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SECUNDAMENTO

NORMAL E PATOLÓGICO

Disciplina de Saúde da Mulher II

Helena Barreto Maia Gomes


Cavalcanti
SECUNDAMENTO NORMAL
• SINONÍMIA: Secundamento, delivramento,
dequitação, 3º período clínico do parto.
• INÍCIO: Após a expulsão fetal (ocitocina).
• TÉRMINO: Após a expulsão da placenta.
• DURAÇÃO: Até 30 minutos.
• CONTRAÇÕES: intensidade 50mmHg
(indolores) , frequência 4-5/10’ (rítmicas).
SECUNDAMENTO NORMAL
• TEMPOS CLÍNICOS: DESCOLAMENTO,
DESCIDA E EXPULSÃO.
LEMBRETE:
MECANISMOS:
• Baudelocque-
Schultze (75%)
• Baudelocque-
Duncan (25%)
SINAIS DE DESCOLAMENTO
PLACENTÁRIO
• ALTERAÇÕES DO
ÚTERO:
 Forma globular
mesmo quando
relaxado.
 Posição – lateralizado,
com fundo uterino
acima da cicatriz
umbilical.
SINAIS DE DESCOLAMENTO
PLACENTÁRIO
• SANGRAMENTO VAGINAL:
 Contínuo em pequena quantidade.

• CORDÃO UMBILICAL:
 Progressão, espiralamento.
 Manobra do pescador ou Fabre.

• SENSAÇÃO DE PESO NO RETO


ASSISTÊNCIA À EXTRAÇÃO
PLACENTÁRIA
PERÍODO DE GREENBERG
• Primeira hora após a saída da placenta.
• Período das grandes hemorragias.
• Fenômenos fisiológicos:
 Miotamponagem
Trombotamponagem
 Indiferença uterina
 Formação do globo de segurança de Pinard
PERÍODO DE GREENBERG
• MIOTAMPONAGEM:
 Primeira linha de defesa contra hemorragia.
 DU = 1-2/10’, intensa e duradoura (2-3
min.)
 ligadura dos vasos uterinos por retração das
fibras musculares (ligaduras vivas de
Pinard)
PERÍODO DE GREENBERG
• TROMBOTAMPONAGEM:
 Formação de trombos nos grandes vasos
uteroplacentários, constituindo um hematoma que
recobre a ferida placentária.

• INDIFERENÇA UTERINA

• GLOBO DE SEGURANÇA DE PINARD


ATENÇÃO!
• REVISÃO DA PLACENTA E
MEMBRANAS OVULARES
Integridade, forma e aspecto da placenta.
Inserção do cordão umbilical.
Presença do âmnio e córion.
Odor.
SECUNDAMENTO PATOLÓGICO

CONCEITO:
Alterações no mecanismo
normal de descolamento,
descida e expulsão da
placenta.
CAUSAS MAIS COMUNS:
• Retenção placentária

• Retenção de restos placentários

• Acretismo placentário

• Inversão uterina aguda


1. RETENÇÃO PLACENTÁRIA

A) CONCEITO:
Retenção da placenta na cavidade uterina após
seu descolamento por retração do anel de
Bandl ou do orifício uterino interno, por
um período superior a 30 minutos.
B) SINTOMATOLOGIA:
• Útero globoso com contrações irregulares

• Sangramento intermitente

• Ao toque: constricção do OCI ou anel de


Bandl, com placenta retida em seu interior.
C) CONDUTA:
• Dequitação retardada: MANOBRA DE
CREDÉ

• Retenção placentária:
- Extração manual da placenta (anestesia com
halogenados)
- Uso de ocitocina (10UI via IM ou EV)
2. RETENÇÃO DE RESTOS PLACENTÁRIOS

A) CONCEITO:
Retenção de cotilédones e/ou das membranas
ovulares (cório e âmnio).

B) SINTOMATOLOGIA:
• Sangramento vaginal persistente, geralmente
tardio.
• Ao toque: percepção de anexos aderidos à
decídua.
• Avaliação da
placenta após
delivramento
mostra ausência
de cotilédones
na face materna.
C) CONDUTA:
• Curagem: complementada ou não de
curetagem

• Ocitocina

• Metilergonovina (Methergin®)
3. ACRETISMO PLACENTÁRIO

• A implantação placentária respeita a


camada esponjosa.

A) CONCEITO:
Aderência das vilosidades coriais ao
miométrio, não existindo plano de
clivagem entre elas e a decídua.
B) TIPOS:
• Placenta acreta: contiguidade das vilosidades com
o miométrio.

• Placenta increta: vilosidades penetram no


miométrio, porém não alcançam a serosa.

• Placenta percreta: vilosidades penetram todo o


miométrio, alcançam a serosa, podendo até
perfurá-la.
• FOCAL

● PARCIAL

● TOTAL
C) ETIOLOGIA:
• Lesões da mucosa uterina (CTG repetidas).

• Decídua escassa (insuf. Lútea).

• Nidação junto ao óstio tubário.

• Miomatose submucosa.

• Cesáreas anteriores, etc.


D) SINTOMATOLOGIA:
• Ausência de zona de clivagem na tentativa
de extração manual da placenta.

• Sangramento no acretismo parcial.

• Hemorragia interna na placenta percreta.


E) CONDUTA:
• FOCAL: retirar manualmente o cotilédone +
curetagem.

• PARCIAL: individualizar cada caso (CTG ou


HTA).

• TOTAL, INCRETA, PERCRETA: HTA

• Ocitócitos e antibioticoterapia.
4. INVERSÃO UTERINA
A) CONCEITO:
Eversão do corpo
uterino, que pode
(TOTAL) ou não
(PARCIAL) se
exteriorizar na vulva.

QUADRO GRAVE QUE


NECESSITA AÇÃO
RÁPIDA E EFETIVA
B) ETIOLOGIA:
• Hipotonia ou atonia uterina.

• Trações intempestivas sobre o cordão


umbilical.

• Pressão excessiva no corpo uterino (Credé


intempestivo).
C) SINTOMATOLOGIA:
• Tríade clássica: DOR AGUDA, HEMORRAGIA, CHOQUE.

• Dor uterina pode levar ao choque neurogênico.

• Hemorragia é decorrente da falha dos mecanismos do 4º período.

• Palpação abdominal não identifica o GLOBO DE SEGURANÇA


DE PINARD.

• Toque vaginal: corpo uterino evertido no canal vaginal ou exposto


na vulva.
D) CONDUTA:
• Manobra de Taxe:
central ou lateral.

• Hemotransfusão.

• Retirar placenta antes


de Taxe.

• Ocitocina (liberal e
prolongada).

• Antibioticoterapia.
SE FALHAR:
• Técnica de Huntington.
SE FALHAR:
• Histerotomia em segmento inferior.
hbmg4@hotmail.com

@drahelenabarreto

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