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Reprodução animal, 3º ano agropecuaria UP

DEFINIÇÃO DE ALGUNS CONCEITOS

Reprodução – é a forma que os seres vivos usam para perpetuar a espécie.

Fertilidade: É a capacidade ou possibilidade de as fêmeas ou machos produzirem crias dentro de


um determinado período de tempo fisiológica e economicamente aceitáveis.

A fertilidade máxima atinge-se depois da maturação zootécnica e declina na fase senil ou por
alguma doença ou anormalidade.

Esterilidade: É a incapacidade absoluta de um indivíduo reproduzir.

Fecundidade: É a capacidade que as fêmeas têm de fecundarem.

Sexualidade : é o conjunto das características morfológicas que caracterizam uma certa


espécie, raça ou indivíduo e que permitem também diferenciar o macho da fêmea (dimorfismo
sexual).

Ciclo sexual ou estral: é o conjunto de modificações cíclicas de ordem morfo-fisiológicas e


psíquicas que ocorrem nas fêmeas que permitem que um ou mais foliculos ovulem. Do ponto de
vista zootécnico é importante porque é durante este período que as fêmeas são cobertas ou
inseminadas. A duração e manifestação variam consoante a espécie animal.

Infertilidade : έ a incapacidade temporaria ou permanente de reproduzir por varias razoes que


pode ser de natureza nutricional,(doenca ou maneio no geral).

Prolificidade : έ o numero de crias por unidade de tempo.

EMBRIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR

Conteúdo:
1- Introdução
2- Diferenciação das gônadas
3- Formação do tracto genital

1- Introdução
O desenvolvimento, formação e diferenciação do aparelho reprodutor masculino e feminino é
um processo que se realiza durante a fase de organogenesse. Formação e diferenciação do
aparelho reprodutor masculino e feminino é um processo bastante complexo e realiza-se
durante a fase da organogênese.

O aparelho reprodutor do embrião, antes da sua diferenciação é composto por um sistema,


constituído por duas gônadas não diferenciadas, 2 pares de ductus, um seio urogenital, um
tubérculo genital e pregas vestibulares. Este sistema, forma-se a partir de duas cristas
genitais, situadas na parte dorsal da cavidade abdominal do embrião.

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2- Diferenciação das gônadas


Antes da diferenciação sexual, não é possível distinguir tanto do ponto de vista micro como
macroscópico, o sexo do indivíduo. Esta fase, é chamada fase indiferenciada ou ambissexual.

A diferenciação das gônadas inicia com a invasão das cristas genitais pelas células germinais
primordiais. Estas células migram para as gônadas primitivas a partir do saco vitelino através
de movimentos amebóides nos mamíferos e pela corrente sanguínea nas aves.
Ocorrem duas invasões de células germinais primordiais. Nos embriões do sexo feminino a
primeira é abortiva e a segunda , forma os cordões sexuais secundários que mais tarde
ocupam a zona cortical da gônada e formam as oogónias.
As oogónias mais tarde sofrem um processo de diferenciação e proliferação até se
transformarem em oocitos primários.
Nos ovários dos mamíferos na altura do nascimento dos fetos existe uma quantidade fixa de
oocitos primários.
No caso dos embriões do sexo masculino, a primeira invasão dá origem á túnica albugínea. A
segunda é a que vai formar os cordões sexuais secundários que migram para a zona medular
da gônada para formar os túbulos seminíferos.

Formação do tracto genital


No embrião dos mamíferos o tracto genital origina-se a partir de 2 ductus: Ductus de Wolf ou
mesométrico e o ductus de Múller ou paramesométrico.
Na fase indiferenciada, potencialmente, existe a possibilidade de o indivíduo se diferenciar, tanto
para o macho como para a fêmea.
Em casos normais somente um destes ductus é que diferencia enquanto que o outro atrofia.
O factor que determina qual dos ductus irá desenvolver-se depende da presença ou ausência do
acrossoma.
No caso do macho há diferenciação do ductus de Wolf sob a influência dos andróginos e atrofia
do ductus de Múller por influência de um outro factor provavelmente de origem protéica
chamado factor anti-Mulleriano.
Na fêmea, o desenvolvimento do ductus de Múller e a consequente atrofia do ductus de Wolf é
determinado pela ausência dos androgênios.
Na fêmea, a parte anterior do ductus de Múller forma as fímbrias e oviducto. A parte intermédia
forma o útero e a parte posterior forma o cérvix e a vagina. O vestíbulo vaginal e as glândulas
vestibulares, originam-se a partir do seio urogenital, enquanto que as pregas genitais e o
tubérculo genital dão origem aos lábios vulvares e ao clitóris respectivamente.
No macho, o ductus de Wolf vai dar origem ao ductus eferente, ductus deferente e ás glândulas
vesiculares. O seio urogenital dá origem á uretra, próstata e ás glândulas bulbouretrais. O
tubérculo genital forma o pénis e as pregas urogenitais e escroto.
Nas fêmeas os remanescentes do ductus de Wolf degeneram e formam o epoophoron e o
paraoophoron. Na parte ventral da vagina o epoophoron forma o ductus de Gartner.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMENINO

Maneio nutricional e sanitário adequados são fundamentais para bons resultados nas técnicas de
reprodução, onde a genética possui grande importância, sendo no entanto, necessário identificá-

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la e torná-la disponível. Os recursos genéticos animais interferem na economia nacional,


representando um nicho capaz de responder rapidamente a investimentos pontuais.
É importante salientar que se tratando de biotécnicas com a finalidade de multiplicação genética
deve-se buscar a melhora constante dos índices técnicos, o monitoramento do desenvolvimento e
uso da tecnologia, bem como a identificação dos parâmetros anatômicos e fisiológicos do
sistema reprodutivo de fêmeas bovinas.
Os órgãos genitais femininos são compostos pela genitália interna. Ovários, oviducto, útero,
cérvix e genitália externa: vulva e clitóris.

A genitália é suportada pelo ligamento largo. Este ligamento é constituído pelo i) mesovário, que
suporta os ovários, ii) mesosalpinge, que suporta o oviducto e o mesométrio, que suporta o útero.

Ovários

A forma e o tamanho dos ovários variam de acordo com a espécie do ciclo estral. Na vaca e na
ovelha tem um formato ovóide e na égua tem a forma de feijão devido a presença da fossa de
ovulação. Na porca assemelha-se a um cacho de uvas devido a presença de vários folículos e
corpo luteo.

Os ovários estão fixos por um ligamento chamado mesovário, que é uma parte do ligamento
largo.

O ovário é composto por medula e córtex e está envolvido por um epitélio superficial chamado
epitélio geminal.

A medula é constituída por tecido conjuntivo fibroelástico e por fibras nervosas e vasos
sanguíneos que atingem o ovário a partir do hilo.

O córtex é a parte principal do ovário, contém foliculos e ou corpo lutea com diversos estados de
desenvolvimento ou regressão. O tecido conjuntivo do córtex contém muitos fibroblastos, algum
tecido colagênico e fibras reticulares , vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervosos e fibras
musculares lisas.

No córtex dos ovários também se encontra o corpo o corpo amarelo ou lúteo e corpus albicans.
Depois da ovulação, a cavidade fica preenchida por restos de sangue e linfa. Gradualmente estes
líquidos são reabsorvidos enquanto ocorre a luteinização, ie, a deposição de material luteínico e
se forma o corpo lúteo.

Os ovários têm tanto a função exócrina (liberação de oócitos) quanto endócrina (produção dos
hormônios esteróides, estradiol e progesterona, e dos hormônios protéicos, relaxina, inibina,
activina e folistatina). Com relação à biometria, apresentam muita variabilidade, possuindo
geralmente formato de amêndoas, peso ao redor de 15 a 20 gramas, 4 cm de comprimento e 2,5
cm de largura.

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O útero é dividido em três partes, corpo, cornos e colo, tendo um septo que separa os dois
cornos (septo intercornual). A principal função uterina é de abrigar o embrião e posteriormente
o feto, fornecendo proteção e nutrição adequada para seu desenvolvimento, além do transporte
de espermatozóide e participação na regulação
da função do corpo lúteo.
A cérvix uterina localizada caudalmente na vagina, possui anéis, tem como função a seleção e o
reservatório de espermatozóides viáveis, além de conferir proteção para a o ambiente uterino
durante a gestação.
A vagina é órgão copulatório, onde o sêmen é depositado na sua porção final.

A Genitália Externa é composta pela vulva, que constitui o fechamento externo do trato genital
feminino.

Oviducto
O mesosalping em conjunto com o mesovário formam a bursa ovárica.

A extremidade ovárica do oviducto, o infudíbulo, tem a forma de funíl . Este formato


permite vários graus de aproximação ao ovário no momento da ovulação.

A outra parte é a ampola que constitui cerca de 1/2 do comportamento do oviducto no


local onde ocorre a fertilização.

A parte que liga aos cornos uterinos chama-se ístimo.

A parte do oviducto é constituída pela serosa, as camadas musculares e mucosa.

ESTRUTURA ANATOMO - HISTOLÓGICA DOS ORGÃOS GENITAIS


MASCULINOS

BREVES DADOS

Os órgãos genitais masculinos podem-se dividir em 3 grupos:

1º Glândulas sexuais – testículos

2º Canais eferentes e glândulas acessórias – ductos

diferentes , glândulas próstata, vesículas e bulbouteral .

3º Órgão genital copulatório – pénis

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ORIGEM EMBRIONÁRIA
Ver em embriologia

TESTICULOS :
Os testículos estão localizados fora da cavidade abdominal , dentro do escroto que é um derivado
da pele e das fáscias da parede abdominal.

O canal inguinal tem dois anéis : um interno e um externo que para além de deixarem passar
testículos deixam também passar vasos sanguíneos e fibras nervosas que drenam e enervam a
genitália externa.

Os vasos sanguíneos que irrigam o testículo provém do cordão espermático este passa pelos
processos vaginais e também contém parte do ductus diferentes.

Os vasos que irrigam os testículos da artéria testicular que por sua vez , esta provém da orta
dorsal.

Também recebe nervos aferentes do simpático .

FUNÇÕES FISILÓGICAS DOS TESTÍCULOS


Os testículos desempenham a função de: (1) produção de espermatozóides, (2) produção de
hormonas e (3) actividade secretória.

DESCÊNCIA TESTICULAR
A deiscência testicular é um fenómeno muito importante porque a espermatogênsis na maior
parte dos mamíferos não se realiza á temperatura corporal. A temperatura deve ser de 2 – 5ºc
mais baixo que a corporal .

Durante a descência testicular as gonodas migram caudalmente do local da sua formação , ao


longo do abdómen atravessam o anel inguinal interno , anel inguinal externo até ao escroto.

A deiscência para o escroto é precedida pela formação dum saco peritoneal que se estende em
direcção ao escroto e que incluem o ligamento diafraumático e o mesorchium suspende os
testículos durante a vida fetal.

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A parte distal do ligamento inguinal chama-se GUBERNACULUMTESTIS e termina na região


futuro saco escrotal.

É o encurtamento e alargamento do gubernaculum testis que provoca a deiscência testicular.

A altura em que ocorre a deiscência testicular varia de acordo com a espécie animal . no touro,
bode e varrasco ocorre no meio da fetal . portanto, na altura do nascimento , os testículos devem
estar no saco escrotal . no cavalo , este fenómeno completa-se logo após o nascimento enquanto
que o cão , a deiscência testicular completa-se por volta de 10 dias depois do nascimento.

Este processo é controlado por hormonas masculinas – andróginos.

As vezes ocorrem falhas no mecanismo da deiscência testicular e os testículos ficam retidos ou


na cavidade abdominal ou no trajecto para o escroto , isto é , no canal inguinal este fenómeno
chama-se Criptorquidismo . que pode ser unilateral ou bilateral.

Epidídimo

Está situada no eixo longitudinal do testículo.

Anatomicamente distinguem –se 3 partes: (1) cabeça, (“) corpo (3) cauda.

A cabeça do epidídimo é constituída por 12 a 23 ductos eferentes que vêm do testículo.

Os ductos eferentes vão se envolvendo sobre si mesmos, formando o ducto do epedídimo.

DUCTO DEFERENTE

É a continuação do canal epidídimo.

No inicio descreve pequenas curvas e dirige-se a superfície medial do epidídimo de onde sai em
conjunto com os vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, fazendo parte do cordão espermático.

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Em seguida entra na cavidade abdominal, separa-se dos vasos e nervos, dirige-se dorso-
caudalmente e entra na cavidade pélvica passando por cima da bexiga.

Antes de entrar na uretra, apresenta uma dilatação chamada ampola. Os ductos deferentes entram
na uretra através de uma proeminência da mucosa- colliculos seminalis, situada na região
proximal da uretra.

Existem algumas glândulas cujas as secreções fazem parte integrante do sémen, e por isso se
chamam glândulas sexuais acessórias.

URETRA
A uretra é um canal comum de trânsito, tanto para os produtos sexuais como para a urina.
Estende através da cavidade pélvica, penetrando no pénis e terminando na glande do pénis pelo o
orifício uretral externo.

SACO ESCROTAL

Representa uma dilatação ventral da pele e é constituída por dois sacos.

O escroto tem situações diferentes em diferentes animais domésticos.

No saco escrotal estão situados os dois testículos conjuntamente com os dois epidídimos, ductos
deferentes e funículos que estão envolvidos pelos invólucros dos testículos.

A pele do escroto, é fina com alguns pêlos e muitas glândulas sudoríparas e sebáceas.

Na porção medial do escroto encontra-se a sutura do escroto que continua cranialmente pela
sutura do prepúrcio e caudalmente pela sutura do perineo.

A segunda camada do saco escrotal, é a túnica dartos, que é composta por tecido conjuntivo e
células musculares lisas. Estas células, na pele do escroto formam aderência. Da túnica dartos,
destaca-se uma barreira mediana que se eleva dorsalmente e atinge a superfície ventral do pénis a
qual divide o escroto em duas cavidades simétricas . as células musculares encontram-se sob
influência de irritações mecânicas e térmicas diminuindo ou aumentando a superfície de contacto
do escroto. Isto é muito importante na termo regulação.

GLANDULAS ACESSÓRIAS
- São formadas por 2 glândulas ou vesículas; 1 próstata e 2 glândulas bulboretrais.
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As glândulas ou vesículas seminais, estão situadas uma de cada lado de ampola de ducto
deferente, e abrem-se em conjunto com este no –COLLICULO seminal. A estrutura
anatómica difere de espécie para espécie não existindo noutras, nos touros tem 10 cm de
comprimento e mais de 2,5 cm de espessura. Nos ruminantes e varrascos estas glândulas são
compactas e lobuladas. Cada lóbulo tem dilatações e canais diferentes que convergem para
um canal. Nos carnívoros não existem.

A próstata existe em todos os animais domésticos. Está situada sob a porção inicial da uretra
e sobre o colo da bexiga. Compõe-se de duas partes com estrutura anatómica diferente nas
diferentes espécies. Os ductos prostáticos são em número de 15 a 20, muito curtos e abrem-se
nos lados dos colliculos seminais.

As glândulas bulbouretrais, estão situadas dorso-lateralmente á uretra na porção pélvica. A


forma e a espessura desta glândula difere de espécie para espécie. No varrasco é muito
desenvolvida e não existe no cão.

PENIS
No pénis pode-se distinguir 3 partes: 1 raiz do pénis, 2 corpo do pénis e 3 glande do pénis.

A raiz do pénis possui dois corpos cavernosos esquerdo e direito que são englobados no
músculo Ischiocavernoso. Na porção cranial eles unem-se formando um corpo cavernoso
comum. O comprimento deste varia de espécie para espécie. Na face ventral do pénis há um
sulco mediano a todo o seu comprimento. Por este sulco passam a uretra e o corpo cavernoso
da uretra. Na parte cranial da uretra, o corpo cavernoso dilata-se novamente, com formas
diferentes nas espécies e vai formar o corpo cavernoso da glande do pénis.

Deste modo, o pénis possui dois corpos cavernosos – um que se forma na raiz e corpo do
pénis e está ligado ao sistema arterial e o outro na glande e está ligada ao sistema nervoso.

A glande do pénis tem variações de forma e espessura nas diferentes espécies dependendo do
desenvolvimento da uretra-processus uretralis- que possui estrutura e anatomia diferentes nas
diversas espécies.

No pénis encontra-se um bom desenvolvimento do sistema de nervos sensitivos (temperatura


e pressão). No touro e carneiro as terminações nervosas encontram-se no cume da glande
mas no cavalo e varrasco encontram-se em cima da glande, na parte visceral e ventral do
prepúcio.

PREPÚCIO

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O prepúrcio envolve todo o pénis quando este não se encontra erecto. Fixa-se dorsalmente á
parede ventral do abdómen. Compõe-se de 3 partes: (1) Externa, (2) Interna ou parietal (3)
visceral.

As particularidades anatómicas do pénis das diferentes espécies são como se seguem:

No cavalo, em estado não erecto, o pénis tem um comprimento de 50cm, a glande, durante a
erecção tem a forma de cogumelo, e o prepúrcio forma um tubo de pele dupla ( externa e
interna).

O pénis de touro tem um comprimento de 90cm e 2,5cm de diâmetro, possuindo uma curva em
“S” característica da espécie ( flexura sigmoidea pénis) situada atrás do saco escrotal. Durante a
erecção esta curva desaparece devido a contracção do músculo rectractor do pénis que está
fixado no arco ventral da curva sigmóide.

A glande tem cerca de 7,5 cm de comprimento com a forma pontiaguda . O processus uretralis
tem um comprimento de 4cm e está saliente na parte ventral esquerda da glande.

O pénis do varrasco é comprido e fino, quando não se encontra erecto possui uma curva em “J”.
A porção cranial em espiral e acaba na glande.

O pénis do cão, possui no corpo cavernoso da glande o osso peniano( os pénis).

O pénis do gato não passa por baixo da parede ventral da bacia pélvica, começando no arco
Isquiádico com uma direcção caudo ventral, mas durante a erecção toma a posição cranial.

No coelho não há glande e o pénis tem um comprimento de 2,5 a 4 cm de quando está erecto
dirige-se caudalmente.

Os testículos são irrigados pela espermática interna.

Os epidídimos são irrigados pela artéria- espermática externa e pudenda externa.

No pénis a artéria pudenda interna e espermática externa.

A intervenção dos testículos faz-se através de vários do plexo espermático, os epidídimos dos
plexo prostáticos .

Os órgãos sexuais masculinos são muitos inervados.

As terminações nervosas recebem as irritações locais e levam as informações ao S.N.C que


dirige todas funções.

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EXAME DO TRACTO GENITAL DA VACA

O exame correcto e minuncioso do tracto genial feminino é essecial para o diagnóstico da


gestação e estimação da idade do conceptus e caracterização do seu estado fisiológico e
patológico.

Um exame completo, permite ao clínico não só ter acesso ao estado actual do paciente mas
também serve para predizer futuros eventos fisiológicos importantes tais como: O cio, ovulação,
parto ou aborto. É também importante para o estabelecimento duma terapia racional e
prognóstico das condições do útero, oviducto, ovários e outras estruturas. Como qualquer
exame, os achados devem ser conciliados com informação da anamnese e talvez com
exames laboratoriais.

Historia
Na recolha de informação, os aspectos mais importantes são: 1 – partos ( nulípar, prenha,
unípara ou multípar).

2 – idades ( incluindo a idade ao 1º parto).

3 – ciclo estral ( normal ou anormal,anestro ou ninfomania )

4 – data de partos e comentários ( distócia, gemelares,retenção da placenta, cesariana ou


intervenção,viabilidade da cria).

5 – data dos serviços e métodos .

6 – tipos de tratamentos efectuados .

7 – alimentação.

Métodos do exame físico

O método mais efectivo e eficaz de exame do tracto genial feminino é por palpação rectal
do cérvix, útero, ovários e outras estruturas.

Um aspecto muito importante

É a contenção. Esta torna-se mais importante nas vacas de corte dado ao seu
temperamento.

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A protecção individual é igualmente importante. Esta inclui o uso de roupa apropriada:


botas de borracha e roupa de trabalho e o uso de luvas obstétricas.

Antes de se introduzir a mão enluvada no recto, esta deve ser lubrificada por um
lubrificante não irritante tal como, parafina líquida ou outro. Também se pode usar, sabão
detergente líquido ou mesmo as próprias fezes do animal.

A introdução faz-se com os dedos em forma de cone e com firmeza mas sem fazer forças
excessivas e se vai vencendo a força do esfíncter anal fazendo movimentos semi rotativos.

Se o recto estiver cheio de fezes, é necessário expulsar.

Arrasta-as até ao ânus e expulsa-se sem retirar a mão do recto.

Para evitar a entrada de ar, o que pode provocar distinção do recto.

Para se retirar o ar do recto deve-se mover a mão para frente ir para trás várias vezes ao
mesmo tempo que se pressiona a parede do mesmo contra o sacrus.

Ou deve-se esperar que ela expulse espontaneamente.

Exame dos órgãos genitais

Deve ser feita duma forma sistemática para assegurar o exame correcto e completo de
todas as partes do aparelho genital.

Deve-se seguir a seguinte ordem:

Localização do cérvix

Ou colo do útero
O cérvix geralmente está localizado na porção anterior do canal pélvico. Nos casos de útero
com conteúdo este pode estar deslocado para a arcada púbica ou cavidade abdominal. É
uma estrutura firme e cilíndrica com 5 a 12cm de comprimento e 2 a 6cm de diâmetro num
animal saudável.

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Durante o exame, fixa-se o cérvix com os dedos e de encontro com a base do pélvis e
examina-se o tamanho a forma a posição e possíveis deformações.

Deve-se ao mesmo tempo, com o polegar, localizar a extremidade caudal, para verificar se
o orifício cervical está aberto ou fechado ou se existe algum anel prolapsado.

Palpação dos cornos uterinos

Para se proceder ao exame dos cornos uterinos, pode ser necessário a retracção dos
mesmos ( mais nas vacas que nas novilhas ). A retracção permite aproximar mais os cornos
uterinos na cavidade pélvica de modo a facilitar o exame. Pode-se conseguir uma boa
retracção através do ligamento largo ou da porção ventral do ligamento intercornual que
por ser o mais espesso e consequentemente o mais resistente.

Os aspectos a considerar: o tamanho, a simetria a consistência a contractibilidade, a


forma, a posição, mobilidade

Espessura da parede uterina

E conteúdo.

A retenção dos cornos uterinos é mais simples em vacas não prenhas ou na primeira fase de
gestação.

Em novilhas praticamente não é necessário fazer retracção.

Examinar os oviductos e bursa ovárica.

- Palpa-se na altura que se palpam os cornos uterinos. Difícil palpar por serem
estruturas muito finas ( tamanho da palha de arroz).

Examinar os ovários

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- Situam-se na cavidade pélvica, lateral e caudalmente em relação aos topos dos cornos
uterinos.
- - são estruturas arredondadas ou cilíndricas.
- Apresenta:
- 2 bordos : livre e de inserção
- 2 pólos : lateral e medial
- 2 faces : anterior e posterior

- Aspectos a considerar:

- Tamanho
- Simetria
- Forma
- Formações vesiculares : folículos e corpos lúteos – fazer o diagnóstico diferencial.
- Depressões

Tipos de folículos

- Arredondado
- Macio
- Boa tensão
- A palpação: flutuação.

- Folíclos atrésicos e pré - ovulatórios :


- Moles ( tensão diminuída )
- Achatados

Exame clínico do aparelho reprodutor do touro

IDENTIFICAÇÃO
A identificação do animal consiste em primeiramente obter informações sobre o proprietário e a
propriedade (BUENO, 1999).
Em seguida identificar o animal anotando a raça, idade, nome, número de registro e procedência
do touro (FONSECA et al., 1992).

HISTÓRICO E ANAMNESE
A anamnese deve ser sucinta, porém deve registrar ocorrências conter as circunstâncias que
levaram a suspeitar de sua infecundidade (DERIVAUX, 1980).

A idade do animal, o estado sanitário atual e anterior, a natureza da

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alimentação, as medidas higiênicas, o modo de manutenção e o tipo de exploração são outros


elementos a considerar. Além disso, em que idade o animal foi utilizado para coberturas, se
cobriu fêmeas estranhas à exploração e a quais condições sanitárias os genitais se apresentavam,
além de informações sobre excesso de trabalho sexual (DERIVAUX, 1980).

EXAME CLÍNICO GERAL


O exame clínico geral do touro apresentado para o exame andrológico
é importante porque enfermidades extragenitais que cursam com alteração acentuada do estado
geral, freqüentemente interferem na função reprodutiva (ROSENBERGER, 1990).
Durante, o exame clínico, não havendo alteração do estado geral, o
touro deve ser submetido a uma inspeção rápida, e também, a eventualpresença de factores
externos que possam vir a limitar sua utili
zação. Essa inspeção deve ser metódica, observando-se: pêlo, pele, cabeça, linha do dorso e
cauda, peito, abdômen, membros e cascos. Deve-se prestar atenção a tudo, especialmente a
defeitos hereditários que possam ser transmitidos aos descendentes: hipertricose, bragnatismo e
prognatismo, estreitamento peitoral, inserção da cauda
demasiadamente alta ou baixa, lordose, xifose, hérnia umbilical, inguinal ou abdominal, postura
defeituosa dos membros (especialmente sinais de paresia spástica nos posteriores), cascos
abduzidos, em bico ou demasiadamente moles, hiperplasia interdigital, bem como alteração da
locomoção dos membros traseiros. A presença de uma das deficiências supracitadas ou outros
defeitos hereditários deve ser utilizada para excluir o touro (ROSENBERGER, 1990).

EXAME CLÍNICO DO GENITAL EXTERNO


A fim de se evitar omissões, o exame dos órgãos genitais deve ser
sempre efetuado na mesma ordem, com o animal em estação e se possível em meio externo ou
em local suficientemente iluminado (DERIVAUX, 1980).
A boa distensão dos cordões espermáticos, a integridade (e higidez) da
pele escrotal, o tamanho dos testículos em relação a idade, raça e peso do animal, a forma dos
testículos, a simetria entre eles e o tamanho de cada um em relação à cauda do epidídimo
correspondente, são pontos a serem observados.
Na palpação dos testículos está a chave para o diagnóstico e o prognóstico da gametogênese, se
normal ou anormal, ou se já parcial ou totalmente infiltrado de tecido conjuntivo fibroso. A
consistência é avaliada numa graduação de 1 a 5, sendo a consistência 5 a ideal, indicando
produção espermática normal. A consistência 4 e 4-5 podem indicar leve degeneração testicular,
ou regeneração de processo anterior; consistência 3 indica degeneração testicular moderada e 2 e
1 degenerações graves. A elasticidade e sua progressiva perda também são avaliadas de 1 a 5,
sendo 5 a melhor alternativa e 1 a pior,
no sentido de haver maior, menor ou nenhuma infiltração de fibroblastos no interstício testicular,
entre os túbulos seminíferos. Isso significa que poderá haver um processo degenerativo testicular
de prognóstico favorável ou desfavorável. O somatório da consistência mais a elasticidade dão à
textura testicular (VALE FILHO, 2001a).
Uma leve torção na bolsa escrotal muitas vezes é observada no Nelore
e não ultrapassando 40 não prejudica a capacidade reprodutiva (SILVA et al;1993).

BIOMETRIA TESTICULAR
O perímetro escrotal aumenta linearmente quando os touros crescem

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dos 6 aos 12 meses de idade, revelando-se um importante método no qual se pode comparar
reprodutores em potencial. O desenvolvimen
to testicular, estimado pelo perímetro escrotal, também está relacionado à taxa de ganho de peso,
precocidade das filhas, peso ao nascimento e condição corporal (HEBBEL et al, 2000).
Touros com baixa qualidade de sêmen geralmente têm pequeno perímetro escrotal, que por sua
vez tem sido relacionado com alterações patológicas específicas nos túbulos seminíferos. Touros
sexualmente maduros com testículos reduzidos (hipoplasia), ou em touros com testículos
pequenos devido a severas lesões do parênquima testicular apresentam fertilidade reduzida
(HEBBEL et al, 2000)..
Na preocupação de aumentar a precisão da escolha de reprodutores,
estão sendo introduzidos os conceitos — volume testicular e forma dos testículos (UNANIAN et
al, 2000).
Segundo UNANIAN et al.(2000), somente a circunferência escrotal não
constitui medida representativa da produção espermática e, portanto, do potencial reprodutivo
dos machos.

CONTROL HORMONAL DA ACTIVIDADE REPRODUTIVA DOS ANIMAIS


DOMESTICO

1 – Introdução

Sistema hormonal: um hormônio pode ser definido como uma substância química produzida em
uma glândula ou tecido do
corpo que provoca uma reação específi ca em um tecido alvo.

O sistema hormonal exerce sua infl uência por meio destes mensageiros químicos. É regulado
por um complexo sistema de feedbacks e impulsos entre o sistema nervoso e vários órgãos.
Sua atividade pode ser subdividida de acordo com a maneira como os hormônios atingem as
células alvo.
o processo reprodutivo é regulado pela intervenção do sistema nervoso central,
representado pelo hipotálmo e pelo sistema hormonal.

Nos mamíferos a maioria das hormonas intervêm directa ou indirectamente no processo


reprodutivo. A participação directa é quando estes intervêm por Ex: na espermatogênesis,
manutenção da gestação, lactação, comportamento sexual fertilização, implantação ou no
parto. A participação indirecta é dada por aquelas hormonas que criam ambiente interno
no organismo compatível com a reprodução. Por Ex: Intervêm no crescimento e na criação
do ambiente orgânico favorável, para a acção das hormonas que intervêm directamente na
reprodução.

As hormonas que intervêm directamente no processo reprodutivo derivam principalmente


de certas áreas do hipotálamo, da hipófise, das gônadas, placenta e do útero.

Estas hormonas podem ser divididas, consoante a sua constituição química, em: (1)
hormonas de origem proteica, (2) esteróides e(3) ácidos gordos .

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Produzido por Kapella, Mário MvD.
Reprodução animal, 3º ano agropecuaria UP

É consoante estas características químicas que se baseia o seu mecanismo de acção.

Basicamente todas actuam no interior das células alvo estimulando a síntese de enzimas
específicas. Contudo, a forma como atingem o interior da célula varia.

As hormonas de origem proteica tem os seus receptores a membrana celular. Atingem o


interior da célula por mecanismo activo.

Os estróides tem os seus receptores no núcleo celular. Atravessam no interior da célula por
mecanismo passivo.

O hipotálamo é uma região do cérebro e está limitado anteriormente pelo quiasma óptico e
posteriormente pelos corpos mamilares, dorsalmente pelo tálamo e ventralmente pelo osso
esfenóide. Do ponto de vista fisiológico, o hipotálamo é um centro importante de regulação
e integração de vários processos orgânicos, tais como: O apetite frequência cardíaca,
temperatura corporal, comportamento sexual actividade neuroendócrima, centro da
actividade das glândulas, entre outras. Portanto o Hipotálamo actua como um centro de
processamento e integração da informação recebida que a transforma em sinais
neurohormonais que vão evocar uma resposta fisiológica específica.

Constituição histológica do hipotálamo.


Do ponto de vista histológico o hipotálamo é constituído por células nervosas organizadas
em grupos chamados núcleos. Alguns desses núcleos são muito importantes para o centro
da actividade reprodutiva, como por Ex: os núcleos supraópticos e paraventriculares.

Relação hipotálamo – hipófise.


O hipotálamo relaciona-se com a hipófise de duas formas:

(1) Através do sistema vascular que forma o sistema porta hipotálamo- hipofisário.
(2) Através do sistema nervoso que é composto pelos prolongamento dos axóneos dos
núcleos supra ópticos e para ventriculares.
Hormonas do hipotálamo.
As principais hormonas segregadas pelo hipotálamo e que regulam actividade reprodutiva
são: LH RH ( hormona libertadora da LH ) induz a libertação da LH, FSH RH (hormona
libertadora da FSH) que induz a libertação da FSH e o PIF ( factor inibidor da prolatina ).

O hipotálamo também segrega a oxytocina e a vasopressina que são armazenadas no lóbulo


posterior da hipófise.

Estas hormonas actuam na adenohipófise e são transportadas até a hipófise, através do


sistema porta hipotálamo --- hipofisário.

Hipófise

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Produzido por Kapella, Mário MvD.
Reprodução animal, 3º ano agropecuaria UP

Localização anatómica
A hipófise ou glândula pituitária, fica situada na “sella” túrcica “ do osso esfenóide.

Esta glândula produz hormonas de acção específica, que exercem por um lado, o controle
da função das restantes glândulas e por outro, relaciona-se com o sistema nervoso
regulando todo o sistema neuro endócrino.

É composta por 2 partes principais:

(1) lóbulo anterior ou adenohipófise, altamente vascularizada, e constituída por células


que produzem as hormonas gonadotróficas e controlam a actividade das gônadas.
(2) Lóbulo posterior ou neurohipófise, que está dividida em pars nervosas e pars
intermédia.
A pars intermédia, é de reduzidas dimensões e aparentemente sem muita importância.
A pars nervosa, é a maior porção do lóbulo posterior e relaciona-se com o hipotálamo através do

infudíbulo.

Estrutura do lóbulo anterior.

De acordo com as características histológicas e histoquímicas podemos considerar dois


grupos de células:

1º grupo – constituído por células que tem afinidades pelos corantes, que são designadas
por cromófilas.

2º grupo – que são células que não tem afinidades pelos corantes, são as cromófobas.

O primeiro grupo de células é o mais importante e divide-se por sua vez, em dois sub
grupos:

a) Células com granulações que tem afinidade pelos corantes básicos – basófilas.
b) Células com granulações que tem afinidades pelos corantes ácidos em particular a
eosina – eosinófilas.
Tanto as células eosinófilas como as basófilas, produzem hormonas muito importantes para
a reprodução.

As células cromófobas não produzem hormonas, mas desempenham um papel muito


importante como reserva das células cromófilas em caso de doença no animal ou prenhes.

Estrutura do lóbulo posterior


O lóbulo posterior ou neurohipófise, é constituída basicamente por células do sistema
nervoso pituicitos e axónios, que são prolongamentos dos núcleos supra ópticos e para
ventriculares do hipotálamo. As células destes núcleos produzem hormonas que chegam

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Produzido por Kapella, Mário MvD.
Reprodução animal, 3º ano agropecuaria UP

pelos axónios dos nervos do tacto hipotálamo – hipofisiário e acumulam-se no lóbulo


posterior.

Principais hormonas da hipófise anterior.

A hipófise anterior ou adenohipófise, segrega 3 tipos de hormonas: hormona


foliculoestimulante (FSH), hormona luteotrófica (LHGou I.C.H) e a prolactina (PRL).

Estas hormonas tem a sua acção primária nas gônadas.

Hormona foliculoestimulante (FSH)

É uma glicoproteina.
FUNÇÕES

Nas fêmeas, a FSH estimula

O crescimento e maturação dos foliculos.

Em sinergismo com a LH, estimulam a secreção dos estrogênios através do ovário.

Nos machos, actua nas células germinais dos túbulos seminíferos.

São responsáveis pela espermatogênesis até a fase de espermatócito secundário.

Depois desta fase, os androgênios são responsáveis pelas fases finais.

Hormona luteotrófica (LH ou I:C:H):


É uma glicoproteína. As suas moléculas variam consoante as propriedades

físicas e químicas nas diferentes espécies.

FUNÇÕES

Na fêmea, a LH conjuntamente com a FSH actua na maturação e rotura do folículo de graaf ou


seja ovulação. Está envolvida também na formação do corpo lúteo e estimula a produção e
libertação da progesterone na vaca, porca e na mulher.

No macho, a LH é designada por hormona estimuladora das células intersticiais,

(I.C.S.H): actua nas células de leyding provocando a produção dos androgêneos.

Prolactina.

É uma hormona de origem protéica.

FUNÇÕES:

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A função mais importante da prolatina nos animais domésticos é a de estimular o


desenvolvimento da glândula mamaria e manutenção da lactação.

Mantém a actividade do corpo lúteo, isto é, exerce a acção luteotrófica nas espécies como a rata,
cobaia e provavelmente na ovelha. Noutras espécies domésticas esta acção é menos importante.

É responsável também pelo comportamento materno (instinto materno) e participa na actividade


metabólica do organismo).

No lóbulo posterior ou neuro-hipófise, são armazenados dois tipos de hormonas: a vasopressina


e a oxitocina.

Estas hormonas são produzidas pelas células nervosas dos núcleos supraóticos e
paraventriculares do hipotálamo e transportados pelos axónios até ao lóbulo posterior.

A hormona mais importante para a reprodução é a oxitocina.

A oxitocina é um octopéptido, i.é, contém na sua estrutura oito aminoácidos. A oxitocina


também pode ser produzida pelo C.L. da vaca, ovelha e mulher.

Funções

Nas fêmeas, esta hormona provoca contracções do útero durante o parto, dá musculatura do
oviducto e é responsável pela libertação do leite.

A libertação da oxytocina ocorre por reflexo na altura do parto, possivelmente devido a pressão
no cérvix uterino que leva a um reflexo estimulante no hipotálamo e a subsequente saída da
oxytocina que origina as contracções uterinas.

O efeito da saída do leite é devido á acção da oxitocina nas células mioepiteliais da glândula
mamaria. Estas células sofrem contracções quando estimuladas pela oxitocina.

Os estímulos provocados pela sucção ou mungição, activa os nervos sensitivos que conduzem,
esta sensação ao hipotálamo originando a saída da oxitocina do lóbulo posterior da hipófise.

As contracções uterinas provocadas pela oxytocina servem também para o transporte dos
espermatozóides no oviducto após a cópula..

A sensibilidade do miométrio à oxytocina aumenta quando há uma grande quantidade de


estrogênios no sangue.

A oxytocina também participa na libertação da PGF2alfa apartir do endométrio.

A PGF2alfa tem um grande efeito luteolítico.

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Hormonas da placenta

Durante a gestação a placenta dos animais domésticos elabora substâncias que podem ter
actividade biologicamente activa idênticas as outras hormonas. Pode-se considerar então a
placenta como uma glândula endócrina.

Na placenta são produzidas as seguintes hormonas:

PMSG ( pregnant mare serum gonadotrophin) ou ECg ( equine corionic gonadotrophin).

HCG( human corionic gonadotrophin ) PL ( lactogenio placentário) e a proteína B.

A PMSG é produzida pelas capas endometriais da égua prenha.

Podem ser isolada no sangue por volta dos 40 dias e permanecem até mais ou menos 85 dias de
gestação.

A sua acção é idêntica ao da FSH. Portanto, estimula o crescimento dos folículos.

Acessórios no ovário. Na égua muitos destes foliculos ovulam mas alguns luteinizam devido ao
efeito desta hormona. Os foliculos lutinizados produzem depois progeterona que é muito
importante para a gestação da égua.

Pode ser isolado no sangue e não na urina por causa do tamanho das suas moléculas que não
podem atravessar as cápsulas dos glomérulos renais.

A HCG é produzida pela placenta da mulher. Ao contrário da PMSG, esta pode ser encontrada
na urina. Fisologicamente tem acção idêntica á da LH.

O lactogênio placentário, tem acção idêntica do ponto de vista químico á prolactina e hormona
de crescimento.

Já foi isolada na placenta de várias espécies tais como: Mulher, rata, cabra, ovelha, vaca.

Pode ser isolada no soro sanguíneo dos animais prenhas na última fase da gestação.

As funções exactas são ainda desconhecidas, mas parece ter mais funções como hormona de
crescimento do que como de prolactina.

As possíveis funções são a regulação dos nutrientes do feto e portanto participa no controle do
crescimento do feto. Participa também na produção de leite.

A proteína B, tem sido isolada na placenta dos bovinos e pode ser isolada no sangue 22 dias
depois da concepção.

Não se isola na urina nem no leite.

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Tem uma certa importância no fenómeno do reconhecimento materno da gestação.

Hormona do útero.
Prostaglandinas

São chamadas parahormonas porque diferem das outras porque:

- Não são produzidas por nenhum tecido específico ou glândula.


- Muitas actuam no seu local de produção mas também podem ser transportadas pelo
sangue para actuarem em células distantes e específicas.
Do ponto de vista químico: Há muitos tipos de prostaglandinas com várias funções orgânicas.

As PG tem na sua estrutura química, 20 carbonos e pertencem ao grupo dos ácidos gordos
insaturados.

São percursores do ácido aracnóide.

As PG relacionadas com a reprodução são dois: PGE2 e PGF2alfa.

FUNÇÕES

A PGE2 estimula a contracção do útero dilata os vasos sanguíneos e não tem efeito luteolítico.
A PGF2alfa estimula a contracção do útero ajuda no transporte dos espermatozóides no tracto
genital masculino e feminino.

Causa a constrição dos vasos sanguíneos e tem efeito luteolico nos animais domésticos.

O efeito luteolíco da PGF2 é devido ao seu efeito vasoconstritor que pode induzir hipoxina no
ovário e conduzir a luteolise.

APGF2alfa tem uma forma única de atingir o ovário. Esta passa directamente através das paredes
das veias útero- ováricas para a artéria ovárica e directamente para o C.L. – mecanismo de
contracorrente

Nos animais domésticos o aumento da produção dos E2 aumenta o crescimento do miométrio e


da produção da PGf2alfa e sua libertação. Mas quando a fêmea está prenha ocorre aquilo que se
chama reconhecimento materno da prenhez, durante a qual o embrião “envia sinais “ que inibem
a libertação ou acção das PGf2alfa permitindo assim a transformação do C.L. ciclico em C.L. de
prenhes.

HORMONAS DAS GÔNODAS


Hormonas dos ovários

Os ovários produzem 4 tipos de hormonas: Os estrogênios, a progesterona, a relaxina e a


iniba.

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Estrogênios

Os estrogênios são segregados pela teca interna do folículo de graaf. Este tecido é rico em
estrogênios e atinge a sua actividade máxima durante a fase estrogénica do ciclo.
O fluido folicular também é rico em estrogênios.

Há muitas substâncias com actividade estrogênica tanto no reino animal como no reino
vegetal.

O ovário segrega dois tipos de estrogênios: Estradiol e a estrona. O mais importante é o


estradiol 17B

As vias de eliminação dos estrogênios são a urina e as fezes.

A libertação dos estrogênios é estimulada pelas gonadotrofinas do lóbulo anterior da


hipófise e a sua secreção é regulada pelo mecanismo de retroalimentação.

Funções

Os estrogênios têm as seguintes actividades biológicas:

Causam a proliferação do endométrio assim como do miométrio. Estimulam as contracções


uterinas, por potenciar os efeitos da oxytocina e da PGf2alfa.

Na vagina os estrogênios estimulam o crescimento e actividade muscular do oviducto.

Estimulam a dilatação da sínfese púbica e o aumento do tamanho do ligamento interpúbico


durante o trabalho de parto.

É responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias.

Participa no metabolismo dos minerais. Estimulam o crescimento do ductus lactífero da


glândula mamaria e induz o comportamento de cio.

Progesterona
A progesterona é segregada pelo corpo lúteo e pelas drenais. Durante a gestação, a placenta
é um dos locais de produção de progesterona.

Funções

A progesterona prepara o endométrio para a implantação do ovo e manutenção da gestação por

causar a sua proliferação e estimular a actividade glandular.

No miométrio, ao contrário dos estrogênios e da oxytocina, inibe as contracções uterinas.

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Actua em conjunto com os estrogênios na indução do comportamento de cio.

Participa na actividade anabólica do organismo.

Conjuntamente com os estrogênios, actua na glândula mamaria e favorece o seu crescimento. Os


níveis altos desta hormona, inibem a libertação de gonadotrofinas da hipófise.

Na vaca, os níveis de progesterona no sangue durante o ciclo estral, aumentam com o


desenvolvimento do corpo lúteo.

Nos primeiros 5 dias após o cio, as células da granulosa transformam-se em células luteínicas,
dando inicio a produção de progesterona que atinge o seu máximo por volta do 14º ao 16º dia e
está relacionado com a diminuição do teor de progesterona no sangue.

Em vacas, prenhas o teor de progesterona não diminui a partir do 17º dia. O nível de
progesterona mantém-se constante até por volta do 8º mês de gestação, baixando rapidamente na
altura do parto.

Relaxina

É um polipéptido solúvel em água. É segregado pelo corpo lúteo durante a prenhez. Em algumas
espécies é a placenta e possivelmente o útero que a segregam.

Funções
A acção da relaxina estará relacionada principalmente com o parto.

A sua relação está intimamente também ligada aos estrogêneos. Em condições fisiológicas
muitos dos seus efeitos são obtidos somente após uma pré sensibilização pelos estrogênios.

A relaxina provoca a separação da sínfise pública depois de ter sido sensibilizado pelos
estrogênios. Isto facilita a saída do feto.

Provoca a dilatação do cérvix na porca e na vaca em sinergismo com os estrogênios e


progesterona. Inibe tanto a actividade do miométrio com as contracções uterinas. Aumenta a
quantidade de água no útero e em conjunto com os estrogênios, provoca o crescimento do útero.
Na glândula mamaria, causa o seu crescimento.

Inibina
É uma hormona de origem proteica produzida pelas células de Sertoli no macho e células da
granulosa na fêmea.

Sem alterar a libertação da LH: ( responsável pela diferença de níveis destas duas hormonas).

Hormonas dos testículos.

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Os testículos são o local de produção de androgenos. O andrógino mais importante é a


testosterona. Além de hormonas os testículos produzem espermatozóides.
Quantidades muito pequenas de andróginos também são produzidas pelo cortex das adrenais.

Os andróginos são produzidos pelas células intersticiais de “leyding” e no organismo encontram-


se ligadas ás substâncias proteicas especiais que são globulinas específicas de transporte
conhecidas com a sigla ABP – androgen bindig protein.

A libertação da testosterona é regulada pela hormona LH.

Funções:

A acção da testosterona é particularmente evidente na estimulação do aparecimento das


características sexuais secundárias.

Para além disso estimula a espermatogêse. Prolonga a vida dos espermatozóides no epidídimo.

Estimula o aparecimento das características sexuais secundárias que são específicas do macho
tais como: a configuração do corpo, vocalização etc.

É responsável pelo comportamento sexual do macho. Promove o desenvolvimento e actividade


dos órgãos sexuais acessórios.

MECANISMO DE REGULAÇÃO DAS HORMONAS.


A síntese, armazenamento e libertação das hormonas hipotalámicas é regulada por hormonas da
hipófise e pelos estoróides através de dois tipos de retroalimentação. Dependendo da sua
concentração no sangue, os esteróides podem exercer um efeito estimulante ( retroalimentação
positiva) ou um efeito inibidor ( retroalimentação negativa). A retroalimentação positiva é
quando o aumento do nível de uma determinada hormona causa um subsequente aumento de
uma outra hormona. Por ex: o aumento dos níveis de estrogênios durante a fase pré ovulatótria,
provoca uma subida brusca de LH. É esta subida da LH a responsável pela rotura do folículo de
graaf.
O exemplo da retroalimentação negativa é dado pelo factor de que o aumento dos níveis de
estrogênios no sangue, provocar necessariamente um declínio dos níveis de FSH.
Também quando as hormonas da hipófise atingem um certo nível, o hipotálamo responde
reduzindo a produção das hormonas libertadoras das gonadotrofinas.

FONTE HORMONA FUNÇÕES


Hipotálamo . Hormona libertadora da LH . Estimula a libertação da FSH e da LH
(LHRH)
. Factor inibidor da prolatina . Inibe a libertação da prolatina
(PIF)
Hipófise . Hormonas foliculo- . Estimula o crescimento folicular,
Anterior estimulante (FSH) espermatogênese e secreção de estrogénios.
. Hormona luteinizante (LH) . Estimula a ovulação, função do CL, secreção da
. Prolactina progesterona, estrogênios e androgênios.

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. Promove a lactação, estimula a função do CL e


secreção da progesterona em certas espécies o
comportamento materno.
Hipófise Oxitocina (armazenada na . Estimula as contracções uterinas, parto e
Posterior hipófise posterior) transporte dos espermatozóides, ovo.
. Facilita a libertação do leite
. Possivelmente tem a acção luteolítica.
Placenta . Gonadotrofina corriónica . Tem acção da LH
(hCG) . Tem acção da FSH
. Gonadotrofina sérica da . Estimula a formação do CL acessórios na égua
égua prenha (PMSG) . Regula o transporte de nutrientes da mãe para o
. Lactogênio placentário feto.
. Proteína B placentária
Ovário . Estrogênios . Promove o comportamento de cio, estimula as
características sexuais secundárias, crescimento
do tracto reprodutivo, contracções uterinas e
crescimento do ducto lactífero da mama.
. Controla a libertação das gonadotrofinas e tem
acção anabólica

. Progesterona . Actua sinergicamente com os estrogênios na


promoção do comportamento do cio. Prepara o
tracto genital para a implantação.

. Inibina . Inibe e estimula a FSH


. Relaxina . Dilata o cervix
Útero Prostaglandinas (PGF2) . Causa contracções uterinas e tem efeito
luteolítico

FERTILIZAÇÃO, CLIVAGEM E IMPLANTAÇÃO DO OVO.


Fertilização
A Fertilização é fusão do ovulo e do espermatozóides para dar origem ao ovo ou zigoto.
Para que isto ocorra é necessário que haja: (1) maturação do ovulo, (2) maturação e capacitação
do espermatozóide e (3) reacção acrossómica.
Maturação do ovulo
A maturação do óvulo completa-se no momento da fertilização. No momento da sua libertação
do ovário na maior parte das espécies domésticas o óvulo encontra-se na segunda fase da meiose
(metafase II). Só depois da fertilização é que se completa a meiose.

MATURAÇÃO DOS ESPERMATOZÓIDES

Para poder fertilizar os espermatozóides necessitam de sofrer transformações maturacionais.


Essas transformações duram 10 a 15 dias e ocorrem durante a passagem destes através do
epidídimo e dependem da acção das secreções do epidídimo e do tempo de transporte.

Capacitação espermática

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Está demostrado que os espermatozóides devem permanecer no tracto genital feminino antes de
serem capazes de fixarem e penetrarem o óvulo.

A este processo denomina-se capacitação espermática e inicia no útero embora o local principal
da capacitação espermática seja o oviducto mas precisamente no ISTIMO.
Essencialmente a capacitação espermática consiste num conjunto de alterações de natureza
bioquímica e iónica que ocorrem na superficie do espermatozóide sob a responsabilidade das
secreções do tracto genital femenino, cujo o objectivo final é de activar o acrossoma para que
ocorra a reacção acrossómica.

Placentação e implantação.
A placentação é a fixação do embrião numa posição que possibilita estabelecer um contacto
fisico com organismo materno.
A placentação é a formação da placenta.
Placenta é uma posição ou fusão das menbranas fetais com o endométrio materno para que sejam
possíveis trocas fisiológicas entre o feto e a mãe.
A placenta diferencia-se dos outros orgãos porque:
 Origina –se com resultados de vários graus de interacçaõ feto mãe que os conecta através
do cordão umilical.
 O tamanho e as funções mudam continuamente durante a gestação.
 É expelida depois do parto.
 Para o feto, a placenta combina várias funções que no adulto estão separadas,
nomeadamente, nutrição exerção, defesa, e imunológiocas.

Funções da placenta
A placenta tem as seguintes funções:
1) Nutrição, o feto adquire através da placenta substâncias nutritivas e oxigênio.
2) Excrecção, elimina substâncias finais do metabolismo tais como progesteronas,
estrogênios e gonadotropinas
3) Defesa, transfere anticorpos para o feto.

Constituição
Na 1ª fase da vida do embrião a placenta é constituida pelo trofoblasto e saco vitelino.
Mais tarde forma –se o ÂMNIO que começa a desenvolver se entre os dias 12/16 de gestação
dos animais domésticos. O ÂMNIO origina – se apartir do ectoderme. Envolve directamente o
feto. Contém o liquido amniótico que provém do epitélio amniótico. O liquido amniótico
basicamente é constituido por electrolitos, glicose material celular desprendido, hormonas
estereodiais, ureia, etc. Este liquido tem a função de conteção do feto, proteger o embrião e mais
tarde o feto dos choques exteriores, e da pressão dos orgãos adjacentes da mãe, evita que se
verifiquem aderências entre a superrficie do feto e das membranas que o rodeiam, tem uma
função bactericida, lubrifica as vias do parto no momento do parto, actua também com uma
cunha que dilata o cérvix no parto.
Até a fase do blastocito, o embrião ainda está dentro da zona pilúcida facilita o transporte do
zigoto através do oviducto, protgé-o da acção mecânica do peristaltismo muscular e faz com que
não adira as paredes do oviducto.

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A desintegração da zona pilúcida ocorre no útero cerca de 4/8 dias depois da fertilização por
acção enzimática que provoca a lisis desta estrutura e por acção hormonal. Por hipertrofia e
acumulação contínua do líquido no blastocele, o blastocisto começa a alongar-se. Na porca e
coelha, o alongamento inicia aos 11 dias. Por volta dos 16 dias na porca o blastocisto inicia aos
13 dias e por volta dos 17 dias, formam-se um filamento de cerca de 235cm de comprimento. Na
égua, o invés de formar uma estrutura filamentosa, o blastocisto assume uma forma visicular que
até aos 17 e 19 tem o formato de uma esfera que ocupa todo o útero.
Antes da implantação, o embrião move-se livremente no útero. É neste momento que nas
espécies politocas os embriões distribuem-se ao longo do comprimento dos cornos uterinos de
forma a que haja uma melhor utilização do espaço. Neste momento também ocorre a migração
dos embriões dum corno uterino para o outro. Este fenómeno é muito importante na porca, pode
ocorrer na vaca e ovelhas e é raro na égua.

O blastocisto começa a diferenciar em 2 grupos de células distintas, por um mecanismo ainda


conhecido, em : uma camada de células externas, cubóides, achatas, com microvilosidades,
chamada trofoblasto. Outra, interna, que mais tarde vão dar origem ao embrião.
As células de camada periférica, portanto o trofoblasto, também chamada trofoectoderme,
constituem cerca de ¾ de todo o blastocisto. Esta camada de células antes da implantação, fazem
o transporte activo de fluidos e substâncias nutritivas (água, soluto,oprgânicos e inorgânicos).
Ap+artir do leite uterino para i interior do blastocisto, mais tarde o trofoblasto dá origem ao
corion que é a estrutura da placenta que une o embrião e o útero na palcentação.
A camada de células internas mais tarde diferencia-se em ectoderme, mesoderme e endoderme
que são tecidos germinais que vão dar origem aos diversos orgãos durante a organogese.

RECONHECIMENTO DA MANTERNO DA PRENHÊS


Depois da fertilização e para que a gestação se estabeleça e se mantenha, é necessário que se
garanta uma produção contínua da prgesterona. Apartir de uma determinada altura, o conceptus
produz hormonas esteroidais e ou prteinas específicas para assinalar a sua presença no organismo
mantern. Este sinal é necessário para a manutençaõ do corpo lúteo e consequentemente da
produção da progesterona que irá provocar a proliferação do endométrio e estimular actividade
secretória.
Este fenómeno designa – se reconhecimento manterno da prenhês (RMP). Se ocorrem falhas
neste processo, então, a funçaõ do corpo lúteo é interropda por acção da PGF2 produzido pelo
endométrio e a fêmea retorna ao cio. Portanto, para que o corpo lúteo tenha uma actividade
contínua é necessário que se bloqueie o puder luteólico ao C.L.,.
O RMP ocorrem em diferentes fases e de diferentes formas de acordo com a espécie animal.
Na porca ocorrem entrev os dias 11 e 12 da gestação. Tem se demostrado que nestas espécies os
estrogênios produzidos pelo conceptus são só responsáveis pelo RMP. Porque retem a PGF2 no
útero e que os mesmos exrecem um papel luteotrófico por estimularem a libertação da LH,
conhecido como tendo uma função luteotrófica.
Na ovelha e vaca os responsáveis são proteinas específicas que são produzidas cerca de 12 a 21
dias na ovelha e 16 a 19 dias na vaca.
O feto engole grande parte deste liquido. A água e as substâncias dissolvidas são rapidamente
reabsorvidas pelos intesdtinos fetais. Os materiais celulares são acumulados no intestinoi grosso
e formam o material fecal que se chama MECÒNIO. O fenómeno de engolir o liquido serve em

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parte para controlar o volume do liquido amniótico, nutrição preparar as funções disgestivas
futras dos intestinos fetais.

ALANTÓIDE
O alantóide, forma – se a custa da invaginação da porção posterior do intestino, do ectoderme
tem duas capas:
uma capa exterior que contacta com o corion para formar a porção vascular do allantocorion. É
uma parte interior que se funde com o âmnio e forma o alantoâmnio. As duas capas são
separadas pelo liquido alantodiano.
Só quando as vascularização alantocorial está completa (mais ou menos 40 – 60 dias na vaca) é
que o alantocorion desenpenha as suas funções placentárias.
Nos ruminantes nas áreas onde o alantocorion contacta as carrunculas – coitilédones há
vilosidades formações que contém capilares e que crescem para as cristas das carrunculas /
coitilédones chama-se placentonas que ocorrem as trocas dos nutrientes e gases entre o feto e a
mãe.
O número e o formato das carrunculas diferem por espécie. Por Ex: na vaca existe uma média de
120 carrunculas e são convexos. No caso dos pequenos ruminantes as carrunculas tem a
superficie côncava e em média existe 80.
Nos ruminantes o alantocorion estende-se até ao lado do corno não grávido e existem também
placentomas funcionais nos 2 cornos.
Nos animais domésticos as vilosidades setão dispersas em laregas áreas do alantocorion e não
possuem cotilédones.

Na égua e na porca, as vilosidades estão distribuídas por toda a área do alantocórion.


Nos ruminantes e na porca há una fusão entre o alantoâmnio e o alantocórion durante a fase
inicial do desenvolvimento da prenhêz que quase oblitera a cavidade alantoidiano. Portanto, há
pouco fluído alantoidiano há volta do âmnio.
A maior parte fica depositada nas extremidades do saco alantoidiano em forma de T com a parte
delgada vinda doembrigio e depois divergem e formam duas ramificações como consequência há
pouco fluído na zona do âmnio.
Mais tarde com aumento da pressão do fluído alantocorrial, na última fase de gestação há uma
separação do alantóide e do âmnio, da forma que no fim o alantóide rodeia o âmnio e formam
assim dois sacos livres. Na égua e carneiro estão sempre separadas, isto é, o âmnio flua
livremente no fluído alantoidiano e está preso com o cordão umbilical do feto.

Tipos de placenta
As placentas podem ser classificadas de acordo com:
1-distribuicao das vilosidades na superficie do córion
2-Grau de aproximidade das circulações sanguíneas manterna e fetal.
3-Perdas do tecido durante o parto

1-Quanto á distribuição das vilosidades na superficie do corion as placentas podem ser:

a) placenta difusa: quando as vilosidades estão uniformemente


dispersas na superficie do corion. Ex: égua e porca. A égua é
considerada também microcotiledonária

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b) Placenta cotiledonária: quando as vilosidades estão agrupadas em


zonas circunscritas da superficie do corion. Por Ex: ovelha, cabra,
vaca, ruminantes.
c) Placenta zonária: quando as vilosidades estão disposta em forma
circular. Por Ex: cadelas e gatas
d) Placentas discóides: quando estão dispostas em forma de disco.
Ex: primatas, mulher, rata, macaca e coelha.

Quanto ao grau de proximidade das carrunculas sanguíneas materno fetal.


As placentas podem ser:

a) epitélio corial: Quando toda a superficie do corion está em contacto com o endométrio. Neste
caso não há destruição do epitélio ex: égua e porca.

b) Sindemucorial: há perda do epitélio carruncular e o corion contacta com o tecido conjuntivo


do endométrio. Ex: ruminantes, cabra, ovelha e vaca.

c) Endotéliocorial: há destruição do epitélio e do tecido conjutivo e as vilosidades do


corion ficam em contacto com o endométriuo dos capilares manternos. Carnivoros Ex:
cadela e gata
d) Hemocorial: há um contacto directo entre o epitélio das vilosidades do corion e o sangue
maternoo. O trofoblasto neste caso invade o endotélio Ex: primatas, mulher, macaca, rata,
coelha.
Mesmo as placentas da cadela e da gata são consideradas como parcialmente hemocoriais. Nos
bordos das placentas zonárias destas duas espécies, há uma acumulação de sangue, de cor verde
no caso de cadela e acastanhado no caso da gata.
Esta zona é chamada hematoma marginal ou “green border” ou “brown border” .
É este sangue alterado que depois do parto se mistura com o resto dos liquidos e dá uma côr
característica a lóquia que é expulso após o parto.

3- Quanto a perda do tecido materno


Noção de reacção decidual por ex: na mulher e na rata o trofoblasto invade a parede uterina
quebra o epitélio e penetra no estroma. As células do estroma, reagem, aumentando em número e
tamanho até envolver completamente o zigoto.
Esta reacção do endométrio é designada reacção decidual.
Nestes casos o parto é acompanhado de perda do tecido do endométrio.
Quando durante o parto há uma perda extensiva do tecido materno, chama-se placentas
deciduatas.
Nos animais domésticos o epitélio fica intacto com a excepção dos carnívoros. Não há perda do
tecido materno. São placentas adeciduatas. No gato e na cadela, as placentas são deciduatas
moderadas porque a perda do tecido é mínima.

Barreira sanguínea placentária


A barreira sanguínea placentária, determina o grau de intimidade entre o sangue materno e fetal.

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É o número de camadas que existe entre o sangue materno e o fetal. Diferem de espécie para
espécie consoante a sua constituição (portanto o número de camadas).
A função principal da barreira sanguínea placentária é a defesa do feto contra doenças por
transferência de anticorpos da mãe para o feto via placenta ou impedindo a passagem de agentes
causadores de doenças ou
Outras substâncias que possam ser prejudiciais para o feto.

Fluídos fetais
A quantidade de fluídos fetais, difere ao longo da gestação. Na 1ª fase, o liquido predominante é
o amniótico enquanto que na 2ª é o alantoidiano.
Na vaca a quantidade total de liquidos é de 5 litros nos primeiros5 meses de gestação e de 20
litros no fim.
O aumento verifica-se principalmente em 3 fases: I) antre os 40 a 65 dias, II) entre os 3 a 4
meses e III) entre os 6,5 a 7,5 meses. O 1º e 3º aumentos são devidos ao liquido alantoidiano, o
2º ao liquido amniótico.
O liquido alantoidiano é aquoso ou assemelha-se a urina. O amniótico, durante os primeiros 2/3
da gestação é aquoso, mas depois torna-se um fluído mucóide. Esta consistência é muito
importante porque serve como lubrificante durante o parto.
Durante o parto o saco alantoidiano, forma a chamada primeira bolsa de águas e o amniótico a
segunda bolsa.

Placas amnióticas: são formações arredondadas que se encontram na face interna do âmnio dos
ruminantes e ao redor do cordão umbilical. Estas estruturas são ricas em glicogênio. A sua
função é desconhecida e desaparecem por volta dos 6 meses de gestação.
Mais para o fim, formam-se estruturas discóides de consistência elástica ou de borracha que
flutuam no liquido amniótico ou alantoidiano. São agregados de pêlos do feto e mecónio sobre os
quais são depositados sais inorgânicos. Estas estruturas são chamadas boomanes.
Nes éguas existem estruturas identicas. Neste caso são chamadas hipomanes.

Capas endometriais: são estruturas parecidas com pequenas ulceras que se encontram na
superficie interna do útero da égua. São o local de produção de PMSG antes da gestação.
Estas estruturas atingem o seu funcionamento máximo entre os 40 e os 60 dias depois decresce.
Na porca, aquantidade de liquido amnótico aumenta até ao 3º mês até aos 20 litros e depois
decresce. O liquido alantoidiano, aos 30 dias atinge 200 ml e decresce.
Nos carnívoros: a quantidade total dos liquidos atingem uma quantidade máxima de 10-15 ml e
depois decresce e há um aumento ligeiro perto do parto.

Relação entre placentas gêmeos ou fetos múltiplos


Entre fetos adjacentes, a relação é simples e estão separados.
Na égua, nos casos de gestção gemelar, a parte distal do alantocorion de um dos fetos, invagina-
se na extremidade proximal do outro.
Isto resulta em compartilha desigual no espaço uterino. Por isso um dos fetos morre ou se
sobrevive é mais pequeno.

Superfetação é quando ocorre fecundação durante a gestação. Neste caso há desenvolvimento


de gâmetas de idades diferentes.

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Vaca, ovelha e porca: limitado por causa da fusão entre o âmnio e alantóide.
- Na fase inicial da prenhêz: apresentação anterior e posterior são 50%
- Apresentação final: 5,5 meses por causa do comprimento do âmnio: adopta-se a
apresentação final 95% dos casos.
- 6 – 7 meses: égua- 40 – 50% apresentação posterior
- 9º mês 99% aprentação anterior (causas não conhecidas)
- Apresentação normal – anterior: patas e cabeça estendidas – politocas.

Desenvolvimento do conceptus
Depois da fertilização o ovo ou zigoto, ainda no oviducto sofre uma série de divisões mitóticas.
Estas divisões ocorrem com o zigoto ainda rodeado pela zona pilúciad sem que este aumente do
tamanho. Este tipo de divisão é designado por CLIVAGEM. Ao mesmo tempo que estas divisões
ocorrem, o zigoto é transportado para o útero por meio das contacções peristálicas da camada
muscular e da acção ciliar do epitélio do oviducto. Esta acção é controlada por hormonas
nomeadamente: estrogênios, e progesterona.
O zigoto atinge o útero ¾ dias depois de fertilização nos animais domésticos com excepção da
cadela e da gata que atingem por volta de 5/8 dias depois.
O transporte do óvulo é muito importante para a sobrevivência do zigoto não deve ser nem lento
nem rápido. Deve ser de forma que o zigoto enconte no útero todas as condições criadas para sua
sobrevivência tais como: flacidês do útero, leite uterino, resitência do útero contra infecções. É
por isso que injecções de estrogênios tem um efeito contraceptivo por Ex: nas cadelas, os
estrogênios aceleram o o tansporte do ovo atarvéz do oviducto para o útero antes da altura
própia.
Quando o zigoto atinge o útero, já está na fase de mórula, que é uma estrutura multicelular com
cerca de 16/32 células. Com as divisões subsequentes e reorientação das células a mórula
transforma-se em blastocistos, que é uma estrutura com cavidade blastocele com liquido no seu
interior.
Na égua, não se conhece bem o mecanismo, mas sabe-se que o conhecimento ocorre muito mais
cedo , ainda com o embrião dentro do oviducto. Tem se demostrado que os óvulos não
fertilizados ficam retidos na união útero tubário durante muito tempo. Só o zigoto é que atinge o
útero.

Periodos da gestação
A gesatação pode ser dividida em 3 periodos principais:
1) periodo de ovo ou zigoto, que vai desde a fertilização até ao desenvolvimento da placenta
primitiva – até aos 10a 12 dfias de gestação.
2) Periodo embrionário ou do embrião vai até a formação e fixação completa da placente.
3) Durante este periodo, há o desenvolvimento e diferenciação da maior parte dos orgãos e
tecidos do organismo. Este periodo tem duração diferente nas diferentes espécies. Por Ex:
na ovelha e cadela vai até aos 35 dias, na vaca e na porca vai até aos 45 dias e na égua até
aos 60 a 70 dias.
4) Periodo fetal, vai desde o fim do periodo embrionário até ao parto. Durante este periodo
ainda ocorre alguma diferenciação dos orgãos mas essenciamente é o periodo de
cresciemnto acelerado do feto.

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CLASSIFICAÇÃO DAS FÊMEAS SEGUNDO O TIPO DE PARTO

Segundo o número de crias


 Uníparas: ex. vaca; égua. * cabra, ovelha *(cérvix bem desenvolvida)
 Multíparas: ex. porca, cadela
Segundo o número de partos
 Nulíparas: 0 partos
 Pluríparas: + 2 partos
 Primíparas: 1 parto

Duração da gestação
Especies Dias Meses
Bovines 270-290 9
Bubalinos 298-317 10
Equinos 330-345 11
Caprinos 145-151 5
Ovinos 144-152 5
Suinos 112-115 3m 3sem 3dias
Caninos 56-59 2
Felines 64-68 2

FACTORES QUE INFLUENCIAM A DURAÇÃO DA GESTAÇÃO

Raça: as puras apresentam tempo maior de gestação.

Sexo do Feto: Machos apresentam tempo maior de gestação (nas espécies monotócicas).

Gemelaridade: menor tempo de gestação nas grandes espécies (distensão do útero e produção
de corticóides).

Idade da mãe: fêmeas mais velhas apresentam maior tempo de gestação ( talvez por diferenças
metabólicas e hormonais).

Tamanho e número de fetos: quanto maior o número de fetos menor o tempo de gestação.

Estação do ano: maior quantidade de alimento, menor tempo de gestação.

A CONDUTA SEXUAL DOS BOVINOS

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A conduta sexual que antecede a cópula difere bastante entre os animais domésticos, assim como o
local onde o animal deposita seu ejaculado.
Volume do ejaculado em (ml),tempo de ejaculação e local de deposição do semen em
varias especies domesticas.
Especie Volume em (ml) Tempo de ejaculação Local de deposição
Touro 2,o a 10 1seg Vagina
Carneiro 0,7 a 2,0 1seg Vagina
Varrão 150 a 500 10-20 min Utero
Garnhão 20 a 250 10-15seg. Utero
Cão 2,0 a 16 30-40min Vagina
Gato 0,01 a 0,2 1seg. Vagina

Bibliografia

Referências Bibliográficas:

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Reprodução animal, 3º ano agropecuaria UP

Hafez E.S.E.; Hafez B. Reprodução animal. Barueri, SP: Manoele, 2004 il.; Tradução de:
Reproduction in farm animals.

Artigo disponível em: http://www.iepec.com/noticia/reproducao-parte-i--regulacao-


hormonal-da-reproducaoPANSANI, Marcelo Augusto; BELTRAN, Maria Paula,(2009),
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR DE FÊMEAS
BOVINAS.
Compêndio de reprodução disponivel em
http://www.abspecplan.com.br/upload/library/Compendio_Reproducao.pdf

Guido; Carolina Maria.,(2005), Fisiologia da gestação disponivel em


http://eagaspar.com.br/mcguido/fisiologia_gestacao.htm

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