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Porto Velho – RO
2012
1
Luana Janaína Souza Vera
Porto Velho – RO
2012
2
LUANA JANAÍNA SOUZA VERA
Data: _____________________________
Resultado: _________________________
BANCA EXAMINADORA
Assinatura ___________________________________
Assinatura ___________________________________
Assinatura ___________________________________
3
Dedico este trabalho ao pai celestial, que
nunca me abandonou,
4
AGRADECIMENTOS
Nessa caminhada um tanto quanto árdua e cheia de atropelos conheci e convivi com pessoas
lembrança com certeza tudo que aprendi e vivenciei, peço desculpas se por ventura o nome de
alguém não foi listado, porem saibam que cada um teve uma grande importância para a
concretização do trabalho.
Aos meus companheiros do ICB V – USP, Leozinho, Silvana, Nayana, Joãozinho , pela
paciência e dedicação, mesmo nas horas mais difíceis das coletas em campo.
Aos meus queridos Leandro Garrido e Lucas Campana ICB II – USP, pelo sequenciamento
das amostras.
Aos professores da minha banca examinadora, por disponibilizarem tempo mesmo com uma
rotina repleta de atribuições para a leitura do meu trabalho, do meu sonho...a vocês meu
muito obrigada.
Em especial aos professores, Gilberto Fontes, Jansen Medeiros, Andonai Krauze, Almeida,
Vera Engracia, Ricardo Godoi, Sergio Basano, que estiveram diretamente ligados a
conclusão do trabalho.
Aos meus queridos amigos do IPEPATRO, Lílian, Daniel, Milena, Marlene, pelo apoio e
grande ajuda no processamento das minhas amostras e ainda pela paciência, ombro amigo.
Ao meu idolatrado mestre e orientador Prof. Dr. Luís Marcelo Aranha Camargo, pelos
ensinamentos e longas e valiosas lições que vou levar comigo ao longo da vida, sou e
sempre serei grata pelo grande carinho, meu grande amigo, mestre e segundo pai.
A minha querida Juliana Camargo, minha companheira de todas as
expedições....Jujuuuu....receba meu carinho e meus sinceros agradecimentos.
Aos meus professores da UNIR, Dra Manoela Moura, Dra Vera Engracia e Dr Luiz
Hidelbrando, pela transmissão de uma fração de seu vasto conhecimento.
A minha família que me deu total apoio nessa caminhada, ao meu pai Marcos Vera, exemplo
de inteligência e força, minha vida sem você nada seria possível, a minha amada mãe que
para mim sempre foi um exemplo de garra e superação.
As minhas irmãs, Juliana e Cris por fazerem parte da minha vida ...por tudo que passamos
juntas.
5
As minhas sobrinhas Fernanda e Sarah, minhas pequenas maravilhosas que com um abraço
acabam com qualquer mal estar..e transformam espinhos e delicadas rosas...amo vocês..
Ao grande amigo Cledson Junior, pelo carinho,..pelas horas difíceis que teve grande paciência
e me presenteou com suas palavras consoladoras.
A minha vó Tereza....meu infinito amor.
A minha meia Irma..Nanda...Fernanda da Silva Alves, por todos os momentos
compartilhados.
Ao meu anjo....Uendson....pessoa que escolhi para dividir todos os momentos da minha
vida.....por me proporcionar momentos maravilhosos....por mostrar, mesmo sem saber, que
sou capaz de tudo que mais sonho, basta querer.....por me trazer a calma nas horas de maior
aflição.....amor..vc chegou em minha vida e a transformou completamente....meu porto
seguro.....minha fortaleza....a vida ao seu lado é sempre mais doce....que fez parte da
conclusao deste com minha segunda familia que me acolheu com tanto carinho...minha sogra
– mãe Raimunda Lucia, a mulher do sorriso mais doce que já conheci, meus irmãos
cunhados, Weverton, Kenya, Uamdemberg e Ueslei, por todos os momentos maravilhosos
que me fizeram esquecer que o mundo pode ser tão cruel.
A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a execução e termino do
trabalho, pela paciência e muitas vezes dedicação exclusiva ao trabalho e a mim, meu
muito obrigada
6
RESUMO
Palavras-chave: M.ozzardi.Diagnóstico.PCR.
7
ABSTRACT
Keywords: M.ozzardi.Diagnosis.PCR
8
LISTA DE FIGURAS
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Comparação das técnicas de Filtração por Membrana com a Reaçao de Cadeia
Polimerase ............................................................................................................................... 32
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AM – Estado do Amazonas
DNA – Ácido Desoxirribonucleico
dNTP – Deoxyribonucleotide triphosphate
EDTA – Ethylenediaminetetraacetic acid
HGE – Hemoscopia da Gota Espessa
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase
TBE – 10mM Tris / 1mM EDTA
TEMED – Tetramethylethylenediamine - (CH3)2NCH2CH2N(CH3)2
TFMP – Filtração em Membrana de Policarbonato
VPN – Valor Preditivo Negativo
VPP – Valor Preditivo Positivo
11
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14
2- OBJETIVOS ................................................................................................................ 16
2.1- Geral ........................................................................................................................... 16
2.2-Específicos ................................................................................................................. 16
3- REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 17
3.1- Histórico .................................................................................................................... 17
3.2- Agente Etiológico ..................................................................................................... 18
3.3- Vetor .......................................................................................................................... 19
3.4- Ciclo Biológico ......................................................................................................... 22
3.5- Manifestações Clínicas ............................................................................................. 23
3.6- Métodos Diagnósticos de M. ozzardi ........................................................................ 23
3.6.1-Diagnóstico Parasitológico ......................................................................................23
3.6.2- Gota Espessa de Sangue .........................................................................................24
3.6.3-Filtração de Sangue em Membrana de Policarbonato .............................................25
3.6.4-Técnica de Knott ......................................................................................................27
3.6.5- Diagnóstico Molecular..............................................................................................28
3.6.6- Reação em Cadeia da Polimerase ............................................................................28
3.6.7- Sequenciamento de DNA.........................................................................................28
3.7- Tratamento................................................................................................................. 29
4- METODOLOGIA ........................................................................................................ 29
4.1- Técnica de Gota espessa e Técnica da Filtração de Sangue em Membrana de
Policarbonato ............................................................................................................... 30-31
4.2 Técnica da Reação em Cadeia da Polimerase ............................................................ 31
4.3- Técnica de sequenciamento de DNA..........................................................................32
5- RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 32
6- CONCLUSÃO ............................................................................................................. 36
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 37
ANEXOS A – E ............................................................................................................. 40
AUTORIZAÇÃO PARA CÓPIA....................................................................................63
12
1 INTRODUÇÃO
M.ozzardi está entre os oitos parasitos filarídeos que infectam o homem, sendo
endêmico em regiões tropicais da América do Sul e Central. Todavia, no Brasil, só são
considerados como problemas de saúde pública Onchocerca volvulus e Wuchereria bancrofti.
Dados obtidos sobre aspectos clínicos da infecção são escassos, o que pode levar a
interpretação errônea que a infecção humana por Mansonella ozzardi seja considerada não
patogênica (ADAMI & HERZOG, 2008).
As manifestações clínicas da mansonelose são muito discutidas, porém a maioria dos
autores refere-se a ocorrência de febre moderada, “frieza nas pernas”, dores articulares,
adenite acompanhada de tonturas e dor de cabeça (BATISTA et al., 1960). Apesar de serem
ainda objeto de questionamentos, estudos recentes revelaram uma nova sintomatologia para a
mansonelose, sobretudo pela presença de lesões oculares, com círculos brancos na córnea, que
podem evoluir para a cegueira (MEDEIROS et al., 2008).
Esse parasito tem distribuição geográfica limitada às Américas, sendo encontrado
entre o México e a Argentina, com exceção do Chile, Uruguai e Paraguai (TAVARES &
NETO, 1997).
No Brasil, foi descrito a priori na cidade de Manaus (AM), quando foram registrados
focos nos rios Solimões, Purus e Negro (LACERDA & RACHOU, 1956). Esse filarídeo está
presente em especial nas regiões das vilas e povoados da zona rural e silvestre, sobretudo
entre as populações indígenas (FRAIHA, 1983). O referido parasita foi encontrado, em menor
quantidade, nos Estados do Acre, na região norte do Mato Grosso e em Roraima (DEANE et
al., 1953; OLIVEIRA, 1963; MORAES et al., 1985).
M. ozzardi é transmitida por insetos de duas famílias de Diptera: Ceratopogonidae e
Simuliidae. No Brasil, até o momento, apenas os simulídeos Simulium amazonicum, S.
oyapockense e S. argentiscutum são relacionados como transmissores. (CERQUEIRA, 1959;
SHELLEY et al., 1980; MEDEIROS et al., 2004) .
A técnica da Hemoscopia da Gota Espessa (HGE), corada com Giemsa, é o método de
diagnóstico clássico para a detecção de M. ozzardi. Embora apresente baixa eficácia, tem sido
utilizada em inquéritos epidemiológicos por ser economicamente mais viável, com rápida e
fácil obtenção, permitindo a identificação da espécie do parasita, mesmo em locais com
ocorrência de infecções mistas com outros filarídeos (FONTES & ROCHA, 2005).
13
Existem técnicas de diagnósticos mais eficientes, porém mais trabalhosas, como as
técnicas de concentração de Knott, com lise de sangue pela formalina 2% (KNOTT, 1939;
FONTES & ROCHA 2005) e a Técnica de Filtração em Membrana de Policarbonato (TFMP),
(FONTES & ROCHA, 2005). Morales-Rojas e seus colaboradores testaram, em amostras de
tecido, em 2001, a técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) na detecção da M.
ozzardi e consideram-na como a mais eficaz para diagnóstico, porém na ocasião não foi
realizado teste populacional para sua validação, nem o exame do sangue periférico dos
pacientes.
Com o intuito de contribuir para o diagnóstico da M. ozzardi, esta pesquisa se
preocupa em adequar e avaliar a eficácia da PCR em relação à TFMP, quando comparada à
HGE, em estudo populacional e em sangue venoso.
14
2 OBJETIVOS
2.1 Geral:
Adequar e Avaliar a eficácia da PCR em relação à TFMP e HGE, em estudo
populacional e em sangue venoso.
2.2 Específicos:
Adequar e Padronizar a técnica da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR, para
diagnóstico de infecções por M. ozzardi.
15
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Histórico
A pesquisa de Patrick Manson, realizada por volta de 1897, descreveu os primeiros
relatos de Mansonella, quando foi identificado o agente infeccioso a partir de microfilárias
encontradas em amostras de sangue periférico de índios caraíbas que habitavam a Guiana. Por
terem sido coletadas por Ozzardi, recebeu a denominação Filaria ozzardi (MANSON, 1897).
Posteriormente, Faust, em 1929, integrou-a ao gênero Mansonella (TAVARES & NETO,
1997).
M.ozzardi (MANSON, 1897) é um filarídeo humano próprio do continente americano,
com focos já detectados na Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Guiana, Ilhas do Caribe,
México, Panamá, Peru, Suriname, Venezuela e norte da Argentina (FONTES & ROCHA,
2005).
No Brasil, a primeira descrição de M. ozzardi deu-se em 1949 na cidade de Manaus,
quando Maria P. Deane o revelou mediante inquérito que evidenciou a prevalência do
parasitismo por filárias entre a população. Das 2.045 pessoas examinadas, 15 (0,6%)
apresentaram microfilárias de M. ozzardi (DEANE, 1949). Posteriormente, estudos realizados
por Lacerda & Rachou (1956) deixaram óbvio que a mansonelose era encontrada no Estado
do Amazonas, nas comunidades ribeirinhas do rio Solimões e em seus afluentes. Além do
Estado do Amazonas, a enfermidade foi encontrada no Estado de Roraima (MORAES et al.,
1985) e alto Xingu, no Mato Grosso e Acre (OLIVEIRA, 1963). Este filarídeo está presente
especialmente nas vilas e povoados da zona rural e silvestre, atingindo principalmente as
populações indígenas (FRAIHA, 1983).
Estudo realizado no Estado de Rondônia, as margens dos rios Madeira, Mamoré,
Guaporé, Machado e Preto, onde 4452 foram testadas pelo método de gota espessa,
demonstrou que na há registro de M.ozzardi na região (BASANO, 2011).
Figura 01 - Microfilárias de M. ozzardi em esfregaços de gota espessa, coradas com Giemsa. Fonte: DPD, 2010.
Disponível em: <http://www.dpd.cdc.gov/dpdx/html/imagelibrary/Filariasis_il.htm>. Acesso em: set. 2010
17
3.3 Vetor
M. ozzardi é transmitida por insetos dípteros das famílias Ceratopogonidae e
Simuliidae. A família Ceratopogonidae está presente nas ilhas do Caribe, sendo que nas
Américas Central e do Sul há presença das duas famílias (SHELLEY & COSCARÓN, 2000;
FONTES & ROCHA, 2005).
Os dípteros ceratopogonídeos são conhecidos como “mosquito pólvora” e “maruins”
no Brasil, “jejénes” nos países com idioma espanhol e “polvorines” na América do Norte
(MARCONDES, 2001). Essa família possui vinte e sete gêneros, na qual o Culicoides é o
mais expressivo hematófago (MONTEIRO, 2009).
O gênero Culicoides apresenta 924 espécies com vasta distribuição mundial. Destas,
73 são encontradas no Brasil (NEVES et al., 1997). As espécies relacionadas à transmissão de
M. ozzardi são Culicoides furens, C. barbosai e C. phlebotomus (em Trinidad e Tobago)
(DPMIAC, 1994).
Na América do Sul, os principais vetores são insetos do gênero Simulium (FONTES &
ROCHA, 2005). Cerca de mil e oitocentas espécies da família Simuliidae foram descritas no
mundo (CROSSKEY & HOWARD, 2010). Por volta de noventa espécies já foram
identificadas em solo brasileiro (PEPINELLI et al., 2003).
Os principais vetores incriminados para a transmissão de M. ozzardi no Brasil são os
simulídeos, S. amazonicum e S, argentiscutum, em especial na região norte do país
(SHELLEY et al., 1980; MORAES et al., 1985; TIDWELL & TIDWELL, 1982). Moraes et
al. (1985) identificou a espécie S. oyapockense como vetor da M. ozzardi no Estado de
Roraima.
Em território brasileiro, são denominados “piuns” nas regiões norte e nordeste, e
“borrachudos” nas demais regiões; em outras regiões do globo são também conhecidos como
black flies ou moscas negras (Figura 02) (BRASIL, 2006). Em geral, quando adultos, os
simulídeos são pequenos, têm coloração escura, asas largas de aspecto corcunda (tórax
curvado) e pernas curtas (MARCONDES, 2001).
18
Figura 02 - Vetor, Simulium sp. Disponível em: <http://www.epa.gov/bioindicators/html/blackflies.html>.
Acesso em: nov. 2010
Seus ovos são pequenos, semitriangulares (Figura 03), e eclodem após decorridos dois
a sete dias. Em geral, são depositados em grande quantidade, submersos em água, em áreas
úmidas ou ao lado do curso da água, em corredeiras ou locais de rápido escoamento de água
(BRASIL, 2006; SIMULIIDAE, 2010).
19
Figura 04 - Larva de Simulium sp. Disponível em:
<http://www.diptera.info/photogallery.php?photo_id=5036>. Acesso em: nov. 2010
20
sete ou oito meses, produzem as primeiras microfilárias que migram para o sangue periférico
(Figura 05) (FONTES & ROCHA, 2005).
21
assintomática (BATISTA et al., 1960; TAVARES & NETO, 1997; FONTES & ROCHA,
2005).
A patogenia dos sintomas clínicos da mansonelose pode, por sua vez, ser explicada
pela irritação local que as filárias vivas ou mortas provocam, bem como pelos fenômenos
alérgicos que acarretam. Similarmente, isso ocorre também no caso das demais filarioses
(BATISTA et al., 1960).
Além das lesões cutâneas, há algumas evidências que M. ozzardi pode causar lesões
oftalmológicas. Essas lesões oculares ocorrem possivelmente pela presença do verme na
estrutura ocular do indivíduo, resultando em conjuntivites e lesões corneanas (BRANCO et
al., 1998, BELFORT, inf. Pessoal).
22
Figura 06 - Características diferenciais das microfilárias. Detalhe da porção anterior e posterior das
microfilárias, distribuição dos núcleos, presença e ausência da bainha. Fonte: Leite, 2008
Esse diagnóstico laboratorial se inicia com a coleta, fazendo-se uma punção na polpa
digital do anular esquerdo ou lóbulo da orelha, no qual a pele é fina e com excelente irrigação
sanguínea. O procedimento inicia-se com a retirada de aproximadamente 60 µL de sangue,
sem o uso de anticoagulante, porque esse produto pode levar a uma perda de até 69% das
microfilárias (PARTONO & IDRIS, 1977). Em seguida, é feita a gota espessa de sangue.
Transcorridas 5 a 10 horas, faz-se a desemoglobinização, cora-se com Giemsa e visualiza-se
ao microscópio com aumento de 10 x e 40 x (Figura 07) (FONTES & ROCHA, 2005).
23
A HGE apresenta grande sensibilidade quando o indivíduo infectado tem uma
microfilarêmia superior a 10 microfilárias/mL (mf/mL) de sangue (FONTES, 1996). Para
aumentar a sensibilidade da técnica, recomenda-se confeccionar mais de uma lâmina para
cada paciente (FONTES, 1996). Embora a HGE seja uma técnica de cunho qualitativo, é
possível estimar a microfilaremia do indivíduo parasitado, ou seja, pode-se realizar um
diagnóstico quantitativo com o uso da HGE mensurada. Para tal, usam-se tubos capilares
capazes de determinar o volume de sangue necessário para a confecção da lâmina (MS, 2008).
A TFMP (CHULARERK & DESOWITZ, 1970) é uma técnica que avalia a presença
de microfilárias. A técnica consiste em um processo de concentração, no qual um volume de
sangue (colhido por meio de punção venosa) é filtrado em uma membrana de policarbonato,
com poros de 03 µm a 05 µm de diâmetro. Essa membrana retém as microfilárias existentes,
deixando os elementos figurados do sangue atravessarem a mesma (FONTES & ROCHA,
2005). A fixação da membrana é feita através de metanol, ou fixador da coloração Panótico
(Renylab®), sua coloração com Giemsa e analisada no microscópio com aumento de 10X.
Em virtude da TFMP utilizar uma quantidade maior de sangue (1 a 10 mL), bem maior
que a de HGE (60 µl), possibilita uma maior sensibilidade em seu diagnóstico. Assim, a
técnica é vantajosa no diagnóstico em pacientes com baixa densidade de microfilárias, bem
como em pacientes após tratamento específico (FONTES & ROCHA, 2005; DREYER,
1994). No entanto, a TFMP é uma técnica que requer um corpo técnico capacitado, de relativo
alto custo e execução demorada. Por esses motivos, não é uma técnica rotineiramente
utilizada (WEIL et, al., 1997).
Conforme Leite (2003), a TFMP é muito mais eficiente que a HGE, visto que o grau
de sensibilidade oferecido pelas técnicas são, respectivamente, 98% e 85%. Sendo assim, ao
ser utilizada a técnica TFMP, teremos uma chance 8,6 vezes maior de identificar um
indivíduo microfilarêmico (Figura 08) (LEITE et al., 2005).
24
Figura 8 a Figura 8b
Figura 8 c Figura 8 d
Membrana de Policarbonato
A técnica de Knott foi assim denominada por ter sido descrita por James Knott no ano
de 1939. Trata-se da diluição do sangue em formol a 2% em uma proporção de 1:10( uma
parte do sangue coletado com EDTA e nove partes de formol à 2%). Em seguida à diluição
em formol, a solução é centrifugada e com o sedimento produz-se a lâmina de gota espessa
fixada em metanol e corada em Giemsa (FONTES & ROCHA, 2005).
A sensibilidade da técnica de Knott se torna menor em pacientes com baixa
microfilaremia, porque as microfilárias são de difícil identificação e misturam-se ao
sedimento, interferindo na visualização ao microscópio (Figura 09) (FONTES & ROCHA,
2005).
25
Figura 09 - Técnica de Knott. Fonte: Prof. Dr. Gilberto Fontes/UFSJ
26
3.6.7 Sequenciamento de DNA
3.7 Tratamento
As drogas macro e microfilaricidas (dietilcarbamazina e suramina sódica) não
apresentam eficácia para M.ozzardi. No entanto, a Ivermectina (0,2 mg/kg - dose única) é
eficiente na eliminação das microfilárias do sangue periférico em 24 horas, em terapia
específica, eliminando a microfilaremia por 18 a até 365 dias (TAVARES & NETO, 1997,
BASANO, inf. pessoal). A Ivermectina é uma lactona macrocíclica que se liga aos canais de
cloro permitindo que os íons de cloreto penetrem nas células do parasito. As células ficam
hiperpolarizadas e causam paralisia muscular nas microfilárias de M. ozzardi, levando à morte
o parasito(SERVING HISTORY, 2010). Até o momento, embora não haja estudos muito
aprofundados, esta é a droga de escolha para o tratamento.
4 METODOLOGIA
Aspectos Éticos
O presente studo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade São
Lucas, devidamente credenciado ao CONEP, sob o registro AP/CEP/373/09. (Anexo K).
27
Figura 10: Munícipio de Lábrea, Amazonas, área de estudo.
4.TÉCNICA HGE
O método HGE foi empregado de acordo com o seguinte procedimento: o sangue foi
coletado a partir da polpa digital (equivalente a 60 µL), utilizando-se lancetas descartáveis e,
em seguida, preparadas em lâminas de microscopia; posteriormente, deixou-se secar a
temperatura ambiente. Logo após, as lâminas foram lavadas em água destilada, fixadas com
metanol, coradas com Giemsa e secadas. As lâminas foram examinadas por duas vezes,
utilizando-se um microscópio óptico e objetivas ópticas de 10x e 40x por dois profissionais ?
?
experientes realizando um ensaio cego.
28 2
8
4.1 TFMP
O método TFMP foi realizado por filtração de 1 mL de sangue venoso com EDTA,
previamente diluído com 10 mL de soro fisiológico a 0,9%. A filtração ocorre através de uma
membrana de policarbonato com poros de três a cinco micrômetros de diâmetro (Poretics
Corporation® - Livermore-EUA), fixadas com metanol e coradas com Giemsa (FONTES &
ROCHA, 2005), em seguida as lâminas já previamente fixadas com metanol e coradas foram
analisadas por dois profissionais, em ensaio cego, em microsocópio com o aumento de 10 x.
Na PCR foi realizada a extração de DNA de acordo com as instruções do Kit Quiamp
DNA Blood (Quiagen®). As eluições de DNA, mantidas em microtubos, foram conservadas a
– 20ºC. O primer utilizado foi produto amplificado da sequência GenBank AF228564, com a
seguinte sequência 5’GAAAGAAGAAGGATTTTTACT3 e primer reverso 3’
CTTTTCCTCCGCTTAATTATA 5’.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 11 - Eletroforese em gel de poliacrilamida a 8%: Coluna 1- Indicador de peso molecular de 312 pb;
Colunas 11 e 15- negativas para M.ozzardi; as demais colunas apresentam os positivos para M.ozzardi (312 pb)
31
O produto amplificado, sequenciado correspondeu a sequencia alvo, como
demonstrado pelo alinhamento utilizando blast (anexo D).
TFMP(POSITIVA) 16 18 34
TFMP(NEGATIVA) 02 11 13
TOTAL 18 29 47
PCR POSITIVA 18 26 44
PCR NEGATIVA 0 3 3
TOTAL 18 29 47
32
Estudo recente realizado por Tang e seus colaboradores (2010) e publicados após este
estudo vem de encontro com os resultados aqui esboçados, confirmando a eficácia da técnica
da PCR na detecção da filária M. ozzardi. A pesquisa afirma a importância da técnica, pois
detecta sequências específicas da espécie, podendo diagnosticar quaisquer formas e fases do
ciclo de vida das filárias no hospedeiro humano ou em seu vetor. A técnica de extração
utilizada pelo autor se compara a utlizada na pesquisa porém, a amplificação se difere em
temperatura e extensão dos ciclos, o uso ainda de primer especifico para M.ozzardi e M.
perstans, fato que aumenta a especificidade da técnica. Além disso, a técnica aqui esboçada,
realiza um estudo populacional, enquanto o autor utilizou cinco pacientes positivos em
microscopia para PCR na diferenciação da espécie.
Estudo realizado por Degese e colaboradores (2010), em região endêmica da
Argentina, compara a técnica de Knott com a PCR, indicando que a PCR demonstra 100% de
sensibilidade frente a técnica de Knott, considerando que a baixa parasitemia justifica o fato,
o que confirma o que foi descito na pesquisa e considera a técnica de Knott como diagnóstico
complementar. Os autores não fazem referência à especificidade do método.
O diagnóstico microscópico é de especial importância, pois diferencia a microscopia
do parasita por meio da visualização de membrana, cauda e bainha (quando existente). Em
contraste, a PCR não fornece esse parâmetro, visto que a morfologia é perdida possibilitando
somente a visualização da amplicação de fragmento específivco de DNA.
Alguns fatos podem explicar a baixa especificidade dos métodos aplicados. No caso
da TFMP, o uso de EDTA, que pode destruir até 69% das microfilárias (PARTONO &
IDRIS, 1977). pode justificar o fato. A elevada discrepância observada no índice kappa
reforça esta hipótese, pois os 2 métodos (HGE e TFMB) são técnicas visuais.
Em relação ao PCR, a baixa especificidade pode ser justificada por: a-) erros no
processo de realização da PCR (duração de ciclos e temperatura) , b-) na comparação entre
um método molecular e outro de visualização (kappa muito baixo, demonstrando elevada
incongruência entre os métodos) c-) e/ou problemas operacionais durante o processo de coleta
e armazenamento de material durante o trabalho de campo, uma vez que o sequenciamento
genético confirma que o material amplificado pela PCR de fato era M. ozzardi.
33
6 CONCLUSÃO
34
REFERÊNCIAS
CDC, Centers for Disease Control and Prevention. DPDX: laboratory identification of
parasites of public health concern. US Centers for Disease Control and Prevention.
Disponível em: <http://www.dpd.cdc.gov/dpdx>. Acesso em: set. 2010.
35
DEANE, LM et al. Alguns dados relativos à prevalência da M.ozzardi no Brasil. Rev. Bras
Malariol Doenças Trop 6:219–224, 1953.
DPMIAC. Defence Pest Management Information Analysis Center. Disease vector ecology
profile: Haiti. Forest Glen Section, WRAMC. Washington, D. C. 20307-5001, 1994.
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KNOTT, J. A Method for making microfilarial surveys on day blood. Trans R Soc Trop
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36
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37
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38
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39
ANEXOS
A–E
40
ANEXO A – Artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 44 (3):380-382,mai-jun,2011
Communication/Comunicação
Luana Janaína Souza Vera1, Sergio de Almeida Basano1,2, Juliana de Souza Almeida Aranha Camargo 1,
Andonai Krauze de França3, Ricardo de Godoi Mattos Ferreira4, Almeida Andrade Casseb3, Jansen
Fernandes Medeiros5,6, Gilberto Fontes7 and Luís Marcelo Aranha Camargo1,8
41
PMF is considered the gold-standard. Morales-Rojas
et al first suggested polymerase chain reaction (PCR)
as an effective method to detect M. ozzardi14.
This study aimed to standardize the PCR for
diagnosing M. ozzardi and compare its effectiveness
in relation to the PMF, which is considered the gold-
standard for diagnosing the disease compared to the
traditional TBS method.
Forty-seven patients infected by M. ozzardi were
randomly selected from 232 individuals diagnosed by
PMF (Poretics Corporation, Livermore, USA). These
individuals lived alongside the rivers in the
municipality of Labrea, State of Amazonas, Brazil
(07o15’S 64o51’W), an area with high prevalence of
mansonelliasis. The TBS method was used according
to the following procedure: blood was collected from FIGURE 1 - Electrophoresis in 10% polyacrylamide gel
the digital pulp (equivalent to 0.06mL) using showing the PCR results for DNA extracted from blood.
disposable lancets and then prepared on microscope M50pb stands for the 50 base pairs size marker, M100bp for the 100
slides and left to dry at room temperature. Next, the base pairs size marker and the numbered lanes are: 1: sample 709,
slides were washed with distilled water, fixed with positive control; 2: newborn 90, negative control; 3-8: samples 704,
methanol, stained with Giemsa and dried off. The 708, 711, 712, 714 and 715; 9: sterile water negative control.
slides were then subjected to microscopic examination Both the PMF and PCR methods were compared to
using optical objectives of 10x and 40x by two the common method for M. ozzardi diagnosis (TBS).
professionals in a blind controlled trial. PMF was In order to compare the effectiveness of the methods,
conducted by filtering 1mL of venous blood the following parameters were considered: sensitivity,
previously diluted with saline 0.9% through a specificity, negative predictive value (NPV), and
polycarbonate membrane filter of 3-micrometer pore Cohen’s kappa coefficient (Tables 1 and 2). The
diameter size (Poretics Corporation - Livermore- OpenEpi® software was used for statistical analysis,
USA)12. with a confidence interval (CI) of 95%. The project
The PCR method was based on the detection of the was submitted to the Research Ethics Committee of
GenBank AF228564 DNA fragment from M. ozzardi the São Lucas College, Porto Velho and was approved
which comprises the partial sequence of the 18S under the registry number 344/09.
ibosomal RNA gene, the internal transcribed spacer 1, Of the 29 individuals who presented negative by
the complete sequence of the 5.8S ribosomal RNA TBS, 62.1% were identified as positive by PMF, while
gene and internal transcribed spacer 2 (ITS2) and the mong the 18 who were positive by the TBS method,
partial sequence of the 28S ribosomal RNA gene13. 88.9% showed the same results by PMF. On the other
The forward primer used was hand, TBS diagnosed 2 cases that were not diagnosed
5’GAAAGAAGAAGGATTTTTACT3’ on the ITS2 by PMF (false-negatives), despite its greater ensitivity.
and the reverse primer used was Regarding the PCR technique, 89.6% of those who
5’CTTTTCCTCCGCTTAATTATA3’on the 28S presented negative by TBS were positive by PCR,
ribosomal DNA. These genes are commonly used for while 100% of the positive cases showed the same
species identification on molecular bases since they results by PCR. Thus, the PCR technique showed the
comprise highly conserved sequences next to highly greatest sensitivity and NPV, followed by PMF, when
variable ones. The primers were verified using the compared to TBS. However, both these methods
NCBI primer design on-line tool based on the showed low specificity and low kappa coefficient
Primer315 software and showed no unintended DNA compared to TBS.
products.
Genomic DNA was extracted from the samples
according to the instructions of the Quiamp DNA
Blood Kit (Qiagen®). Blood samples of newborns
from the city of Porto Velho were taken as negative
control. The eluted DNA were maintained in
microtubules and stored at -20ºC. The following
procedure was used to amplify the DNA sequence: the
samples were maintained A) at a temperature of 94°C
for 4min (1 cycle); B) at 94°C for 45sec; at 55°C for
30sec; 72°C for 45sec (35 cycles); C) 72°C for 5min
(1 cycle), and D) 4°C for 1min (final time). The
amplification product up to 312bp was viewed on 10%
polyacrylamide gel with bromide staining (Figure 1).
42
4. Moraes MAP, Almeida MMR, Lovelace KJ, Chaves GM.
M.ozzardi entre índios Ticunas do estado do Amazonas, Brasil. Bol
Oficina Sanit Panam 1978; 85:16-25.
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profile of M.ozzardi (Nematoda: Onchocercidae ) in communities
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12. Fontes G, Rocha EMM. Wuchereria bancrofti - Filariose
Linfática. In: Neves DP, Melo AL, Linardi PM, Vitor RWA,
Despite the encouraging results, the cost of PCR is editors. Parasitologia Humana. 11th ed. Rio de Janeiro: Atheneu;
approximately US$8.60 per test, while PMF has a 2005. p.299-307.
significantly lower cost, US$0.80 (author’s personal 13. Knott J. A Method for making microfilarial surveys on day
blood. Trans R Soc Trop Med Hyg 1939; 33:191-196.
information). The difficulties of performing PCR 14. Morales-Hojas R, Port RJ, Shelley AJ, Maia-Herzog ER,
under field conditions must also be taken into account, Coscaron S, Sheke RA. Characterization of nuclear ribosomal DNA
since this is an important limiting factor in its seqüences from Onchocerca volvulus and M.ozzardi (Neumatoda:
application. Traditionally, studies concerning the Filariodea) and development of a PCR based method for their
detection in skin biopsies. Int J Parasitol 2001; 31:169-177.
prevalence of the M. ozzardi indicate its low
15. Rozen S, Skaletsky HJ. Primer3 on the WWW for general users
prevalence rate in young individuals6-8, which is and for biologist programmers. In: Krawetz S, Misener S, editors.
probably due to their low microfilaria concentration. Bioinformatics Methods and Protocols: Methods in Molecular
The advent of PCR for mansonelliasis diagnosis, Biology. Totowa (NJ): Humana Press; 2000. p. 365-386.
which shows 100% sensitivity, may help correct this
bias by providing new epidemiological information on
parasitic infections and by promoting the
determination of higher prevalence rates.
43
Anexo B – Artigo Dr Sergio
44
45
46
47
48
ANEXO C –
49
Anexo D– ALINHAMENTO DE BLAST
BLASTN 2.2.25+
RID: XAN2X8J1016
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Score E
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53
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Lambda K H
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Lambda K H
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59
ANEXO E - Carta Cep
60
Autorizo cópia total ou parcial deste trabalho, apenas
para fins de estudo e pesquisa, sendo expressamente
vedado qualquer tipo de reprodução para fins
comerciais sem prévia autorização específica do autor.
61
Cidade, mês e ano de impressão.
62