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Sincronização de estros
Definição
• Agrupamento de estros e ovulações
• Em um curto período ou mesmo em 1 dia
• Para que consequentemente, fazer a concentração de IA e/ou montas, e posteriormente
gestações e partos.
b) Fisiologia da reprodução
• Hipotálamo secreta GnRH → atua na adeno-hipósfise
• Adeno-hipófise secreta LH e FSH → estimulam as ondas foliculares a
evoluirem
• Quando há um folículo na fase antral – os níveis de 17β-estradio ↑
• Estradiol retroalimenta positivamente o hipotálamo, hipófise e sensibiliza
o hipocampo
• LH ↑ = pico pré-ovulatório → ovulação horas depois
• Aquilo que era folículo se torna um corpo hemorrágico → corpo lúteo →
secreta progesterona → inibe o EHH
• EHH bloqueado = ↓ LH e FSH
• Isso só cessa quando o corpo lúteo for destruído
c) Fases do ciclo estral
d) Detecção de estro
• Sinais anatômicos - vulva
o Edemaceação
o Hiperemia
o Corrimento
*ação do 17-estradiol→ gera neovascularização e edema
• Sinais comportamentais
o Agito de cauda
o Docilidade
o Imobilização/deixa cobrir – sinal mais marcante
*Em lotes muito grandes, para facilitar a detecção é feito o uso de colete marcador nos machos.
Os pesquisadores viram que para homogeneizar o cio das fêmeas dentro de uma propriedade, o
que modificar?
• Morfologia ovariana – para se tornar todas iguais ou
• Perfil hormonal – que está intrinsecamente ligado a morfologia hormonal
➔ Foi visto que mexer no perfil hormonal era mais viável e prático.
Princípios da sincronização:
1) Encurtamento do ciclo estral
2) Alongamento do ciclo estral
Princípio: aplicar agentes luteolítico (substâncias que destroem o corpo lúteo), para promover luteólise,
induzindo um desbloqueio do EHH do plantel e consequentemente um estro generalizado.
a) Sincronização do estro
• Agentes luteolítico: Pgf2 e suas análogas.
o Luprostiol (PROSOLVIN®)
o Cloprostenol (CIOSIN®)
o D-Cloprostenol (PROLISE ®) – mais potente
b) Sincronização da ovulação
o GnRH - atuam na adenohipófise, promovendo a secreção de LH e FSH
o eCG – secretada pelas vilosidades coriônicas da égua prenhe (responsável pela ovulação), e funciona
como FSH e LH
o hCG – não é muito eficaz na veterinária.
PROTOCOLOS
Aplicação do GnRH é para que até o dia 7 do protocolo, todos os corpos lúteos fiquem uniformes
(mesma fase) e tenham receptores para progesterona (mais de 4 dias de vida).
D12 – dia 12: entre o D8 a D12 ocorre a detecção de estro, e IA após 12 horas da detecção.
• Em condições de fazenda: detecção 2 vezes ao dia (manhã/tarde)
o Se ciar de manhã, insemina a tarde. Se ciar de tarde, insemina no outro dia de manhã.
• Em condições de empresa/laboratório: detecção a cada 4 horas.
o Insemina de 16 a 20h após início do estro.
D0 D7 D9 D10
GnRH PgF2 GnRH IATF (24h após 2ª GnRH)
3º IA pós-estro (ovinosync®)
➔ Com detecção de estro
DE + IA
D0 D10 D13
PgF2 PgF2 IA (16-20h pós DE)
D0 – dia 0: aplicação de pgf2α em todos os animais
- Vai ter animais na fase folicular e na fase luteal.
• Fase folicular: os folículos se desenvolvem e ovulam, porque eles não têm receptores para
prostaglandina.
• Fase luteal: depende.
o Em CL inicial – pequeno: evoluem o corpo lúteo, porque eles não têm receptores para
prostaglandina.
o Em CL final – grande: ele vai regredir, porque já tem receptores para prostaglandinas. Vai
ocorrer o desbloqueio do EHH, uma nova onda folicular vai emergir, uma nova ovulação e um
segundo corpo lúteo vai ser formado.
▪ Com 10 dias vai haver corpo lúteo responsivo a pgf2
- Nesse período do D0 a D10 elas vão apresentar cio, mas não vai ser promovido a IA nesse momento,
somente após sincronizar o ciclo das fêmeas, que é após a segunda dose.
1ª dose pgf2: para homogeneizar o ciclo dos animais
4º IATF (Ovsynch®)
➔ Sem detecção de estro
D0 D7 D9 D10
GnRH PgF2 GnRH IATF
(16-20h)
D0 – dia 0: aplicação de GnRH no plantel todo
• Fase folicular: ondas foliculares vão evoluir, ovular e formar o corpo lúteo
• Fase luteal: depende
o CL inicial - pequeno: evolui e se mantém, porque GnRH promove liberação de
LH
o CL final - grande: ele se mantém, porque não tem mais receptor para LH.
• Essa 2ª dose, traz uma segurança em sincronizar essas ovulações no momento certo
para a IATF.
5º IA pós-estro DE + IA
D0 D10 D13
d-cloprostenol d-cloprostenol IA
(16-20h pós DE)
6º IATF
D0 D10 D12 D13
PgF2 PgF2 GnRH IATF
(16-20h pós GnRH)
b) Ciclicidade
a. Os animais têm que estar ciclando;
b. Há épocas do ano que os animais não ciclam;
c. Não é possível aplicar um protocolo que se baseia na destruição do corpo lúteo, se ele não
existe.
c) Agentes luteolítico
a. O encurtamento do ciclo estral promove uma maior dispersão de estros, ovulações = tendo
uma menor probabilidade de pegar o momento da fecundação depois da IA.
b. Regressão luteal em momentos diferentes: a diferença de tamanho de CL entre as
fêmeas e seu tempo de regressão, fazem com que haja uma diferença de horas entre
estros. Porque o desbloqueio EHH ocorre em momentos diferentes.
07/11
2. ALONGAMENTO DO CICLO ESTRAL
Princípio: faz o bloqueio do EHH simulando o alongamento da fase luteal.
• Protocolos de alongamento do ciclo podem ser aplicados em qualquer época do ano, porque vai ser
fornecido aos animais uma fonte de bloqueio do EHH, e depois vai ser retirada, sem depender do
CL.
Essas esponjas causam muitas vezes vaginite, sendo então feito uma escala para descargas
vaginais liberadas:
• Descarga vaginal
o Grau 1: ausente
o Grau 2: presente/clara
o Grau 3: presente/pus/sangue
*Por isso a necessidade de aplicar terra-cortril (terramicina) nas esponjas. Ele evita o desenvolvimento dessas
descargas vaginais.
APLICAÇÃO DE PROGESTÁGENOS/PROGESTERONA
1) BOVINO
a) IA pós-estro DE + IA
D0 Norgestomet D7 D12
PgF2
D0 – dia 0: Aplica o dispositivo norgestomet e mantém por 7 dias (fazendo o bloqueio do EHH).
Animais estão em fase luteal ou folicular. O que acontece quando recebem implante?
o Fase folicular: não se desenvolvem (pela baixa de GnRH/LH/FSH) e entram em atrésia e não
formam CL. A única fonte de bloqueio desses animais será o implante.
o Fase luteal:
▪ CL inicial – pequeno: não vai se desenvolver (atresia), porque não tem receptores de
P4 nessa fase inicial, e assim vai surgir uma nova onda ovulatória.
▪ CL final – grande: ele permanece, pois já tem receptores de P4
• por causa da permanência desses CL em estágio final que é aplicado uma
segunda dose de pgf2α, para eliminar a última fonte de P4 desse animal.
D7 – dia 7: dispositivo retirado (desbloqueando EHH) e feito uma aplicação de pgf2α.
D8 a D12 – dia 8 a 12: começa a observar estro 12h após a retirada do dispositivo. Depois de detectado o
estro, insemina com 12h depois.
b) IATF
D0 PRIMER D7 D9 D10
PgF2 GnRH IATF
D0 - dia 0: Aplica o dispositivo primer e mantém por 7 dias (fazendo o bloqueio do EHH)
D9 – dia 9: aplicação do GnRH sincronizador de ovulação (induz o pico pré ovulatório de LH)
D0
• Dispositivo intravaginal impregnado com progesterona pura - fica durante 8,5 dias
• Benzoato de estradiol – BE→ diminui o tamanho dos folículos, não deixando eles crescerem
muito e fiquem homogeneamente pequenos. Pra que? quando há o desbloqueio do EHH e tem
um pool de folículos pequenos, eles são mais responsivos ao desbloqueio EHH (LH/FSH),
levando-os a uma onda ovulatória de melhor qualidade.
o É mais interessante ter folículos pequenos muito mais responsivos a descarga de LH/FSH
(pelo desbloqueio do EHH), do que folículos grandes e menos responsivos.
o Em concentrações muito altas= bloqueia o EHH.
D8,5
• PGF → por causa da permanência de CL em estágio final (grandes) que é aplicado uma segunda
dose de pgf2α, para eliminar a última fonte de P4 desse animal.
D10
• Inseminação é feita de 38 ou 44 horas após retirada do dispositivo.
2) OVINO E CAPRINO
a) IA pós-início do estro
DE
D0 D9 D11 D13
MAP(esponja) eCG MAP IA
d-cloprostenol 16-20h pós DE
D0: coloca a esponja (MAP)
D9: 48h antes da retirada da esponja
o 200-300 UI de eCG (sincronizador de ovulação)
o 75-125µg de d-cloprostenol (luteolítico para eliminar os CL restantes)
D11
• Retirada da esponja (MAP)
• Aguarda 12h após retirada da esponja: detecta estro
D13
• Insemina 16 a 20h pós DE
b) IATF
D11: insemina.
D0 D7 D9 D11
CIDR-N PgF2α CIDR-N IA 16-20h pós DE
eCG
D0 D7 D9 D11
CIDR-1x PgF2α CIDR- 1x IA 16-20h pós DE
eCG
D0 D7 D9 D11
CIDR-2x PgF2α CIDR-2x IA 16-20h pós DE
eCG
Conclusão:
• Todas as 45 cabras ciaram = 100%
• Início do estro: 13h em média
• Fertilidade = >80%
Se o desbloqueio é fraco = os níveis de GnRH demoram a se elevar na corrente sanguínea = tem uma
descarga fraca de LH/FSH = demora a ocorrer as ligações de FSH nas células da granulosa e de LH
nas células da teka (folículo ovariano) → baixa fertilidade.
Então, como que faz para no dia da retirada da esponja, tenha muito hormônio nela?
1. Injetar mais hormônio
2. Gastar menos hormônio → fazendo um protocolo curto (5 a 6 dias)
PROTOCOLO CURTO
o ESPONJA
D0 D14 MN(estação de 28d)/1M:5F D42
MAP (esponja) MAP
eCG
Por que só aplicou eCG?
- Como a fase luteal da ovelha é de 12 a 14 dias, não há risco de ter corpo lúteo no D14.
D0 D7 MN(28d)/1M:5F D42
MAP MAP
eCG+PgF2α
-Como a esponja é retirada com 7 dias, há o risco de ter corpo lúteo
-Necessário aplicação de PgF2-Necessário aplicação de PgF2α
o DISPOSITIVO INTRAVAGINAL
D0 D14 MN(estação de 28d)/1M:5F D42
CIDR CIDR
eCG
D0 D7 MN(28d)/1M:5F D42
CIDR CIDR
eCG+PgF2α
D0 D6 D8
CIDR CIDR IATF-C (48h)
PgF2α
eCG
D0 D6 D8
DICO DICO IATF-C (48h)
PgF2α
Ecg
D0 D6 D8
MAP MAP IATF-C (48h)
PgF2α
eCG
• Não tem diferença de horas de inseminação porque esses dispositivos já foram usados.
USO DO eCG
O eCG é um sincronizador de ovulação, porque ele funciona como LH e FSH. S ele agrupa mais as
liberações dos oocitos e a inseminação em um determinado tempo juntos = fertilidade maior. Porque
tem mais oocitos disponíveis para ser fecundado naquele momento.
• eCG é uma substância estranha ao corpo do ruminante e vai ser tratada como antígeno →
formando anticorpos anti eCG = isso significa que no tratamento subsequente, o animal pode
não responder adequadamente.
Anticorpos anti eCG – qual efeito?
Um estudo quantificou o complexo eCG – Anticorpo eCG 3 anos depois do uso do eCG em
ruminantes:
• Tx de ligação (> 25%) → 60% (estros tardios)
o Quando a taxa de ligação >25% entre as moléculas era detectado 60% de estros tardios.
o Estros tardios = infertilidade
• Tx de ligação (<5%) →10% (estros tardios) IPC
!
QUAL A RELAÇÃO ENTRE ANTICORPO ECG X ESTRO TARDIO X INFERTILIDADE?
➢ Quanto maior a quantidade de complexos anticorpo eCG – eCG, mais tardios são os estros e
menor será a fertilidade.
Porque se a ovulação demora ocorrer, a vida útil do folículo aumenta e ocorre ovulação retardada, que
pode evoluir para um cisto folicular. E também há uma sincronia entre a maturação do oócito e do folículo,
então no momento que o folículo rompe, o oócito precisa estar preparado. Então, se no momento que ele
estiver maduro não for liberado (estro tardio), ele tende a degenerar os receptores ZP3 da zona pelúcida,
assim os sptz não conseguem se ligar e não ocorre fecundação = infertilidade.
➢ Quanto menor quantidade de complexo anticorpo eCG - eCG, menor a quantidade de estros
tardios e maior a fertilidade.
1 dose de eCG
D0 D6 DE D10 D18
CIDR CIDR US
PgF2α CS
eCG
1 dose de GnRH DE
D0 D6 D9 D10 D18
CIDR CIDR GnRH US
PgF2α (56h) CS
➢ A aplicação de GnRH 56h depois da retirada do CIDR é para substituir o papel de sincronizador
de estro do eCG.
2 doses de GnRH DE
*sai mais caro
D0 D6 D9 D10 D18
CIDR CIDR GnRH US
GnRH PgF2α (56h) CS
Conclusão:
% ovelhas em estro: GnRH não consegue fazer o que o eCG faz;
% ovelhas ovulando: GnRH = eCG.
Sincronização natural do estro
➢ Formas
o Hormonal – agentes luteolítico / progestágeno
o Natural – efeito macho
Efeito macho: capacidade que um macho tem de induzir estro e ovulação na fêmea somente com sua
presença.
• Os machos têm na base dos cornos glândulas de Schietzel, que liberam uma secreção que
tem uma substância chamada de feromônio.
• A fêmea tem um órgão chamado vômeronasal – que possui receptores capazes de captar uma
informação olfativa (feromônio) e transformar em impulso nervoso.
• Esse impulso estimula o EHH – promovendo descarga de GnRH → LH/FSH → evolução de
onda folicular → estradiol ↑ → retroalimenta o EHH → pico de LH → ovulação.
2 situações hormonais:
Situação A
Esse é desejável que ocorra, mas é o que menos acontece.
Situação B
Não é desejável que ocorra, mas é o que mais acontece.