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Uberlândia
Julho - 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Uberlândia
Julho - 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
____________________________________________________________________________
Profª. Drª. Suzana Angélica Zevallos Lescano
____________________________________________________________________________
Prof. Dr. Stefan Michael Geiger
____________________________________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Ueira Vieira
____________________________________________________________________________
Drª. Juliana Silva Miranda
____________________________________________________________________________
Profª. Drª. Márcia Cristina Cury
Uberlândia
Julho-2017
1
Dedicatória
A Deus, meu sossego e meu conforto, razão principal de todas as coisas.
À minha mãe, fonte inesgotável de amor. Pela mão, que quando entrelaçada à minha,
direciona, dá força e coragem, pelo colo que cura qualquer dor, e pelo sorriso que afasta
qualquer monstro. Ah, se todos no mundo fossem iguais à você!
Ao meu amor dessa e de todas as outras vidas, Rafael, por sonhar meus sonhos comigo.
Por me lembrar, todos os dias, que minhas escolhas são feitas por amor, e que amor
nunca é demais! Eu não conseguiria sem você. Nosso time é o melhor!
À minha amada tia Vera, por me ensinar que meus horizontes são do tamanho da minha
vontade. Nós conseguimos tia!
Agradecimentos
Às mulheres fortes da minha vida, Vovó Nair, Vovó Luzia, Tia Beth, Tia Heloísa e Nara, que me
inspiram a cada dia. Obrigada pelo amor de sempre. Saibam que eu se eu cheguei até aqui, com certeza
À minha FAMÍLIA de amigos, que fazem meus dias mais leves e felizes. Cada abraço, cada sorriso e
cada palavra de carinho me ajudaram a vencer etapa por etapa. Sintam-se parte fundamental dessa
conquista!! Eu amo vocês, Gordice!
Às minhas amigas da vida, Paula e Mariana por entenderem minhas ausências sem nunca duvidarem do
meu amor.
Às minhas florzinhas Maria Júlia, Letícia, Kelem, Talita, Camila, Juliana, Daliane e Luana que eu levo do
laboratório pra vida. Vocês são definitivamente o maior e melhor presente que a UFU já me deu. Nossos
encontros me renovam. Vocês não sabem como fazem diferença!!
À Profª. Drª. Márcia Cristina Cury, pela confiança dedicada, e por extrair de mim o meu melhor. Você é
muito responsável pela profissional que sou e por onde cheguei. Mas mais do que isso, obrigada por fazer
Ao Professor Dr. Peter Nejsum, da Universidade de Copenhagen, pelos ensinamentos durante o período
Aos amigos do laboratório de Sorologia e Biologia Molecular de Parasitos por propiciarem um ambiente
tão bom de trabalho.
Aos colaboradores Nao Takeushi-Storm, Profª. Drª. Katharina Raue, Prof. Dr. Xing-Quan Zhu, Profª. Drª.
Taira Kensuke, Profª. Drª. Irina Odoevskaya e Profª. Dra. Teresa Mateus pelo fornecimento de amostras,
mais”
(Vinícius de Morais)
Lista de figuras
Figura 1 – Ovos de Toxocara spp. (A) e Toxascaris leonina (B) observados em microscópico
óptico em objetiva de 40X e corados com lugol após técnica de centrífugo flutuação em Sulfato
de Zinco 33%. Fonte: Acervo da autora ........................................................................................ 29
Figura 3 - Extremidade anterior com aletas cefálicas em evidência, de T. canis(A), T. cati (B), T.
malaysiensis (C) e T. leonina (D).................................................................................................. 30
Figura 5A - Mapa de restrição para Toxocara canis feito com o auxílio da ferramenta online
NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI. ......................................... 55
Figura 5B - Mapa de restrição para Toxocara cati feito com o auxílio da ferramenta online
NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI. ......................................... 56
Figura 5C - Mapa de restrição para Toxocara malaysiensis feito com o auxílio da ferramenta
online NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI. .............................. 57
Figura 5D - Mapa de restrição para Toxocara leonina feito com o auxílio da ferramenta online
NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI. ......................................... 58
Figura 10 - Fragmentos de 490pb do gene Cox1 em gel de agarose 2% corado com GelRed®.
Marcador de peso molecular - 100pb ............................................................................................ 64
Figura 11 - Relações filogenéticas entre espécimes de T. canis, T. cati, T. malaysiensis e T.
leonina de diferentes regiões do mundo inferidas a partir de sequencias parciais do gene Cox1
utilizando o método Neighbor-Joining com boostraps estabelecidos em 1000 réplicas ............... 66
Figura 12 - Padrões de restrição gerados pela reação de PCR-RFLP com enzima MseI
visualizados em gel de agarose 2% corado com GelRed®. Linha 1 – Fragmento de gene cox1
integral; Linha 2 – T. canis; Linha 3 – T. cati, Linha 4 - T. malaysiensis; Linha 5 – T. leonina.
Marcador de peso molecular – 100pb ........................................................................................... 68
Figura 13 - Padrões de restrição gerados pela reação de PCR-RFLP com enzima MseI
visualizados em gel de agarose 2% corado com GelRed®. Linha 1 – CDK2_1 (padrão de T.
canis/T. leonina); Linha 2 – CBRU38_1 (padrão de T. canis/T. leonina); Linha 3 – DRU2_1
(padrão de T. cati); Linha 4 – CML1_1 (padrão de T. cati). Marcador de peso molecular – 100pb
....................................................................................................................................................... 70
Lista de tabelas
Tabela 1 - Perfil epidemiológico e demográfico dos animais dos quais foram obtidos os
ascaridídeos analisados nesse estudo ............................................................................................ 48
Tabela 3 - Primers utilizados nas reações de PCR para amplificação de fragmento do gene cox1
....................................................................................................................................................... 53
Tabela 5 - Quantidade de helmintos, provenientes de cada país abrangido nesse estudo, (adultos
e ovos) submetidos à reação de sequenciamento do fragmento do gene cox1 ............................. 64
Resumo
19
Abstract
21
The nematodes of the genus Toxocara and Toxascaris are identified, traditionally, based on the
morphologic aspects, however the genetic diversity among these parasites is recognized, being
an accurate analysis of this variation necessary for the understanding of the biology of these
organisms. This work aimed to establish the phylogenetic and phylogeographic relationships
among specimens of Toxocara canis, Toxocara cati, Toxocara malaysiensis and Toxascaris
leonina and to compare the results given by the morphologic and molecular techniques. In total,
436 helminths adults and four pools of eggs were collected from canids and felines from eight
countries. The parasites were analyzed by stereoscopic microscopy, by Polymerase Chain
Reaction (PCR) and by Restriction Fragment Length Polymorphism (PCR-RFLP). Primers
TOXCOIF3 and TOXCOIR2 were designed in order to amplify 90pb of the mitochondrial gene
Cox1, and the PCR-RFLP using the enzyme MseI could discriminate between these four species.
The phylogenetic relationships among the isolates were observed in the phylogram and by the
genetic variability (phylogenetic distance) rates. Of the 313 parasites adults, from dogs, 309 were
identified, by microscopy, as T. canis and four as T. leonina. Of 123 originating from cats 118
were identified as T. cati, four as T. malaysiensis and one as T. leonina. Among the pools the
three from lions were identified as T. leonina and that of dog as T. canis. PCR in all analyzed
samples (n=440) failed in 3,6%. Of the amplified samples (n=424) 72 were selected to
sequencing. With the exception of three samples, two from cats, were characterized as T. canis
and one from dog as T. cati, all remaining were identified in agreement with their respective
hosts. Of the 424 samples submitted to PCR-RFLP 351 were identified as T. canis/T.leonina, 70
as T. cati and three as T. malaysiensis. This technique presented similar results to sequencing.
Homology and genotypic variation were observed within species, being the largest one 6.6%.
Phylogeographic relationships within species could be observed by the phylogram. Among the
techniques it was observed 9,7% of incongruence in the results between microscopy and
sequencing, and 0,9% between microscopy and PCR-RFLP. Between the molecular techniques,
it was considered only T. cati and T. malaysiensis which meant 100% of agreement. Based on
the findings, of this study, it was concluded that some isolates of the same specie presented
intragenotipic variability; Homologous sequences were identified in different countries,
suggesting the occurrence of gene flow; The geographic origin was directed related to the
genetic variation of the parasites; T. canis and T. cati presented variability rates similar to T. cati
and T. leonina; And the three techniques used, herein, showed results that indicate a preference
of T. canis, T. cati and T. malaysiensis for certain hosts.
Introdução
23
1. Introdução geral
ser confundido com o Toxocara canis, sendo a diferenciação realizada por este não possuir o
processo digitiforme na cauda do macho e pela forma das aletas na extremidade anterior dos
parasitos (Urquhart et al., 1996). Os ovos desenvolvem-se e, normalmente atingem a fase
infectante em torno de uma semana, contrastando com as quatro semanas das espécies de
Toxocara. O rápido desenvolvimento dos ovos pode explicar a persistência da infecção do T.
leonina em canis, mesmo aqueles em boas condições de controle sanitário (Bowman et al.,
2009). O ciclo biológico deste parasito, também, é caracterizado pelo rápido desenvolvimento da
fase larval infecciosa e, pela facilidade de parasitar hospedeiros paratênicos, os quais constituem
problema para o aumento da prevalência e contaminação do ambiente. Segundo Cho et al. (2009)
o Toxascaris leonina pode ser também considerado agente zoonótico, pois foram capazes de
invadir tecidos de animais infectados experimentalmente. Entretanto, existem dúvidas sobre o
grau de envolvimento em produzir em doenças nos humanos (Holland e Smith, 2006).
São vários os mecanismos responsáveis pela manutenção de infecções naturais em cães e
gatos, por Toxocara spp. e Toxascaris sp. De acordo com Overgaauw (1997) a infecção por
esses gêneros ocorre, nos animais, pela via transplacentária (cães), lactogenica (cães e gatos),
ingestão de ovos embrionados presentes no meio ambiente e ingestão de larvas (em fezes de
animais recém nascidos ou pelo consumo do hospedeiro paratênico). Aproximadamente 100%
dos filhotes são infectados no útero pela reativação de larvas somáticas e após o nascimento a
principal fonte passa a ser o leite materno (Lloyd et al.,1983).
Prevalências, especialmente, em animais abandonados, destacam a necessidade de
compreender a biologia dos parasitos em outros hospedeiros, que não sejam espécies-específicos.
A prevalência nos hospedeiros depende do ambiente, assim como das condições higiênicas. O
aumento da população de roedores em áreas urbanas pode atrair predadores, que servirão de
reservatórios para Toxocara spp. e Toxascaris sp. e para outros parasitos zoonóticos que
acometem cães e gatos (Reperant et al., 2009).
Pesquisas epidemiológicas indicam que a prevalência do T. canis em cães está entre 5,5%
e 64,7% (Oliveira-Sequeira et al., 2002; Rubel et al., 2003; Wang et al,2006; Daí et al.,2009) e a
do T. cati em gatos é de 4,7% a 55,2% ( Mircean et al.,2010; Barutzki e Schaper, 2011;
Khalafalla, 2011). Nos trabalhos realizados por Santos (2001) e Barbosa et al., (2005) o
Toxascaris leonina apresentou prevalências superiores a do T. canis em carnívoros domésticos e
silvestres.
A soroprevalência da Toxocaríase humana em países da Europa, tais como França,
República Tcheca e Áustria varia entre 2% a 40%, sendo mais alta nas áreas rurais. Em países
tropicais, como Indonésia e Brasil foram relatados índices entre 8% e 63% (Anaruma Filho et al.,
25
2002; Figueiredo et al., 2005; Teixeira et al., 2006; Strube et al., 2013). Dados epidemiológicos
demonstram ser a toxocariase prevalente helmintíase em países industrializados, representando
típica doença negligenciada e problema de saúde pública (Magnaval et al., 2001; Turrientes et
al., 2011).
Em humanos os estádios larvais são inábeis para a maturação em parasitos adultos, os
quais migram pelo tecido causando danos e manifestações clínicas. O risco de infecções para
humanos aumenta com a prática da geofagia, consumo de alimentos crus, principalmente
vegetais, e pobres condições de higiene (Magnaval et al.,2001, Mattia et al , 2012). Parques,
praças e áreas de recreação em escolas são locais de potencial risco para a transmissão, devido à
possível contaminação do local com ovos desses helmintos. A ingestão de carne crua ou mal
cozida de coelho, porco, frango ou fígado de bovino tem sido considerada via de transmissão
para Toxocaríase humana (Kwon et al.,2006).
O quadro clínico da toxocariase humana tem sido classificado em quatro grupos distintos
denominados de: Larva migrans visceral (LMV), Larva migrans ocular (LMO),
Neurotoxocariase (NT) e ‘Covert toxocariase ’(CT) (Magnaval et al.,2001; Chen et al.,2012). O
amplo espectro das consequências clínicas e patológicas da toxocariase, assim como, frequentes
infecções inaparentes, podem causar dificuldade na identificação e classificação de casos
clínicos. A gravidade e o padrão sintomatológico dependem do tecido invadido, do número de
larvas migrantes no tecido e da idade do hospedeiro.
Tradicionalmente os nematódeos dos gêneros Toxocara e Toxascaris são classificados
com base nos aspectos morfológicos e “habitat” nos hospedeiros (Borecka et al., 2010). Sprent
(1983) avaliou relevância taxonômica de recursos, tais como as estruturas labiais, esôfago, ceco,
sistema excretório e cauda do macho. A partir dessas características várias espécies de Toxocara
foram classificadas tais como, T. canis (canídeos), T. cati (felídeos), T. lyncus (felídeos
selvagens), T. vitulorum (bovinos), T. tanuki (canídeos), T. apodemi e T. mackerrasae
(roedores), T. paradoxura e T. sprenti (mustelídeos), T. pteropodis (morcegos) e T. malaysiensis
(felídeos). Porém, os tradicionais métodos podem ser considerados limitados para uma
identificação e diferenciação precisa de espécies especialmente em relação a ovos e larvas. Isso
provavelmente levará a questionamentos em relação à análise taxonômica do gênero (Gasser et
al.,2006).
A diversidade genética é reconhecida entre os parasitos e representa importante papel na
sobrevivência e adaptabilidade dos mesmos. Uma profunda análise dessa diversidade é aplicável
em estudos sobre a biologia, epidemiologia e evolução desses parasitos. Diferentes métodos
26
1.1 - Histórico
Goeze (1782) descreveu um verme de gato que continha grandes aletas cervicais e
Schrank (1788) atribuiu a esse helminto o nome de Ascaris cati. Zeder (1800) introduziu o
nome específico mystax para esse parasito, entretanto o anterior, dado por Schrank em 1788, teve
prioridade.
O gênero Toxocara foi criado por Stiles e Hassal (1905) e em 1907 Leiper criou o gênero
Belascaris, o qual foi diferenciado dos outros gêneros de ascaridídeos devido à presença do
ventrículo na base do esôfago dos parasitos. O autor atribuiu a Ascaris mystax a representação
desse gênero.
Em 1924 Stiles e Brown confirmaram que o gênero Toxocara tinha prioridade sobre
Belascaris e criaram o nome Toxocara mystax para o nematódeo do gato. No entanto, “cati” é
preferido em relação a “mystax”, fazendo com que a espécie fosse padronizada como Toxocara
cati.
aletas cervicais estreitas. Leões são parasitados por Toxocara cati e Toxascaris leonina os quais
podem ser diferenciados pelo formato das aletas.
Provavelmente, essa era a mesma espécie por Linstow (1902) como Ascaris leonina,
inclusive proveniente também de leão.
O gênero Toxascaris foi estabelecido por Leiper (1907) devido à presença de aletas
semelhante a dos ascaridídeos, porém com ovos de cascas lisas e sem o ventrículo esofágico
comum aos outros gêneros.
Railliet e Henry (1911) aceitaram Ascaris leonina como a espécie tipo do gênero e
acrescentaram outras duas, Toxascaris limbata de cão e Toxascaris microptera de lobo. A
primeira foi considerada espécie nova, enquanto a segunda foi identificada como a espécie
descrita por Rudolphi em 1809, após avaliar o exemplar original provenientes do museu de
Viena.
Leiper também reexaminou T. microptera e concluiu que o parasito era idêntico ao T.
leonina e pela lei da prioridade, esse foi o nome que prevaleceu. O mesmo ocorreu para T.
limbata, que anos mais tarde foi considerado sinônimo de T. leonina, pois os espécimes foram
considerados idênticos aos encontrados em leões e lobo, embora tivessem hospedeiro diferente.
1.2 Morfologia
1.3 Biologia
Os ovos são eliminados nas fezes e o embrionamento ocorre no solo, sob condições
favoráveis de temperatura (10ºC e 30ºC) e umidade. Em média, após 28 dias a larva atinge o
estádio infectante (L3) (Taylor et al., 2010; Freitas, 1980). Temperaturas superiores a 37ºC
aceleram o desenvolvimento, mas também podem causar a degradação do ovo. Assim como
temperaturas menores a 10ºC são insuficientes para a maturação ou sobrevivência do ovo
(Gamboa, 2005).
Os ovos são resistentes e conseguem sobreviver durante o inverno por 12 meses em
climas temperados. Em temperaturas amenas e em ambientes úmidos a sobrevivência pode
ocorrer por quatro anos ou mais (Azam et al., 2012). O tipo do solo, pH e a porcentagem de
cobertura vegetal contribuem para a viabilidade e contaminação ambiental. Solos argilosos
impactam negativamente na viabilidade do ovo (Trejo et al., 2012).
Após a ingestão, o ovo, sob ação das enzimas do trato gastro intestinal tem a parede
rompida e a larva de terceiro estádio é liberada. Essa penetra e atravessa a parede intestinal,
migra pelo corpo do hospedeiro realizando a rota hepato-traqueal e chega ao fígado 24 horas
após a infecção. A mudança para quarto estádio ocorre nos pulmões do hospedeiro, 12 horas
após as larvas deixarem o fígado. A partir daí, a rota de migração depende de fatores como a
idade, condição imune do hospedeiro, e da dose infectante ingerida. No entanto, em condições
normais as larvas são deglutidas e retornam, pela traqueia, ao lúmen do intestino delgado onde
ocorrem novas mudas, até atingirem o estádio adulto e a maturidade sexual em 7 a 15 dias.
(Sprent et al., 1958). Entre quatro a cinco semanas, após esse período, os ovos estarão prontos
para serem eliminados, juntamente, com as fezes do hospedeiro (Freitas, 1980).
A larva, também, é capaz de retornar ao sistema circulatório pela penetração nos
alvéolos, o que a torna novamente capaz de invadir tecidos somáticos (Sprent, 1956; Webster
1958b).
A transmissão de Toxocara spp. e Toxascaris sp. ocorre, principalmente, pela ingestão de
ovos viáveis e embrionados, entretanto outras formas de infecção podem ocorrer. Larvas
presentes nos tecidos dos hospedeiros paratênicos vertebrados e invertebrados e transmissões
transplacentária (T. canis e T. cati) e transmamária (T. cati) são, também, citadas na literatura
como fontes de infecção (Overgaauw e Van Knapen, 2013).
Vertebrados como roedores, pássaros e porcos podem servir como hospedeiros
paratênicos, para esses helmintos. Geralmente, o padrão de migração, nesses animais é
32
comparável ao que ocorre nos hospedeiros definitivos. Entretanto, acredita-se que a distribuição
larval seja influenciada, diretamente, pela espécie do parasito. Comumente os ovos eclodem,
liberando as larvas que migram pelos tecidos, realizando a rota hepato-traqueal (Sprent et al.,
1952. As larvas encapsuladas permanecem em latência, nos tecidos, por extensos períodos de
tempo mantendo-se viáveis por até 10 anos (Oryan et al., 2010; Taira et al., 2011). Quando os
hospedeiros paratênicos são ingeridos, pelos hospedeiros definitivos, as larvas são reativadas,
passam por mudas na parede do estômago e intestino delgado, até tornarem-se adultas e
continuarem o ciclo biológico (Strube et al., 2013).
Filhotes de cães são infectados no útero, pela reativação de larvas somáticas da mãe a
partir do 42º dia da gestação. Essa rota eficiente de transmissão resulta em excreção de ovos
aproximadamente 16 dias após o parto (Lloyd 1993). Para filhotes de gatos, a eliminação de ovos
inicia-se aproximadamente 47 dias após o nascimento. De forma mais limitada, a transmissão
lactogênica continua a ocorrer por cinco semanas (Overgaauw & van Knapen, 2013).
As infecções pré-natais as larvas se mobilizam três semanas antes do parto e migram para
os pulmões, local no qual ocorre muda de L3 para L4, pouco antes do parto. No cão recém-
nascido o ciclo se completa quando as larvas retornam ao intestino, via traqueia, onde tornam-se
adultas. A cadela infectada abriga larvas suficientes para infectar todas as ninhadas
subsequentes, mesmo que nunca mais adquira a infecção. Na infeção pela via lactogênica não há
migração larval no filhote, sendo o ciclo direto e no intestino (Taylor et al., 2010).
T. canis e T. cati apresentam afinidade pelo sistema nervoso central humano, sendo os
olhos e o cérebro os órgãos mais atingidos, entretanto, o T. cati parece migrar mais lentamente
que T. canis (Glickman and Summers, 1983; Akao et al., 2003).
Pesquisas têm sugerido que a diferença de tamanho entre as duas espécies pode ser uma
das explicações para a grande neuroafinidade apresentada pelo T. canis. Como as larvas de T.
cati são menores, elas seriam capazes de sair facilmente das artérias, enquanto as de T. canis,
devido ao tamanho maior, seriam menos propensas a deixar o sistema circulatório, ficando
retidas no cérebro (Hamilton et al., 2006; Chieffi et al., 2009).
Estudos sobre formas alternativas de transmissão de T. malaysiensis e T. leonina são
escassos na literatura, entretanto devido às semelhanças morfológicas e genéticas com T. canis e
T. cati supõe-se que os mecanismos se assemelhem.
animais com até seis meses de idade os mais afetados pela doença (Sprent, 1956). Como em
todos os casos de helmintoses a diarreia, constipação, vômito e descarga nasal podem ser
observados (Parsons 1987).
Infecções intensas em filhotes de canídeos e felídeos podem resultar em abaulamento do
abdomên, déficit nutricional, perda de peso, podendo, em alguns casos, levar à morte
(Overgaauw & van Knapen, 2013) principalmente nos casos de obstrução dos ductos biliares e
pancreáticos pelas larvas (Parsons, 1987).
A infecção pré-natal parece ser responsável por nascimentos prematuros e abortos
(Scothorn, 1965). Após o nascimento podem apresentar pneumonia associada à migração
traqueal e obstruções no trato digestivo resultantes da presença do parasito no estômago e
intestino (Overgaauw, 1997) que podem levar a morte em até três dias.
Em gatos, por ser a transmissão transmamária a fonte primária de infecção, a rota
traqueal não é comum. A maturação dos parasitos leva mais tempo nos gatos do que nos cães, o
que poderia ser suficiente para que esses animais desenvolvessem melhores condições corporais
antes da doença se instalar. Por essas razões os sintomas clínicos, usualmente, são inaparentes
(Overgaauw, 1997).
As infecções são comuns em filhotes jovens com idade inferior a seis meses. Após essa
idade há o desenvolvimento da imunidade adquirida, conhecida como teoria da idade-resistente,
a qual sugere que com o aumento da idade do animal, as larvas teriam dificuldade em
transformarem-se em adultos e a migração somática aumentaria (Greve 1971). Essas larvas
poderiam ficar em latência enquanto a imunidade adquirida atuasse. Entretanto, na quebra do
equilíbrio parasito/hospedeiro em situações com prenhes e lactação, por exemplo, as larvas
seriam reativadas, indo para a placenta e glândulas mamárias pela corrente sanguínea.
A contribuição significativa da imunidade adquirida é extensivamente demonstrada em
vários estudos (Barriga, 1988). O mecanismo de resistência em animais mais velhos,
provavelmente, ocorre parcialmente dentro dos pulmões, talvez como resposta tardia à
hipersensibilidade (Oshima, 1976)
Nos humanos, considerados hospedeiros paratênicos, o quadro clínico pode variar de
assintomático a fatal sendo dependente de fatores como a carga parasitária, idade do indivíduo,
padrão de migração larval e resposta imune do hospedeiro.
Nos casos sintomáticos a doença é dividida em quatro tipos distintos denominados de:
Larva migrans ocular (LMO), Larva migrans visceral (LMV), Neurotoxocariases (NT) e
“Covert” toxocaríase(CT) (Magnaval et al.,2001; Chen et al.,2012). O amplo espectro das
34
1.6 Prevalência
79% respectivamente (Vanparijs et al., 1991; Engbaek et al., 1984). No Iran 44% dos gatos do
norte e 42% dos gatos do sul apresentaram-se positivos (Sharif et al., 2010; Zibagi et al., 2007).
Existem poucos estudos sobre a prevalência de T. malaysiensis no mundo, entretanto, um
estudo em Kuala Lumpur encontrou esse parasito em 11% dos gatos domésticos analisados (The
Center for Food Security and Public Health, 2016).
A prevalência de T. leonina é menos relatada na literatura do que as de T. canis e T. cati.
A positividade em cães em países da América do Sul, Europa e Ásia variou entre 0,6 e 32%
(Soriano et al., 2010; Dubna et al., 2007; Xhaxhiu et al., 2011; Szabova et al., 2007; Dalimi et
al., 2006) e entre 0 e 12,9% em gatos nos países da Europa e da Ásia (Mircean et al., 2010;
Sharif et al., 2010; Zibagi et al., 2007) .
No Brasil não existem levantamentos amplos em relação a positividade desses parasitos
em canídeos e felídeos. Nos países existentes, os estudos são regionais e não são específicos
relacionando a presença de outros endoparasitos nesses animais. Em Londrina, no estado do
Paraná T. canis foi observado em 44,3% dos cães analisados (Chieffi e Muller, 1976), índices
menores, de 18,9% e 9,3% foram encontrados por Labruna et al. (2006) e Scaini et al. (2003)
respectivamente. Em gatos, o único trabalho disponível relata prevalência de 25,2% para T. cati
e 11,9% para T. leonina (Labarthe et al., 2004).
Análises sorológicas sugeriram que a positividade para Toxocaríase humana em países
industrializados é de 0,7% na Nova Zelândia, 1,6% no Japão, 2,4% na Dinamarca, 7,5% na
Austrália, 14% nos Estados Unidos e 15% na Polônia (Jarosz et al., 2010; Fan et al., 2013).
Maiores taxas têm sido reportadas em países menos desenvolvidos e tropicais nos quais
observaram-se soropositividade entre 30 a 93% (Smith e Noordin, 2006; Liao et al., 2010;
Roldan et al., 2010; Schoenardie et al., 2013).
Entre humanos, no Brasil a maioria dos trabalhos publicados relata prevalência que varia
entre 4,2% a 65,4%, sendo a região norte do país a mais prevalente (Fialho e Corrêa, 2016).
Para corroborar a idéia de que ambos os parasitos têm a mesma capacidade de infectar, se
estabelecer e causar patologia em humanos, estudos vêm revelando, com frequência, que a
maioria dos ovos encontrados em solos contaminados é de T. cati e não de T. canis (Matsuo e
Nakashio, 2005). Além disso, em países islâmicos onde cães são evitados, por motivos
religiosos, e os gatos são, preferencialmente, os animais de estimação, a soroprevalência de
toxocaríase humana apresenta níveis consideráveis (Smith e Noordin, 2006).
Fischer (2003) estudando pacientes com LMO observou que alguns tiveram maior reação
ao antígeno de T. cati do que ao de T. canis no teste de Oucterlony. Esses resultados reiteraram a
idéia de que T. cati pode estar mais relacionado a casos humanos, em especial da LMO, do que
se pensava anteriormente. Nesse mesmo estudo, o pesquisador relata que esse parasito foi
implicado em pelo menos um caso de LMV.
Alguns pesquisadores acreditam que T. malaysiensis apresenta o mesmo potencial
zoonótico do T. canis e T. cati, devido às semelhanças morfológicas e moleculares (Le et al.,
2016) porém, não existem trabalhos que comprovem essa questão.
Infecções experimentais com T. leonina (com ovos provenientes de canídeos e felídeos)
foram originalmente estabelecidas em modelos murinos por Sprent (1959) demonstrando que
esse parasito pode infectar hospedeiros paratênicos. Entrentanto, o papel na patogênese humana
permanece desconhecido, particularmente devido a não diferenciação das espécies pelas técnicas
sorológicas. Tem sido sugerido que o potencial zoonótico de T. leonina é limitado pois a
migração somática não ocorre e a larva não é transmitida verticalmente (Gasser et al., 2006).
(1993) e Scholz et al.(2003) identificaram ovos desse parasito em gatos domésticos. O fato de
esses animais eliminarem ovos de T. canis nas fezes é explicado pela coprofagia, hábito
considerado comum para cães. Portanto, a eliminação seria simplesmente resultado da passagem
intestinal de fezes contendo esses ovos (Fahrion et al., 2011).
Apesar de todos esses relatos, nenhuma explicação foi atribuída, e os eventos parecem ser
considerados excepcionais.
Só existem registros de T. malaysiensis em felídeos. No entanto, questiona-se se devido
às semelhanças moleculares com T. cati esse parasito não seja também capaz de parasitar outros
grupos animais.
gatos na Malásia não era o T. canis, mas apresentava similaridade genética com o T. cati, foi
suficiente para concluir que se tratava de espécie distinta, a qual posteriormente foi nomeada de
T. malaysiensis (Gibbons et al., 2001). T. malaysiensis, também, foi observado em gatos da
China, confirmando que a utilização de abordagens moleculares é importante na identificação e
caracterização de espécies crípticas.
Em adição à análise de sequências do rDNA estudos têm demonstrado que sequências
derivadas do genoma mitocondrial têm sido alternativa na investigação de genética populacional,
sistemática e filogenia de nematódeos, devido ao alto padrão de mutação frente a genes nucleares
(Hu et al., 2004; Hu e Gasser, 2006).
Várias regiões do mtDNA, como citocromo c oxidase 1 (cox1), NADH subunidade
desidrogenase 1 e 4 (nad1 e nad4) e atp6 (Li et al., 2008; Mikaeili et al., 2014; Le et al., 2016)
têm sido empregadas no estudo de genética de nematódeos. Entretanto, as informações sobre o
genoma mitocondrial de vários parasitos socioeconomicamente importantes são limitadas,
embora significantes avanços tenham sido feitos. Utilizando esses métodos Zhu et al. (2008) e
Liu et al. (2014) caracterizaram o genoma mitocondrial de T. canis, T. cati, T. malaysiensis e T.
leonina, respectivamente. Essa caracterização fornece rica fonte de material para investigações
da epidemiologia, ecologia e genética populacional dos vermes (Gasser et al., 2013).
O emprego do mtDNA em estudos populacionais e evolutivos é importante por esse
possuir alta taxa de substituição de bases nitrogenadas e apresentar alteração no tamanho original
da molécula, devido à inserções e deleções, principalmente na região rica em A+T. Observa-se
também o fato de que translocações de genes codificadores de tRNA parecem ser mais
frequentes do que se imaginava, acarretando alterações na ordem gênica entre organismos
filogeneticamente relacionados (Arias et al., 2003).
A revolução nas tecnologias moleculares forneceu oportunidades substanciais para
exploração de patógenos, elucidando aspectos da epidemiologia, ecologia, evolução e
patogênese. Entretanto, o alto custo, algumas vezes, impede o processo, principalmente no
campo da ciência veterinária. Por isso o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de técnicas com
o mesmo potencial, no entanto, mais baratas e simples são fundamentais para a manutenção dos
estudos.
Estudos de Turcekova e Dubinsky (1996) indicaram o potencial do Restriction Fragment
Length Polymorfism (RFLP-PCR) para análise do DNA genômico. Comparado com outros
métodos moleculares as vantagens do RFLP-PCR é ser rápida na execução e não necessitar de
equipamento especial, além dos utilizados na PCR tradicional (Tan et al., 2016).
40
Justificativa
42
2. Justificativa
Objetivos
44
3. Objetivos
Geral:
Estabelecer relações filogenéticas entre espécimes de Toxocara canis, Toxocara cati,
Toxocara malaysiensis e Toxascaris leoninas procedentes de diferentes regiões geográficas
Específicos:
- Verificar morfologicamente a identidade específica de parasitos adultos e ovos de
ascaridídeos;
- Caracterizar molecularmente os isolados pelas técnicas de Reação em Cadeia da Polimerase
(PCR) seguida de sequenciamento e Restriction Fragment Lenght Polymorphism (PCR-
RFLP);
- Verificar as diferenças polimórficas intraespecíficas e interespecíficas;
- Determinar a distância evolutiva entre indivíduos da mesma espécie e de espécies diferentes;
- Observar se as variações intragenotípicas encontradas têm relação com a procedência
geográfica do helminto;
- Verificar a especificidade da relação parasito-hospedeiro;
- Comparar os resultados fornecidos pela microscopia óptica e as duas técnicas moleculares;
45
Metodologia
46
4. Metodologia
PCR – COX1
Sequenciamento PCR-RFLP -
MseI
Análises filogenéticas
1. Aprovação ética
Esse projeto foi aprovado pela Comissão de ética no uso de animais da Universidade
Federal de Uberlândia (CEUA-UFU) sob o protocolo 08813.
2. Regiões do estudo
3. População de estudo:
Foram incluídos no projeto parasitos adultos de Toxocara spp. e Toxascaris sp. e ovos
de Toxascaris sp. obtidos de canídeos e felídeo. Os animais eram prodecentes de 47
domicílios, estabelecimentos comerciais, abrigos protetores e reserva conservacionista das
regiões citadas, independente da idade, sexo, raça. Os dados demográficos e epidemiológicos
dos animais estão descritos na tabela 1.
Ao todo, foram coletadas 438 amostras sendo 434 helmintos adultos e 04 pools de
ovos, procedentes de 129 animais (Tabela 2).
48
Tabela 1 - Perfil epidemiológico e demográfico dos animais dos quais foram obtidos os
ascaridídeos analisados nesse estudo
Hospedeiro ID isolado Idade Sexo Localidade Origem
Cão DBRU1 0-6m F Uberlândia –Brasil Abrigo
Cão DBRU2 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU3 0-6m M Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU4 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU5 0-6m M Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU6 6m-1 a M Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU7 6m-1 a F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU8 6m-1 a F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU9 6m-1 a F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU10 0-6m M Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU11 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU12 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU13 0-6m M Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU14 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU15 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRU16 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU17 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU18 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU19 0-6m M Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU20 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU21 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU22 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU23 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU24 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU25 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU26 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU27 0-6m M Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU28 0-6m F Uberlândia-Brasil Domiciliado
Cão DBRU29 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU30 0-6m F Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU31 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU32 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU33 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU34 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU35 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU36 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Cão DBRU37 0-6m M Uberlândia-Brasil Canil
Gato CBUR38 0-6m F Uberlândia-Brasil Abrigo
Cão DBRBH1 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DBRBH2 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DBRBH3 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DBRBH4 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DBRBH5 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DBRBH6 0-6m M Belo Horizonte-Brasil Canil
Cão DDK1 6m-1 a F Copenhagen-Dinamarca Canil
Cão DDK2 6m-1 a F Copenhagen-Dinamarca Canil
Cão DDK3 6m-1 a F Copenhagen-Dinamarca Canil
Cão DDK4 6m-1 a M Copenhagen-Dinamarca Canil
Gato CDK1 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Canil
Gato CDK2 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK3 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK4 0-6m M Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK5 0-6m M Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK6 0-6m M Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK7 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK8 0-6m M Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK9 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK10 0-6m M Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK11 0-6m F Copenhagen-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 39 8a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 41 6 – 12m M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 42 1a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 44 1a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 45 5a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 46 6-12m M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 48 1a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 49 2-3 a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 50 10 a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 54 4a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 57 1-2 a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 59 1-2 a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 61 5a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 62 3a F Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK 65 6 -12m M Zelândia-Dinamarca Abrigo
Gato CDK66 1-2 a M Zelândia - Dinamarca Abrigo
Continua...
Gato CDK 67 1-2 a M Zelândia-Dinamarca Abrigo
49
Legendas: ID - Identificação; F – Fêmea; M – Macho ; DBRU – DogBrasil Uberlândia, DBRBH – Dog Brasil
Belo Horizonte; DDK – Dog Dinamarca, CDK – Cat Dinamarca; DDE – Dog Alemanha, CDE – Cat Alemanha;
CML – Cat Malásia; DCH – Dog China, CCH – Cat China; DJA – Dog Japão; CJA- Cat Japão; DRU – Dog
Rússia, CRU – Cat Rússia, CPT – Cat Portugal e DPT – Dog Portugal.
50
Animais Países
Os adultos e os ovos de ascaridídeos foram obtidos de duas formas: pelas fezes e por
necropsia. Todos helmintos de cães, do Brasil, foram obtidos pela administração oral de
Sulfato de Piperazina 46% (dose de 45 mg/kg). Após 24 horas os parasitos foram eliminados
inteiros juntamente com as fezes dos animais. O único parasito de gato do Brasil foi obtido
por necropsia, durante uma aula de patologia na Universidade Federal de Uberlândia, de um
animal cuja morte ocorreu por causas naturais.
Os helmintos de cães proveniente de Uberlândia foram coletados pela doutoranda
responsável por esse projeto e os de Belo Horizonte pelo Ms. Hudson Andrade dos Santos do
Laboratório de Helmintologia da Universidade Federal de Minas Gerais.
Todos os helmintos restantes foram coletado por necropsia seguindo as normas
estabelecidas por cada pesquisador e/ou instituto de pesquisa.
Os parasitos provenientes da Dinamarca foram coletados e cedidos pelo Prof. Dr. Peter
Nejsum, coorientador desse trabalho, e pela doutoranda Nao Takeushi-Storm ambos da
Universidade De Copenhagen, Copenhagen, Dinamarca. Os parasitos provenientes da
Alemanha, Malásia, China, Japão e Rússia foram cedidos para esse trabalho, respectivamente
pelos colaboradores Profª. Drª. Katharina Raue da Universidade de Medicina Veterinária de
Hannover, Hannover, Alemanha; Prof. Dr. Xing-Quan Zhu do Instituto Lanzhou de Pesquisas
Veterinárias, Província Gansu, China; Profª. Drª. Taira Kensuke da Universidade de Azabu,
Kanawaga, Japão e Profª. Drª. Irina Odoevskaya do Instituto de Helmintologia Skriabin,
Moscou, Rússia.
Os ovos provenientes de cães de Portugal foram eliminados naturalmente com as fezes
dos animais, sem nenhum tratamento prévio. As fezes contendo os ovos foram enviadas pela
Professora Dra. Teresa Mateus da Universidade do Porto, Cidade do Porto, Portugal.
51
6. Identificação morfológica
7. Identificação molecular
52
As reações foram realizadas em volume final de 20µL contendo 10X PCR Buffer,
0,25mM MgCl2+, 4mM dNTP, 10 pmol de cada primer, 1U de Taq Polimerase e 90-130 ng de
DNA, em termociclador Mastercyclerpro (Eppendorf, Brasil) sob as seguintes condições:
95ºC por 15 minutos (desnaturação inicial) seguida de 35 ciclos de 95ºC por 30 segundos
(desnaturação), 60ºC por 40 segundos (anelamento), 72ºC por 1 minuto (extensão) e 72ºC por
5 minutos (extensão final). As bandas de interesse foram visualizadas pela técnica de
eletroforese em gel de agarose a 1,5% (P/V) corado com Gel Red 10000X (Biotium) e
fotografados com a ajuda de software visualizador de gel. Para estimativa do tamanho dos
fragmentos, foi utilizado o marcador ΦX 174-Hae III (Promega).
Amostras livres de DNA foram incluídas em todas as reações como controle negativo
de contaminação.
Tabela 3 - Primers utilizados nas reações de PCR para amplificação de fragmento do gene
cox1
Sequência Fragmento amplificado
5’ – GATTTTACCTGCTTTTGGTATTATTAG – 3’ 490pb
5’ – CCAAAGACAGCACCCAAACT – 3’
Para escolha da enzima foi criado um mapa de restrição com o auxílio da ferramenta
online NEBcutter® (New England Biolabs) a partir de sequências bases disponíveis no
GenBank. Essas promovem a visualização dos pontos de corte da enzima e por consequência,
os fragmentos gerados com a restrição (Figuras 5A, 5B, 5C e 5D).
54
Os produtos das reações de PCR (3µL) foram digeridos diretamente com 3 unidades
(0.2µL) da endonuclease de restrição MseI (New England Biolabs) em 10µL por duas horas a
65ºC. Os fragmentos foram separados em gel de agarose 2,0% corado com Gel Red 10000X
(Biotium) e fotografado com o auxílio de software visualizador de gel. Para estimativa do
tamanho dos fragmentos, foi utilizado o marcador ΦX 174-Hae III (Promega).
55
Toxocara canis
Fragmentos:
95 pb
5’ - TTTTTTTCCCGCTTTTGGTATTATTAGGCAAAGTAGTTTGTATTTGACTGGTAAAAAGGAGGTTTTTGGTTCTTTGGGTATGGTCTATGCTATTT - 3’
120pb
5’ - TAAGTATTGGTCTGATTGGTTGTGTGGTTTGGGCCCATCATATGTATACGGTGGGCATAGATTTGGATTCTCGTGCCTATTTTACTGCGGCAACGATGGTTATTGCTGTGCCTACGGGGGT - 3’
161pb
5’ - TAAGGTTTTTAGTTGGTTAGCCACTCTTTTTGGTATGAAGATGGTGTTTCAACCTTTGCTTTTGTGGGTGTTGGGTTTTATTTTTTTATTTACTATTGGGGGGTTGACTGGTGTTATGTTATCTAATTCTAGGTTGGATATTATCTTGCATGATACTTATTA - 3’
Figura 5A - Mapa de restrição para Toxocara canis feito com o auxílio da ferramenta online NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI.
56
Toxocara cati
Fragments:
176pb
5’- CGTAATTCCTCTCAGATAATAGGTATCATGCAAAATAATATCCAAACTAGAATTAGAAAGCATAACTCCAGTAAGCCCACCAATAGTAAACAAAAAAATAAAACCCAACACTCACAAAAGCAAAGGTTGAAAAACCATTTTTATACCAAAAAGAGTAGCCAACCAACTAAAAACCT – 3’
109pb
5’- TAACACCCGTAGGCACAGCAATAACCATAGTAGCCGCAGTAAAATAAGCCCGAGAATCCAAGTCTATACCAACAGTATACATGTGGTGAGCTCACACCACACAACCAAT – 3’
63pb
5’- TAAACCAATACTCAAAATAGCATAGACCATGCCCAAAGAACCAAAAACCTCCTTCTTACCAGT - 3’
’
49pb
5’- TAAATATAAACTACTTTGACTAATAATACCAAAAGAGGGGTAAAAATCA – 3’
’
-
Figura 6B - Mapa de restrição para Toxocara cati feito com o auxílio da ferramenta online NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI.
57
Toxocara malaysiensis
Fragmentos:
40pb
5’- TTTCCCCTCTTTTGTATTATTTGTCAGAGTAGTTTGTATT – 3’
52pb
5’- TAACTGGTAAGAAGGAAGTTTTTGGTTCGTTGGGGATGGTTTATGCTATTT – 3’
121pb – 3’
5’ – TAAGTATTGGTTTGATTGGCTGTGTGGTTTGGGCTCATCATATGTATACCGTGGGTATAGATTTGGATTCTCGGGCTTATTTTACTGCGGCGACTATGGTTATTGCTGTGCCTACTGGTGT – 3’
207pb
5’–TAAGGTTTTTAGTTGGTTGGCTACTCTTTTTGGTATGAAAATGGTTTTTCAGCCTTTACTTTTATGGGTGTTAGGTTTTATTTTCTTGTTTACTATTGGGGGCCTTACTGGTGTGATGCTTTCTAATTCTAGCCTTGATATTATTTTGCATGATACCTAATATACAAATAACTCTGAAAAATAATACAAAAAGCAGGTAAAATCA – 3’
Figura 7C - Mapa de restrição para Toxocara malaysiensis feito com o auxílio da ferramenta online NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI.
58
Toxascaris leonina
Fragmentos:
86pb
5’–CGCTTTTGGTATTATTAGTCAGAGTAGTTTATATTTGACTGGTAARAAGGAGGTTTTTGGTTCTTTGGGTATGGTTTATGCTATTT – 3’
121pb
5’–TAAGTATTGGGTTGATTGGTTGTGTTGTTTGGGCTCATCATATGTATACTGTTGGTATGGATTTGGATTCTCGTGCTTATTTTACTGCGGCTACTATGGTTATTGCTGTTCCTACTGGTGT – 3”
188pb
5’–TAAGGTTTTTAGTTGGTTGGCCACATTGTTTGGTATGAAAATGGTGTTTCAGCCGTTRCTTTTATGGGTAATAGGTTTTATTTTTTTATTTACTATTGGTGGTTTGACTGGTGTTATGTTTCCTAATTCTAGTTTGGATATTATCTTGCATGATACTTATTATGTTGTTAGTCATTTTCATTATGTTT – 3”
Figura 8D - Mapa de restrição para Toxocara leonina feito com o auxílio da ferramenta online NEBcutter®. Setas indicam sítio exato de clivagem da enzima MseI.
59
Resultados
64
500pb
Figura 13 - Fragmentos de 490pb do gene Cox1 em gel de agarose 2% corado com GelRed®. Marcador
de peso molecular - 100pb
2.2 Sequenciamento
Das 424 amostras que obtiveram sucesso na amplificação 72 foram escolhidas
para o sequenciamento do fragmento de DNA amplificado. Do Brasil, as amostras
foram escolhidas aleatoriamente. Do restante dos países, todas aquelas que foram
positivas na PCR, foram submetidas ao sequenciamento (Tabela 5).
Animais Países
Figura 14 - Relações filogenéticas entre espécimes de T. canis, T. cati, T. malaysiensis e T. leonina de diferentes regiões do mundo
inferidas a partir de sequencias parciais do gene Cox1 utilizando o método Neighbor-Joining com boostraps estabelecidos em 1000
réplicas
67
2.3 RFLP
realizada somente com duas amostras indicando taxa de 0,01. No Brasil não houve
amostra de T. cati e na China como só houve uma, não foi possível fazer o cálculo.
A taxa de variabilidade observada nos T. canis foi de 0 a 0,03 naqueles
procedentes Brasil, 0 a 0,02 nos da Dinamarca, 0 a 0,026 nos da Rússia e de 0,036 a
0,05 nos da China. Como no Japão só foram analisadas duas sequências a variação entre
elas foi de 0,04%. Na Alemanha, todas as sequências foram idênticas não havendo,
portanto, variação.
Não houve variação entre as três amostras de T. leonina procedentes de Portugal
e nem entre as três de T. malaysiensis procedentes da Malásia.
Nos países estudados a variabilidade de T. cati foi entre 0 a 0,1, com a menor
taxa para os helmintos da Alemanha e Japão e a maior da Rússia e Alemanha. A de T.
canis foi entre 0 e 0,06, sendo a menor variação entre Brasil e Dinamarca e a maior
entre Brasil e Japão.
Entre as espécies observou-se que a variabilidade ascendeu entre 0,1 e 0,2 para
T. canis e T. cati, 0,07 e 0,1 para T. canis e T. leonina, 0,1 e 0,12 para T. canis e T.
malaysiensis, 0,09 e 0,2 para T. cati e T. leonina, 0,1 para T. cati e T malaysiensis e 0,1
para T. leonina e T. malaysiensis.
Isolados identificados pelo sequenciamento como T. canis e T. cati foram
encontrados, juntos, em cinco dos oitos países incluídos nesse estudo, fato não
observado para outras espécies, visto que T. malaysiensis foi restrita à Malásia e T.
leonina a Portugal. Portanto calculou-se variabilidade intergenotípica destas duas
espécies resultando em variações de 0,1 na Dinamarca, 0,2 na Alemanha, 0,11 a 0,13 na
China, 0,11 a 0,13 no Japão e de 0,1 na Rússia.
Discussão
72
6 Discussão
Entretanto, para Toxocara spp. e Toxascaris sp. a maior variação gênica, em sequências
do gene cox1, de indivíduos da mesma espécie, relatada foi de 3.7% (Mikaeilli et al.,
2015).
Os índices de variabilidade observados entre sequências da mesma espécie (2 a
5%) e de espécies diferentes (10 a 20%) no presente trabalho, corroboraram com os
dados relatados por Mikaeilli et al. (2015) e Li et al. (2008).
Na comparação entre T. cati e T. leonina, a variação nucleotídica observada (10-
20%) foi a esperada, visto que são duas espécies pertencentes a gêneros distintos. No
entanto, essa mesma taxa foi observada entre T. canis e T. cati, indicando que dentre as
três espécies do gênero Toxocara, analisadas, nesse estudo, essas são as mais
geneticamente divergentes. Essa distância talvez seja uma das explicações para as
diferenças encontradas na biologia desses dois helmintos, tais como a preferência por
determinado hospedeiro e a principal forma de infecção (transplacentária para T. canis e
transmamária para T. cati).
A partir desses resultados, conjectura-se que T. canis e T. cati estão especiando-
se a ponto de, daqui há algum tempo, serem completamente diferentes induzindo,
inclusive, nova classificação taxonômica.
A análise dos loci ITS-1, 5.8S e ITS-2 do DNA ribossomal, embora mais
conservados e por isso com menos taxa de substituição de nucleotídeos do que os
mtDNA, também indicou considerável variabilidade entre T. canis e T. cati (9,4-11,3
para o ITS-1, 1.9 para o 5.8S e 26,1 para o ITS-2) (Zhu et al., 1998) reiterando os dados
encontrados nesse estudo.
Os resultados dessa pesquisa reforçam a capacidade dos genes mitocondriais em
diferenciar espécies efetivamente. Além disso, a variação na estrutura do genoma
mitocondrial entre algumas espécies de nematódeos, estudados até hoje, indicam que os
genes mitocondriais nesse grupo sofrem rearranjos gênicos relativamente frequentes, o
que facilita o estudo de evolução do genoma mitocondrial. A elucidação desses
mecanismos tem implicações na investigação das relações evolucionárias dos
nematódeos (Hu e Gasser, 2006).
Análises em relação à filogenia e variações intragenotípicas, associadas à
distribuição geográfica, também, foram realizadas. T. canis e T. cati foram provenientes
de vários países, o que é pré-requisito para esse tipo de análise. O mesmo não ocorreu
para T. malaysiensis e T. leonina que foram restritas à Malásia e Portugal,
impossibilitando estudos filogeográficos.
79
Conclusões
83
7 Conclusões
Bibliografia
85
8 Bibliografia
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