e temperaturas mais
altas inibem o consumo), textura da ração (textura mais grossa aumenta o consumo e
textura mais fina diminui o consumo), nível de energia (é inversamente proporcional,
quanto maior o nível de energia menor será o consumo e quanto menor o nível
energético maior o consumo), desequilíbrio de nutrientes (a ave tentará compensar a
carência de nutrientes aumentando o consumo de ração).

Níveis e programas devem agir de acordo com o manual da linhagem:

Aves leves: „ad libitum’ desde o primeiro dia até o final da postura,
restrição alimentar somente em aves brancas;

Aves semi-pesadas: arraçoamento controlado (restrição alimentar para as


aves marrons, pois estas tendem a ganhar mais peso). Ex: ração a vontade entre
0 a 5 semanas e a partir da 6ª semana inicia-se a restrição.

Regulagem: os comedouros devem estar na altura do osso peitoral (igual para


frangos de corte).

Cuidados: silos limpos periodicamente, controle de umidade e temperatura nos


locais de armazenamento, deve-se ter estrados de madeira evitando o contato da ração

18
www.veterinariandocs.com.br
com o piso, bom controle de insetos e roedores, calibragem das balanças, na
transferência para aviários de produção (atividade muito estressante para as aves, o ideal
seria transferi-las para um aviário e não mudar mais. Mas para se diminuir o nível de
estresse utiliza-se polivitamínimos 3 dias antes e 3 dias após a transferência).

*Sempre deve-se mexer nos comedouros, para estimular o consumo.

**Pode-se ascender as luzes a noite por um breve momento para as galinhas se


alimentares (período de baixa temperatura).

Calcário

Deve-se oferecer calcário para galinhas em postura e a granulometria deste


calcário é importante pois o maior tamanho faz com que este calcário permaneça mais
tempo no papo e é absorvido mais lentamente.

O calcário calcítico da região Sul não é de boa qualidade. E deve ser incluído na
faixa de 3%.

O calcário dolomítico (para correção de solo) pode ser utilizado mas necessita o
dobro da quantidade do calcário calcítico e há um problema, a grande concentração de
magnésio que causa diarréia nas galinhas.

*Quando se tem problemas com a casca dos ovos, pode-se oferecer o calcário ou
diminui a proteína bruta em 1% (para reduzir o tamanho do ovo).

Cama

No alojamento, as galinhas poedeiras devem ser mantidas em cama bem


conservada ou ter acesso a ela.

A cama deve: conter material e tamanho de partículas adequados, ser de boa


qualidade, ser gerenciada para permanecer em condições secas e friável (não
endurecida), ter espessura suficiente para diluição de excrementos, permitir que as aves
tomem banho de areia e ser coberta diariamente, se necessário, com cama fresca,

Transferência

-A transferência é executada com 15 a 16 semanas, ou seja, antes de iniciarem a


postura para que tenham um período de adaptação com a gaiola. Se houver necessidade
pode-se realizar nova antes da transferência (para evitar o canibalismo devido ao
estresse).

-Faz-se a administração de polivitamínicos (vitamina K – com ação


anticoagulante) 3 dias antes e 3 dias após a transferência das aves.

-Eliminar aves com problemas (Ex.: com enterites ou machucadas) pois elas não
podem ser transferidas;

19
www.veterinariandocs.com.br
-Não deve-se transferir para a cama aves criadas em gaiolas desde o início (isso
não pode ser feito devido ao risco de coccidiose). Pode-se transferir aves criadas em
cama para gaiolas.

-Na fase de produção não pode-se usar anti-coccidiano, somente na fase de


recria;

Cuidados no transporte: o transporte deve ser feito nas horas frescas do dia (a
noite ou de manha cedo), deve-se ter cuidados no apanhe (apanhar a ave pelo dorso,
nunca pelas asas ou pelas pernas),

Cuidados pré- transporte: esquema vacinal correto, medicamentos, pré-seleção


pela conformação (peso e características), triagem (descarte de aves improdutivas,
aspecto geral, feridas, bicadas gravemente, enfermas, prostradas, empenamento sem
brilho, manifestações de enterite);

-Guia prático para triagem de poedeiras: para identificar se elas são boas ou
más poedeiras

Cabeça: uma boa poedeira tem cabeça forte, larga bem proporcionada; se
parecer uma ave de rapina não é uma boa poedeira;

Crista: vermelha, bem desenvolvida e turgida. Se tiver ressecada, pálida


não é boa poedeira;

Peso corporal: boa poedeira com peso normal para a linhagem e má


poedeira há galinhas magras (galinhas secas) ou galinhas que tem muita gordura
abdominal ou ainda que tem um ventre grande por postura abdominal (tem andar
de pinguim).

Peito: boa poedeira tem peito largo e cheio. O esterno não pode ser
proeminente.

Abdômen: macio mas sem gordura. As pontas da quilha ou ísquio não


podem ser muito duros.

Pelve: boa poedeira apresenta pelve macia e sem gordura, com pontas da
quilha e ísquio brandos (não pode ser duro), ausência de massas duras. Entre as
pontas do ísquio deve haver espaço de 3 dedos. Ponta do ísquio até o esterno
deve haver espaço de 4 dedos. Cloaca deve estar grande e úmida.

Pigmentação: bico e cloaca pigmentados não é uma boa ave. Em uma


boa poedeira os carotenóides da ração tem que se dirigir a gema do ovo. Se a ave
não está produzindo os carotenóides não há para onde irem e acabam se
depositando no tarso, no bico e na cloaca. Ordem em que desaparecem os
pigmentos da poedeira: os pigmentos vão diminuindo conforme a ave vai
botando ovos pois os carotenóides da alimentação saem destas partes e vão para

20
www.veterinariandocs.com.br
os ovos. Primeiro desaparece da cloaca, depois das orelhas e dos olhos e por
último do bico e tarsos.

Flexibilidade de ossos pélvicos e esterno: não podem ser muito duros,


boas poedeiras sofrem descalcificação dos ossos porque imobilizam cálcio para
a formação da casca do ovo.

*Massas duras no abdômen: porque pode ter postura intra-abdominal.

Outras causas de descarte: agressividade extrema, prolapsos, casca


mole, ovos deformados ou pequenos e ovofagia:

Densidade de criação

Existem vário tamanhos de gaiolas, as mais comuns possuem dimensão de


0,30m x 0,30m x 0,40m ( largura x comprimento x altura);

Lotação: aproximadamente 400 cm2/ave. Pode-se alojar 3 aves leves ou 2 semi-


pesadas por gaiola;

Equipamentos

Bebedouros: tipo calha (2,5 cm/ave) ou tipo Nipple (entre 8 a 10 aves/bico).

Comedouros: em calha (10 a 12 cm/ave);

Manejo da luz: programa de luz contínuo (entre 15 a 16 h /dia) com intensidade


de 10 lux na altura da cabeça da ave e a partir de 36 semanas (luz intermitente).

Temperatura: estresse térmico por temperatura muito elevada causam quedas


acentuadas na produção e o calor provoca ovos de casca mole. Para evitar isso pode-se
utilizar ventiladores, nebulizadores, pintura do telhado de branco ajuda a refletir os raios
de sol

Desempenho Produtivo

Postura: quando em 5% de produção do plantel;

Maturidade sexual: 50% de produção;

Aves Leves: 5% de produção com 20 semanas. Pois são mais precoces.

Aves Semi Pesadas: 5% de produção com 21 semanas;

21
www.veterinariandocs.com.br
*Após 2 semanas atingem a maturação sexual com 50% de produção. O pico de
postura se dá aproximadamente 10 semanas depois que atingiu 5 %. Depois do pico a
produção tende a cair.

Controle por semana: % postura ave/dia na semana é igual ao número de ovos


da semana / número de aves na semana multiplicado por 100.

Número de ovos por ave alojada:

Ex: alojados 5000 frangas. Se com 56 semanas o lote já está contabilizado e foram
botados 1 milhão e 400 ovos. Quantos ovos por ave alojada se tem? 1.400.000 divido
por 5000 frangas = 280 ovos/ave alojada.

Produção Ave/dia: relação entre o número de ovos postos em um determinado


dia e o número de aves existentes no mesmo dia.

Ex: 8.000 ovos coletados em um dia em que haviam 10.000 aves. Número de ovos
dividido pelo número de aves. Nesse caso tem-se 80% de postura.

Vida produtiva das poedeiras: quando as aves chegam a 70 a 80 semanas tem-se


diminuição da produção, então pode-se descartar as aves ou fazer uma muda forçada
para ter um novo ciclo de produção. O primeiro ciclo de produção é de 70 a 80 semanas.

*Isso depende do: desempenho do lote, condições econômicas do mercado (observar o


preço do ovo),

**Pode-se ultrapassar esse período de 70 a 80 semanas sem fazer muda. Há vantagens e


desvatagens:

Vantagens: custo de produção/duzia de ovos é menor, depreciação das aves, ou


seja, a diferença entre o valor de compra das aves novas e o de venda das aves velhas é

22
www.veterinariandocs.com.br
distribuído em um maior espaço de tempo, produção de ovos pesados, menor tempo de
desocupação do aviário diminuindo os custos.

Desvantagens: se manter o ciclo além de 80 semanas, a produção é muito baixa


que pode nem pagar o custo com a ração, conversão alimentar piora mês a mes
(aumenta), tem-se aumento nos custos de produção pois as aves comem muito e
produzem menos, os ovos são maiores mas há uma piora na qualidade interna e externa
do ovo, a casca fica mais fina e assim tem mais problemas com ovo trincado, e
problemas internos no ovo.

*Se o lote está produzindo bem e o preço do ovo está bom, vale a pena tentar fazer a
muda forçada.

Muda

-A muda natural ocorre no período de 21/12 a 21/06. Esse período naturalmente


é a estação reprodutiva das aves. Há perda e renovação das penas antes das penas antes
das épocas frias, quando a temperatura começa a baixar e o comprimento e
luminosidade dos dias ficam menores.

-Descanso do aparelho reprodutor (no período de muda a ave não tem postura).

-Apos esse período estão aptas p/ produção.

Muda Forçada

Atualmente consegue-se parar a postura sem haver a perda das penas.

Métodos:

Método quantitativo: com jejum alimentar (há diversos programas) mas


pode-se cortar a ração do 1º ao 10º dia de vida. Depois, em torno do 11º dia ao
18º dia oferece-se 50g/ave/ dia, nesse período a ave já tem que ter perdido de 20
a 25 % do seu peso corporal. Após isto, oferece-se 50g/ave dia (em quatro
partes), depois com 18 dias 100g/ave/dia dia sim, dia não. Com 28 dias pode se
oferecer ração a vontade novamente. Com 35 dias a ave volta a produzir.

Método qualitativo: evitando o estresse pela retirada total da ração,


retiram-se nutrientes essenciais (Ex.: cálcio e sódio). Há a substituição por
alimento „sem valor‟, irá se fornecer casca de arroz e a ave terá a sensação que
estará consumindo algo. O excesso de zinco (25 mil ppm na ração) diminui a
ingestão de alimento e diminui e cessa a postura.

*Novo ciclo não tem a mesma qualidade do primeiro ciclo. A intensidade de postura cai
rapidamente- dura de 25 a 35 semanas.

23
www.veterinariandocs.com.br
**Há maior mortalidade, maior consumo de ração, peso do ovo aumenta, pior qualidade
da casca e interna, diminuição de 15 a 25% do primeiro ciclo.

***Pode ser feito de 2 a 3 ciclos.

****As aves que são descartadas podem ser comercializadas para abatedouros;

Qualidade do Ovo

Dependente da:

-Idade da ave: quanto mais velhas as aves pior será a qualidade do ovo, porque quando
elas estão mais velhas ocorre menor absorção intestinal de cálcio, menor aporte de
cálcio ao útero e diminuição da relação peso da casca/peso do ovo (ovo maior, com
menos cálcio e casca mais fina);

-Genética;

-Temperatura ambiente: temperatura elevada faz com as aves fiquem ofegantes


ocorrendo hiperventilação ocorrendo alcalose respiratória e acidose metabólica. Assimo
bicarbonato não estará presente para se juntar com o carbonato e formar o carbonato de
cálcio e com isso há formação de ovos de casca mole.

-Enfermidades: adenovírus, por exemplo, deixa o albúmen bastante líquido caindo a


postura e a qualidade do ovo. O vírus da bronquite infecciosa atinge as células
caliciformes do magno que são as que produzem a ovomucina que dá um aspecto
gelatinoso para o albúmen. Sem produção de ovomucina o albúmen fica líquido.

-Fatores nutricionais: o cálcio deve estar em torno de 4%;

Problemas comuns a postura

-Queda no consumo de ração: reduz produção de ovos;

-Temperatura elevada: reduz consumo e tamanho do ovo;

-Problemas sanitários;

-Mudanças com troca de composição da ração;

-Mudanças bruscas de temperatura (ventos), barulhos, falta de luz por muito


tempo;

-Visitas aos galinheiros (pessoas, animais): funcionário devem utilizar uniforme


de cor azul e geralmente o tratador tem que ser o mesmo para evitar estresse das aves.

-Falta de água: há redução de 15 a 20% na produção;

24
www.veterinariandocs.com.br
Criação na Fase de Cria e Recria Poedeiras Leves e Semipesadas
(entre 1 a 18 semanas)
Pontos a serem observados em pintos

Uniformidade, tamanho (peso), boa hidratação, cicatrização do umbigo, ausência


de defeitos físicos, ausência de enfermidades, pintos fracos, olhos vivos, plumagem
(seca ou brilhante) e cloaca (não deve estar empastada).

Debicagem

Deve ser feita entre 6 e 9 dias de vida. O bico é aparado e cauterizado com
lâmina incandescente a cerca de 700ºC e o processo deve ser rápido.

Em frangas a redebicagem deve ocorrer entre a 9ª e 11ª semana de idade. E o


corte deve ser feito a distância máxima de 4/5mm da narina.

Deve-se debicar somente aves sadias e com bom desenvolvimento corporal.

Não se deve debicar após a 11ª semana de idade para não haver o retardo no
início da maturidade sexual.

Pode-se adicionar vitaminas (principalmente vitamina K) à alimentação após a


debicagem. E a ração no dia da debicagem é ad libitum.

Densidade de Criação (fase de cria e recria)

Idade (semanas) Piso (ave/m²) Gaiola (cm²/ave)

1à4 18 a 20 250

5 à 18 8 à 10 350

*Na postura utiliza-se lotação entre 8 a 10aves/m² na cama.

Densidade de Bebedouros (fase de cria e recria)

Criação em Gaiola Criação em Cama

Tipo/Idade (semanas) 1a2 3 a 11 12 a 17 1a6 7a8 9 a 17

Bebedouro (cm/ave) 1,25 2,5 2,5 2,0 2,5 2,5

Nipple (aves/bico) 16 8 8 25 16 8

Pendular (ave/bebedouro) -- -- -- 150 125 100

25
www.veterinariandocs.com.br
Densidade de Comedouros (fase de cria e recria)

Criação em Gaiola Criação em Cama

Tipo/Idade (semanas) 1a2 3 a 11 12 a 17 1a6 7a8 9 a 17

Comedouro (cm/ave) 2,5 5,0 7,5 2,5 5,0 7,5

Comedouro Tubular (ave/comedouro) -- -- -- 40 30 20

Programa de Luz (fase de cria e recria)

Programa: iniciar estimulação na maturidade sexual, ou seja, 50% de produção (entre


21 e 22 semanas de vida) com 14 horas de luz (natural mais artificial) e em seguida,
aumentar 30 minutos por semana até no máximo de 16 horas de luz.

Manutenção de Registros (ficha do lote)

Deve-se anotar e arquivar dados como: mortalidade, consumo de ração, ração


oferecida (de acordo com a idade das galinhas), ganho de peso, uniformidade do lote,
conversão alimentar, horas de luz, esquema de vacinação e datas e peso corporal.

O peso corporal pode ser estimado por uma amostragem de 100 galinhas do
galpão (piso ou gaiola). Os pesos corporais devem ser verificados semanalmente
durante o período de crescimento até que as aves alcancem produção máxima. Quando
pesar galinhas que estão em cama, deve-se apanhar galinhas em diferentes pontos do
galpão e quando pesar galinhas que estão em gaiolas, deve-se pesar sempre as mesmas
galinhas e todas da mesma gaiola.

26
www.veterinariandocs.com.br
O ideal é pesar todas a cada troca de ração (troca de fase). A pesagem deve
iniciar com 5 semanas de idade até alcançarem o pico de produção. O ideal é que o lote
seja uniforme, procura-se atingir 80% de uniformidade.

Uniformidade = Nº de aves dentro ± 10% do PM x 100

Nº total de aves da amostra

Curva de distribuição da uniformidade dos pintos

80%

Fatores que afetam o peso corporal e a uniformidade: amontoamento, enfermidades,


debicagem mal realizada, consumo inadequado de nutrientes, lotação e manejo.

Seleção de Aves

Nas fases de cria e recria selecionam-se as aves menores e mais fracas


separando-as para evitar a competição por alimentos. Então, recupera-se estas aves,
melhorando a uniformidade do lote e a viabilidade destas na cria e recria.

Alimentação

Aves leves: ad libitum;

Aves semi-pesadas:

Idade (semanas) Quantidade (g/dia)


0a5 ad libitum
6 48
7 50
8 55
9 e 10 60
11 e 12 65
13 e 14 70
15 e 16 75
17 e 18 80
19 e 20 90
21 100

27
www.veterinariandocs.com.br
22 105
23 ad libitum até o pico*
*Após o pico, oferecer 5% a menos que ad libitum

Ração (conforme a idade da ave)

-Inicial: até 6 semanas de vida;

-Crescimento ou cria: entre 7 a 12 semanas de vida;

-Recria: entre 13 e 18 semanas de vida;

-Postura: da 18ª semana em diante;

Água

Na primeira semana tem-se consumo de cerca de 15 mL/ave/dia, na quarta


semana cerca de 60 mL/ave/dia, na 12ª semana cerca de 110 mL/ave/dia e na 18ª
semana tem-se consumo de 140 mL/ave/dia. Com o aumento da produção tem-se
aumento no consumo de água, com 50% de postura tem-se consumo de 200 mL/ave/dia
e com 90% de postura tem-se consumo de 250 mL/ave/dia.

Programa de Luz

Nenhum estímulo luminoso deve ser dado entre a 6ª e 18ª semana de vida.

O programa de luz deve ser executado como já discutido anteriormente na


página 8.

Manejo do Esterco

Deve ser retirado periodicamente embaixo das gaiolas e deve-se adicionar cal
para evitar a proliferação de larvas de moscas.

O esterco retirado deve ser enviado para a compostagem.

28
www.veterinariandocs.com.br
Manejo dos Ovos
-Ovoposição: ocorre nas 8 primeiras horas do período de luz isso e facilita o
manejo;

-Coleta: várias vezes ao dia, evita a quebra e contaminação principalmente


quando se tem postura em cama. Geralmente coleta-se duas vezes em gaiola ou quatro
vezes em cama.

-Gaiola: o ideal é ter uma inclinação de 8 a 9º para o ovo cair por inclinação e a
ave não tenha mais contato para evitar ovofagia.

-Limpeza dos ovos: o ovo quando colocado recebe uma cutícula ao seu redor e
isso ajuda na qualidade do ovo pois a casca é porosa, e essa cutícula protege fechando
estes poros da casca do ovo evitando a entrada de sujidades ou microrganismos no ovo.
Mas um ovo sujo não pode ser levado para o consumidor então a limpeza e a
desinfecção são feitas.

-Armazenamento: no Brasil não é obrigatória a refrigeração. A qualidade do ovo


é influenciada pelas condições de temperatura e umidade. O correto deveria ser o ovo
armazenado na geladeira numa temperatura de 5 a 10ºC e umidade entre 80 a 85%.

-Peso e classificação dos ovos: boa taxa de postura não é suficiente porque o
tamanho dos ovos é importante. O peso do ovo aumenta com a idade da ave (tem-se
também a diminuição da qualidade da casca). O peso do ovo diminui ao longo do ciclo
ovulatório (no primeiro ciclo é maior e no último é menor).

Fatores que afetam o peso do ovo: qualidade genética, peso da ave (aves
maiores tem ovos maiores), precocidade sexual (aves que começam a postura
mais tarde tem ovos maiores), temperatura ambiental, níveis nutricionais (com a
diminuição da proteína da ração tem-se a diminuição do tamanho do ovo),
restrição alimentar muito severa (em semi-pesadas) pode fazer com que os ovos
sejam muito pequenos;

Classificação dos ovos:

Pequeno: 45 a 50 g

Médio: 50 a 55 g

Grande: 55 a 60 g

Extra-grande: 60 a 65 g

Jumbo: acima de 65 g

29
www.veterinariandocs.com.br
Qualidade externa:

Casca: presença de 7000 a 17000 poros (para trocas gasosas). Pelos


poros ocorre a troca gasosa, e por essa troca gasosa que ocorre a deterioração do
ovo. A partir do momento que o ovo é posto sua qualidade vai diminuindo.

*Para melhorar a qualidade do ovo pode-se adicionar calcário na ração, assim maior
quantidade de cálcio é mobilizada para a formação do ovo.

Gravidade Específica: é um método indireto para determinar a qualidade


da casca. A perda de peso durante o armazenamento, esta relacionada com a
redução na gravidade especifica. Maior perda de massa resulta na menor
gravidade especifica, ou seja, melhor ovo é aquele que tem maior gravidade
especifica. A gravidade específica é determinada pela densidade, onde se
utilizada soluções salinas de água destilada e sal, com densidade de 1,050 a
1,100 g/mL. As densidades são ajustadas com o auxilio de um densímetro de
massa especifica e os ovos são submersos na menor para a maior concentração
salina e retirados ao flutuarem ate a superfície. Isso está ligado com a câmara de
ar. Ovos frescos têm a câmara de ar pequena e quanto mais velho maior é a
câmara de ar.

*Se tiver uma temperatura elevada o ovo transpira e perde mais água que o normal e
isso pira a qualidade do ovo.

-Qualidade interna

Gema: a cor está ligada as xantofilas do milho da dieta. Dependendo do


mercado tem maior aceitação gema mais escura e você pode usar carotenóides
na ração para fazer com a gema fique mais escura. Podem haver manchas de
sangue pois o momento em que há o pico de LH há a ruptura do folículo e assim
pode cair de sangue na gema. Isso pode ser observado pela ovoscopia.

Câmara de ar: espaço entre as membranas interna e externa. Quanto


mais fresco o ovo, menor o tamanho da câmara de ar.

Clara ou Albúmen: é um indicador de qualidade interna do ovo.

*Unidade Haugh: a qualidade do ovo é alterada em função do seu peso e da altura do


albúmen.

UH = 100 log (H – 1,7W0,37 + 7,57)


UH: unidade Haugh

H: altura do albúmen em milímetros

W: peso do ovo

30
www.veterinariandocs.com.br
-Quanto maior o valor da unidade Haugh melhor a qualidade do ovo.

-Esta diretamente relacionado com a umidade e temperatura (condições de


armazenamento);

Indicadores de Qualidade Interna

Altura do albúmen.

A legislação brasileira determina condições mínimas internas:

-Câmara de ar de 4 a 10 mm;

-Gema translúcida, firme, centralizada, consistente, sem germes


desenvolvidos;

-Clara transparente, consistente, líquida, sem manchas e com as chalazas


intactas que servem para centralizar a gema no ovo.

*Na prática somente o peso e a casca são considerados.

Ovoscopia

Utilizada para a verificação da qualidade interna através da passagem de luz.

Retiram-se: ovos sujos, trincados, com manchas de sangue e ovos estragados


(deteriorados).

31
www.veterinariandocs.com.br
Criação de Poedeiras Pesadas (Matrizes Pesadas)
Objetivo

Produção de pintos.

*Responsabilidade dividida entre a granja (instalações, manejo e nutrição) e incubatório


(manejo do ovo e processo de incubação);

Fases

-Inicial: até 6 semanas.

-Cria: entre 6 e 12 semanas;

-Recria: até transferência (início da postura), de 12 a 20/22 semanas;

-Postura: de 20/22 semanas em diante;

32
www.veterinariandocs.com.br
Instalações

-Dark House;

-Abertos;

-Sombrite

*Com metragem de 100x12 ou 120x12, dependente da empresa.

**Os galpões devem ser feitos de piso de concreto (exigência do MAPA);

***Para a fase de produção (postura) utilizam-se galpões abertos convencionais com


construção semelhante aos de recria com área de serviço no centro, dividindo o galpão
em duas partes.

Densidade

Fase Inicial: entre 7 a 10 aves/m²

Demais Fases: 5 a 7 aves/m² (fêmeas) e 3 a 4 aves/m² (machos – com 15% de


machos);

Alimentação

Fase Inicial: ração ad libitum até 2 semanas de vida. Na terceira semana a ração
é controlada e a partir da quarta semana dia sim e dia não de arraçoamento.

Fase de Postura: arraçoamento dia sim dia não (restrição alimentar – skip a
day), para controlar a tendência das aves à obesidade, e com ração não restrita as aves
entram em postura mais cedo, produzindo ovos menores em menor quantidade. Entre a
5ª semana e a 11ª semana o esquema é 4x3, entre a 12ª semana e 16ª semana é 5x2,
entre a 17ª semana e 19ª semana é 6x1 e entre a 19ª semana até a transferência a
alimentação é diária (controlada e racionada);

4x3: fornece 4 dias a ração e 3 dias não fornece;

5x2: fornece 5 dias a ração e 2 dias não fornece;

6x1: fornece 6 dias a ração e 1 dia não fornece;

*Fêmeas recebem alimentação na calha, antes da alimentação dos machos. Os galos não
têm acesso à ração das fêmeas, pois a altura e a largura da grade de proteção não
permite a passagem da cabeça.

**A substituição da ração ocorre por volta da 24ª semana (recebem então ração de
postura). E a quantidade máxima deve ser de 150 a 160g/dia (entre a 28ª e 35ª semana),
após o pico pode-se reduzir a ração com restrição de 3%, não ultrapassando os 140g/dia
para manutenção.

33
www.veterinariandocs.com.br
Comedouros

Fase Inicial:

Até 30 dias: 5 cm;

Entre 30 e 70 dias: 10 cm;

Acima de 70 dias: 15 cm;

*No início pode-se usar comedouros tubulares infantis.

Fase de Cria/Recria:

Comedouros tipo calha com corrente e espaço de 15cm/ave (para fêmeas)


e 20cm/ave (para machos) dispostos em 4 linhas.

Água

Fase Inicial: água ad libitum

Fase Inicial da Postura: deve-se fornecer a metade da duração do tempo da luz


(Ex.: se receber 8 horas de luz, receberá 4 horas de água – de manhã pela preferência) e
15 minutos antes da ração com o objetivo de não molhar a cama.

Bebedouros

Fase de Cria/Recria: utiliza-se bebedouros tipo Nipple com 2 a 3 linhas ao


longo do aviário com 1 bico/12 aves

Iluminação

Fase Inicial: do primeiro ao sétimo dia as aves recebem 23 horas de luz/dia e do


sétimo dia ao 28º dia utiliza-se 12 horas de luz/dia. Com intensidade entre 5 e 10 lux.

Fase de Cria e Recria:

Aviário do tipo aberto: até o 3º dia utiliza-se 23 horas/dia de luz e até a


postura utiliza-se em fotoperíodo decrescente a luz natural e em fotoperíodo
crescente deve-se corrigir com luz artificial. Com intensidade entre 5 e 10 lux.

Aviário do tipo dark house ou sombrite (escurecidos): oferece-se 8 horas


de luz da 4ª semana à 18ª/19ª semana.

*Nenhum estímulo luminoso deve ser dado na fase crítica (a partir da 10ª semana de
vida - fase de cria e recria);

-Objetivos: atrasar a maturidade sexual e buscar uniformidade (boa


estrutura corporal e fisiológica para a fase de produção/postura);

34
www.veterinariandocs.com.br
*Com a utilização de dark house tem-se aumento na uniformidade e aves podem entrar
em postura mais cedo com cerca de 22 semanas de vida com pico de produção na
28º/29º semana. No sistema de galpão aberto a ave entraria em postura com 24/25
semanas de vida com pico de produção em 33/34 semanas.

**Recria não é mais feita em galpões abertos;

Fase de Postura: cada empresa possui seu programa mas utiliza-se cerca de 15 a
17 horas de luz constante com intensidade de 10 lux. Pode-se utilizar na 21ª semana 14
horas de luz, na 23ª semana 15 horas de luz, na 25ª semana 16 horas de luz e a partir da
27ª semana 17 horas de luz até o descarte.

Temperatura

A partir dos 21º dia, utiliza-se 22/23ºC;

Transferência

De galpões de cria/recria para galpões de postura, deve ser feito nas horas mais
frescas do dia (de manhã ou pela noite). Os lotes transferidos devem estar
acompanhados da ficha da recria contendo todas as informações desta fase.

O aviário deve estar preparado, limpo, desinfetado, com cama nova, contendo
maravalha suficiente nos ninhos, comedouros abastecidos, água disponível, de boa
qualidade e desinfetada com cloro.

Os machos são transferidos uma semana antes das fêmeas para


acondicionamento com box restaurante (ao som de um apito os machos são
acondicionados para comerem em determinado local);

Após a transferência os machos recebem alimentação diferenciada das fêmeas


pois a ração das fêmeas contém alta concentração de cálcio que causaria enrijecimento
das juntas, dificultando o salto nas fêmeas para a cópula.

Os machos são criados separados até a transferência.

Debicagem

Somente nos machos e é feita na primeira semana e pode ser feita a redebicagem
na 19ª semana de vida.

*O esporão é cauterizado no incubatório.

Seleção/Triagem

São feitas duas seleções. A primeira entre 4 a 6 semanas de idade do lote (a


partir da 4ª semana o aquecimento é desligado e na 6ª semana tem-se a primeira troca de
ração) e a segunda seleção é feita com 12 a 14 semanas de idade. Pesa-se 100% do lote

35
www.veterinariandocs.com.br
e separa-se de acordo com o tamanho em leves (peso inferior a 10% do peso médio),
médias e pesadas (peso superior a 10% do peso médio).

Também executa-se pesagens semanais com amostragens (2,5% das fêmeas e


10% dos machos) para observação do desempenho do lote. Deve-se comparar com o
peso médio, onde o peso de no mínimo 75% das fêmeas e 80% dos machos devem
estar no intervalo entre 10% a mais e 10% a menos do peso médio.

Aves consideradas leves recebem um incremento na alimentação para que seu


peso se equilibre com as outras. Pode-se oferecer 1 a 2g para crescimento lento ou 5 a
10g para crescimento rápido.

Seleção de Machos: além da seleção pelo peso a seleção também é feita pelo
aspecto físico periodicamente antes da transferência. São selecionados os melhores
machos observando-se: conformação de corpo, coloração da crista, empenamento,
vivacidade, quilha longa e reta e ausência de lesões. É utilizada a proporção de 15% de
machos para o alojamento e cerca de 10% para a reprodução, o restante é encaminhado
para o skiping ou para o abate.

*São os machos que transmitem características de ganho de peso para a progênie.

Skiping ou Inter-Skiping

Skiping: introdução de galos mais novos em galpões onde os galos mais velhos
não estão fertilizando corretamente.

Inter-Skiping: troca de galos entre galpões. E os galos formarão novas famílias,


o que irá revigorar o macho.

Ninhos (fase de postura)

Ninhos Externos: porta de acesso a outros animais (não recomendado);

Ninhos Internos: melhores;

Quantidade: 1 ninho para 4 aves (se não obedecer isto, haverá postura de
ovos no chão);

Manejo da Cama

O principal material utilizado é a maravalha que deve ser trocada a cada lote e
deve ser colocada a uma espessura de 10 cm.

Deve ser sempre desinfetada com formaldeído utilizando um pulverizador


costal.

E a cada 2 dias deve-se fazer o manejo para manter a qualidade, retirando-se


crostas que se formam.

36
www.veterinariandocs.com.br
Manejo de Ovos

Deve-se ter o mínimo de higiene do tratador (mãos e banhos).

Deve ser feita 6 coletas diárias, e são feitas logo após o arraçoamento. Os ovos
coletados são conduzidos para o depósito central limpos, classificados e devem ser
resfriados o quanto antes.

*Ovos não incubáveis vão para o comércio.

Ovos de cama e sujos são lavados com água morna e desinfetante a base de
amônia, marcados e enviados ao incubatório onde serão incubados em bandejas na parte
inferior do carrinho ou em máquina própria. Ou pode-se efetuar apenas limpeza à seco
com palha de aço.

Após limpeza os ovos são fumigados como já foi descrito anteriormente e são
encaminhados para a sala de estocagem a temperatura máxima de 23ºC. Após isto são
transportados para o incubatório onde podem passar por nova fumigação.

Os ovos são transportados duas vezes pela manhã e duas vezes pela tarde em
caminhões próprios e climatizados, com temperatura inferior à 23ºC.

Deve-se incubar estes ovos entre o 3º e 4º dias após a cobertura para melhor
qualidade do pintinho.

Seleção das Aves em Postura

Idade Abertura Pélvica

De 84 a 91 dias Fechada

119 dias Um dedo

21 dias antes do 1º ovo 1,5 dedos

10 dias antes do 1º ovo 2 a 2,5 dedos

Em postura 3 dedos

Freqüência da Observação dos Parâmetros Importantes de Produção

Quinzenalmente: peso corporal, taxa de ganho de peso e uniformidade.

Diariamente: produção de ovos, incremento na produção de ovos, peso do ovo,


alteração no peso do ovo, tempo de consumo, condição corporal (cor, aspecto, peito, etc
– pelos menos semanalmente) e temperatura do aviário (mínimo e máximo).

37
www.veterinariandocs.com.br
Referências Bibliográficas

MORAES, I. DE A. Fisiologia da reprodução das aves domésticas. Departamento de


Fisiologia e Farmacologia. Universidade Federal Fluminense. 2009.

RUTZ, F. et al. Avanços na fisiologia e desempenho reprodutivo de aves


domésticas. Revista Brasileira Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.31, n.3, p.307-
317, jul./set. 2007

BAHR. J. M.; JOHNSON. P. A. 1991. Reproduction in poultry. In: Cupps PT (Ed.).


Reproduction in domestic animals. 3rd ed. New York: Academic Press, p. 555 575,
1991.

38
www.veterinariandocs.com.br

Você também pode gostar