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AMANDA KÉZIA

Sincronização de estros
Definição
• Agrupamento de estros e ovulações
• Em um curto período ou mesmo em 1 dia
• Para que consequentemente, fazer a concentração de IA e/ou montas, e posteriormente
gestações e partos.

Vantagens → Para que fazer fêmeas ovularem ao mesmo tempo?


• Reduz o custo da IA
o As fêmeas da propriedade ovulando em períodos diferentes aumentaria o custo da mão de
obra de IA, o veterinário teria que ir a propriedade cada vez que uma fêmea ovulasse.
• Fornecimento racional da alimentação
o Animais de produção tem demandas de alimentações diferentes, de acordo com a categoria
animal que cada um se encontra (lactação, gestação, secagem, 1/3 final da gestação, cio)
o Não se fornece a mesma quantidade e qualidade de alimento em todas as suas categorias
produtivas.
o Um rebanho dessincronizado vai precisar de um manejo nutricional muito mais trabalhoso, já
que vai ter que fornecer alimento em quantidade e qualidade diferente para cada categoria
animal.
o Em um rebanho sincronizado, os animais se encontram em mesma categoria animal e tem as
mesmas necessidades nutricionais → rebanhos homogeneizados.
• Partos programados: porque tem a informação de quando ocorreu a fecundação.
• Menor taxa de mortalidade pós-natal
o Com a previsão de partos, o produtor consegue se organizar para ficar atento ao parto, sendo
um fator importante para diminuir a mortalidade pós-natal.
• Mantém a produção de leite constante o ano todo
o A lactação começa com o parto
o Para manter a produção constante: sincronizar metade do plantel em uma época, e o outro
lote sincroniza para parir no momento em que a produção de leite do primeiro lote diminuir
o Sempre atento a curva de lactação.
• Produção de crias uniformes: porque nascem na mesma época

Princípios fisiológicos da reprodução

a) Hormônios importantes na reprodução


Hormônios Origem Principais funções
GnRH Hipotálamo Estimula a liberação tônica de FSH e LH
FSH Adeno-hipofise Crescimento folicular ovariano
LH Adeno-hipofise Promove ovulação e luteinização das céls. foliculares.
17--estradiol Ovário Promove receptividade sexual; transporte de gametas
Progesterona Ovário → CL Inibição da receptividade sexual/Bloqueio EHH
Útero → Glândulas
Pgf2- Luteólise
endometriais
Ocitocina Hipotálamo / CL Contração muscular

b) Fisiologia da reprodução
• Hipotálamo secreta GnRH → atua na adeno-hipósfise
• Adeno-hipófise secreta LH e FSH → estimulam as ondas foliculares a
evoluirem
• Quando há um folículo na fase antral – os níveis de 17β-estradio ↑
• Estradiol retroalimenta positivamente o hipotálamo, hipófise e sensibiliza
o hipocampo
• LH ↑ = pico pré-ovulatório → ovulação horas depois
• Aquilo que era folículo se torna um corpo hemorrágico → corpo lúteo →
secreta progesterona → inibe o EHH
• EHH bloqueado = ↓ LH e FSH
• Isso só cessa quando o corpo lúteo for destruído
c) Fases do ciclo estral

Ciclo de 21 dias → vaca e cabra Ciclo 17 dias → ovelha


- Fase folicular: 5 a 7 dias - Fase folicular: 3 a 5 dias
- Fase luteal: 14 a 16 dias - Fase luteal: 12 a 14 dias

→ Os protocolos hormonais imitam a duração de dias de cada fase dessa.

Duração do Duração do Momento da


Espécie Tipo CE
ciclo (d) estro (h) ovulação (h)
Bovina PC 21 18-19 10-11h pós-estro
Caprina PE 21 20-35 1/3 final do estro
Ovina PE 16-17 24-36 1/3 final do estro
34-35h pós-início do
Suína PC 19-20 48-72
estro
1-2 dias antes do fim
Equina PE 19-25 4-8 dias
do estro
Canina “M” 6 meses 9-15 dias 1/3 inicial do estro

d) Detecção de estro
• Sinais anatômicos - vulva
o Edemaceação
o Hiperemia
o Corrimento
*ação do 17-estradiol→ gera neovascularização e edema
• Sinais comportamentais
o Agito de cauda
o Docilidade
o Imobilização/deixa cobrir – sinal mais marcante
*Em lotes muito grandes, para facilitar a detecção é feito o uso de colete marcador nos machos.

• Rufião: macho vasectomizado


o O uso do burdizo afeta toda a irrigação sanguínea das gônadas, com o tempo elas atrofiam,
a produção de testosterona diminui e o rufião “esfria”.
*Melhor forma de rufião: vasectomia/deferentectomia (retirada de um segmento do funículo
espermático

e) Princípios da sincronização do estro e da ovulação

• Morfologia ovariana/perfil hormonal


Fase Morfologia do folículo Estro
folicular
F1 Folículo pré-ovulatório Estro (outras espécies) e
metaestro (vaca)
F2 Folículo rompido
F3 Presença de corpo lúteo Não está em estro
F4 Folículo terciário e corpo Não está em estro
lúteo regredindo

Os pesquisadores viram que para homogeneizar o cio das fêmeas dentro de uma propriedade, o
que modificar?
• Morfologia ovariana – para se tornar todas iguais ou
• Perfil hormonal – que está intrinsecamente ligado a morfologia hormonal

➔ Foi visto que mexer no perfil hormonal era mais viável e prático.

Princípios da sincronização:
1) Encurtamento do ciclo estral
2) Alongamento do ciclo estral

1. ENCURTAMENTO DO CICLO ESTRAL

Princípio: aplicar agentes luteolítico (substâncias que destroem o corpo lúteo), para promover luteólise,
induzindo um desbloqueio do EHH do plantel e consequentemente um estro generalizado.

a) Sincronização do estro
• Agentes luteolítico: Pgf2 e suas análogas.
o Luprostiol (PROSOLVIN®)
o Cloprostenol (CIOSIN®)
o D-Cloprostenol (PROLISE ®) – mais potente

Em protocolos de sincronização de estro, se associa substâncias que atuem na sincronização da


ovulação.
• Associações hormonais
o Luteolítico + Hormônios – ovulação

b) Sincronização da ovulação
o GnRH - atuam na adenohipófise, promovendo a secreção de LH e FSH
o eCG – secretada pelas vilosidades coriônicas da égua prenhe (responsável pela ovulação), e funciona
como FSH e LH
o hCG – não é muito eficaz na veterinária.

PROTOCOLOS

Agentes luteolítico → BOVINOS

1º IA pós-estro: inseminação baseada no início do estro


➔ Com detecção de estro
DE + IA
D0 D7 D12
GnRH PgF2 IA (12h pós DE)

D0 – dia 0: aplicar GnRH em todo plantel, via IM.


o Fazer diagnóstico de gestação antes em todas as fêmeas a serem trabalhadas, para ter a
certeza que estão vazias e ser submetidas ao protocolo de IA.
▪ Se a fêmea estiver prenhe: prostaglandina provoca aborto.
o Essas vacas obrigatoriamente estão na fase folicular ou fase luteal
O que acontece no ovário quando aplica GnRH?
• Fase folicular: os folículos se desenvolvem (GnRH induz secreção de LH e FSH), ovulam e
formam corpo hemorrágico e depois corpo lúteo
• Fase luteal: depende, pode ter animais no início da fase luteal (CL pequeno) e tem aqueles na
fase final (CL gigante-acima de 4 dias de vida).
o Em CL inicial – pequeno: evoluem o corpo lúteo, porque o LH liberado pelo GnRH luteiniza
as células do CL. Ele só depende do LH quando é jovem, porque só possuem receptores de
LH quando tem até entre 3 a 4 dias de vida
o Em CL final – grande: ele se mantém, porque ele já não depende de LH e perdeu os seus
receptores.

Aplicação do GnRH é para que até o dia 7 do protocolo, todos os corpos lúteos fiquem uniformes
(mesma fase) e tenham receptores para progesterona (mais de 4 dias de vida).

D7 – dia 7: aplicar PgF2α


o Nesse dia, todo o plantel tem corpo lúteo com receptores para progesterona (prostaglandina F2α).
o CL só é responsivo a pgf2α quando tem mais de 4 dias de vida.
O que ocorre com a aplicação da PgF2?
• Vai causar uma regressão do corpo lúteo, a medida que ele regride, a progesterona vai diminuindo
• A partir de 24 horas da aplicação começa apresentação do cio
• A detecção de estro ocorre entre D8 e D12
• Detectado o estro – insemina com 12 horas depois

D12 – dia 12: entre o D8 a D12 ocorre a detecção de estro, e IA após 12 horas da detecção.
• Em condições de fazenda: detecção 2 vezes ao dia (manhã/tarde)
o Se ciar de manhã, insemina a tarde. Se ciar de tarde, insemina no outro dia de manhã.
• Em condições de empresa/laboratório: detecção a cada 4 horas.
o Insemina de 16 a 20h após início do estro.

Por que detectar estro é importante?


O estro é um parâmetro para saber quando o animal vai ovular. Porque se eu conheço a hora do início
do estro, eu posso 12h depois inseminar a vaca, porque em seguida ela ovula no metaestro.

2º IATF (Inseminação artificial em tempo fixo): inseminação no final do tratamento hormonal


➔ Sem detecção de estro
- Mais usado em vacas, porque em lotes muito grandes não é prático ficar fazendo a detecção do
estro.

D0 D7 D9 D10
GnRH PgF2 GnRH IATF (24h após 2ª GnRH)

O que essa 2ª aplicação de GnRH faz?


• Nesse protocolo não se detecta estro, então não sei quando ela vai ovular. Para que ela ovule no
dia que foi marcado a IA (72h pós pgf2α), é aplicado um sincronizador de ovulação → GnRH.
• O GnRH promove secreção de LH e FSH. O LH vai induzir a ovulação, sincronizando as fêmeas.
• Então essa 2ª dose, traz uma segurança em sincronizar essas ovulações no momento certo para
a IA.

Hormonal - Agentes luteolítico → OVINOS

3º IA pós-estro (ovinosync®)
➔ Com detecção de estro
DE + IA
D0 D10 D13
PgF2 PgF2 IA (16-20h pós DE)
D0 – dia 0: aplicação de pgf2α em todos os animais
- Vai ter animais na fase folicular e na fase luteal.
• Fase folicular: os folículos se desenvolvem e ovulam, porque eles não têm receptores para
prostaglandina.
• Fase luteal: depende.
o Em CL inicial – pequeno: evoluem o corpo lúteo, porque eles não têm receptores para
prostaglandina.
o Em CL final – grande: ele vai regredir, porque já tem receptores para prostaglandinas. Vai
ocorrer o desbloqueio do EHH, uma nova onda folicular vai emergir, uma nova ovulação e um
segundo corpo lúteo vai ser formado.
▪ Com 10 dias vai haver corpo lúteo responsivo a pgf2

- Nesse período do D0 a D10 elas vão apresentar cio, mas não vai ser promovido a IA nesse momento,
somente após sincronizar o ciclo das fêmeas, que é após a segunda dose.
1ª dose pgf2: para homogeneizar o ciclo dos animais

D10 – dia 10: faz a 2ª aplicação de pgf2α


• Essa segunda dose depois de aplicada: regressão dos CL.
o Nesse momento há CL de tamanhos diferentes
▪ Os menores regridem primeiro
▪ Os maiores vão regredindo aos poucos
▪ *essa diferença de tempo de regressão faz que ocorra o desbloqueio do EHH em
momentos diferentes uma das outras, ocorrendo estro com diferenças de horas
entre elas.
• Após 24h da 2ª aplicação (dia 11) começa a observar a detecção de estro

D13 – dia 13:


• Quando o cio é detectado dentre o D11 e o D13
• Feita a IA após 16-20h pós DE
*Protocolo mais barato

4º IATF (Ovsynch®)
➔ Sem detecção de estro

D0 D7 D9 D10
GnRH PgF2 GnRH IATF
(16-20h)
D0 – dia 0: aplicação de GnRH no plantel todo
• Fase folicular: ondas foliculares vão evoluir, ovular e formar o corpo lúteo
• Fase luteal: depende
o CL inicial - pequeno: evolui e se mantém, porque GnRH promove liberação de
LH
o CL final - grande: ele se mantém, porque não tem mais receptor para LH.

D7 – dia 7: aplica prostaglandina em todo o plantel

D9 – dia 9: aplica 2ª dose de GnRH


• O GnRH libera LH e promove o pico pré-ovulatório, que vai induzir a ovulação,
sincronizando as fêmeas.

• Essa 2ª dose, traz uma segurança em sincronizar essas ovulações no momento certo
para a IATF.

D10 – dia 10: feito a IATF


• É feita após 16h-24h da 2ª aplicação de GnRH.

Agentes luteolítico → CAPRINOS

5º IA pós-estro DE + IA

D0 D10 D13
d-cloprostenol d-cloprostenol IA
(16-20h pós DE)
6º IATF
D0 D10 D12 D13
PgF2 PgF2 GnRH IATF
(16-20h pós GnRH)

Quando é empregado um protocolo com detecção de cio?


✓ Quando há poucos animais
✓ Propriedade com baixo custo
✓ Tem gente para trabalhar
Quando é empregado um protocolo sem detecção de cio?
✓ Muitos animais
✓ Produtor tem alto poder aquisitivo
✓ A propriedade tem muita tecnologia a disposição

Desvantagens do encurtamento do ciclo estral


a) Lise – CL → estro

b) Ciclicidade
a. Os animais têm que estar ciclando;
b. Há épocas do ano que os animais não ciclam;
c. Não é possível aplicar um protocolo que se baseia na destruição do corpo lúteo, se ele não
existe.

Formas de avaliar se o plantel está ciclando:


❖ Avaliação ginecológica
o Avaliação visual externa/interna: alterações anatômicas.
o Se ela aceita a monta (estro), avalia a vulva se está edemaciada, hiperêmica, com corrimento, animal
agitado, perda de apetite, repete isso de tempos em tempos, então ele está no cio.
o Fazer exames ginecológicos seriados de tempos em tempos para saber se os animais estão repetindo
as caracteristicas do cio.
▪ Vaca e cabra= 2 exames a cada 21 dias.
▪ Ovelhas= a cada 17 dias.
❖ Monitorar ciclos
a) Dosagem progesterona (leite / plasma)
Coletas de sangue/leite a cada 7 dias (D0, D7, D14, D21, D28)
▪ P4 ↓= níveis basais em todas as dosagens, esse animal não está ciclando.
▪ P4 ↑= níveis altos em todas as dosagens, não está ciclando, ele está com corpo lúteo (pode
estar prenhe ou CL persistente).
▪ D0 ↓, D7↓, D14↑, D21↓= esse animal está ciclando, podendo ser aplicado o protocolo de
encurtamento do ciclo estral.
b) USG → avaliação dos folículos
▪ Folículos antrais (D0, D7, D14, D21, D28)= animal não está ciclando.
▪ Presença de CL (D0, D7, D14, D21, D28)= não está ciclando, presença de CL persistente.
▪ D0 (Pequenos folículos), D7 (CL), D14 (pequenos folículos), D21 (CL)= animal está ciclando

c) Agentes luteolítico
a. O encurtamento do ciclo estral promove uma maior dispersão de estros, ovulações = tendo
uma menor probabilidade de pegar o momento da fecundação depois da IA.
b. Regressão luteal em momentos diferentes: a diferença de tamanho de CL entre as
fêmeas e seu tempo de regressão, fazem com que haja uma diferença de horas entre
estros. Porque o desbloqueio EHH ocorre em momentos diferentes.
07/11
2. ALONGAMENTO DO CICLO ESTRAL
Princípio: faz o bloqueio do EHH simulando o alongamento da fase luteal.
• Protocolos de alongamento do ciclo podem ser aplicados em qualquer época do ano, porque vai ser
fornecido aos animais uma fonte de bloqueio do EHH, e depois vai ser retirada, sem depender do
CL.

Bloqueio do EHH com uso de:


➢ Progesterona ou progestágenos (mimetizam ação da P4) – fonte de bloqueio

Formas de fornecer progesterona ou prostágenos:


a) MGA – acetato de melengestol (raçaõ)
o Fornecido na ração → não é bem sucedido, porque alguns vão ter superdosagem e outros
subdosagem.

b) Norgestomet (implante auricular) – vaca/pequenos ruminantes


o Popular “implante”
o Colocado entre a pele da orelha e a cartilagem auricular
o Ele libera a substância aos poucos e passa para corrente sanguínea.

c) MAP/FGA (esponja intravaginal) – pequenos ruminantes


o Nome comercial: progespon
o Impregnada com hormônio MAP – Acetato de Medroxiprogesterona (BRASIL) ou FGA –
Acetato de fluorogestona (FORA DO BRASIL)
o Aplicação:
✓ Borrifar terra-cortril nas esponjas para evitar proliferação bacteriana e evita descarga
vaginal
✓ Acoplar esponja no aplicador
✓ Limpeza da vulva
✓ Abre os lábios vulvares
✓ Insere o aplicador apontado para o teto da vagina
✓ Coloca na porção cranial da vagina, encostada na cérvix.
✓ Com o êmbolo empurra a esponja (embolo deve ser maior que o aplicador)
✓ Na retirada, segura o êmbolo e puxa a cânula
✓ Puxar lentamente sem deixar o cordão da esponja enrolar no aplicador
✓ Cortar o excesso do cordão

Essas esponjas causam muitas vezes vaginite, sendo então feito uma escala para descargas
vaginais liberadas:
• Descarga vaginal
o Grau 1: ausente
o Grau 2: presente/clara
o Grau 3: presente/pus/sangue
*Por isso a necessidade de aplicar terra-cortril (terramicina) nas esponjas. Ele evita o desenvolvimento dessas
descargas vaginais.

d) Dispositivo intravaginal impregnado de progesterona pura


o Dispositivo em formato de “T” impregnado de progesterona
o (CIDR, DIB, PRIMER) → bovinos
o (CIDR, DICO, PRIMER) → ovinos e caprinos
o São os mais eficazes

APLICAÇÃO DE PROGESTÁGENOS/PROGESTERONA

1) BOVINO

a) IA pós-estro DE + IA
D0 Norgestomet D7 D12
PgF2

• Protocolo baseado em detecção de estro

D0 – dia 0: Aplica o dispositivo norgestomet e mantém por 7 dias (fazendo o bloqueio do EHH).
Animais estão em fase luteal ou folicular. O que acontece quando recebem implante?
o Fase folicular: não se desenvolvem (pela baixa de GnRH/LH/FSH) e entram em atrésia e não
formam CL. A única fonte de bloqueio desses animais será o implante.
o Fase luteal:
▪ CL inicial – pequeno: não vai se desenvolver (atresia), porque não tem receptores de
P4 nessa fase inicial, e assim vai surgir uma nova onda ovulatória.
▪ CL final – grande: ele permanece, pois já tem receptores de P4
• por causa da permanência desses CL em estágio final que é aplicado uma
segunda dose de pgf2α, para eliminar a última fonte de P4 desse animal.
D7 – dia 7: dispositivo retirado (desbloqueando EHH) e feito uma aplicação de pgf2α.

D8 a D12 – dia 8 a 12: começa a observar estro 12h após a retirada do dispositivo. Depois de detectado o
estro, insemina com 12h depois.

b) IATF

D0 PRIMER D7 D9 D10
PgF2 GnRH IATF

• Sem detecção de estro, a IA acontece em tempo fixo

D0 - dia 0: Aplica o dispositivo primer e mantém por 7 dias (fazendo o bloqueio do EHH)

D7 – dia 7: dispositivo retirado (desbloqueando EHH) e feito uma aplicação de pgf2α

D9 – dia 9: aplicação do GnRH sincronizador de ovulação (induz o pico pré ovulatório de LH)

D10 – dia 10: IA é feita 72h depois da retirada do dispositivo

Protocolo comercial da ourofino de IATF


• A IATF não é feita com base no início do cio, é feita com base na retirada do dispositivo.
o Pode ocorrer de inseminar animal que não entrou no cio (porque não está sendo detectado
cio nesse protocolo).

D0
• Dispositivo intravaginal impregnado com progesterona pura - fica durante 8,5 dias
• Benzoato de estradiol – BE→ diminui o tamanho dos folículos, não deixando eles crescerem
muito e fiquem homogeneamente pequenos. Pra que? quando há o desbloqueio do EHH e tem
um pool de folículos pequenos, eles são mais responsivos ao desbloqueio EHH (LH/FSH),
levando-os a uma onda ovulatória de melhor qualidade.
o É mais interessante ter folículos pequenos muito mais responsivos a descarga de LH/FSH
(pelo desbloqueio do EHH), do que folículos grandes e menos responsivos.
o Em concentrações muito altas= bloqueia o EHH.
D8,5
• PGF → por causa da permanência de CL em estágio final (grandes) que é aplicado uma segunda
dose de pgf2α, para eliminar a última fonte de P4 desse animal.

• eCG → papel de LH/FSH – estimulando o recrutamento folicular, aumenta os níveis de estradiol e


gera ovulação.
• BE – por que aplicar de novo?
• Ovulação ocorre em 60h

D10
• Inseminação é feita de 38 ou 44 horas após retirada do dispositivo.

2) OVINO E CAPRINO

a) IA pós-início do estro
DE
D0 D9 D11 D13
MAP(esponja) eCG MAP IA
d-cloprostenol 16-20h pós DE
D0: coloca a esponja (MAP)
D9: 48h antes da retirada da esponja
o 200-300 UI de eCG (sincronizador de ovulação)
o 75-125µg de d-cloprostenol (luteolítico para eliminar os CL restantes)
D11
• Retirada da esponja (MAP)
• Aguarda 12h após retirada da esponja: detecta estro
D13
• Insemina 16 a 20h pós DE

b) IATF

D0 D7 D9 D10 24h D11


CIDR eCG CIDR GnRH IATF
d-cloprostenol
D0: coloca a esponja (CIDR)

D7: 48h antes da retirada da esponja


o 200-300 UI de eCG (sincronizador de ovulação)
o 75-125µg de d-cloprostenol (luteolítico para eliminar os CL restantes)

D9: retirada da esponja (MAP)


• Após 48h marca a inseminação
• Sem detecção de estro

D10: aplica GnRH 24h antes da IATF

D11: insemina.

ESPONJA X ½ IMPLANTE X IMPLANTE


• % de cabras em estro
o Não houve diferenças significativas =
todos iguais.
• Cabras ovulando
o Esponja foi melhor;
o Esponja = implante;
o ½ implante = implante.
• Fertilidade ao parto
o Esponja foi melhor

ESPONJA X DISPOSITIVO INTRAVAGINAL


• % de cabras em estro
o
o CIDR é melhor
• Início do estro (h)
o CIDR é melhor (menor intervalo de início
de cio=respondeu bem ao
protocolo=desbloqueio do EHH mais
forte=descarga de LH/FSH mais forte)
o MAP = FGA.

Quem tem o estro mais rápido? CIDR ou esponja?


-Com o uso do CIDR
Então insemina no mesmo momento? (os animais que estão usando CIDR e aqueles com esponja)
-Não.
- Atrasa a retirada da esponja para essas fêmeas entrarem em CIO no mesmo tempo
que aquelas que usam CIDR;
- 6 a 8 horas a mais para retirada da espoja.

Porque entrar em estro de forma precoce é bom?


Existe uma relação muito forte entre o momento do inicio do estro e a fertilidade.
Início do estro vs. Fertilidade
• Estro em 49 a 72h → 25% de fertilidade
o Quando os estros começam tardiamente, gera uma fertilidade de 25%.
• Estro até 30h → 65% de fertilidade
o Animal que entra em estro rápido, significa que o bloqueio do EHH foi forte = desbloqueio
foi forte = descarga de LH/FSH mais forte.

Pode utilizar o CIDR mais de uma vez?


Experimento com 3 grupos de 15 cabras

D0 D7 D9 D11
CIDR-N PgF2α CIDR-N IA 16-20h pós DE
eCG

D0 D7 D9 D11
CIDR-1x PgF2α CIDR- 1x IA 16-20h pós DE
eCG

D0 D7 D9 D11
CIDR-2x PgF2α CIDR-2x IA 16-20h pós DE
eCG

Conclusão:
• Todas as 45 cabras ciaram = 100%
• Início do estro: 13h em média
• Fertilidade = >80%

Tratamento progestágenos (11-14 dias)


•  progestágeno (FT) =  fertilidade
•  transporte / sobrevivência (SPTZ) IPC
•  vida útil (folículo pré-ovulatório) !

POR QUE A FERTILIDADE É BAIXA EM TRATAMENTOS LONGOS?


No momento da retirada da esponja, a concentração de progestágeno no final do tratamento já estava
baixo, e assim o debloqueio do EHH era fraco.

Se o desbloqueio é fraco = os níveis de GnRH demoram a se elevar na corrente sanguínea = tem uma
descarga fraca de LH/FSH = demora a ocorrer as ligações de FSH nas células da granulosa e de LH
nas células da teka (folículo ovariano) → baixa fertilidade.

FSH - células da granulosa → promove a secreção da enzima aromatase.


LH - células da teka → promove a secreção de andrógenos
- A enzima aromatase converte as moléculas de andrógenos em estrógenos (17β-estradiol)

faz o complexo hiperplasia-hipertrofia uterina


Quais as consequências para o:
Gameta masculino
- 17β-estradiol vai demorar a se elevar na corrente sanguínea = prejudicando a contratilidade uterina =
prejudicando o transporte e sobrevivência dos sptz = baixa quantidade chega até a ampola uterina =
baixa fertilidade.
Gameta feminino
-17β-estradiol ↓ = prejudicando o feedback positivo no
EHH (retroalimenta a secreção de GnRH no hipotálamo e a secreção de LH/FSH na adenohipófise).
- Os níveis de LH demoram a subir= pico de LH demora a acontecer = ovulação demora
- Se a ovulação demora ocorrer = vida útil do folículo aumenta
- Qual problema de aumentar a vida do folículo pré-ovulatório? Ocorre ovulação retardada → que
pode evoluir para um cisto folicular.
- Há uma sincronia entre a maturação do oócito e do folículo, então no momento que o folículo rompe, o
oócito precisa estar preparado. Se no momento que ele estiver maduro não for liberado, ele tende a
degenerar os receptores ZP3 da zona pelúcida = baixa fertilidade.

Então, como que faz para no dia da retirada da esponja, tenha muito hormônio nela?
1. Injetar mais hormônio
2. Gastar menos hormônio → fazendo um protocolo curto (5 a 6 dias)

ENCURTAMENTO DO CICLO ESTRAL ≠ PROTOCOLO CURTO


Encurtamento: uso de PgF2α e sincronizador de ovulação
Protocolo curto: segue o alongamento do ciclo estral, mas de 5 a 7 dias, com uso de dispositivos de
progestágeno e progesterona.

PROTOCOLO CURTO

➢ INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POR MONTA NATURAL

o ESPONJA
D0 D14 MN(estação de 28d)/1M:5F D42
MAP (esponja) MAP
eCG
Por que só aplicou eCG?
- Como a fase luteal da ovelha é de 12 a 14 dias, não há risco de ter corpo lúteo no D14.

D0 D7 MN(28d)/1M:5F D42
MAP MAP
eCG+PgF2α
-Como a esponja é retirada com 7 dias, há o risco de ter corpo lúteo
-Necessário aplicação de PgF2-Necessário aplicação de PgF2α

o DISPOSITIVO INTRAVAGINAL
D0 D14 MN(estação de 28d)/1M:5F D42
CIDR CIDR
eCG

D0 D7 MN(28d)/1M:5F D42
CIDR CIDR
eCG+PgF2α

Comparação de protocolo com 14 dias x 7 dias → MONTA NATURAL

Conclusão → A redução do tempo da esponja (MAP)


para 7 dias igualou a fertilidade do protocolo com o
uso do dispositivo intravaginal (CIDR).

➢ INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL POR VIA CERVICAL

D0 D6 D8
CIDR CIDR IATF-C (48h)
PgF2α
eCG

D0 D6 D8
DICO DICO IATF-C (48h)
PgF2α
Ecg
D0 D6 D8
MAP MAP IATF-C (48h)
PgF2α
eCG

Conclusão→ IATF cervical tem melhores resultados


com CIDR e DICO. A esponja apresenta taxas de pouca
fertilidade.

➢ INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL INTRAUTERINA POR VIA LAPAROSCÓPICA

Conclusão: Inseminar por via laparoscópica faz


igualar a fertilidade da esponja com o CIDR.
*mas sai inviável financeiramente para o produtor.

PROTOCOLO CAPRINO E OVINO – PROTOCOLO CURTO

• Coloca os dispositivos no dia 0 e retira do dia 6


• Na retirada aplica eCG e PgF2α
• Faz IATF sem detecção de estro
o Cervical: 46h depois da retirada do dispositivo
o Intrauterina por laparoscopia: 56h depois da retirada do dispositivo
▪ Porque mais tarde?
• Porque nesse tipo de inseminação o sêmen é depositado direto no útero
(ganhou tempo), tem que colocar mais tarde para se aproximar da
ovulação.

• Não tem diferença de horas de inseminação porque esses dispositivos já foram usados.

USO DO eCG

O eCG é um sincronizador de ovulação, porque ele funciona como LH e FSH. S ele agrupa mais as
liberações dos oocitos e a inseminação em um determinado tempo juntos = fertilidade maior. Porque
tem mais oocitos disponíveis para ser fecundado naquele momento.

• eCG é uma substância estranha ao corpo do ruminante e vai ser tratada como antígeno →
formando anticorpos anti eCG = isso significa que no tratamento subsequente, o animal pode
não responder adequadamente.
Anticorpos anti eCG – qual efeito?
Um estudo quantificou o complexo eCG – Anticorpo eCG 3 anos depois do uso do eCG em
ruminantes:
• Tx de ligação (> 25%) → 60% (estros tardios)
o Quando a taxa de ligação >25% entre as moléculas era detectado 60% de estros tardios.
o Estros tardios = infertilidade
• Tx de ligação (<5%) →10% (estros tardios) IPC
!
QUAL A RELAÇÃO ENTRE ANTICORPO ECG X ESTRO TARDIO X INFERTILIDADE?
➢ Quanto maior a quantidade de complexos anticorpo eCG – eCG, mais tardios são os estros e
menor será a fertilidade.
Porque se a ovulação demora ocorrer, a vida útil do folículo aumenta e ocorre ovulação retardada, que
pode evoluir para um cisto folicular. E também há uma sincronia entre a maturação do oócito e do folículo,
então no momento que o folículo rompe, o oócito precisa estar preparado. Então, se no momento que ele
estiver maduro não for liberado (estro tardio), ele tende a degenerar os receptores ZP3 da zona pelúcida,
assim os sptz não conseguem se ligar e não ocorre fecundação = infertilidade.
➢ Quanto menor quantidade de complexo anticorpo eCG - eCG, menor a quantidade de estros
tardios e maior a fertilidade.

Variabilidade (estro, PPLH, ovulação)


• Estro em 49 a 72h (tardios) → 25% de fertilidade
• Estro até 30h → 65% de fertilidade

Importante fazer o uso correto de eCG na propriedade!!!


Trabalhar com rotação de lotes na propriedade com uso de eCG, já que é necessário um
ano para não haver mais resquícios de eCG na corrente sanguínea dos animais.

1 dose de eCG
D0 D6 DE D10 D18
CIDR CIDR US
PgF2α CS
eCG
1 dose de GnRH DE

D0 D6 D9 D10 D18
CIDR CIDR GnRH US
PgF2α (56h) CS

➢ A aplicação de GnRH 56h depois da retirada do CIDR é para substituir o papel de sincronizador
de estro do eCG.

2 doses de GnRH DE
*sai mais caro
D0 D6 D9 D10 D18
CIDR CIDR GnRH US
GnRH PgF2α (56h) CS

Conclusão:
% ovelhas em estro: GnRH não consegue fazer o que o eCG faz;
% ovelhas ovulando: GnRH = eCG.
Sincronização natural do estro
➢ Formas
o Hormonal – agentes luteolítico / progestágeno
o Natural – efeito macho

Efeito macho: capacidade que um macho tem de induzir estro e ovulação na fêmea somente com sua
presença.
• Os machos têm na base dos cornos glândulas de Schietzel, que liberam uma secreção que
tem uma substância chamada de feromônio.
• A fêmea tem um órgão chamado vômeronasal – que possui receptores capazes de captar uma
informação olfativa (feromônio) e transformar em impulso nervoso.
• Esse impulso estimula o EHH – promovendo descarga de GnRH → LH/FSH → evolução de
onda folicular → estradiol ↑ → retroalimenta o EHH → pico de LH → ovulação.

Como faz o efeito macho na propriedade?


• Isola machos e fêmeas por no mínimo 30 dias
• O macho é colocado a uma distancia de pelo menos 200m e contra o vento, no sentido que o
vento venha da fêmea para o macho (nunca o contrário).
• Depois dos 30 dias introduz o reprodutor no meio das fêmeas.

2 situações hormonais:

Situação A
Esse é desejável que ocorra, mas é o que menos acontece.

D0 LH + ovulação + CL + luteólise D19 estro D21


Carneiro

• D0 = depois de 30 dias → carneiro introduzido com as fêmeas


• D0 ao D19 = induz estro → pico pré ovulatório de LH → ovulação → forma CL → 1ª
COBERTURA.
o Quem não emprenhou→ luteólise → segundo cio
• D19 ao D21 = apresenta o segundo estro → CARNEIRO COBRE AS FÊMEAS RESTANTES

→ Nessa situação, em 21 dias todas fêmeas são cobertas.

Situação B
Não é desejável que ocorra, mas é o que mais acontece.

D0 LH / ovulação / CL hipof D7 D27


Carneiro LH estro

Causado pelo efeito macho


• D0 = depois de 30 dias → carneiro introduzido com as fêmeas
• D0 ao D7 = induz estro → pico pré ovulatório de LH → ovulação 12 a 20h depois → forma CL
hipofuncional (ele não fica viável por muito tempo) → 1ª COBERTURA DO MACHO
o O efeito macho não induz níveis bons de LH para manutenção do CL – ocorre luteólise.
o Quando ocorre luteólise= ↓ progesterona = desbloqueio do eixo e assim liberação de
LH/FSH. Causado pela própria fêmea
o Com 7 dias o animal vai ter um novo pico de LH
• D7 = pico de LH → 2ª COBERTURA
• D7 ao D27 = ovulação – forma CL – entrar em estro de novo pelo dia 27 → 3ª COBERTURA
o Níveis de LH estaria melhor

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