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Práticas Zootécnicas

da Bovinocultura

Realização:

Leandro de Melo Morais


Vanessa Fernandes Martins
Leandro de Melo Morais

Terceiro Ano do Técnico Integrado em Agropecuária


Membro do Grupo de Estudos em Bovinos do Instituto Federal (GEBIF)

Sobre nós...

Vanessa Fernandes Martins

Terceiro Ano do Técnico Integrado em Agropecuária


Estudante Referência da Bovinocultura Leiteira
Teórico – Parte da manhã

Conhecendo o básico da bovinocultura

Prática – Parte da tarde

Algumas técnicas usadas na bovinocultura


Taurinos e Zebuínos
Principais diferenças...
Bos taurus taurus Bos taurus indicus

Taurinos (Origem: Europa) Zebuínos (Origem: Ásia)

• Alta produtividade; • Extremamente resistentes a


• Menos resistentes a temperaturas altas temperaturas, carrapatos e
altas, carrapatos, umidade doenças.
excessiva, e outras características • Produtividade baixa.
do clima tropical...
Exterior dos Bovinos
Principais raças leiteiras
Raça Holandesa Raça Girolando

• Produção leiteira com média de 6 A 10 mil kg de


leite, em 305 dias de lactação;
• Leite com boa concentração de sólidos;
• Primeira cria em torno de 2 anos;
• Preferem o clima frio;
• Bezerros pesam em média 38 kg.

• Resultado do cruzamento entre Gir e


Holandesa;
• Flexível para diferentes tipos de clima e
manejo;
• Produção leiteira com média de 5.061 kg
de leite em 283 dias;
• Responsável por 80% do leite produzido
em território nacional;
• Possuem boa eficiência reprodutiva e
conversão alimentar.
Raça Jersey Raça Pardo Suíço

• Boa tolerância ao calor;


• Produção leiteira com média de 2.500 kg em
200 dias;
• Primeira cria perto dos 30 meses de idade;
• Transmitem suas características nos
cruzamentos entre linhagens com facilidade.

• Adapta-se com facilidade a adversidades e


tem elevado resistência ao calor;
• Menos custo na alimentação;
• Leite com alto teor de gordura e proteína
(5,0%);
• Produção leiteira com média de 3.500 a
5.500 kg de leite em 305 dias.
Principais raças de corte
Raça Nelore Raça Angus

• Resistência ao calor;
• Carne com pouca gordura e sabor acentuado;
• Boa fertilidade e boas habilidades maternas;
• Resistência à doenças e parasitas;
• Pelagem branca, pele preta.

• Raça de “carne premium”;


• Boa habilidade materna;
• Alta fertilidade;
• Atinge cedo a puberdade;
• Ganha peso fácil.
Comportamento de Bovinos
Conceitos básicos
Visão bovina

Semelhante aos olhos humanos, porém não conseguem distinguir


as tonalidades das cores assim como nós. Os olhos dos bovinos
têm maior sensibilidade à luz conferindo a eles boa capacidade de
visão noturna além de possuírem uma visão panorâmica
extremamente importante pois proporciona a eles um grande
campo visual.

!
A visão é o sentido mais
importante dos bovinos.
O posicionamento dos olhos na lateral da cabeça traz dificuldades, fazendo
com que os bovinos tenham pouca noção de profundidade, então muitas vezes
eles não conseguem distinguir entre uma sombra e um buraco e também não
conseguem ver uma saída em uma instalação com curva de 90 e também
possuem uma zona cega, onde não conseguem enxergar nada.
Comportamento do bovino

• Animais ruminantes que pastam de 9 a 11 horas por dia;

• Se alimentam de gramíneas e leguminosas e ingerem, também diariamente,

• Consomem de 25 a 80 litros de água – os números variam de acordo com a época do ano,


tipo de alimentação, a raça, características do animal, etc.

• A ruminação, que é o processo de regurgitar, mastigar e engolir novamente o alimento,


ocupa 75% do tempo do pastejo.

O modo como os bovinos andam, olham, comem, agrupam-se, brigam ou fogem


contribui para sua sobrevivência e é influenciado por diferentes fatores:

• Comportamento inato → Reações pré-programadas que nascem com o


bovino e não dependem de experiências prévias;

• Comportamento aprendido → É influenciado pelas experiências individuais


vividas por cada indivíduo.
Vida em grupo, dominância e liderança
Como resultado da seleção natural que privilegiou benefícios
como a proteção, os bovinos são animais sociais que vivem em
grupo. No sistema extensivo, os bovinos tendem a se dividir em
subgrupos separados em vacas com bezerros e animais jovens
e, os touros unidos em pequenos grupos de machos. Devem ser
conduzidos em grupos, separar um animal dos outros é
altamente estressante e altera seu comportamento, tornando-o
mais agitado e agressivo.
Dominância e liderança
• É imposta por disputas entre os animais, onde a força e a agressão são determinantes para estabelecê-la;

• Comportamentos sutis de esquiva-submissão e fatores como altura, idade, peso, sexo, temperamento e chifres
também têm influência, além das experiências prévias dos animais;

• Quando a hierarquia é estabelecida (normalmente nas primeiras 24 a 48 horas da formação dos grupos), as
brigas entre os bovinos reduzem consideravelmente e os animais vencedores têm acesso privilegiado a
recursos como água, sombra e alimento;

• A hierarquia é dinâmica e por isso, pode mudar com o tempo ou quando um animal dominante sofre uma
lesão;

• Um animal líder é seguido pelos demais ao buscar água, sombra, pasto ou outro recurso;

• Os líderes costumam ser as fêmeas mais velhas do grupo que não necessariamente são os animais dominantes
do rebanho e sim os mais experientes;

• A diferença entre liderança e dominância é que, enquanto o líder é seguido ao ir atrás de água, o dominante
afasta os demais para que ele possa bebê-la.
Manejo de bezerras leiteiras
Cuidados com a vaca gestante
• Interromper a lactação é uma forma de prepará-la
para a produção de um colostro de boa qualidade;
• Manter a atenção direcionada ao
comportamento e nutrição, são aspectos que
• “Secar” a vaca antes da parição e o uso de vacinas
afetam diretamente na saúde do bezerro;
no tempo correto na vaca interfere na qualidade do
leite;
• Vaciná-las contra doenças e também fazer a
vermifugação adequada antes do parto;
• Um mês antes do parto, separar a vaca em um
“piquete maternidade” ou qualquer outro local, que
seja limpo e possa protege-la das altas
temperaturas;

• Sempre fornecer água, sombra e uma alimentação


com uma dieta balanceada;

• É recomendado um manejo mais tranquilo,


evitando traumatismo, lesões ou qualquer espécie
de ferimento que possa causar estresse ou risco de
aborto.
Cuidados com o bezerro ao nascer
Devemos interferir o mínimo possível no parto.
Porém, alguns partos podem apresentar problemas, o
que não é muito frequente.

Em casos de parto distócico deve-se chamar um Parto normal


veterinário, pois a interferência de uma pessoa sem
conhecimento na área pode trazer severos riscos
tanto para a vaca quanto para seu bezerro.

Parto distócico
Logo após o nascimento, realizar a limpeza da região da
boca e das vias nasais para retirada de muco, coágulos e
restos de membranas fetais para que o animal possa
respirar sem dificuldades. Esta limpeza é de extrema
importância para estimular a circulação.

Primeira mamada

• Deve ocorrer de preferência até 3 horas após o nascimento,


ou no máximo até 6 horas de vida;

• Monitore sempre a primeira mamada, ajudando o bezerro a


mamar sempre que este enfrentar dificuldades para fazê-lo;

• Se possível, após a primeira mamada, permita que o bezerro


passe algum tempo em contato com sua mãe. Quando não for
possível observar a primeira mamada, verifique os seguintes
sinais:

Vacas com tetos cheios e brilhantes;


Bezerros com o abdome (vazio) fundo.
A importância do colostro
O princípio da imunidade...

• É fundamental fazer o bezerro ingerir ou mamar o colostro


imediatamente após o nascimento, isto porque o bezerro nasce sem
proteção contra infecções e o colostro possui substâncias (anticorpos)
que vão protegê-los;

• Quanto maior a quantidade de colostro consumido, maior a proteção


e menor a taxa de mortalidade;

• Os anticorpos são absorvidos pelo intestino até somente 24 horas


após o parto, sendo que nas primeiras 6 horas é mais eficaz;

• O colostro também é importante durante a primeira descarga


intestinal, isto é, ajuda a expelir as primeiras fezes, que é o chamado
mecônio. O mecônio são fezes amarelas pegajosas de difícil
eliminação, portanto, sendo o colostro um leve laxante, vai ajudar
nesta eliminação;

• Não fornecer colostro com sangue, de vacas com mastite ou de vacas


“vazando leite” antes do parto.
Cura do umbigo
• A cura do umbigo deve ser realizada no primeiro dia de vida do bezerro, de preferência logo
após a primeira mamada.

• Com as mãos limpas, coloque a solução desinfetante em um recipiente que possibilite embeber
todo o umbigo.

• Uma boa opção é usar iodo diluído a 10% em álcool.

• Troque a solução para cada bezerro, evitando vias de contaminação de um animal para outro.

• Recomenda-se cortar o umbigo apenas quando for muito comprido (acima de 15 cm).

• Nesses casos utilize tesoura limpa, desinfetando-a na solução de iodo. Deixe o umbigo com 8 a
10 cm de comprimento (aproximadamente de 4 a 5 dedos).

• Evite cortar o umbigo muito curto. Se for necessário, repita o procedimento de cura do umbigo.

• Fique sempre atento à ocorrência de inflamações e de bicheiras. Em certos casos o uso de


antibióticos pode ser necessário, porém devem ser aplicados sob orientação de um veterinário.
Tipos de aleitamento:

Artificial e Natural
Aleitamento natural Aleitamento artificial

• O maior estímulo para a descida do • Melhor controle de quantidade do leite ingerido


leite da vaca é o bezerro, portanto, traz (indicado 6L ao dia, 3 de manhã e 3 à tarde);
maior produtividade;
• Nesse tipo de aleitamento, a pessoa pode ter maior
• Menor controle de quantidade ingerida controle com carrapatos e observação de doenças, até
de leite; mesmo acompanhar a cura do umbigo pois essa
proximidade humano-bovino auxilia nesse âmbito.
Tipos comuns de bezerreiro

Bezerreiro Argentino Bezerreiro individual


Vacinação e vermifugações em bezerros
Identificação de cio em fêmeas bovinas
O que é o cio? Sinais de cio
Cio é o período no qual a vaca aceita monta
(receptividade sexual) que normalmente
ocorre em novilhas depois da puberdade e
em vacas, desde que estas não estejam
prenhas. Este período de receptividade pode
durar de 6 a 30 horas e acontece, em média,
em intervalos de 21 dias. Porém, este
intervalo entre dois cios pode variar
normalmente de 18 a 24 dias.
Ausência de cio
O cio pode não estar sendo detectado devido às seguintes
razões:

• Se a vaca está em anestro no pós-parto.


• Se estiver em anestro devido à desnutrição, infecção severa
do trato reprodutivo, ou outros tipos de complicações do pós-
parto.
• Se a vaca tiver cistos ovarianos.

Existem outros fatores que podem diminuir a expressão do


cio, como por exemplo: alta temperatura e umidade, vento,
chuva, falta de espaço e condições de solo escorregadio ou
problemas de casco.
Referências
Agradecimentos

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