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(2) O que são células germinativas primordiais (C.G.P.), qual sua origem e como elas
chegam até a gônada em formação?
Célula germinativa é qualquer célula que dá origem aos gametas de um organismo que se
reproduz de maneira sexuada. Nos organismos multicelulares, as células germinativas
primordiais dão origem às células germinativas, e estas, à linhagem germinativa (gametas,
que, no caso dos animais, são o espermatozoide e o óvulo).
Semelhante ao observado em mamíferos, as CGP migram a partir do saco vitelínico para as
gônadas indiferenciadas por quimiotaxia, porém, nas aves, a migração ocorre pela corrente
sanguínea até alcançarem as gônadas primordiais. De acordo com o genótipo, as CGPs que
carreguem os cromossomos ZZ, estimularão o desenvolvimento das gônadas masculinas,
enquanto as ZW estimulam a formação do ovário esquerdo.
(3) No artigo em anexo, os autores dizem que as gônadas das aves são assimétricas. Qual
a explicação para essa assimetria, principalmente nas fêmeas onde geralmente apenas
uma gônada se desenvolve (ou seja, duas gônadas começam a se formar, mas apenas
uma
permanece)?
A assimetria gonadal nas aves envolve a expressão de genes específicos e a produção de
hormônios sexuais, que atuam de modo ainda não totalmente esclarecido. Estudos têm
estabelecido que esta particularidade se deve, principalmente, à ação direta de estrógeno e do
hormônio anti-Mülleriano (AMH). O AMH é um hormônio glicoproteico que age causando a
regressão dos ductos de Müller durante o desenvolvimento embrionário (Bahr & Johnson,
1991; Proudman, 2004; Johnson et al.,2008). Nas aves, o AMH é produzido durante o
desenvolvimento gonadal em ambos os sexos. Nas fêmeas, o AMH é produzido e secretado
pelo próprio ovário num padrão altamente regulado (Smith & Sinclair, 2004; Oréal et al.,
2008 Johnson et al., 2009). O AMH é produzido inicialmente pelas células dos cordões
medulares da gônada primordial. Após a diferenciação ovariana ter sido iniciada, observa-se
um acúmulo de células expressando AMH na região justacortical do ovário embrionário
esquerdo. Após a formação dos folículos ovarianos, a principal fonte de AMH são as células
foliculares (Oréal et al., 2008 Johnson et al., 2009). O AMH está relacionado com a
assimetria gonadal extrema nas fêmeas por provocar a regressão do ovário direito e do ducto
de Müller associado. Aparentemente, esta ação do AMH é bloqueada pela ligação do
estrógeno a receptores nucleares específicos (REα), produzidos em grandes quantidades pelas
células do ovário e oviduto esquerdos, o que os protege do processo de regressão causado
pelo AMH, permitindo que somente estes órgãos se desenvolvam e se estabeleçam
funcionalmente (Figura 1) (Bahr &
Johnson, 1991; Proudman, 2004; Smith & Sinclair, 2004; Johnson et al., 2008).
(5) Faça uma análise comparada entre o oviduto das aves e dos mamíferos.
A comparação feita sobre o oviduto entende que o oviduto das aves é o túbulo que liga o
ovário á cloaca. Ele é dividido em infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina. Já em
mamíferos encontra-se a tuba uterina, o útero e a vagina. Nas aves o infundíbulo realizará a
captação do oócito e será o local da fecundação, o Magno secretará componentes proteicos, o
istmo produzir as membranas da casca, já o útero produzirá a casca mineralizada, além da
pigmentação e da cutícula. A vagina por sua vez é o canal de passagem para o ovo recém-
formado, além de uma barreira natural seletiva e o local de armazenamento de
espermatozóides em glândulas.
Para os mamíferos a tuba uterina continua sendo local de transporte do ovócito e fertilização,
a poção da extremidade próxima ao ovário é denominada de infundíbulo essa região possui
fímbrias que captam o oócito para realizar sua passagem em toda a tuba. O útero nos
mamíferos é uma região que servirá como local de desenvolvimento embrionário, já a vagina
atua como barreira natural e local por onde em vias normais liberará a resultante do processo
de fertilização.