Você está na página 1de 7

COMPORTAMENTO E BEM ESTAR ANIMAL

Os animais possuem uma organização interna, chamada hierarquia social. Isto promove
estabilidade no rebanho, evita disputas e gastos energéticos.
As relações de dominância envolvem relações agonísticas, pela competição de recursos,
pode ser com ou sem contato físico, cabeçadas, empurrões, exibições, fuga.
Grooming Social: são lambidas em outros bovinos, função de higiene, em regiões
inacessíveis para outros animais. Podem ser solicitadas ou espontâneas. Fortalecem os
laços sociais, relações de amizade. Posturas especiais. Estado fisiológico → vacas
prenhas recebem mais lambidas.
As vacas possuem relação de amizade, quando separadas, podem ficar estressadas e
procurar por suas amigas, quando juntas, costumam comer e descansarem juntas, estas
relações são importantes para seu bem estar.
Procuram descansar onde é mais confortável: locais com sombra e água, por ex. a água
deve ser fornecida à vontade.
Comportamento de ingestão da placenta é para evitar predadores.
As posições sociais não são fixas, podem se tornarem dominantes, como deixarem de
ser.
Mamada cruzada: estímulo de querer continuar mamando, geralmente são bezerros que
não são amamentados pela mãe, e sim em mamadeiras, e quando acaba, procuram
outros lugares para continuarem.
Sentar como cachorro: não são comportamentos normais, ocorre por instalações
inadequadas.
Estereotipia: movimento sem função aparente e repetitivos. Ex.: enrolar a língua,
morder objetos, lambidas excessivas. Causas: privação de algo na infância, então pratica
quando adultos.
Experiências positivas: vida em grupo, oportunidade de brincar, mamar, coçar. Contato
com a mãe: melhora o desenvolvimento cognitivo. Os vínculos afiliativos são fortes, de
acordo com o grau de parentesco e o tempo de convivência. Pode ser entre vacas ou
vacas e filhos.
Enriquecimentos ambientais e táteis, exp positivas. Ex.: escovas, bolas, mamadeiras,
ambientes com bom espaço e confortável, limpo.
Experiências negativas: dor e estados psicológicos de sofrimento, reativos, agressivos,
medrosos, separação da mãe, espaços inadequados.
Separação da mãe: Pró: garantia de ingestão de colostro e qualidade, venda do leite.
Contra: falta de naturalidade, dor emocional, problemas de saúde, risco de mastite,
expectativa do consumidor.
O bem estar animal (BEA) é o seu estado em relação a sua saúde, produção, manejo. E
sua capacidade de lidar com o ambiente.
CRIAÇÃO DE BEZERRAS
Importância de recria de bezerras: reposição do plantel (descartes), crescimento do
plantel, comercialização, avanço genético.
Criação de bezerras é uma etapa de alto investimento, e o retorno financeiro não é
imediato. Tem-se custos com leite e mão de obra. Caso os cuidados sanitários não sejam
bons, pode existir elevada mortalidade.
Início na inseminação/cobertura: escolha correta de sêmen ou touro, precisa estar no
peso adequado para isto, então reduzirá os problemas de parto e aumenta a produção
de leite na 1º lactação.
Dificuldade no parto máximo: reduzir os partos distócicos (curso fisiológico errado no
nascimento, ex: estar com as patas para frente) em novilhas e vacas.
Peso para cobertura:
Raças grandes: 360 a 400 kg;
Jersey: 225 a 260 kg;
Mestiço: 315 a 348 kg.
Os problemas nas bezerras são: baixo status nutricional, baixa imunidade, infecções
mistas, portanto, estará suscetível a doenças.
Problemas ambientas: falta de higiene, alta densidade de animais, instalações, clima.
Cuidados com a vaca gestante: no terço final da gestação é onde o feto ganha ½ de seu
peso, portanto, a prioridade dos nutrientes é para seu desenvolvimento.
Deficiências nutricionais na dieta das vacas causará problemas no desenvolvimento do
feto e diminuirá a quantidade de colostro, pode causar aborto.
MANEJO PRÉ- PARTO: boas condições corporais. Nos primeiros 6 meses, as vacas gordas
devem perder peso “contrações mais fracas”, vacas em boas condições → manter, vacas
magras → ganhar peso “não possuem energia p/ trabalho de parto”. As vacas secas
devem ser encaminhadas para o pasto ou baias 60 dias antes do parto.
O parto deve ser assistido para que diminua os riscos, sendo que se o bezerro estiver na
posição fetal errada é possível reverter. Dois dias antes do parto a vaca deve estar perto
da casa.
Problemas relacionados ao parto: Distócicos: 14%. Natimortos: 8% (nasce morto após
260 dias de gestação).
Vacas que os bezerros morrem produzem menos litros de leite por dia.
Eficiência de produção: as vacas devem parir 1 bezerra/ano e é necessário que sobreviva.
Os custos de uma vaca que sua bezerra morreu é maior do que a não concebeu, pois ela
ingerirá maior quantidade de alimentos e recebem melhores pastos.
PARTO: eventos fisiológicos que conduzem o útero a expulsar o feto.
Fase preparatória: 6 a 24h
Expulsão de feto: 1 a 4h
Expulsão de placenta: 1 a 6h.
Sinais antes de parir: inquietação, param de comer, buscam um local de parto, arqueiam
as costas, andam em círculos, deitam e levantam, este período dura de 4 a 24h.
O piquete maternidade deve ser confortável e limpo, sem barro.
MANEJO AO NASCIMENTO: tem o objetivo de reduzir a mortalidade, bezerras
geneticamente superiores, instalações com boa sanidade.
Bezerras leves possuem menos resistência aos agentes causadores de doenças.
Deve-se limpar as mucosas do nariz e boca, pois prejudicam a respiração. Não deixar o
animal na chuva e levar para um local protegido.
PRÁTICAS PÓS PARTO: limpeza do nariz, tratamento do umbigo (solução a base de iodo,
por 2-3 dias), ingestão de colostro. Bezerra deverá ser separa da mãe para facilitar.
Colostro: deve ser limpo, livre de sangue ou resíduos de mastite, deve ser refrigerado,
pode ser congelado.
Qualidade do colostro: <18º B: baixa qualidade, >19 < 22ºB: intermediário, > 23ºB: alta
qualidade.
O colostro irá garantir que a bezerra receba correta imunização, define o
desenvolvimento, maior a qualidade, menos suscetibilidade a doenças.
No primeiro dia: 4l nas primeiras 6h, 2l nas próximas 12h, mais 2l até as 24h, totalizando
8L de colostro no 1º dia. As mamadeiras devem estar higienizadas.
Devem mamar de cabeça erguida por conta da goteira esofágica, para que ela direcione
o leite para o abomaso e não para o rúmen, o que ocasionaria a fermentação do leite e
não sua digestão, promovendo problemas metabólicos.
Pode ser feito uma avaliação da transferência de imunidade. Após a ingestão do colostro,
depois de 24 a 48h é feita uma coleta de sangue, e lê-se no refratômetro e o ºB deve
estar em torno de 8,4% e proteína 5 g/dL.
Mamam 5 a 8x por dia, e podem ingerir 5% do pv de uma só vez.
ALEITAMENTO NATURAL: bezerras com as mães → uma ordenha realizada pela manhã.
Bezerras com as mães somente nas ordenhas → duas ordenhas ao dia.
Vaca ama;
Vantagens: maior respondimento ao posicionamento de mamar, velocidade de ingestão
menor, redução de mão de oba, menos doenças intramamárias.
Desvantagens: controle leiteiro, quantidade de leite ingerida, prolonga o desmame
definitivo, menor eficiência reprodutiva, injurias ao úbere.
SUCEDÂNEO LÁCTEOS: substituição ao leite integral, acelera o crescimento relação custo
x benefício, imita a composição do leite quanto ao teor de proteínas e perfil de
aminoácidos, garantindo o desempenho animal. Os custos amamentando com
sucedâneo é menor do que com leite.
ALIMENTAÇÃO: colostro, leite, água concentrado → a partir do 5º dia, feno após a
desmama, facilitação social, aprendizado e motivação/curiosidade.
Pré-ruminante: volumoso+concentrado → desenvolvimento das papilas ruminais →
absorvem AGV’s. Caso sofram restrição de concentrado, diminui o desenvolvimento das
papilas.
DESALEITAMENTO: desmame antes de 8 semanas promove alto indicie de mortalidade.
Para o desmame já devem estar comendo concentrado, deve ocorrer o desmame
gradual, 1,5 kg de concentrado por dia e reduzindo o volume de leite.
ALOJAMENTO: individual: menor interação social, maior controle do consumo, fácil
observação.
Coletivo: uso de mamadeira, melhor desempenho, dificuldade de observação individual.
As instalações devem ser adequadas: limpo, baixa umidade, separação por idade, sem
vento, sombra. Instalações inadequadas têm maior taxa de mortalidade.
Alojamentos individuais: evita mamada cruzada, reduz transmissão de doenças, controle
da alimentação baixo custo. Desvantagem: n permite contato social.
Casinha individual fixa e móvel.
Baias coletivas dentro de instalação maior: 20 bezerras do mesmo tamanho, evita
estresse, relação social.
DESCORNA: remoção dos chifres, deve ser feita até os 30 dias de vida, utilização de
produtos químicos, ferro quente.
Vídeo sobre manejo do bezerreiro
A diarreia afeta o desenvolvimento das novilhas, fazendo com que emprenhem mais
tardiamente, tendo um retorno financeiro menor. Maneiras de evitar a diarreia:
colostragem bem feita, cura de umbigo, são passo a passo de um recém nascido. 10% do
peso vivo em colostro. Ex: 40 kg pv, 4 kg de colostro. Colostros abaixo de 25º B, não são
fornecidos, colostros abaixo são feitos enriquecimento com colostro em pó. Secagem de
umbigo de 3 a 5 dias a secagem e caída dele.
O bezerreiro possui acesso a água e um pouco de ração para familiarização do alimento,
cama seca, fornecendo aquecimento, e conforto. Ficam de 7 a 10 nas baias individuais e
após vão para baias coletivas. Onde elas próprias se amamentam em uma máquina, livre
acesso. A máquina reconhece os animais e conforme a idade delas libera o leite, para
mais ou menos. As bezerras nas baias individuas recebem duas amamentações por dia.
O principal objetivo é crescer e ganhar peso. São separadas nas baias coletivas por idade
e peso, com o intuito de diminuir as competições, por conta dos dominantes e
subordinados.
Quanto maior o tempo de ingerir o colostro desde que nasceu, pior, ela fecha o intestino
e não absorve as imunoglobulinas e a imunidade. Deve ser fornecido dentro das
primeiras 6hrs.

VACAS SECAS E PERÍODO DE TRANSIÇÃO


Período seco importante, os fatores de risco de doenças de vacas leiteiras são
observados neste período.
Vacas que terão metrite no pós parto apresentam menor consumo de ms no pré-parto.
Metrite é uma inflamação na parede uterina, causada por infecção bacteriana e quase
sempre é observado após um parto distócico. Esta doença pode pré-dispor cetose e
deslocamento de abomaso.
Após a lactação a vaca precisa de um período de descanso fisiológico para voltar a
produzir novamente. Este tempo é de 45-60 dias antes do novo parto, para que se forme
um colostro de qualidade e ocorra a regeneração da glândula mamária, por
consequência, irá aumentar a produção de leite.
MÉTODOS DE SECAGEM:

• Interrupção abrupta
• Interrupção intermitente, ambas ocorrem a redução da alimentação.
É recomendado fazer a secagem abrupta, entretanto, é difícil em vacas de alta produção.
1 a 2 dias antes da secagem cessar o fornecimento de concentrado, e não restringir água.
Após a última ordenha remover a vaca do grupo de vacas lactantes, o leite não secretado
é absorvido.
PRODUTO PARA SECAGEM: VELACTIS, inibe a produção de prolactina na hipófise e ocorre
a queda de leite.
A involução é concluída dentro de 2 semanas. Deve-se fazer o tratamento intramamário
após a secagem para reduzir incidência de mastite.
TERAPIA VACA SECA: antimicrobiano intramamário → previne mamite no ps e início de
lactação, menor CCS, maior prod. de leite. Pode ocorrer de ter resíduos no leite.
PS: secagem 21 dias antes do parto. involução úbere, escore 3 -3,5
Período de transição: 21 dias antes do parto até o parto
PS: separar das vacas lactantes, dieta energética baixa e aumento de fibra. Concentrado
0,3 a 0,5% pv.
Divisão do período seco:
Lote 1: vacas secas, distantes do parto (60 a 21 dias p/ o próximo parto). Exigências
nutricionais facilmente atendidas.
Lote 2: vacas secas, no período de transição (últimos 21 dias pré-parto).
Sistemas de criação: bezerra →novilhas→ vaca lactante→ vaca seca
Vaca prenhe sob estresse térmico durante o período de transição, irá ter um colostro de
menor qualidade e bezerros mais leves, será menos saudável, menos ganho de peso e
imunidade passiva.
Período de transição: fornecer 1% de concentrado e silagem, adaptação ruminal,
aumentar densidade energética e nutri da dieta total.
IMPORTÂNCIA DE PS E TRANSIÇÃO: aumentar CMS, evitar BEN, aumentar produção de
leite e evitar distúrbios metabólicos.
Alguns aditivos são utilizados no pré-parto, como por ex.: Vitamina E/selênio, sais
aniônicos. O cálcio é o mineral mais demandado, sendo que será utilizado na formação
do feto, leite e colostro, e mantença dos ossos.
O BEN é inevitável, e é responsável pela baixa ingestão de alimentos e perda de reservas
corporais, afeta a reprodução. Estratégias: aumentar a densidade energética da dieta,
utilização de gordura, redução FDN.
HIPOCALCEMIA: vacas recém paridas, decréscimo de Ca, incapacidade de rápida retirada
dos ossos, exigência elevada em função do parto e lactação.
CETOSE: desequilíbrio no metabolismo energético, baixa glicose no sangue, reservas de
gorduras removidas. Vacas de alta produção 21 dias após o parto são mais suscetíveis.
ACIDOSE: componentes ácidos se acumulam no organismo, aumentando a concentração
de H+, diminuindo o pH, elevado consumo de concentrado.
LAMINITE: alteração na lâmina dos cascos, causada por intoxicações, superalimentação
com grãos, ou relacionada a infecção local.
CRUZAMENTOS, INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES
Acasalamento exogâmico: animais com menor grau de parentesco, que são
geneticamente distintos.

Acasalamento endogâmico: indivíduos aparentados.


Melhoramento de animais: inseminação artificial, em tempo fixo (indução e
sincronização da ovulação), transferência de embriões, in-vitro. Técnicas que aumentam
a taxa de reprodução e ganho genético.
Cruzamento: produção de determinada geração de indivíduos envolve o acasalamento
de duas ou mais raças. Obj: heterose ou vigor híbrido, combinações genéticas em um
único indivíduo.
Cruzamento contínuo ou absorvente: reprodutor raça A x fêmea raça b = fêmeas
cruzadas ½ AB x reprodutor raça A = fêmeas cruzadas ¾ de AB = animais puros por cruza
(PC).
Reprodutores de raça pura: duas raças.
Fêmeas de complementaridade: composição racial variável.
Fêmeas de reposição: oriundas das próprias mães.
Animais compostos: cruzamento de duas raças bos taurus x bos indicus. Podem ter
cruzamento de 4 raças diferentes. São delineados para se adaptar a ambientes
específicos: desertos, clima tropical, temperado.
Antes do acasalamento: ter objetivo, recursos financeiros.
Depressão endogâmica: redução da capacidade reprodutiva, perda de vigor.
A endogamia é um sistema de acasalamento no qual os progenitores apresentam
parentesco superior ao parentesco médio da população. Ela altera a frequência dos
genótipos de indivíduos da população.
Consequência da endogamia: aumento da homozigose nos indivíduos, fixação das
características, diminuição da depressão endogâmica.
Inseminação artificial: seleção de machos, coleta do sêmen, avaliação, diluição,
utilização do sêmen fresco/congelado. Disseminação de genes superiores, aumento do
nº de descendentes, facilidade de acasalamento, controle de doenças, conservação de
raças, controle macho/fêmea.
Transferência de embriões: transferido para o útero que o irá gerar. Fêmeas receptoras
irão receber o embrião da fêmea doadora. Vantagens: aumento dos índices reprodutivos
de fêmeas doadoras, maior intensidade de seleção, diminuição tempo entre gerações,
mais animais para reposição. Desvantagem: custo, variação nos resultados.
Sexagem de embriões: disp de embriões previamente determinados. Produção de
acordo com o obj. Desvantagem: técnicas caras.
Fertilização in vitro: embriões são produzidos fora do corpo da fêmea, muito utilizado
em produção de ovinos.

Você também pode gostar