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CAPÍTULO IV:

PENSAMENTO DA IGREJA
CATÓLICA EM QUESTÕES DE
BIOÉTICA
4.1. Conceito

• A bioética é o estudo sistemático da conduta


humana,
 no âmbito das ciências da vida e da saúde,
 considerada á luz de valores e de princípios
morais.
O âmbito das ciências da vida e da saúde

• compreende a consideração da:


 biosfera para além da medicina.
A orientação da Bioética

• diz respeito às:


 intervenções sobre a vida, entendida em
sentido extensivo
 que deve compreender também as
intervenções sobre a vida e saúde do homem.
4.2.A vida humana
• 4.2.1.O início da vida humana
• A - Reprodução natural
• O ser humano começa a existir quando no acto
sexualo óvulo que sempre tem o cromossoma X
fica fecundado pelo espermatozóide que tem
ou cromossoma X ou Y, resultando numa
menina XX, ou num rapaz -XY, dependendo do
tipo de espermatozóide que fecunda o óvulo.
4.2.2.Sexualidade Humana
• Conceito
• A regulamentação da sexualidade humana é firmemente
radicada na carne e no sangue e toca um conjunto de factores:
 Sexo cromossómico
 Sexo gonádico
 Sexo endócrino
 Sexo morfológico
 Sexo psicológico
 Sexo funcional
 Sexo social
1. Sexo cromossómico:

• depende da constituição genética que


distingue cromossomas sexuais diferentes, XX
na mulher e XY no homem.
• Essa fórmula preside todas as diferenciações
ulteriores
2. Sexo gonádico:
• Gonádico- existência de glandulas sexuais
• Distingue:
 na mulher órgãos genitais do tipo feminino, os ovários,
 e no homem, os testículos, órgãos do tipo masculino.
• Nesse contexto, distingue-se também o sexo
enzimático, isto é,
 a existência de substâncias químicas provenientes dos
ganes que provocam as determinações gonádicas que
aparecem no crescimento do indivíduo (Laversin, 755).
3. Sexo endócrino:
• concerne as secreções hormonais das
glândulas endócrinas que ficam derramadas
directamente no sangue do indivíduo para
permear todo o organismo.
• O sexo endócrino é essencialmente mas não
unicamente relacionado as gônatas e
determina o aspecto exterior do indivíduo
(Laversin, 755).
4. Sexo morfológico:
• concerne as características sexuais
secundárias exteriores –
 órgãos genitais externos,
 estatura,
 abundância,
 disposição do pêlo,
 o tom da voz etc.
• Trata-se do sexo do estado civil (Laversin, 755).
5. Sexo psicológico:

• constituído pelas características:


 afectivas e
 intelectuais de cada sexo (Laversin, 755).
6. Sexo funcional:

• toca o papel do indivíduo:


 de realizar um acto sexual seguido ou não por
procriação (Laversin, 756).
7. Sexo social:
• refere à vida na sociedade,
• segundo o papel de cada sexo fora do acto
sexual,
• por exemplo, na vida familiar, no campo
profissional
4.2.3.Desvios sexuais

• São desvios sexuais todas as condutas sexuais:


 contrárias às normas comummente
estabelecidas numa determinada sociedade.
Exemplo dos Desvios sexuais

• Homossexualidade
• Pederastia ou Pedofilia
• Zoofilia
• Sadismo
• Masoquismo
a). Homossexualidade:
• Atracção erótica predominante e persistente:
 entre pessoas do mesmo sexo.
• Os actos homossexuais são:
 intrinsecamente uma desordem por falta de
uma união sexual genuína com a parte unitiva
e ou procriativa.
b). Pederastia ou Pedofilia

• actividade sexual entre:


• um(a) adulto(a) e um(a) menor (Peschke,
1989, 454).
c). Zoofilia

• coito com um animal


d). Sadismo

• prazer sexual conseguido mediante:


 crueldade exercida sobre o outro.
e). Masoquismo

• prazer sexual conseguido mediante:


 suporte da crueldade e humilhação
4.2.4.Pecados de natureza sexual
• Prostituição
• Adultério
• Violação
• Incesto
• Fornicação
• Concubinato
a). Prostituição

• é a prática do acto sexual como moeda de


comércio.
b). Adultério

• é a prática do acto sexual fora do matrimónio.


• Ele ofende a justiça, e a fidelidade (Peschke,
1989, 444).
c). Violação

• é a prática do acto sexual com uma pessoa


contra a sua vontade.
• O violador usa a força física, e o engano ou
busca uma pessoa sem o uso da razão.
d). Incesto

• prática sexual entre pessoas com afinidade de


parentesco.
e). Fornicação

• toda a relação sexual fora do quadro social do


matrimónio ou do casamento.
f). Concubinato

• é o estado do homem e da mulher que vivem


como cônjuges sem contrair o matrimónio
cristão.
4.3. Actos contra a vida Humana

• A Contracepção
• Reprodução assistida
 Coito programado
 Inseminação intrauterina (IIU) artificial
 Fecundação in vitro e transferência de embriões
 Injeção intracitoplasmatica de espermatozoides (ICSI)
 Doação de Óvulos
 Maternidade substitutiva
• O Aborto
4.3.1.A Contracepção

• É o mecanismo de interferência no processo


natural da fecundação.
• Esta pode ser:
 preventiva, impedindo a fecundação, ou
 abortivo, impedindo o desenvolvimento do
óvulo fecundado.
4.3.2.Reprodução assistida

• Consiste na assistência médica do processo de


reprodução humana.
• Existem várias técnicas de assistência de acordo com os
motivos da necessidade da assistência pode ser:
 Coito programado
 Inseminação intrauterina (IIU) Artificial
 Fertilização in vitro (FIV)
 Injeção intracitoplasmatica de espermatozoides (ICSI)
 Doação de Óvulos
 Maternidade substitutiva
a). Inseminação artificial
• Colocação do esperma na vagina ou numa
outra parte do aparelho reprodutivo feminino
por meios artificiais.
• É usado para responder à questões ligadas à
esterilidade ou impotência masculina.
• Em princípio, esta prática não apresenta
dificuldades morais quando o esperma
provém do cônjuge.
b). Fecundação in vitro e transferência de
embriões
• Esta técnica consiste em colocar o esperma (do
marido ou do doador) e os óvulos em contacto num
vaso para realizar a fecundação, em um laboratório.
• Este processo responde a questões de esterilidade
feminina ou em ambos os cônjuges.
• Esta técnica coloca um problema de base que é o do
futuro dos embriões já fecundados e não alocados a
uma mãe.
• Por isso a Igreja desencoraja esta técnica.
c). Maternidade substitutiva (bariga de aluguer)

• Trata-se de uma prática de contratação de


mulheres que com pagamento assumem a
gestão de embriões fecundados in vitro
• com óvulos e espermatozóides de outras
pessoas ou dos bancos de embriões (Screccia,
2007, p, 552).
• Esta técnica é igualmente desencorajada pela
Igreja.
4.3.3.O Aborto
• É a interrupção da gestação que pode ser espontânea ou
provocada.
• Espontâneo é aquele que acontece sem a concorrência
humana.
• Provocado pode ser terapêutico ou por outros motivos.
 Terapêutico é interrupção da gravidez para salvar a vida
salvável da mãe ou da criança, trata-se daqueles casos em
que se deve escolher entre deixar as duas vidas morrer ou
salvar uma das duas vidas (Häring, 1982, p. 32).
• A Igreja apenas condena o aborto provocado por outros
motivos que não sejam a questão terapêutica.
FIM

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