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Bovino de cor

Raça: Nelore x Nelore

Suas principais características são devido a sua rusticidade e seu poder de transformar
fibras, inclusive de baixa qualidade em carne e leite. O nelore é resistente ao calor
devido á grande superfície corporal e por possuir maior numero de glândulas
sudoríparas. As características de seus pêlos também facilitam o processo de troca de
calor com o ambiente. Além disso, o trato digestivo é 10% menor em relação ás de
origem européia. Portanto seu metabolismo é mais baixo e gera menor quantidade de
calor. Os machos e as fêmeas apresentam elevada longevidade reprodutiva. A raça
Nelore possui capacidade de aproveitar alimentos grosseiros. Apresenta resistência
natural a parasitas, devido ás características de seus pêlos (que impedem ou dificultam a
penetração de pequenos insetos na superfície da pele ou que tentam se fixar nela. A pele
escura, fina e resistente, dificulta a ação de insetos sugadores, além de produzir uma
secreção oleosa “repelente”, que se intensifica quando estes animais são expostos ao
calor.
De porte médio, sua ossatura é leve, robusta e forte, com musculatura compacta e bem
distribuída. A masculinidade e femilinidade são bem acentuadas. Na fêmea, o sistema
mamário é composto de pequenos tetos, que facilitam a primeira mamada do recém
nascido. A garupa ligeiramente inclinada facilita o parto e prepúcio mais reduzido e alto
conferem maior eficiência reprodutiva em machos. Seu temperamento temperamento é
ativo e dócil. A raça possui variedades com chifres e mochos (chifres). Touros Nelore
possuem instinto muito forte de proteção de seu harém e matrizes. As vacas apresentam
facilidade de parto, por terem garupa com boa angulosidade, boa abertura pélvica e
principalmente, por produzir bezerros pequenos, apresentam excelente habilidade
materna, oferecendo condições de desenvolvimento aos bezerros até o desmame,
instinto de proteção ao bezerro, rusticidade e baixo custo de manutenção.
Devido á sua rusticidade e elevado ganho de peso, tem sido o preferido por muitos
criadores.

Características da carcaça e da carne:

O Nelore é a raça no Brasil que possui a carcaça mais próxima dos padrões exigidos
pelo mercado, por apresentar porte médio, ossatura fina, leve, porosa e menor proporção
de cabeça, patas e vísceras, conferindo excelente rendimento nos processos industriais.
Precocidade de terminação garante nas carcaças Nelore distribuição homogênea da
cobertura de gordura, sendo esta carcaça muito valorizada no mercado. Além disso, a
cobertura evita que, durante o resfriamento, ocorra o encurtamento das fibras pelo frio.
A padronização das carcaças Nelore otimiza a estrutura industrial e agrega valor aos
cortes. A carne Nelore tem como principais características de alto teor de gordura de
marmoreio.

Composição do rebanho nos 5 ano:


100 vacas - 73 animais gordos

X - 1000 animais gordos

X = 1370 vacas, porém os partos ocorrem a cada 1,5 ano ou seja (18meses) então X=
1370+685 = 2055 vacas para produzirem 1000 animais gordos.
Dados levados em consideração: taxa de prenhez de 85% com inseminação artificial,
intervalo entre partos de 18 meses, e taxa de mortalidade de 12% cria-recria-engorda).

Número de partos médios/mês

Np = 2055/ 18 = 114 partos/mês (57 machos e 57 fêmeas)

Bezerros de 0-2 meses = (114x2)= 228x0,96 (4%mortalidade)= 219 animais


Bezerros de 2-6 meses = (114x4)= 456x0,98 (2%mortalidade)= 447 animais
Bezerros de 6-12 meses = (114x6)= 684x0,99 (1%mortalidade)= 678 animais
Bezerros de 12-18 meses = (114x06)= 684x0,99(1%mortalidade)= 678 animais
Bezerros de 18-24meses = (114x6)= 684x0,99 (1% mortalidade)= 678 animais
Bezerros de 22-25 meses= (114x3)= 342x0,99 (1%mortalidade)= 340 animais

Setor de cria:
- 2055 vacas
-219 (bezerros 0-2meses) + 447 (2-6meses) = 667 bezerros
- Rufião
Setor de recria:
- 678 (6-12meses) + 678 (12-18 meses) = 1356 animais
Setor Engorda:
- 678 (18-24meses) + 340 (22-25 meses) = 1018 animais

Serão colocados por ano 411 vacas. Repondo uma taxa de 20% serão colocados 411
animais e retirados 280.

Melhoramento genético:

- Utilização de inseminação artificial: A inseminação artificial (IA) consiste no conjunto


de eventos que acontecem desde a colheita do sêmen, sua análise e processamento em
laboratório, a manutenção por períodos variáveis em condições extracorpóreas, até a sua
introdução no trato genital de uma fêmea. O uso da IA é uma ferramenta essencial para
o melhoramento genético e aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De todas as
biotécnicas existentes que são aplicadas à reprodução animal, a IA é a mais antiga e
também, a mais eficiente. Inicialmente, o objetivo era a erradicação de doenças
infecciosas transmitidas pelo touro durante a monta natural, difundindo-se em seguida,
como um instrumento eficaz e econômico para o melhoramento genético dos rebanhos.
A partir do momento que passaram a congelar o sêmen, a IA tornou-se mais rápida e
mais controlada, viabilizando o uso de sêmen de um certo animal em épocas futuras.
Esta técnica possui vantagens em relação à monta natural, mas também possui algumas
limitações:
Vantagens:
Controle da transmissão de doenças infectocontagiosas da esfera reprodutiva.
Incremento do melhoramento genético e da produção animal
Aprimoramento do controle zootécnico
Racionalização do manejo reprodutivo
Redução dos problemas de partos em novilhas, usando-se touros com facilidade de
parto Possibilidade do nascimento de crias após a morte do pai
Limitações:
Falta de mão-de-obra especializada
Utilização da técnica incorretamente
Antes da IA deve-se verificar se a vaca está no cio, sendo que essa verificação é de
extrema importância para o sucesso do procedimento. São recomendadas duas
observações ao dia, uma no início da manhã e outra no final da tarde, por um período de
60 minutos, no mínimo. Identifica-se o cio através da aceitação da monta de outros
animais. É comum utilizar rufiões para esta identificação, com ou sem bucal marcador
(marcando com tinta a fêmea que deixou ser montada). As vacas que estiverem no cio
devem ser identificadas e, no final deste, deve ser realizada a inseminação, utilizando
um método prático que é: vacas que apresentam cio pela manhã, devem ser inseminadas
na tarde do mesmo dia; vacas que apresentam cio a tarde, devem ser inseminada na
manhã seguinte (recomenda-se intervalo de 12 horas).
Antes de inseminar a vaca, examine cuidadosamente sua ficha, verificando os últimos
acontecimentos. Caso haja alguma anormalidade ou então, caso tenha parido a menos de
45 dias, não realize o procedimento.

Sistema intensivo

O confinamento de bovinos de corte tem sido cada vez mais adotado pelos pecuaristas
porque permite aumentar a produção de carne no período de entressafra, quando o preço
do boi é maior. O investimento inicial para a implantação do confinamento é mais
elevado que na criação extensiva, mas as vantagens econômicas geradas possibilitam
um retorno rápido do capital aplicado, como resultado de vários fatores: aumento da
produtividade por área, maior ganho de peso em períodos menores, melhor controle
sanitário e uso criterioso de mão de obra. Além disso, o confinamento pode ser usado
em pequenas propriedades, racionalizando o uso da terra e evitando desmatamentos ou
exploração inadequada do solo. Os animais criados no sistema de confinamento
apresentam maior desempenho produtivo, geralmente são animais de melhor genética e
recebem uma alimentação balanceada.

Alimentação do rebanho:
A alimentação do rebanho é a base de pasto, com suplementação de sal mineral à
vontade. Na primeira estação seca após a desmama, os machos recebem suplementação
alimentar em pastagem e na segunda, são terminados em confinamento.

Cria
Pastagem capim elefante:
Altura da planta: Até 3,0m
Digestibilidade: Excelente
Palatabilidade: Excelente
Precipitação pluviométrica: Mínimo de 1.200 mm anuais
Tolerância à seca: Média
Tolerância ao frio: Alta
Teor de proteína: 8% no inverno e 18% no verão na MS
Profundidade de plantio: 0,5 a 1,0cm
Produção de forragens: 30 a 50t/ha/ano de matéria seca (MS)
Solos úmidos: Baixa tolerância
Altitude tolerável: Do nível do mar até 2.500m
Consorciação: Todas as leguminosas, principalmente as de hábito trepador
Primeiro corte: Após 90 a 100 dias após a germinação
Altura de corte: 20 a 50cm de altura. Quanto mais alto melhor
Intervalo de corte: a cada 70 dias
Adubação de cobertura: após cada corte aplicar pelo menos 80kg/ha de nitrogênio e a
cada 20t de forragem verde repor 160kg/ha de KCl

O capim-elefante (Pennisetumpurpureumschum) é uma gramínea perene, de alto


potencial de produção, que se adapta muito bem às condições de clima e solo de
praticamente todo o Brasil. Entretanto, aproximadamente 70% a 80% da produção de
matéria seca concentra-se na época das chuvas, na maioria das regiões brasileiras. Isso
mostra a necessidade de suplementação do pasto na época seca do ano, com volumosos,
como silagens de milho ou sorgo, fenos ou cana-de-açúcar e com algum tipo de
concentrado, especialmente protéico.
Esse tipo de capim é, também, bastante utilizado como capineira, sendo fornecido aos
animais na forma de capim picado, mais comumente como complemento da pastagem
na estação chuvosa ou como parte do volumoso na estação seca do ano. Na seca,
constitui apenas parte do volumoso devido à produção estacional (20% a 30% da
produção na época das águas), pois não há quantidade suficiente para atender às
necessidades dos animais.
Por essas razões, a melhor forma de utilização do capim-elefante é o pastejo rotativo.
Dessa forma, o animal seleciona folhas e partes tenras do capim, sendo possível obter de
12 a 14 kg de leite por vaca/dia sem suplementação de concentrado, especialmente na
época das chuvas, quando a disponibilidade do capim-elefante é elevada.

Plantio
a) Preparo do solo
Antes do preparo de solo recomenda-se amostragem do solo para análises. Com os
resultados procure um técnico capacitado para fazer as recomendações de calagem e
adubação, respeitando a exigência do capim elefante Paraíso aos resultados obtidos.
O calcário deve ser aplicado no solo pelo menos 60 a 90 dias antes do plantio das
sementes, para que tenha de reagir no solo, neutralizando o alumínio tóxico e elevando
o pH. A incorporação deste calcário deverá ser o mais profundo possível. Recomenda-se
para esta incorporação o uso de arado ou grade aradora. Para quantidade superiores a
3t/ha, os melhores resultados são obtidos com o parcelamento da aplicação, metade
antes da aração e a outra metade depois da primeira gradeação.
O preparo de solo deve ter como objetivo eliminar a vegetação existente, eliminar as
ervas daninhas e preparar o terreno para que as sementes germinem e se desenvolvam
normalmente. Se houver problemas com compactação, este também deve ser eliminado.
Para estas operações diversos equipamentos podem ser utilizados tais como arado, grade
aradora, grade niveladora, subsolador, etc.
O fertilizante fosfatado normalmente utilizado no plantio, pode ser aplicado antes da
última niveladora, ou durante o plantio, podendo ser inclusive misturado com as
sementes, desde que utilizado no mesmo dia.
b) Distância entre as linhas de plantio:
A finalidade de uso é que define a distância entre as linhas de plantio:
- se vai ser utilizado como pasto de corte e o corte é mecânico, para fornecer forragem
verde picada, para silagem, o espaçamento deve ser de: 0,80 a 1,00m
- se vai ser utilizado como pasto de corte e o corte é manual, para fornecer forragem
verde picada, para silagem, o espaçamento deve ser de: 0,50 a 0,70m
c) Plantio:
- Plantio mecânico:
Pode ser feita com plantadeiras de diversas marcas e modelos, desde que permita uma
distribuição uniforme das sementes e a profundidade de plantio não exceda 0,5 a 1,0cm.
As sementes podem ser misturadas com fertilizantes fosfatados, desde que a mistura
seja utilizada no mesmo dia. Nunca utilizar fertilizantes nitrogenados e potássicos junto
com as sementes, no plantio estes nutrientes também não devem estar em contato com
as sementes.
Para facilitar o processo de plantio sugerimos que as sementes ou mesmo a mistura de
sementes + fertilizantes sejam colocadas no reservatório de adubo e não na caixa de
sementes. Isso facilita o escoamento das sementes durante o plantio.

Pasto de corte- forragem verde picada


Os cortes no capim elefante devem iniciar quando as plantas estiverem bem
estabelecidas, com um bom desenvolvimento do sistema radicular, isso deverá ocorrer
cerca de 90 a 100 dias depois da germinação das sementes.
Depois deste primeiro corte é importante a adubação de manutenção, ou seja, a
aplicação de pelo menos 80 kg/ha de nitrogênio e 160 kg/ha de KCl a cada 20t de
forragem verde produzida. Esta adubação deverá ocorrer durante o período chuvoso.
Após este primeiro corte os seguintes serão realizados em intervalos de 70 dias
aproximadamente. Estes cortes dependem exclusivamente do fator climático (luz,
temperatura e água). A adubação de manutenção / cobertura poderá ser dividida a cada
corte.
Pasto de corte – para ensilagem
Igual que a recomendação anterior, o primeiro corte deverá ser feito após 90 a 100 dias
da germinação das sementes e depois em intervalos de 70 dias aproximadamente. A
adubação de manutenção deve ser a mesma que foi recomendada anteriormente e nas
mesmas condições.
A altura de corte das plantas do cultivar Paraíso deve ser em torno de 30 a 40 cm
do solo. Esta altura é a que mais favorece a rebrota do capim. O corte para silagem
deverá ser o menor possível, sendo 2 a 3 cm o recomendado, pois isso facilita o
processo de compactação, que é um dos segredos de sucesso na confecção de silagem
de forrageira.
Para melhorar a qualidade da silagem recomendamos o uso de aditivos que auxiliam no
processo de fermentação e diminuem os riscos durante o processo de confecção. O
problema consiste na baixa porcentagem de matéria seca das pastagens. A outra opção é
utilizar produtos que absorvem a umidade e aumentam a porcentagem de matéria seca,
como são os casos de farelos de milho, farelo de soja ou de qualquer outro grão.

Pastejo direto
No caso de pastejo direto a recomendação é a mesma, isto é, devemos colocar os
animais quando as plantas já estiverem devidamente fixadas no solo, com um bom
desenvolvimento do sistema radicular. A partir de 90 dias da germinação das sementes
já podemos averiguar a possibilidade de colocar os animais para pastejo.
É importante que o pastejo seja de forma intensiva, onde o pasto tenha um período de 1
a 7 dias de pastejo e outro período de 30 a 35 dias de descanso. Estes dias podem variar,
tanto nos dias de uso como nos dias de descanso, dependendo sempre do fator climático
e do nível de fertilidade do solo. Por isso é importante também a adubação de
manutenção conforme já citado anteriormente.
Produção de forragem
A produção de forragem do capim elefante varia em função da idade da planta, O
rendimento forrageiro, quando a planta possui 35 dias de idade é de 5,2t/ha de matéria
seca, possui cerca de 19,2% de proteína bruta e digestibilidade de 66,5%. Palntas com
105 dias a produçaão de forragem é de 14,5 t/ha de matéria seca por cada corte, mas o
teor de proteína abaixa para 10,2% e a digestibilidade para 58,5%.
Nas idades superiores a estas, o valor nutritivo é menor, mesmo que se obtenha
altíssima produção de forragem. Analisando esses resultados, pode-se concluir que a
idade recomendável dos cortes para confecção de silagem é em torno de 100 dias, onde
se obtém maior quantidade de forragem digerível por hectare.
Com uma boa fertilização e irrigação, pode-se obter 4 a 5 cortes por ano, com uma
produção de forragem total de 210 t/ha/ano de matéria verde. O primero corte sempre
deve ser feito em torno de 90 dias depois da germinação das sementes, para obter o
enraizamento satisfatório.
Composição do rebanho e taxa de lotação:
Setor de cria
Capim elefante: 40 toneladas de matéria seca/há/ano = 40000 kg/MS/ano. Como ocorre
50% de perdas devido á pisoteio, fezes e urina o valor reduz para 20000kg/MS/ano =
1667kg/MS/mês.
Consumo de MS (matéria seca): 3% peso vivo (PV) – UA 450 kg = consumo 13,5%
MS/dia/animal = Consumo de 13,5 x 30 = 405 kg/MS/animal.
Taxa de lotação: capim total/ consumo de matéria seca = 1667/405= 4 animais/ha
1 lote – 150 animais: 4 animais - 1 ha
150 animais - X
X = 37.5 aproximadamente 38 ha por lote (150 animais).
Número de piquetes: período de descanso/ período de ocupação +1 = 30/7 = 4 +1 = 5
piquetes por lote.
150 animais – 1 lote
2722 animais – X X= 18
Serão divididos em 18 lotes . Cada lote será dividido em 5 piquetes
1 lote – 5 piquetes
18 lotes – x X=90 piquetes.
38 há – 1 lote
X - 18 lotes x = 685 ha

A fase de cria na bovinocultura de corte corresponde não só aos bezerros e bezerras


criados na propriedade, mas também às matrizes (envolvendo vacas em reprodução e
novilhas aptas à cobertura) e aos reprodutores.
Setor de reprodução:

O manejo reprodutivo é uma parte essencial em qualquer criação de bovinos de cortes,


quanto maior for à eficiência reprodutiva das vacas menores será os custos por bezerro
nascido, menor percentual de vacas vazias, ou seja, maiores os lucros para o produtor.
Para um melhor controle todos os animais (vacas e crias) precisam ter sua identificação
(brinco), para ter registro de todo o rebanho, e sempre deve ser guarda os dados, tanto
sobre manejo, cio, eventuais doenças em alguns casos ou algum manejo especial que
possa ter ocorrido no bovino.
Deve-se estabelecer a estação de monta em uma propriedade que nunca teve estação de
monta deve-se ocupar um período de 6 meses ou seja toda a época das chuvas, e
diminuindo gradativamente para 90 dias que é o período ideal, época onde as matrizes
necessitam de maior exigência nutricional, coincidindo com o período de maior oferta
de forragem (época das chuvas) e junto uma estação de nascimento e desmama. As
variações na fertilidade do rebanho estão ligadas principalmente às condições
ambientais, portanto o estabelecimento de uma estação de monta de curta duração é uma
das decisões mais importantes do manejo reprodutivo e de maior impacto na fertilidade
do rebanho, assim, permite que o período de maior exigência nutricional coincida com o
de maior disponibilidade de forrageiras de melhor qualidade, eliminando a necessidade
de suplementação. E nota-se que com a redução da duração da estação de monta acaba
apresentando uma melhoria na fertilidade e produtividade do rebanho, pois fica mais
fácil identificar as matrizes com melhor desempenho reprodutivo.
O período da monta deve ficar estabelecido na época das águas, pois é o melhor período
no Brasil para o nascimento dos bezerros. A meta ideal é em vacas adultas a estação de
monta ser entre 60 a 90 dias, para novilhas esse mesmo período não deve ultrapassar 45
dias,e tanto seu início como seu final devem ser antecipados em pelo menos 30 dias em
relação ao das vacas. Assim dando para as novilhas um intervalo apropriado para
recuperação seu estado fisiológico e iniciar o segundo período de monta (já que as
mesmas ainda estão em desenvolvimento) junto com as demais fêmeas. O impacto da
fertilidade do touro desempenha um papel muito mais elevado que a de uma vaca
Touros com baixas fertilidade causam grande prejuízo, e devem ser descartados.
Sempre devemos observar a condição corporal das vacas, para que elas tenham
condições mínimas no momento desejado e vacas que apresentam boa condição
corporal no terço final da gestação, apresentam cio mais cedo. Está avaliação deve ser
realizada na época do desmame, inicio do período da seca, fêmeas que estiverem muito
magras devem ser suplementadas, pois no terço final da gestação são altas as exigências
de proteínas e energia para o desenvolvimento do feto.
O cio pode durar 24 ou 36 horas, as vacas geralmente modificam seu comportamento
quando estão em cio, tornam-se mais excitadas, montam nas outras vacas e também se
deixam montar, os lábios da vulva ficam umedecidos e ocorre uma ligeira descarga de
muco vaginal. A detecção do cio é um dos maiores problemas tanto para monta
controlada e inseminação artificial pelo período curta de duração do cio. Por isso, o
responsável por identificar as vacas no cio deve estar habituado com os sinais do cio e
observá-las o máximo de horas possíveis, no período da manha e da tarde para que
nenhuma escape de ser inseminada, para ajudar na identificação pode ser utilizar
rufiões, a presença deste é extremamente benéfica mesmo em rebanhos
pequenos, pois além de auxiliar na identificação das vacas em estro, está provado
que estimula as fêmeas a permanecerem mais tempo em estro e sincroniza a ovulação
com o estro.
Quando se utilizam rufiões é importante lembrar que estes animais não fazem o serviço
sozinho, sendo necessário também a observação visual. Normalmente estes animais são
utilizados numa proporção de 1:40 a 1:50 em relação às fêmeas.

Vantagens da presença dos rufiões junto às fêmeas:


-Acelera a puberdade das novilhas

-Diminui o anestro pós-parto em vacas

-Aumenta o tempo de manifestação de cio

-Induz a sinais de cio mais evidentes

-Sincroniza melhor a ovulação com o cio

Machos Tratados cirurgicamente: Existem várias técnicas, como o desvio de pênis


através de transplante de óstio prepucial, neo-óstio prepucial, a aderência de pênis e
métodos que provocam um tipo de Fimose. Pode-se fazer a deferentectomia associada a
qualquer destas técnicas para aumentar a segurança, mas nunca esta somente, pois a
introdução do pênis na vagina da fêmea é indesejável, pela possibilidade de
disseminação de doenças.

O diagnostico de gestação é de grande importância para a melhoria da eficiência


reprodutiva do rebanho, devido à identificação precoce das matrizes que não estão
prenhes no rebanho. O método que se utiliza nesse caso é o de apalpação retal,
normalmente realizado a partir dos 45 a 60 dias ou na desmama (facilitando o manejo).
As fêmeas que forem detectadas “vazias” devem ser descartadas antes do inverno, pois
ainda não perderam peso, aumentando a quantidade de forragem paras as fêmeas que
restarem. Mas esse plano de descarte deve ser analisado com muito cuidado, pois o
baixo índice de prenhez pode estar relacionando com restrição de alimentação, baixo
índice de fertilidade do touro e não somente infertilidade da vaca. O produtor deve levar
em consideração das matrizes a produção de bezerros, aquelas que abandonam o filhote
ou desmamam ele com baixo peso devem ser descartadas por terem baixa habilidade
materna.

A desmama é a separação definitiva do bezerro com sua mãe, assim interrompendo a


amamentação e o estresse da lactação. Quando o rebanho tem exigências nutricionais
bem atendidas a desmama ocorre quando os bezerros atingem 6 a 8 meses de idade. O
desmame tem como objetivo fornece as condições nutricionais necessárias para a vaca
para a recuperação da sua condição corpórea, sem prejudicar o bezerro.
Vacas próximas ao parto devem ficar alojadas em piquetes denominados “maternidade”
onde receberão toda a assistência, tanto fêmea, quanto bezerros. E sempre verificando a
condição nutricional, pois essa é a parte mais importante da gestação, assim tendo um
parto tranquilo e fácil, muito leite para o bezerro e uma recuperação mais rápida para
uma próxima monta.

Seleção
O processo de melhoramento genético deve ser acompanhado de uma rigorosa seleção,
para que se mantenham no rebanho animais que irão contribuir efetivamente para o
aumento da produtividade nas futuras gerações.

É importante abordar isso, pois o criador, muitas vezes, tem “preferências” que
podem prejudicar o trabalho, deixando no rebanho animais que comprometem a
performance econômica.
Seleção é a escolha dos animais que serão pais na geração seguinte e o cruzamento é um
meio importante de se alcançar maior produtividade. O principal efeito da seleção é o
aumento da herança desejável na população, ou seja, escolhendo-se sempre os animais
mais produtivos, o rebanho, como
um todo, será beneficiado com um ganho genético anual.
A melhor maneira de selecionar um reprodutor é por meio dos seus valores
genéticos e, hoje, a diferença esperada na progênie (DEP) é o melhor caminho.
Há DEP para todas as características: produção em várias idades, habilidade
materna, pesos, etc. Contudo, na prática, ainda é difícil fazer o uso desse
índice, pela falta de estrutura e escrituração, na maioria das fazendas do País.
Assim, há muitas maneiras para se escolher um reprodutor, quando os
processos de seleção, propriamente ditos, não podem ser aplicados.
Animais testados ou provados são aqueles que têm a progênie avaliada para a
produção desejada e possuem valor genético ou índice de touro determinado,
com base no valor fenotípico dos indivíduos. Assim, leva-se em consideração
os ancestrais, os parentes colaterais ou testa-se a sua progênie.
A recomendação mais importante é que todo criador, seja qual for o grau de
melhoramento do rebanho, deve perseguir a independência na IA, individualmente, ou
associado a outros fazendeiros maiores e, também, recorrendo aos profissionais que
prestam serviços particulares ou autônomos.

Escolha dos reprodutores

Há algumas orientações práticas e seguras para se evitar maiores surpresas na escolha


de reprodutores. Um reprodutor deve apresentar as seguintes
características, além do da “balança”:
Circunferência escrotal acima de 30 cm, aos 24 meses; temperamento vivo, até
mesmo inquieto, sem ser nervoso, pois isso demonstra seu libido; forma
retangular e profundidade compatível com o tamanho; grande capacidade
respiratória, boa “caixa” e porte condizente com a raça; vigor e bons aprumos; pêlos
macios, assentados e brilhantes; costado amplo, garupa e coxas enxutas
e descarnadas. A pele deve ser solta e elástica; órgãos genitais íntegros, com
os testículos de consistência apropriada (tenso-elástico); peito largo e
profundo; costelas largas, arqueadas e separadas; membros dianteiros
descarnados, fortes e quase retos; quartelas flexíveis e fortes (articulação que
liga o casco à canela); cascos curtos, redondos e sola plana; unhas não muito
abertas e talões altos (parte superior das unhas); bom desenvolvimento
ponderal e precocidade para ganho em peso e boa fertilidade.
Deve-se associar a todas essas características, rigorosos exames clínicos e
laboratoriais do animal e do sêmen. Em síntese, é necessária uma avaliação
andrológica completa do animal.
Escolha de matrizes

No caso da aquisição de animais, deve ser considerado ainda o clima da região e o tipo
de exploração.
Não havendo informações confiáveis da produção, para uma rigorosa seleção,
existem outras maneiras de se reconhecer uma boa vaca para corte:
Deve-se dar prioridade às fêmeas com boa habilidade materna; na aquisição de novilhas
ou bezerras, observar as produções das mães e avós, a origem
(linhagem) e produção do pai por meio dos filhos; deve ser fértil, com aspecto
saudável e temperamento dócil; na forma (morfologia), uma boa vaca de corte
deve ter a forma de um paralelogramo, vista de frente, de cima e dos lados, de
grande porte e saudável; em exames físicos, é importante um úbere com boa
capacidade de produção, com ligamentos dianteiros e traseiros firmes, bem
irrigados, salientando as duas grossas veias mamárias (passam pelas laterais da barriga)
e grande quantidade de veias menores e bem ramificadas; as tetas
devem estar dispostas simetricamente de tamanho que caiba na mão fechada de uma
pessoa adulta; os aprumos devem ser bem sólidos, com os membros
posteriores ligeiramente arqueados; narinas largas e peito denotando grande
capacidade respiratória, alto, largo e pernas dianteiras bem separadas; garupa
larga e comprida, ligeiramente inclinada para trás; pele solta e costelas bem
separadas e arqueadas; coxas torneadas, e o estado sanitário do animal deve
ser de aspecto saudável.

Vacas em lactação:

Período seco: é um período de transição para a lactação seguinte. Durante o período


seco a vaca não produz leite, mas utiliza os nutrientes para o feto e para regenerar as
células produtoras de leite do úbere, preparando-se para a próxima lactação. Conforme
ilustrado na figura acima, durante a lactação, a produção de leite, a ingestão de matéria
seca e o peso corporal seguem um modelo típico de mudança. Com base nessas
mudanças, quatro fases distintas de alimentação podem ser definidas:

1) Balanço energético negativo; pico da produção de leite ( 0 a 70 dias da lactação).


A produção de leite aumenta mais rapidamente do que a ingestão de matéria seca. A
demanda de energia é maior do que a quantidade de energia que a vaca é capaz de
ingerir. A vaca mobiliza reservas corporais e perde peso.
2) Equilíbrio energético; pico de ingestão de matéria seca (70 a 140 dias da lactação). A
produção de leite começa a cair enquanto a ingestão de matéria seca continua a
aumentar. A demanda de energia para a lactação pode ser alcançada pela quantidade de
energia que a vaca é capaz de ingerir. A vaca cessa a mobilização de reservas corporais.
3) Balanço energético positivo; terço médio e final de lactação (140 a 305 dias ou mais
da lactação). Ambas, produção de leite e ingestão de matéria seca diminui
gradativamente. A vaca ingere mais energia do que a necessária para a produção de leite
e, consequentemente, as reservas corporais são repostas. A vaca ganha peso corporal.
4) Período seco (45 a 60 dias antes da próxima lactação).
Balanço energético negativo; pico de produção de leite
Saúde e nutrição durante a fase inicial d lactação são pontos críticos para performance
em toda a lactação. É no início da lactação que se expressa o potencial genético da vaca;
se a nutrição e o ambiente não são adequados, a produção de leite durante toda a
lactação será penalizada. No início da lactação, a vaca está sob muito estresse para
produzir grandes quantidades de leite. Entretanto, nesse estádio da lactação, ela tem um
limite para ingerir a quantidade necessária de alimento. Dessa forma, no início da
lactação, é normal a vaca mobilizar reservas corporais. A habilidade em mobilizar suas
reservas corporais contribui para a manifestação de seu potencial genético de produção
de leite. Vacas com alto potencial genético para produção de leite mobilizam grandes
quantidades de tecidos corporais até 3 meses da lactação. Vacas de baixo potencial
genético para produção de leite mobilizam menos reservas corporais e permanecem em
balanço energético negativo por curto período de tempo (menos de 2 meses).
Vários tecidos do corpo são mobilizados para suprir os nutrientes que não estão em
quantidades adequadas na dieta para sustentar a produção de leite. A energia pode ser
obtida a partir do tecido adiposo (gordura), quantidade limitada de proteína a partir dos
músculos e os minerais (cálcio e fósforo) a partir dos ossos. Como resultado, as vacas
podem perder até 70 kg de peso corporal por dia. A maioria dessas perdas de peso vem
da mobilização do tecido adiposo. Quando os nutrientes fornecidos pela dieta não são
suficientes para atender seu potencial genético de produção, a vaca de alta produção
continuará a produzir elevadas quantidades de leite às custas das reservas corporais e de
grandes perdas de peso corporal. A vaca com baixo potencial genético não é capaz de
sustentar alta produção de leite, em conseqüência, o pico da lactação provavelmente
será mais baixo e ocorrerá mais cedo. Forragens e concentrados no início da lactação.
Perda excessiva de peso corporal pode ter efeitos prejudiciais na saúde e no
desempenho reprodutivo da vaca. Dessa forma, os nutrientes da dieta no início da
lactação precisam ser ajustados de maneira a evitar perda excessiva de peso. Durante o
período seco, a ingestão é baixa (10 a 12 kg de matéria seca) e a dieta é composta,
primariamente, de forragem com quantidades limitadas de concentrado. Por isso, no
início da lactação, mais concentrados devem ser adicionados para aumentar a densidade
de energia da dieta. Contudo, tanto a quantidade insuficiente como o excesso podem ter
efeitos prejudiciais. A quantidade insuficiente de concentrados pode levar á:
- Baixa produção de leite (a vaca não atinge o seu potencial genético e o baixo pico de
produção resulta em baixa produção por toda a lactação).
- Perda excessiva de peso corporal e maior o risco de Cetose.
-A excessiva quantidade de concentrados adicionadas rapidamente à dieta no início da
lactação pode levar a: - acidose do rúmen, - elevado risco de deslocamento de abomaso,
- depressão da ingestão, baixa porcentagem de gordura no leite.
A proteína constitui um nutriente crítico no início da lactação. Comparada à energia, a
quantidade de proteína mobilizada por dia é bastante limitada (máximo de 145g),
fazendo da dieta, praticamente, a única fonte de proteína para atingir as necessidades da
vaca. A síntese de proteína bacteriana no rúmen pode, parcialmente, suprir o requisito
diário de proteína da vaca. Dessa forma, no início da lactação, recomenda-se uma
concentração de proteína bruta de 18 a 19% na matéria seca da dieta (nível indicado
pode variar em função dos níveis de produção e de consumo). Não somente grandes
quantidades de proteína bruta são necessárias, mas também é importante a sua natureza.
Os requisitos bacterianos precisam ser atingidos com uma fonte degradável de proteína
ou nitrogênio prontamente disponível (NNP, como por exemplo a uréia). Entretanto,
uma fração da proteína bruta da dieta precisa ser resistente à degradação rumenal. Esta
proteína não degradável é necessária para elevar o suprimento de aminoácidos para a
vaca.

Em resumo, a ingestão de energia e proteína será maximizada no início da lactação


quando:
- A forragem for de melhor qualidade
- Suficiente quantidade de proteína degradável e não degradável estiverem presentes na
dieta (atingir os requisitos protéicos durante este período ajuda a estimular a ingestão de
alimento).
- As vacas tiverem acesso contínuo ao alimento fresco
-Qualquer estresse físico e de ambiente forem minimizados.
A subalimentação, especialmente em energia, na fase inicial da lactação, tem grande
efeito prejudicial por toda a lactação. A grande perda da produção de leite devido à
subalimentação das vacas, nos três primeiros meses de lactação, pode não ser
recuperada, mesmo se a dieta for balanceada nos sete ou oito meses subsequentes da
lactação. A diminuição da produção devido à subalimentação ou ao desbalanceamento
da dieta é proporcional à quantidade de nutrientes (primariamente energia) deficientes
na dieta.
Além disso, a habilidade da vaca em elevar a produção de leite quando se fornece uma
dieta balanceada diminui com o avanço da lactação. Menor resposta à adequada
suplementação está associada à maneira como as vacas utilizam a energia nos diferentes
estádios da lactação. Depois de atender ao requisito de energia para mantença, a
prioridade seguinte é para a produção de leite no início da lactação. À medida que a
lactação avança, a prioridade muda em direção à restauração das reservas corporais
perdidas na lactação. Dessa forma, há um efeito a longo prazo da restrição de energia
imposta no início da lactação. A produção de leite nos terços médio ou final da lactação
será máxima somente para vacas alimentadas corretamente no início da lactação.
O tipo de dieta usado no início da lactação afeta não somente a produção de leite e
perda de peso, mas também a fertilidade. Embora o ciclo estral (funções ovarianas)
possa estar ativo tão cedo quanto 20 a 35 dias após o parto, dificilmente uma nova
gestação será bem sucedida quando ocorrer o balanço energético negativo (início da
lactação).

Manejo alimentar:
Alimentação de vacas em lactação:
Um sistema de alimentação para vacas em lactação, para ser implementado, é necessário
considerar o nível de produção, o estágio da lactação, a idade da vaca, o consumo
esperado de matéria seca, a condição corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a
serem utilizados.
O estágio da lactação afeta a produção e composição do leite, o consumo de alimentos e
mudanças no peso vivo do animal.
Nas duas primeiras lactações da vida de uma vaca leiteira, deve-se fornecer alimentos
em quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função da
produção de leite, pois estes animais ainda continuam em crescimento, com
necessidades nutricionais bastante elevadas. Assim, recomenda-se que aos
requerimentos de mantença sejam adicionados 20% a mais para novilhas de primeira
cria e 10% para vacas de segunda cria.
Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas. Este
procedimento evita a dominância, aumentando o consumo de matéria seca.
As vacas não devem parir nem excessivamente magras nem gordas. Vacas que ganham
muito peso antes do parto apresentam apetite reduzido, menores produções de leite,
distúrbios metabólicos como Cetose, fígado gorduroso e, deslocamento do abomaso,
além de baixa resistência aos agentes de doenças.
Um plano de alimentação para vacas em lactação deve considerar os três estádios da
curva de lactação, pois as exigências nutricionais dos animais são distintas para cada um
deles.
É utilizada uma escala, com escores de 1 a 9
Escore Avaliação
Vacas
ECC = 1. Debilitada. A vaca está extremamente magra, sem nenhuma gordura
detectável sobre os processos vertebrais espinhosos e os processos transversos, e sobre
os ossos da bacia e as costelas. A inserção da cauda e as costelas estão bastante
proeminentes.
ECC = 2. Pobre. A vaca ainda está muito magra, mas a inserção da cauda e as costelas
estão menos projetadas. Os processos espinhosos continuam proeminentes, mas nota-se
alguma cobertura de tecido sobre a coluna vertebral.
ECC = 3. Magra. As costelas ainda estão individualmente perceptíveis, mas não tão
agudas ao toque. Existe gordura palpável sobre a espinha, sobre a inserção da cauda e
alguma cobertura sobre os ossos da bacia.
ECC = 4. Limite. A individualização das costelas é menos óbvia. Os processos
espinhosos podem ser identificados com o toque, mas percebe-se que estão mais
arredondados. Existe um pouco de gordura sobre as costelas, sobre os processos
transversos e sobre os ossos da bacia.
ECC = 5. Moderada. O animal possui boa aparência geral. A gordura sobre as costelas
parece esponjosa à palpação e as áreas nos dois lados da inserção da cauda apresentam
gordura palpável.ECC = 3. Magra. As costelas ainda estão individualmente
perceptíveis, mas não tão agudas ao toque. Existe gordura palpável sobre a espinha,
sobre a inserção da cauda e alguma cobertura sobre os ossos da bacia.
ECC = 6. Moderada boa. É preciso aplicar pressão firme sobre a espinha para sentir os
processos espinhosos. Há bastante gordura palpável sobre as costelas e ao redor da
inserção da cauda.
ECC = 6. Moderada boa. É preciso aplicar pressão firme sobre a espinha para sentir os
processos espinhosos. Há bastante gordura palpável sobre as costelas e ao redor da
inserção da cauda.
ECC = 8. Gorda. A vaca está muito gorda. É quase impossível palpar os processos
espinhosos. O animal possui grandes depósitos de gordura sobre as costelas, na inserção
de cauda e abaixo da vulva. Os "cintos" e as "bolas" de gordura são evidentes.
ECC = 9. Extremamente gorda. A vaca está nitidamente obesa, com a aparência de um
bloco. Os "cintos" e as "bolas" de gordura estão projetados. A estrutura óssea não está
muito aparente e é difícil de senti-la. A mobilidade do animal está comprometida pelo
excesso de gordura.
Alimentação no período seco
É o período compreendido entre a secagem e o próximo parto. Em rebanhos bem
manejados, sua duração é de 60 dias. É fundamental para que haja transferência de
nutrientes para desenvolvimento do feto, que é acentuado nos últimos 60 - 90 dias que
precedem o parto, a glândula mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule
grandes quantidades de anticorpos, proporcionando maior qualidade e produção de
colostro, essencial para a sobrevivência da cria recém-nascida.
O suprimento de proteína, energia, minerais e vitaminas é muito importante, mas deve-
se evitar que a vaca ganhe muito peso nesta fase, para reduzir a incidência de problemas
no parto e durante a fase inicial da lactação. Isso se deve, principalmente, à redução na
ingestão de alimentos pós-parto, o que normalmente se observa com vacas que parem
gordas.
Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas
quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem
à dieta que receberão após o parto. As quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a
1% do peso vivo do animal, dependendo da sua condição corporal.
O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar
problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral (com nível baixo de
cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto.

Alimentação no terço inicial da lactação


As vacas, nas primeiras semanas após o parto, não conseguem consumir alimentos em
quantidades suficientes para sustentar a produção crescente de leite neste período, até
atingir o pico, o que ocorre em torno de cinco a sete semanas após o parto. O pico de
consumo de alimentos só será atingido posteriormente, em torno de nove a dez semanas
pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma dieta que possa permitir a maior
ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e tenham sua vida
reprodutiva comprometida.
Devem ser manejadas em pastagens de excelente qualidade e em quantidade suficiente
para permitir alta ingestão de matéria seca. Para isto, o manejo dos pastos em rotação é
prática recomendada e para o estabelecimento de um sistema pastejo rotativo, Pastejo
rotativo em capim-elefante.
Deve-se fornecer volumoso de boa qualidade com suplementação, com concentrados e
mistura mineral adequada. Vacas de alto potencial de produção devem apresentar um
consumo de matéria seca equivalente a pelo menos 4% do seu peso vivo, no pico de
consumo.
Para vacas mantidas a pasto, durante o período de menor crescimento do pasto, há
necessidade de suplementação com volumosos: capim-elefante verde picado, cana-de-
açúcar adicionada de 1% de uréia, silagem, feno ou forrageiras de inverno. Para vacas
de alta produção leiteira ou animais confinados, forneça silagem de milho. Uma regra
prática para determinar a quantidade de volumoso a ser fornecida é monitorar a sobra ou
o excesso que fica no cocho. Caso não haja sobras ou se sobrar menos do que 10% da
quantidade total fornecida no dia anterior, aumente a quantidade de volumoso a ser
fornecida. Caso haja muita sobra, reduza a quantidade.
Fornecimento de concentrado
O concentrado para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB)
e acima de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT). Pode-se utilizar uma mistura
simples à base de milho moído e farelo de soja ou de algodão, calcário e sal mineral ou,
dependendo da disponibilidade, soja em grão moída ou caroço de algodão.
Dieta completa
Dieta completa é uma mistura de volumosos (silagem, feno, capim verde picado) com
concentrados (energéticos e protéicos), minerais e vitaminas. A mistura dos ingredientes
é feita em vagão misturador próprio, contendo balança eletrônica para pesar os
ingredientes. Muito usada em confinamento total, tem a vantagem de evitar que as vacas
possam consumir uma quantidade muito grande de concentrado de uma única vez, o que
pode causar problemas de acidose nos animais. Além disso, recomenda-se a inclusão de
0,8 a 1% de bicarbonato de sódio e 0,5% de óxido de magnésio na dieta total, para
evitar problemas com acidose.
O melhor teor de matéria seca da ração total está entre 50 e 75%. Rações mais secas ou
mais úmidas podem limitar o consumo. Por isso, o teor de umidade da silagem deve ser
monitorado semanalmente, se possível.
Normalmente, as vacas se alimentam após as ordenhas. Mantendo a dieta completa à
disposição dos animais nesses períodos, pode-se conseguir aumento do consumo
voluntário.
Para reduzir mão-de-obra na mistura de diferentes formulações para os grupos de vacas
com diferentes produções médias, a tendência atual é de se formular uma dieta completa
com alto teor energético e com nível de proteína não-degradável que atenda o grupo de
maior produção de leite. Os demais grupos, vacas no terço médio e vacas em final de
lactação, naturalmente já controlariam o consumo, ingerindo menos matéria seca.
Para assegurar consumo máximo de forragem, principalmente na época mais quente do
ano, deve-se garantir disponibilidade de alimentos ao longo do dia. Deve-se encher o
cocho no final da tarde, para que os animais possam ter alimento fresco disponível
durante a noite. Dessa forma as vacas podem consumir o alimento num horário de
temperatura mais amena.
A relação concentrado/volumoso é maior para vacas de maior produção de leite.
Fornecimento de mistura mineral
Para animais mantidos a pasto, o método mais prático de suplementar minerais é
deixando a mistura (comprada ou preparada na própria fazenda) disponível em cocho
coberto.
Para vacas em lactação e animais que são mantidos em confinamento, é mais seguro e
garantido incluir a mistura mineral no concentrado ou na dieta completa.
Fornecimento de água limpa e de boa qualidade
Vacas em lactação requerem uma quantidade muito grande de água, uma vez que o leite
é composto de 87 a 88% de água. Ela deve estar à disposição dos animais, à vontade e
próxima dos cochos. Normalmente as vacas consomem 8,5 litros de água para cada litro
de leite produzido. Quando a temperatura ambiente se eleva, nos meses de verão, o
consumo de água aumenta substancialmente.
Alimentação no terço médio da lactação
Neste período, as vacas já recuperaram parte das reservas corporais gastas no início da
lactação e já deveriam estar enxertadas. A produção de leite começa a cair e as vacas
devem continuar a ganhar peso, preparando sua condição corporal para o próximo parto.
Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas
quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem à
dieta que receberão após o parto. As quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a 1%
do peso vivo do animal, dependendo da sua condição corporal.
O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar
problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral (com nível baixo de
cálcio) deve estar disponível, à vontade, em cocho coberto.
Maternidade:
Manejo na fase de cria: Durante a fase de cria é que ocorrem as maiores perdas na
Bovinocultura de Corte. Tais perdas podem chegar a 15% e, com isso, deve ser feito o
possível para evitá- las. Convém salientar que o dever do produtor ou técnico não se
restringe apenas a evitar mortalidade, mas também garantir a produção de um bezerro
saudável e pesado a desmama. Desse modo, os cuidados necessários se iniciam de 15 a
30 dias pré-parto quando, na maioria das propriedades, levam-se as vacas para o piquete
maternidade. A maternidade corresponde então ao período em que as vacas são
conduzidas a tal piquete até os 45 dias de vida dos bezerros. Um manejo que pode ser
adotado, quando não se têm limites de área para maternidade na propriedade, é
combinar o período de vacinação da vacada contra paratifo ou pneumoenterite
(pasteurelose) com a condução das vacas ao piquete de maternidade. Assim, com uma
única movimentação das matrizes atendem-se aos dois propósitos. Geralmente a
vacinação acontece 30 dias antes do parto, por essa questão, há necessidade de mais
área para piquete(s) de maternidade. Dois pontos importantes devem ser observados no
momento da vacinação, o primeiro diz respeito ao cuidado meticuloso que se deve ter
com as matrizes com objetivo de evitar abortos. Nesse sentido, a mão-de-obra deve ser
treinada e conscientizada a trabalhar com os animais com o mínimo de estresse possível.
Deve ficar no passado o manejo no qual os animais são agredidos para que obedeçam
aos comandos dos vaqueiros. O segundo ponto a ser observado é a importância da
escrituração zootécnica, de modo que se tenha em mãos a tabela de datas prováveis de
partos da vacada, para, então, fazer a vacinação e condução ao piquete de maternidade
na data correta, organizando, dessa maneira, os lotes de vacas em função da data
provável de parto e também da ordem de parto. Nessa etapa é muito importante que se
estruture adequadamente a mão-de-obra, o manejo e a assistência técnica de maneira
persistente, metódica e contínua, uma vez que nessa fase a matriz, principalmente a
primípara, está em um momento de intensas mudanças metabólicas devido à
proximidade do parto. A cria, na fase de maternidade, está altamente sensível ao
estresse ambiental, já que seu sistema digestório, bem como o imunológico, não estão
completamente estabelecidos. Outro aspecto importante é o ambiente para maternidade,
ou seja, o local deve ser arejado, bem drenado, sombreado, pasto baixo facilitando a
visualização do bezerro, sem grotas (ou com cercas em volta), sem acesso a rios ou
represas, dentre outros. Quanto aos pastos, recomendam-se forrageiras de hábito de
crescimento prostrado, com boa densidade e massa de forragem e, também, resistência
a altas taxas de lotação temporárias. Os cuidados com os bezerros começam antes do
partoOs cuidados com os bezerros devem começar na fase de gestação da vaca. Nos três
últimos meses de gestação, quando as exigências do feto são maiores e a vaca já não
consegue ingerir grandes quantidades de volumoso, torna-se indispensável fornecer ao
animal alimento de melhor qualidade.Deve mantê-los em piquetes pouco acidentados,
com forragem de boa qualidade e próximos ao estábulo. O que não pode ser esquecido é
que, apesar da vaca não estar produzindo leite, ela está produzindo um bezerro e se
preparando para a próxima lactação.É essa a hora de dar oportunidade para a vaca se
recuperar da última lactação, atender a demanda do feto e se preparar para a próxima
lactação. Isso não quer dizer que a vaca deva parir gorda, pois seria tão prejudicial como
parir magra. Nesse período a vaca deve ganhar de 600 a 800 gramas de peso vivo, por
dia.
Cura do Umbigo
De modo a se obter sucesso no bom desenvolvimento sanitário do bezerro, deve-se
proceder a “cura do umbigo”, de modo a evitar a contaminação com agentes
patogênicos externos. O umbigo é, durante a gestação, a porta de entrada de nutrientes
enviados pela mãe para a cria e, também, via de efluxo de metabólitos e CO2. Assim,
miíases (bicheiras) podem se instalar e a proliferação bacteriana pode atingir uma série
de órgãos do recém-nascido, havendo risco de morte.

Manejo alimentar de bezerros:


Fisiologicamente, no início da vida, o bezerro tem seu sistema digestivo funcionando
como nos animais monogástricos, devido os pré-estômagos encontrarem-se pouco
desenvolvidos e afuncionais. O processo de transformação do tubo digestivo do bezerro
à plena condição poligástrica demora alguns meses, sendo que a efetiva duração desse
período é altamente dependente do tipo de alimentação fornecida ao bezerro.
Ingestão de colostro
Durante a gestação o bezerro não recebe anticorpos por via transplacentária e, na fase
pós-natal, leva algum tempo para produzir um sistema de defesa imunológico próprio.
Sendo assim, nesse intervalo a cria fica sujeita a patógenos ambientais que propiciam
doenças infecto- contagiosas consideráveis para a mortalidade até a desmama.
A primeira ingestão do colostro deve ser o mais rápida possível (2 a 3 horas após o
nascimento) e abundante (pelo menos 1 litro durante estas 2 a 3 primeiras horas). Como,
normalmente, o número de matrizes na propriedade de corte é alto, é preciso assegurar
que o materneiro (funcionário responsável pelo gado na maternidade) dedica seu tempo
a observar bezerros com sinais de que não consumem colostro rapidamente, como os
que demoram em se levantar ou bezerros com fraqueza ou debilidade. Nessa situação é
necessário que o materneiro intervenha, sendo o procedimento mais comum conduzir a
vaca ao curral, colocá-la no tronco de contenção e colocar o bezerro para mamar. Esse
tipo do manejo exige grande perícia, pois se for mal executado pode levar a vaca a
rejeitar seu bezerro. Se ocorrer rejeição, é necessária a administração de colostro via
mamadeira, oriundo de um banco de colostro previamente armazenado. É importante
que o colostro originário do banco seja formado por um pool de colostros de várias
vacas, tendo no máximo um ano de coletado, preferencialmente, de vacas mestiças
destinadas à produção de leite, com vistas a elevar a variabilidade de imunoglobulinas,
o que proporciona maiores oportunidades de defesa para o bezerro. Daí a grande
importância de vacas de leite na propriedade. Essa situação de problemas no consumo
inicial do colostro pode ser advinda de partos distócicos (que esgotam o bezerro e
estressam a vaca), baixa condição corporal da vaca ao parto, predadores (cachorros,
aves de rapina etc.), vacas com baixa habilidade materna, entre outros. No caso do
problema advir da matriz, essa deve ser descartada do rebanho e o bezerro introduzido a
uma vaca de leite. O escore da condição corporal ferramenta importante para a
reprodução. De maneira a reforçar a necessidade das vacas parirem em bom estado
corporal, demonstrou o efeito desse fator sobre o tempo exigido pelo bezerro para se
levantar após o nascimento e sobre a concentração de imunoglobulinas plasmáticas,
resultante do consumo de colostro. Quando as matrizes parem em condições corporais
boas (6), suas crias se põem de pé mais rapidamente e absorvem mais imunoglobulinas
pelo fato de consumirem colostro mais cedo.
O colostro fresco deverá ser fornecido de forma integral, isto é, sem ser diluído. Sempre
que possível deve-se manter uma reserva de colostro congelado em freezer, em vasilhas
de dois litros, de forma a evitar a falta do mesmo, principalmente em partos de novilhas
de primeira cria. Neste caso, deve-se descongelá-lo naturalmente e aquecer em banho-
maria até 37ºC antes do fornecimento. Essa temperatura não deve ser ultrapassada, uma
vez que o calor excessivo poderá destruir suas propriedades imunológicas.
Dieta líquida:
Nas primeiras semanas de vida do bezerro, seu principal alimento é o leite integral ou
sucedâneo. Para estabelecer a quantidade de leite a ser empregada durante o
aleitamento, têm sido levados em conta as exigências nutricionais dos animais, o custo
dos alimentos, a facilidade de manejo e o ganho de peso esperado. Sabe-se, porém que,
quantidades excessivas de leite estão correlacionadas com distúrbios digestivos.
Dieta sólida:
Fornecimento de concentrado:
Tanto o consumo, como a qualidade do concentrado, assume grande importância na
antecipação do desaleitamento de bezerros, uma vez que a substituição do leite deve ser
feita por alimento sólido de elevada digestibilidade, com adequado nível protéico e
energético sendo palatável o suficiente para permitir ingestão apropriada, suprindo
assim as exigências dos animais.
Tendo em vista que a desmama depende da existência de pré-estômagos funcionais, é
importante restringir o uso de leite fluido na dieta, bem como fornecer, desde cedo
volumosos e concentrados sólidos, os quais aumentarão a produção de ácidos graxos
voláteis que, por sua vez, estimularão o desenvolvimento papilar do epitélio ruminal.
Por outro lado, o consumo de concentrado depende da quantidade da dieta líquida
ingerida.
Características do concentrado inicial:
- Textura grosseira - ingredientes finamente moídos reduzem o consumo podendo
formar também um bolo na boca e nos lábios do bezerro provocando recusas e
conseqüentemente perda do alimento
- Sabor adocicado - que pode ser conseguido com a adição de 7 a 10% de melaço;
-Variedade de ingredientes - melhora a aceitabilidade por parte do animal;
- Nível baixo de fibra (6 a 7%) e alto em energia - o concentrado deverá suprir as
necessidades energéticas do bezerro quando este for desaleitado.
- Níveis adequados de proteína (16 a 18%), minerais e vitaminas.
Este concentrado poderá ser fornecido até os 60/70 dias e deve ter, na sua composição,
alimentos de excelente qualidade como milhos, farelo de soja, farelo de algodão e
misturas minerais e vitamínicas. Concentrados contendo grãos que sofreram tratamento
térmico, com ou sem aplicação de vapor, e na forma de peletes, podem aumentar a
digestibilidade e estimular o consumo precoce. A utilização de uréia somente é
recomendada após os três meses de idade, pois o rúmen estará desenvolvido o suficiente
para utilizar o nitrogênio não protéico da dieta.
Após a desmama, a ingestão de concentrado aumentará rapidamente, devendo-se limitar
a quantidade fornecida para estimular o consumo de volumoso. A quantidade de
concentrado fornecida dependerá da qualidade dos alimentos volumosos disponíveis e
dos objetivos da exploração, principalmente da idade desejada para a primeira parição.
Normalmente, limita-se a 1 ou 2 kg de concentrado com 12 a 16% de proteína bruta, por
animal por dia, até os seis meses de idade.
Ressalta-se ainda a necessidade de se renovar, com freqüência, o concentrado colocado
no cocho, principalmente nas primeiras semanas de vida do bezerro.
Deve-se começar o fornecimento a partir de pequenas quantidades e aumentar
gradativamente de acordo com o consumo observado. Alimentos molhados e mofados
são menos consumidos e podem provocar distúrbios digestivos.- Para que o
desaleitamento ocorra precocemente é necessário que os animais comecem a ingerir
concentrado o mais cedo possível. Medidas para estimular o consumo do concentrado:
-fornecimento de leite uma vez ao dia;
-fornecimento de quantidade restrita de leite;
-colocação do concentrado à disposição do bezerro a partir do terceiro dia de vida, ser
oferecida à vontade até 3 meses de idade, assegurando crescimento rápido.
-ÁGUA
Água fresca e limpa deve ser colocada a disposição dos bezerros logo após o
nascimento.
-MINERAIS
Os animais desde o nascimento necessitam de minerais, portanto devem receber
suplementação via cocho ou junto à ração estes elementos, pois o leite não supre todas
as exigências de minerais e vitaminas do animal. Altura do cocho para minerais de
50cm em relação ao solo.
Manejo alimentar durante o aleitamento:
Uso de cochos privativos (creepfeeding) Creepfeeding pode ser definido como a prática
de administrar alimento suplementar (concentrado energético ou grãos) a bezerros antes
do desmame. O suplemento deve ser fornecido de maneira que os animais adultos não o
consumam. Com a utilização do creepfeeding é possível aumentar os ganhos de peso
pré- desmame e peso ao desmame, além da redução da mortalidade de bezerros nessa
fase. O maior peso se dá porque nesse período ocorre o máximo crescimento muscular e
uma continuação no crescimento ósseo. No creepfeeding, a alimentação deve ser
realizada utilizando-se conceito sobre efeitos associativos entre os alimentos
concentrados. Considerando que, durante a alimentação, os bezerros ainda não estão
com seu rúmen plenamente desenvolvido, os grãos de cereais, principalmente o milho,
devem ser pouco processados, sofrendo uma moagem grosseira, evitando a acidose. O
preço de venda dos bezerros e o custo do suplemento devem ser considerados quando o
produtor decide adotar essa tecnologia.Efeitos sobre o crescimento do bezerro O ganho
de peso, ganho no creepfeeding, é variável. Os fatores que afetam as respostas são: a
quantidade e a qualidade do pasto; a produção de leite das mães; o potencial de
crescimento dos bezerros; raça, o sexo, a idade dos bezerros no desmame; o tempo de
administração e o tipo de suplemento. Bezerros no creepfeeding, mamando leite de boa
qualidade e em abundância, em pastos de boa disponibilidade e qualidade, expressarão
seu potencial genético para ganho de peso, porém, se o pasto e/ou o leite forem pobres
em quantidade, os ganhos até desmame apresentarão maior resposta relativa, na medida
em que o alimento concentrado terá maior importância no fornecimento de nutrientes.
Nessas condições, os animais que recebem melhor plano nutricional conseguem maiores
pesos à desmama. Quando os bezerros se aproximam do desmame, suas exigências
nutricionais aumentam. O aumento é maior em bezerros com bom potencial de
crescimento (ex.: machos, cruzados etc.). Se as exigências nutricionais dos bezerros são
maiores que os nutrientes supridos pelo leite e/ou pasto, obviamente, o crescimento será
restringido. A produção de leite da vaca decresce no final da estação chuvosa, assim
como a disponibilidade e qualidade do pasto. Então, a diferença entre as exigências
nutricionais do bezerro e a quantidade de nutrientes supridos pelo pasto e leite tendem a
aumentar. Creepfeeding e pré-condicionamento O sistema de suplementação do bezerro
pode ser vantajoso em programas de pré- condicionamento a confinamento, na produção
de animais puros de origem etc. Se os bezerros têm acesso a suplementos antes da
desmama, eles se acostumarão a consumir mais grãos e também serão menos
dependentes do leite da vaca. Bezerros que estão no sistema sofrem menos estresse na
desmama, se adaptam mais facilmente a programas de confinamento e recuperam peso
mais rapidamente após estresse. Também se apresentam menos susceptíveis a
problemas de saúde.
Desempenho pós-desmame Algumas das desvantagens do creepfeeding se evidenciarão
após o desmame caso os bezerros tenham recebido suplementação com excesso de
energia e/ou apresentem consumo excessivo (> 1,5 kg/animal/dia) do suplemento
naquele período, já que, com isso podem depositar mais tecido adiposo em detrimento
do tecido muscular. O ganho extra no final do creepfeeding pode resultar em ganhos
mais lentos e onerosos durante o período subseqüente. A baixa eficiência de bezerros de
creepfeeding em confinamento depende se o suplemento promoveu crescimento
muscular e esquelético ao invés de gordura. Se os bezerros depositaram muita gordura,
o desempenho no confinamento será menor. Nessas condições aconselha-se realizar o
correto balanceamento do concentrado (quando em excesso de energia) ou a adição de 7
a 10% de sal branco, como limitador de consumo, dependendo da condição. Novilhas de
reposição que chegam ao desmame muito gordas podem apresentar desempenho ruim
quando vacas. A gordura substituirá tecido glandular no úbere prejudicando a produção
leiteira, afetando sua prole. As novilhas devem ser alimentadas para atingir maturidade
sexual entre 12 e 15 meses e, em creepfeeding, elas devem ser alimentadas apenas para
promover crescimento esquelético, o que não afetaria seu desenvolvimento reprodutivo.
Para esta categoria a suplementação só se torna necessária na medida em que o pasto
está ou é pobre quando há restrição qualitativa ou quantitativa de leite. Em termos de
seleção de vacas superiores para rebanhos de elite ou comerciais, o creepfeeding
dificulta a determinação da habilidade materna. Essa técnica tende a mascarar o
potencial de produção de leite da mãe e, conseqüentemente, seu valor genético no
rebanho. Um aspecto positivo em bezerros puros é que permite que os mesmos
expressem seu potencial para crescimento.
Ração oferecida (Rações Creep) Grãos são excelente fonte de energia para rações creep.
A cevada também é muito utilizada, porém sua alta concentração energética pode
induzir os bezerros a consumirem muita ração, podendo ocorrer distúrbios digestivos.
Farelo de trigo, soja e milho podem ser amplamente usados na ração creep. Alimentos
mais volumosos como polpa cítrica e feno de alfafa moído ou peletizado podem reduzir
riscos de problemas digestivos, entretanto, o custo do último pode inviabilizar o
processo. Contudo, no contexto brasileiro, o milho predomina como fonte energética.
Para melhorar a palatabilidade dos suplementos podem-se usar combinações de grãos,
melaço, sal etc. Recomenda-se fornecer diariamente de 0,5 a 1,0% do peso vivo do
bezerro em concentrado. A média do consumo durante o período de fornecimento será
de 0,6 a 1,2 kg de concentrado/animal/dia. A sugestão dos teores de nutrientes é de 75 a
80% de NDT e de 18 a 20% de proteína bruta. Como exemplo, a composição pode
conter aproximadamente 78% de milho, 20% de farelo de soja, 2% de calcário calcítico
e 1% de mistura mineral. É importante lembrar que a recomendação da composição e
dos teores de nutrientes do concentrado para diferentes propriedades pode variar em
função da taxa de ganho, da quantidade de leite produzida pelas mães e, principalmente,
da quantidade de forragem disponível e da qualidade da forragem, lembrando que os
bezerros possuem hábito de pastejo seletivo e que, portanto, na amostragem deve-se
procurar colher amostras representativas da forragem que está sendo pastejada.
Respostas ao creepfeeding: animais que recebem alimentação suplementar antes da
desmama, geralmente, têm potencial de consumir 10% a mais de MS no confinamento.
A suplementação de novilhas pós- desmama pode permitir uma antecipação na seleção
de novilhas para reposição no plantel, principalmente aquelas que foram alimentadas no
aleitamento. Os autores sugerem que bezerras submetidas a creepfeeding chegam mais
pesadas aos 210 dias (desmama) em relação às criadas exclusivamente ao pasto. O peso
aos 550 dias se apresentou igual estatisticamente quando os animais receberam a
suplementação pré e pós- desmame, e que a utilização desses dois sistemas apresentou o
resultado mais satisfatório. O acesso à forragem, além do concentrado e do leite, são
componentes importantes neste sistema.
A quantidade de leite deve ser dividida em duas refeições, por volta das 8:00 e das
14:00 hs.
No décimo dia de vida, passa-se a fornecer 4 litros de leite / dia, divididos em duas
refeições. A água deve estar a disposição dos animais desde os primeiros dias de vida.
Deve-se ficar atento para que a mesma se apresente sempre fresca e adequada para
consumo. O mesmo balde deverá ser usado para o fornecimento de leite e água e, é
fundamental que o mesmo permaneça em perfeitas condições de higiene.
Embora a ingestão de feno seja mínima nas primeiras semanas, deve-se colocar
pequenas quantidades diárias feno, de boa qualidade, à disposição dos animais.
A partir do sétimo dia de vida do animal, deve-se colocar uma pequena quantidade de
ração concentrada, removendo as sobras diariamente. Essa quantidade vai depender do
consumo individual de cada animal e servirá de parâmetro para a desmama. Deve-se
evitar concentrados farelados.
1 kg de ração/dia – cria

X - 667

X= 667 kg de ração por cria/dia = 20010 kg de ração por mês

Instalações para suplementação de bezerros (creep-feeding):

Para facilitar o acesso dos bezerros e atender adequadamente o sistema de alimentação,


devem-se observar os seguintes pontos:
- A área de suplementação deve estar localizada junto das áreas de descanso das vacas,
dos bebedouros ou nas proximidades do cocho de sal.
- Possuir área de 1,5 m²/cria, deixando espaço de dois metros entre o cocho e a cerca,
para circulação. O tamanho de cada área de suplementação dependerá do número de
animais a serem suplementados.

1,5 m² - cria

X - 667

X= 1001 m²

- O cercado pode ser construído de estrutura metálica e móvel ou com postes de


madeira, com espaço entre eles de dois metros e com seis a oito fios de arame liso
esticados com catracas.
- O acesso de entrada, exclusivo aos bezerros, deve ter abertura de 0,40 x 1,20 m.
- Disponibilizar cerca de dez centímetros lineares de cocho por animal, sendo um de
cada lado, por animal.
Tipos de aleitamento:

Aleitamento natural: o bezerro mama diretamente na vaca

Desmame tradicional: onde com 7 meses o animal é retirado da mãe e depois são
deparados (205 dias). Devido à intensidade e à freqüência das mamadas, um certo grau
de anestro é observado em praticamente todas as fêmeas que amamentam suas crias,
podendo se agravar em situações de desnutrição. Baseado nisto, essa prática preconiza a
diminuição da amamentação, com considerável aumento sobre a taxa de prenhez, à
semelhança do que ocorre com o gado leiteiro. Além de poupar a mãe de freqüentes
mamadas, esse processo vai acostumando o bezerro para a desmama definitiva.

A amamentação controlada consiste em permitir a permanência do bezerro com a mãe


durante dois curtos períodos do dia, entre 6 e 8 horas e das 16 às 18 horas, a partir do
30º dia de vida O bezerro sai da fase de recria em torno de 7 meses com um peso de
200kg.

Instalações
Tradicionalmente, considera-se que as instalações destinadas a abrigar bezerros devem
reduzir os efeitos deletérios dos fatores ambientais, tais como vento, altas e baixas
temperaturas e umidade do ar.
Também é fundamental a manutenção de boas condições de higiene e sanidade, pois,
caso contrário, a incidência de doenças e a taxa de mortalidade aumentarão
drasticamente, comprometendo a eficiência da criação.
Instalações úmidas, pouco ventiladas e com elevada umidade relativa do ar acarretam
prejuízos muito maiores do que a ausência de instalações em criações onde os animais
permanecem desabrigados, ao relento.
Destaca-se, também, a necessidade de evitar a excessiva população de bezerros na
mesma dependência, notadamente quando o ambiente é mal ventilado. O que se
recomenda é o alojamento individual dos bezerros nos primeiros 60 dias de vida, tendo
em vista restringir o instinto de mamar uns nos outros e assegurar melhor controle do
consumo individual da ração.
Coletivas ou individuais, encontram-se baias de diversas formas, construídas com
diversos materiais, dotadas de diferentes tipos de pisos e camas e com variados
dispositivos de alimentação.
As instalações mais comuns em nosso meio são as tradicionais, de alvenaria ou madeira,
onde os animais são alojados em boxes individuais fixos com área de 1,50 a 1,80 m²,
instalados no interior de galpões. Nesses boxes individuais é comum o uso de piso
ripado suspenso, que facilita a limpeza e reduz a exposição do bezerro à umidade.
É comum ainda, como abrigo para bezerros, a adaptação de galpões inativos existentes
na fazenda, nos quais os animais nem sempre encontram condições apropriadas de
temperatura, umidade e ventilação, daí podendo advir significativa incidência de
doenças. A associação de alta umidade relativa ao ar e baixa temperatura ambiente é a
maior responsável pela ocorrência de pneumonia em bezerros até 60 dias de idade.
O uso contínuo de uma mesma instalação pode elevar a taxa de mortalidade por
aumento da incidência de diarréias e outras doenças. A exalação de amônia, por
deficiência na higienização e ventilação dos bezerreiros convencionais, é também outro
fator que contribui para o aparecimento de problemas respiratórios.
Muitos pecuaristas têm abandonado as instalações convencionais para a estabulação de
bezerros em razão da contínua incidência de problemas sanitários. A principal opção
adotada foi o uso de abrigos individuais móveis (cabanas), normalmente de menor custo
que os bezerreiros convencionais, e que se mostram associados com maior consumo de
concentrados e melhor desempenho dos bezerros.
Além de permitir o controle do instinto de mamar uns nos outros, o emprego dos
sistemas móveis apresenta as seguintes vantagens: redução da incidência de doenças
infecciosas, devido à facilidade de translocação; facilidade de inspeção e tratamento, em
caso de doenças e, principalmente, bom controle da alimentação, baixos custos e
facilidade de construção.
Os animais devem ficar alojados em local que tenha proteção dos raios solares nas horas
mais quentes do dia, bem como protegidos de corrente de vento.

Manejo sanitário Cria:


- BRUCELOSE: A vacinação deve ser feita em apenas fêmeas (bezerras e novilhas) de
4 a 8 meses de idade. Não vacinar, em qualquer hipótese animais que passaram por esta
idade. Se o criador possuir animais adultos ou queira comprar animais adultos não
vacinados, faça o teste sorológico para brucelose, onde animais positivos sendo adultos
e os que passaram da época de vacinação devem ser descartados.

- LEPTOSPIROSE: Vacinar os animais de 4 a 6 meses de idade, com reforço quatro


semanas após.

- RAIVA BOVINA: É uma doença causada por um vírus e transmitida por morcegos
hematófagos. A vacinação contra essa doença só é feita em regiões onde existem
colônias permanentes de morcegos sugadores de sangue. A vacinação se torna
obrigatória quando aparecem focos esporádicos da doença em certas regiões. A
aplicação da vacina é anual e feita em todo o rebanho, independentemente de idade.

- CLOSTRIDIOSE: Finalidade: proteger o bovino contra infecção pelos


microorganismos do gênero Clostridium, que são causadores de enfermidades que
podem levar à morte. Dentre as doenças mais comuns causadas por esses
microorganismos, podemos citar: carbúnculo sintomático, gangrena gasosa,
enterotoxemia, morte súbita e tétano. Quais categorias devem ser vacinadas: machos e
fêmeas, a partir dos 3 ou 4 meses de vida. Utilizado em vacas no pré-parto e em
bezerros.

- IBR, BVD, PI3 e BRSV: São viroses comumente associadas com doenças
respiratórias e perdas reprodutivas em bovinos. A prevenção contra essas doenças é
feita com vacinas polivalentes, ou seja, existem vacinas para todas elas em conjunto. A
vacinação é feita aos três meses de idade, com reforço 30 dias após, com revacinação
anual em dose única.
-SALMONELOSE: Essa doença, também chamada de paratifo, é mais comum em
animais jovens. Ela provoca enterite (inflamação intestinal), acompanhada de diarréia,
febre alta, descoordenação nervosa e morte em 24 a 48 horas. Embora os animais
doentes respondam bem ao tratamento com antibióticos, a doença pode ser evitada com
vacinação. A vacina é aplicada na vaca no pré-parto (8omês de gestação) e no bezerro
entre 15 e 30 dias após o nascimento.
- PASTEURELOSE: É uma doença infecciosa aguda, que causa febre, perda do apetite,
diarréia sanguinolenta e prostração. Os animais enfermos respondem bem ao tratamento
com sulfas. Essa doença pode ser evitada por vacinação, que é feita juntamente com a
do paratifo (vacina polivalente). Sua aplicação se faz também no pré-parto e no bezerro
entre 15 e 30 dias de vida.
- CARBUNCULO SINTOMATICO: Como profilaxia (medida preventiva), devem-se
vacinar os bezerros anualmente, a partir da faixa etária de três a seis meses de idade. A
primeira vacina deve ter um reforço após 45 dias.

- FEBRE AFTOSA: Vacinação semestral de todas os animais, machos e fêmeas (desde


bezerros recém-nascidos à animais adultos) onde as datas de vacinação são definidas
pelas secretarias de agricultura de cada estado.

-VERMIFUGAÇÕES:
A utilização de endectocidas e vermífugos são extremamente eficazes na eliminação e
controle das verminoses. Tão importante quanto o produto de boa qualidade é a
estratégia de controle parasitário e deve ser adotado na época do ano mais oportuna (o
inverno) quando as quantidades de vermes nos animais são maiores do que nas
pastagens, sendo mais eficiente o tratamento dos animais neste período, reduzindo a
infestação nos pastos. Os tratamentos concentram-se em períodos pré-determinados
(início, meio e final da seca) que na maioria das regiões brasileiras coincide com os
meses de maio, julho e setembro, lembrando que a vermifugação no final da seca e
início das águas também poderá ocorrer em novembro, conciliando desta maneira, com
a vacinação do rebanho contra a febre aftosa.
-Bezerros recém-nascidos: devem ser tratados logo após o nascimento com Ivermectina
1%.
-Até desmama: Três doses de vermífugo oral com intervalo de 60 dias.
-Vacas prenhes: recomenda-se tratar todas as vacas uma vez ao ano, com produtos a
base de ivermectina de longa ação (Ivermectina L.A®). Por volta de 30 dias antes da
data prevista para o parto, uma das bases indicadas é o sulfóxido de albendazole
injetável (Ricobendazole 10®).
Recria
Composição do rebanho e taxa de lotação:
Recria:
Capim elefante: 40 toneladas de matéria seca/há/ano = 40000 kg/MS/ano. Como ocorre
50% de perdas devido á pisoteio, fezes e urina o valor reduz para 20000kg/MS/ano =
1667kg/MS/mês.
380 kg – 3% = 11.5 MS/dia = 345 kg/MS/Mês
Taxa de lotação = 1667/345 = 4,8 = 5 animais/ha
1 lote de 100 animais = 5 animais – há
100 animais - x X= 20 ha por lote (100 animais)
Número de piquetes: período de descanso/ período de ocupação +1 = 30/7 = 4 +1 = 5
piquetes por lote.
100 animais – 1 lote
1356 animais – x X= 13,5= 14 lotes. Cada lote será
dividido em 5 piquetes.
1 lote – 5 piquetes
14 lotes – x X=70 piquetes.
1 lote – 20 ha
14 lotes – x X= 280 ha
Na época das secas será feita a utilização de concentrados:
0,4% PV – 380 = 2kg de concentrado/animal/dia = 60 kg de concentrado/animal/Mês
60 kg concentrado – 1 animal
X - 1356
81360 kg concentrado/mês
Quanto a recria, trata-se de uma fase do desenvolvimento do bovino em que este
apresenta maior ímpeto de crescimento corporal. Está compreendida entre a desmama e
o início da engorda. Essa fase é caracterizada pela grande formação de massa muscular
e o desenvolvimento da estrutura óssea. Ao final desta fase, o bovino estará com o
esqueleto totalmente formado e seu tamanho corporal estará definido. Para se obter
sucesso nos resultados finais dessa fase, a alimentação é essencialmente importante e
deve ser tratada com muito cuidado para que o animal não ultrapasse as medidas da
formação considerada ideal. Os bovinos na fase de recria apresentam uma maior
necessidade de proteína na dieta, porém suas exigências de energia são mais reduzidas
do que na fase de engorda. Por este motivo, apresentam uma conversão alimentar
melhor, o que resulta em ganho de peso a baixo custo e torna esta fase a mais rentável
do ciclo pecuário (cria-recria-engorda). Os bovinos em recria, possuindo uma
necessidade de proteína mais elevada, uma necessidade de energia mais baixa em
comparação com a fase de engorda e uma alimentação a base de volumoso (pasto)
podem por exemplo, utilizando tão somente um suplemento protéico (sal proteinado),
satisfazer suas exigências protéicas e aumentar o ganho de peso individual, sem
aumentar drasticamente os custos.
Mistura múltipla para primeira seca (recria)
Para o período, que se estenderá até o final da seca (outubro), sugere-se outra mistura
múltipla com a seguinte composição:
.
Ingredientes %
Grão de milho moído 60
Farelo de soja 31
Uréia + Sulfato de amônio 4,0
Mistura mineral 2,7
Calcário calcítico 2,3
Composição: PB = 31% NDT = 76%
Oferecer essa ração diariamente em cochos, iniciando com 0,4% do peso vivo.
Aumentar à medida que a disponibilidade de massa comestível da pastagem for
diminuindo, alcançando uma oferta máxima de 1% do peso vivo em bezerros recém
desmamados, bezerros de 12-28 dias após a chegada consomem 3% do peso vivo. O
custo por kg desse suplemento é de R$ 0,22.
Para evitar competição e uma melhor distribuição do consumo entre animais,
recomenda-se espaço de cocho entre 30 a 40 cm lineares/animal, e/ou a adição de sal
comum (±10% da mistura). Isto é importante para padronizar o ganho de peso do lote
suplementado.
Lembrar que quando sal comum é utilizado em qualquer mistura, não pode faltar água
para os animais, pois esta é veículo para eliminação do excesso de sódio proveniente do
sal. O uso do calcário calcítico é para prevenir possíveis problemas de acidose
( consumo do concentrado).
O uso de suplementos concentrados é uma excelente ferramenta para ganhos em
produtividade na recria de bovinos de corte em pastagem. Alimentos concentrados
como milho moído, farelo de soja, polpa cítrica, farelo de algodão e ureia melhoram o
desempenho dos animais e aumentam a taxa de lotação das pastagens. No verão, quando
o pasto é mais abundante, é recomendada a adoção de uma suplementação com
alimentos energéticos. Já no inverno, em que o clima é mais seco e o pasto mais escasso
e fraco, a suplementação mais utilizada é a de sais proteinados.
Mistura multipla para época de chuva.
...
Ingredientes %
Grão de milho moído 75,7
Farelo de algodão 15,1
Uréia + Sulfato de amônio 3,2
Mistura mineral 3,2
Calcário calcítico 2,8
Composição: PB = 22% NDT = 74%
Essa ração foi balanceada para atender um ganho médio de 700 g/an./dia, se fornecida
na base de 2,0 kg/na./dia (base MS). O custo por quilograma deste suplemento é de R$
0,20.
Para adequa-la à sazonalidade das pastagens e ao mesmo tempo reduzir custos, essa
mistura múltipla deveria ser fornecida apenas quando a digestibilidade e disponibilidade
das pastagens começam a cair e, conseqüentemente, o ganho de peso.
O uso do farelo de algodão (PDR = 49%) no lugar do farelo de soja (PDR = 67%) deve-
se à menor degradabilidade da PB do primeiro. Como o teor de proteína das pastagens
nessa época não é uma prioridade, a quantidade de proteína que passa pelo rúmen para
ser degradada no abomaso é um fator que contribui para melhorar o desempenho
animal.
Após a desmama, machos e fêmeas são recriados separadamente. Os machos recebem,
durante a seca, suplementação alimentar em pastagem. Todos os animais são pesados
aos 12,18 e 24 meses de idade, sendo que os machos são pesados antes de entrarem em
confinamento (21/22 meses).Ao completarem um ano de idade, os animais são
numerados a ferro quente, na perna esquerda, com o número de controle tatuado na
orelha.
Novilhas para reposição:
No geral, a maioria dos produtores retém boa parte das novilhas do próprio rebanho
para repor as vacas descartadas. O manejo destes animais, da desmama ao início da
monta, e do primeiro parto ao período de monta seguinte, é de extrema importância na
produtividade futura do rebanho de cria. Devido ao manejo inadequado ou falta da
atenção necessária, o desenvolvimento desses animais fica prejudicado, resultando em
baixos índices de prenhez e de natalidade, inviabilizando esse tipo de atividade.
Portanto, a seleção e o preparo de novilhas para reposição são alguns dos itens mais
importantes do manejo reprodutivo. Essas devem ser selecionadas e manejadas para que
atinjam a maturidade sexual mais cedo e que tanto a concepção como as parições
ocorram ao início do período de monta e nascimentos, respectivamente.
Para que esses objetivos sejam alcançados é necessário que o produtor observe os
seguintes pontos:
a) propiciar condições nutricionais e sanitárias adequadas para a redução da idade à
puberdade;
b) colocar em monta uma quantidade de novilhas superior à necessária para reposição
das vacas descartadas. Cerca de 25% a mais;
c) iniciar e terminar a estação de monta, pelo menos quatro semanas antes da estação de
monta das vacas. A duração dessa estação não deve ultrapassar 45 dias;
d) selecionar para reposição aquelas que conceberam ao início do período de monta;
e) efetuar o diagnóstico de gestação de 45 a 60 dias após o final da monta, para
descartar as vazias;
f) proporcionar condições nutricionais adequadas para que as novilhas apresentem
condições corporais de moderada a boa ao parto. A restrição alimentar durante o último
trimestre de gestação é prejudicial ao desenvolvimento das novilhas e do feto, reduz o
peso do bezerro ao nascimento e os índices de concepção após o parto. Como nessa fase
as exigências nutricionais destas são muito superiores às das vacas e representam apenas
13% do rebanho de cria, recomenda-se que elas sejam manejadas em separado. Por
outro lado, o excesso de peso pode também contribuir para a redução dos índices de
fertilidade; e
g) após o parto, as novilhas devem ser mantidas em pastos separados das vacas, até a
desmama, para que tenham suas necessidades nutricionais atendidas e possam conceber
na próxima estação de monta. Por estarem ainda em crescimento, aquelas apresentam
exigências nutricionais muito elevadas durante a fase de lactação e superiores às do
terço final de gestação.
Dentre os fatores que contribuem para o baixo desfrute da bovinocultura de corte no
Brasil, destaca-se a idade elevada de acasalamento das novilhas. Essa idade está
associada com a fase de recria, que envolve o desenvolvimento do animal da desmama
ao início do processo produtivo, ou seja, o estágio em que este atinge o peso ideal para
manifestar a puberdade.
Ademais, a fase de recria retém os bovinos, especialmente os zebuínos, por longo
tempo, entre 12 e 36 meses. Face aos grandes investimentos (terra, instalações, animais,
etc.) e aos altos custos de manutenção (alimentação, trabalho, produtos veterinários,
etc.) que acompanham um rebanho de recria, torna-se desejável que os animais entrem
em produção o mais precocemente possível e haja melhora da eficiência reprodutiva
principalmente das fêmeas primíparas. Assim, torna-se necessário encurtar o tempo de
permanência dos animais na fase de recria e para que isso seja possível é necessário o
conhecimento das alternativas que propiciarão melhor aproveitamento dos recursos
produtivos visando a maximizar o retorno econômico.
A idade à puberdade é de extrema importância quando o sistema de produção prevê
acasalamento de novilhas para possibilitar o primeiro parto em idade mais precoce.
A puberdade e, conseqüentemente, a idade ao primeiro parto são reflexo direto da taxa
de crescimento, que é determinado pelo consumo de alimentos. As novilhas que
concebem cedo na estação de monta desmamam bezerros maiores e têm maior
produtividade durante a vida. Novilhas com puberdade inerentemente precoce podem
acasalar a custo menor do que novilhas com idade inerentemente tardia à puberdade.
As novilhas devem manter-se crescendo durante todo o ano para que alta porcentagem
delas apresente ciclo estral e taxa de concepção normal. Períodos de irregularidade na
distribuição de alimentos ocasionam severos efeitos no retardamento da concepção.
Variações no consumo de alimento, com nível restrito durante a seca, exercem
influência negativa sobre a idade à puberdade e a idade à primeira fecundação.
A taxa de fertilidade de novilhas cobertas em seu primeiro cio é menor do que a obtida
no terceiro estro e, conseqüentemente, seria ideal que as novilhas atingissem a
puberdade cerca de dois meses antes da estação de monta. Isto evitaria que novilhas
concebam ao final da estação de monta e, conseqüentemente, tenham ainda menores
possibilidades de conceber durante a estação de monta seguinte como primíparas.
A utilização de pastagens melhoradas, com espécies de maior qualidade e adequada
disponibilidade, é uma garantia para índices reprodutivos altos e consistentes entre os
anos, especialmente para vacas jovens, sendo fundamental em sistemas intensivos de
pecuária.
Embora a fase de recria seja menos complexa do que a fase de cria, ela requer muita
atenção do produtor, pois os requerimentos nutricionais do animal em crescimento estão
constantemente mudando, em função de alterações na composição de seu corpo. À
medida que a idade do animal vai avançando, reduz-se a taxa de formação de ossos e
proteína, com aumento acentuado na deposição de gordura. Do início dessa fase até a
puberdade, o monitoramento do ganho de peso diário é fundamental, não devendo
ultrapassar a média de 900 gramas por dia. Este procedimento evita a má formação da
glândula mamária (acúmulo de gordura e menor quantidade de tecido secretor de leite)
resultando em menor produção de leite para o bezerro e, conseqüentemente, menor
desempenho de sua progênie.
A idade à primeira cobrição determinará a alimentação das novilhas nessa fase. Idades à
primeira cobrição mais precoces (15 - 16 meses) exigirão planos mais elevados de
alimentação do que aqueles para idades mais avançadas para a primeira cobrição (24 -
26 meses).
Embora a idade cronológica da novilha seja importante, geralmente a puberdade ou a
idade ao primeiro cio para a maioria das raças européias ou cruzamentos é reflexo da
idade fisiológica (tamanho ou peso). Desse modo, o plano de alimentação a ser adotado
para as novilhas cruzadas será aquele que, de forma mais econômica, permita que elas
atinjam o peso para cobrição o mais cedo possível. O peso vivo para cobrição das
novilhas varia de acordo com a raça ou o grupo genético e também com o nível de
alimentação que poderá ser fornecido após a cobrição, mas tem sido sugerido de modo
geral o peso de 280 kg para as fêmeas da raça Nelore.
Recria de novilhas em pastagem
Pastos de excelente qualidade e bem manejados podem suprir os nutrientes para o
crescimento das novilhas durante o período das águas, desde que uma mistura mineral
esteja sempre à disposição. A suplementação volumosa na seca pode ser feita com
forragens verdes picadas, cana-de-açúcar adicionada de 1% de uréia, silagens ou fenos.
Para o fornecimento de volumosos em cochos, é necessário minimizar a competição por
alimento entre os animais manejados em grupos e, para isso, é importante propiciar aos
animais área suficiente de cocho, permitindo que todos tenham chance de se alimentar.
O fornecimento de concentrado às novilhas depende da idade, da qualidade do alimento
volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. A suplementação da dieta de
Nelore, com aproximadamente 12 meses de idade, com cana, 0,9% de uréia, 0,1% de
sulfato de amônio e 1,5 kg de concentrado contendo 18% de proteína bruta, mantidas
em pastagem na seca, resultou em média de ganho diário de aproximadamente 0,4 kg
por animal por dia.

Diagnóstico de gestação e descartes:


O diagnóstico de gestação é de grande importância para a melhoria da eficiência
reprodutiva, pois possibilita a identificação precoce das fêmeas que não ficaram prenhes
durante a estação de monta. O método de diagnóstico mais utilizado é o via palpação
retal realizado por um médico-veterinário experiente. Normalmente, esse exame pode
ser efetuado a partir dos 45 a 60 dias após o final da estação de monta; mas, para
facilidade de manejo, ele poderá ser realizado por ocasião da desmama, antes da seca.
Identificadas as fêmeas vazias, elas devem ser descartadas do rebanho antes do início do
inverno, pois ainda não perderam peso e o descarte dessas aumenta a disponibilidade de
forrageiras para as fêmeas prenhes durante o terço final de gestação, quando as
exigências nutricionais se elevam, devido ao acentuado desenvolvimento do feto.
No entanto, um plano de descarte baseado unicamente no diagnóstico de gestação deve
ser analisado com muito cuidado. Um número elevado de fêmeas vazias pode ser o
resultado da restrição alimentar após períodos de seca prolongados, como também da
fertilidade e capacidade reprodutiva dos touros e da incidência de doenças da esfera
reprodutiva, que não foram diagnosticadas.
Por ocasião da desmama, o produtor pode também efetuar a seleção das melhores
matrizes, levando em consideração a habilidade materna e a idade. Vacas que
apresentam baixa habilidade materna perdem seus bezerros precocemente ou têm
bezerros com baixo peso à desmama. A idade da vaca é outro fator que interfere no
desempenho produtivo.
Á partir dos dez anos de idade, o peso dos bezerros ao nascimento diminui
gradativamente e, a partir dos oito anos de idade, passa a haver também um decréscimo
gradual tanto no peso à desmama como aos doze meses de idade. Ciente desse fato, o
produtor deve acompanhar o desenvolvimento dos bezerros dessas categorias animais e
estabelecer um plano de descarte de acordo com as suas necessidades.
Assim, a identificação e o descarte das matrizes improdutivas e de baixa produtividade
são alternativas de manejo que possibilitam ao produtor otimizar, de forma racional e
econômica, o desempenho do rebanho de cria.
Manejo Sanitário Recria:
- CLOSTRIDIOSE: No período de desmama, e também aos 12 meses de idade.

- LEPTOSPIROSE: Vacinação de todo o rebanho semestralmente.


-IBR, BVD, PI3 e BRSV: Vacinação anual com dose única.

- RAIVA BOVINA: vacinação é anual em todo o rebanho, independente da idade.

- FEBRE AFTOSA: Vacinação semestral de todos os animais, machos e fêmeas onde as


datas de vacinação são definidas pelas secretarias de agricultura de cada estado.

- BOTULISMO: É causada por uma toxina de uma espécie de Clostridium e que ataca o
sistema nervoso dos animais. Essa toxina pode estar presente na medula de ossos de
carcaças nas pastagens, em águas estagnadas e em cama de aves. A vacinação contra
essa doença é feita quando ocorrem surtos na região. É uma vacina aplicada somente em
animais acima de um ano de idade. De uma forma geral, recomenda-se o uso de duas
doses iniciais com 4 a 6 semanas de intervalo e a seguir uma dose anual em todo o
rebanho.

- VERMIFUGAÇÃO: Desmama até 30 meses: maio-julho-setembro ou novembro.


Engorda
Composição rebanho:
Engorda:
6m² - 1 animal
X - 1018 animais X = 6108 m²
Animal: 500 kg / 2,5%PV = 12,5 kg/MS/animal/dia Mês= 12,5 x 30 = 37,5
kg/MS/animal/mês

Já, a fase da engorda é a fase de maior eficiência de ganho de peso e desenvolvimento


do animal, quando este apresenta o seu maior ímpeto de crescimento.
Esse período ocorre após a formação do esqueleto e da musculatura e compreende o
período que vai do final da fase de recria até o abate.
Esta fase de engorda é dividida em duas fases: a fase de engorda propriamente dita,
onde os animais estão ganhando peso devido à deposição de tecido muscular e a fase de
terminação ou acabamento, onde os animais diminuem o ritmo de deposição de carne e
passam a depositar gordura, promovendo o acabamento da carcaça. Nesse caso, a
alimentação tem grande influência e deve ser ministrada com cuidado para não causar
autos custos ao pecuarista e baixos resultados na fase de engorda. Na fase de engorda, o
grau máximo possível de intensificação é o confinamento.
Castração em bovino de corte:
A castração tem como atrativo principal, que muitas vezes torna-se o fator decisivo,
facilitar o manejo, já que torna os animais mais dóceis, permite a mistura de bois e
vacas e elimina distúrbios da conduta sexual. Outra vantagem observada é que as
carcaças dos animais castrados são de melhor qualidade e de maior aceitação no
mercado do que as dos inteiros. Sistemas de produção baseados em bovinos inteiros, por
outro lado, são atrativos devido ao melhor desempenho dos animais mantidos inteiros
em relação aos castrados. Os
bovinos inteiros, por apresentarem maior velocidade de ganho de peso e serem mais
eficientes na transformação dos alimentos oferecidos em peso vivo, produzem cerca de
10% a mais de peso do que os castrados.
Quando as carcaças de bovinos inteiros e castrados são comparadas, os resultados têm
demonstrado que aquelas dos inteiros são superiores em peso e conformação, assim
como apresentam maior proporção de músculo. Estas vantagens, entretanto, perdem
valor comercial pela qualidade da carcaça, principalmente, em função de deficiência na
gordura de cobertura.
Com a falta da cobertura de gordura, a carcaça dos bovinos inteiros, durante o
resfriamento, desenvolve um escurecimento da parte externa dos músculos, que
prejudica o aspecto e, conseqüentemente, deprecia o valor comercial. Isto Justifica, em
parte, o desconto que os frigoríficos costumam impor sobre o valor pago no abate de
animais inteiros.
É imperioso que a idade de abate dos bovinos inteiros não exceda aos dois anos. Abater
animais inteiros com mais de 24 meses é indicativo de que o sistema de produção é
ineficiente para a produção de carcaças com melhor qualidade.
Qual a melhor idade para castrar?
Em linhas gerais, a melhor época é aquela onde haja mais benefícios do que prejuízos,
ou seja, uma relação custo: benefício favorável.
Os efeitos da castração são dependentes do momento em que ela é realizada. Se for
antes da puberdade (13-15 meses para animais cruzados) ocasionará uma completa
interrupção do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, pela falta dos
hormônios produzidos pelos testículos, o que torna o novilho bem diferente do touro. Se
a castração, no entanto, for realizada após a puberdade, os efeitos são menos
pronunciados, ocorrendo apenas a regressão de alguns caracteres sexuais secundários,
alterações de comportamento e variações no desempenho.
Castrar ao nascimento apresenta como principal desvantagem a não utilização do efeito
anabólico dos hormônios produzidos nos testículos. Retardar a castração para a época
do desmame, existe a coincidência de duas práticas estressantes, assim como há a
proximidade da época de restrição alimentar. Castrar com 12 ou mais meses tem o
inconveniente do difícil manejo e o grande estresse causado ao bovino, além do risco de
se perder um animal de valor considerável.
Pesquisas, avaliando diferentes épocas de realizar a castração, evidenciaram que aquelas
castrações realizadas até a fase de puberdade não apresentam diferença quanto ao
desempenho animal. Também foi verificado que castrações realizadas após a puberdade
apresentam ganhos relativamente pequenos em relação às dificuldades de manejo e aos
riscos gerados.
Considerando-se sistemas de produção visando ao abate de animais com dois anos e as
pesquisas anteriormente mencionadas, a melhor época de castração é o nascimento ou
nas primeiras semanas de vida.
A castração em animais jovens, com no máximo dois meses de idade, tem sido mais
recomendada, principalmente por apresentar vantagens como a fácil contenção dos
animais, pequena perda de sangue e rápida cicatrização.
No início do mês de julho os machos com mais de 330 kg de peso vivo são confinados
até atingirem 450 kg de peso vivo, quando são encaminhados para o abate.Os animais
inferiores, com menos de 330 kg de peso vivo, são vendidos magros.
Para esta engorda utiliza-se silagem de milho, como volumoso e capineira (capim
elefante), complementada pelo concentrado abaixo, além de mistura mineral completa
fornecida em cocho próprio.
Vantagens do confinamento de bovinos de corte: - aumento da eficiência
produtiva do rebanho, por meio da redução da idade ao abate e melhor aproveitamento
do animal produzido e capital investido nas fases anteriores (cria-recria);
- uso da forragem excedente de verão e liberação de áreas de pastagens para outras
categorias durante o período de confinamento;
- uso mais eficiente da mão-de-obra, maquinários e insumos;
- flexibilidade de produção.

Localização do confinamento:
- A locação do curral na propriedade deverá ser em função de alguns pontos: evitar
áreas próximas a rodovias ou grande movimentação (evita contaminações, furtos e
estresse nos animais);
- proximidade de fontes de água farta e de boa qualidade;
- proximidade de redes de energia elétrica;
- piso com declividade mínima de 3% e máxima de 8%, sendo esta apenas recomendada
para regiões muito sujeitas a chuvas no período de confinamento;
- evitar locais próximos a córregos ou rios, diminuindo assim o impacto ambiental;
- escolher áreas bem drenadas, que garantam um piso seco (terrenos arenosos são
preferíveis, pois os argilosos exigem obras de drenagem).

Infra-estrutura e dimensionamento do confinamento:


- Um sistema bem projetado deverá possuir: centro de manejo dos animais (brete,
apartador, balança etc.);
- área para produção de alimentos (plantio de milho, sorgo, capineiras, etc.);
- silos e ou salas de feno;
- área para preparo dos alimentos (galpão com triturador, misturador, balança,
picadeiras, etc.);
- galpão para máquinas e implementos (trator, carreta, vagão forrageiro, etc.);
- currais de engorda;
- estrutura para coleta de esterco;
- estruturas de conservação do solo e da água (curvas de nível, terraços, etc.), visando a
conservação da área e o controle da poluição.

No dimensionamento dos currais de engorda o número de animais que se deseja


confinar é fundamental. Os animais deverão estar divididos em lotes e, o tamanho deste
está em função da facilidade ou dificuldade de se obter animais homogêneos numa
mesma ocasião, pois não se deve incluir animais em lotes já em confinamento. Um lote
bastante homogêneo favorece o desempenho e permite a utilização de rações mais
apropriadas àqueles animais, possibilitando assim melhor controle da produção.
As cercas deverão ter uma altura mínima de 1,8 m e poderão ser construídas com arame
liso, cordoalha, tábuas, etc.
Não é recomendável um lote exceda 100 cabeças / curral. Como regra útil, é
recomendado que o tamanho do lote seja compatível com a capacidade de carga dos
caminhões de transporte.
Visando evitar concorrência na alimentação e estresse, permitindo que todos os animais
possam se alimentar simultaneamente, o cocho deverá ter 0,7 m de comprimento para
cada animal.
Os cochos para minerais deverão ser localizados longe dos bebedouros, para evitar
aglomeração. São necessários 0,04 m para cada animal.
As instalações deverão ser de baixo custo, funcionais e práticas de modo a facilitar o
manejo dos animais, abastecimento e limpeza dos cochos.

Mistura múltipla para segunda seca (engorda) – confinamento


Engorda em confinamento, é necessário que haja instalações apropriadas: será utilizado
curral totalmente coberto, havendo possibilidade de confinamento o ano todo (5-7m²
por animal). Deve ser realizado de 2 a 3 tratos diários (realizado sempre nos mesmos
horários), com quantidade de 2-2,5% do peso vivo de MS.
500kg – 2,5% PV = 12,5 kg/MS/dia/animal = 375 kg/MS/mês/animal
1 animal - 375 kg/MS/mês
1018 animais – x
X = 381750 kg/MS/mês = 382 toneladas/mês
Capim elefante = 40 toneladas/MS/ha/ano = 3,4 toneladas/mês
3,4 toneladas - 1 ha
382 toneladas – X
X = 115 ha de capineiras para engorda
Cochos:
- Ao longo das cercas + 0,70m/animal
-Dentro da área do curral = 0,35m/animal.
- profundidade = 0,35 a 0,40m;
- altura do solo = 0,65 a 0,70m.
-Cocho para minerais: Largura 0,30m, profundidade 0,30m, altura 0,65 a 0,70m do solo
e comprimento de 3m.
-Bebedouros: animal adulto (300 a 450 Kg de PV) pode ingerir até 60 litros de água por
dia (prever reserva de 15 a 20 litros/animal/dia);
- Altura: 0,70m, largura: 0,40 a 0,80m; profundidade: 0,50m;
Ingredientes %
Milho moído 83,1
Farelo de soja 9,6
Uréia + Sulfato de amônio 3,4
Mistura mineral 2,0
Calcário calcítico 1,9
Composição: PB = 22% NDT = 79%
A silagem é fornecida à vontade, duas vezes ao dia. O concentrado, também duas vezes
ao dia, e na base de 1% do peso vivo.
Usar um período de 12 dias para adaptação dos animais ao concentrado: 25%, 50% e
75% do total de concentrado a ser fornecido, espaçados de 4 dias cada. A partir do 13o
dia iniciar com 100% do total de concentrado.
O custo por quilograma deste suplemento é de R$ 0,19. O ganho de peso médio
esperado é da ordem de 1.200 g/an./dia.
1) Para uma melhor eficiência da mistura, preparar e usar separadamente a mistura A,
milho (quirela) + grão de soja (inteiro) e a mistura B, uréia + sulfato de amónio +
mistura mineral. Esta última deverá ser guardada em sacos plásticos hermeticamente
fechados. O contato com o ar empedra a mistura (a uréia é altamente higroscópica);

2) A ração diária deve ser fornecida duas vezes ao dia (às 7 e às 16 horas); coloca-se
primeiro o volumoso, seguindo-se a mistura B e a mistura A, em duas porções iguais. Já
o volumoso deve ser fornecido com apenas 30% da ração diária na parte da manhã e o
restante, 70%, à tarde. Isto facilita o manejo diário da alimentação pelas seguintes
razões.

a) No caso do uso de capineiras:


- racionaliza o uso da mão-de-obra necessária para o corte da cana do capim-elefante, e
facilita o preparo da primeira refeição do dia (7 horas);

b) No caso do uso de silagens:


- diminui o ressecamento da silagem pelo sol, mantendo-a mais palatável.
Tanto para capineiras quanto para silagens, os animais sentem-se mais à vontade para
consumir a última refeição do dia quando um ambiente menos quente e mais calmo
(saída dos tratadores do local) reduz o estresse. Desta forma, parece que o fornecimento
de 30% do volumoso de manhã e 70% à tarde, melhora efetivamente o consumo de MS
e reduz perdas;
3) Antes da ração matinal, todos os cochos devem ser limpos. Resíduos do dia anterior
estão fermentados e podem prejudicar o consumo;

4) O fornecimento do concentrado é fixo. Entretanto, o volumoso deve ser à vontade,


usando-se como ponto de partida os valores calculados nos exemplos. Se houver falta,
adiciona-se, e se sobrar (excesso superior a 10% para capineira e 5% para silagem),
deve-se reduzir a quantidade oferecida;

5) O capim-elefante deve ser manejado de forma a manter a produção durante a estação


seca (jun.-set.). Isto é possível efetuando-se um corte estratégico da metade da área de
capineira em fevereiro, e a outra em março. Ambos cortes deverão ser seguidos de uma
adubação de cobertura (ex.: 220 kg de uréia e 160 kg de cloreto de potássio por
hectare);

6) Em ambos sistemas, após adaptação dos animais ao concentrado (20, 40, 60, 80 e
100% da ração diária, com intervalos de quatro dias para cada nível), dificilmente
haverá problemas de acidose. Entretanto, se o nível de concentrado a ser usado alcançar
1% do peso vivo, mesmo após a adaptação seria aconselhável adicionar ao concentrado
70 a 90 g/cab/dia de carbonato de cálcio ou outra substancia tampão. Outra opção seria
fornecer o concentrado três vezes ao dia;

1% PV concentrado nas secas – 500kg = 5kg de concentrado/dia/ animal = 150


kg/concentrado/mês.

150 kg.concentrado/mês – 1 animal

X - 1018 animais

X = 162000 kg/concentrado/mês

7) Exemplo de mistura mineral para animais em terminação:

Ingredientes Quantidade (kg/100kg)


Fosfato bicálico 40,000
Sulfato de zinco 1,200
Sulfato de cobre 0,260
Sulfato de cobalto 0,018
Iodato de potássio 0,022
Melaço em pó 1,000
Cloreto de sódio 57,500
TOTAL 100,000
Silagem de milho:
7kg/animal/dia = 210 kg animal/mês
210 kg – 1 animal
X - 1018 animais
X = 10080 kg/mês

Equipamentos:
Galpões para guardar e misturar alimentos volumosos e concentrados;
-Balança para rações e gado;
- Curral de manejo: tronco de contenção, seringa, embarcadouro,
apartador, etc;
-Farmácia;
-Galpão de máquinas (ensiladeira, conjunto de fenação, trator, carretas, etc.);
-Silos (grãos e forragens); Silos do tipo Trincheiras são os mais comuns nos dias atuais
devido a sua facilidade de carregamento, de compactação, de descarregamento e seu
custo de construção. Esse tipo de silo pode ter a forma de um trapézio, aproveitando as
irregularidades do terreno ou a forma de um retângulo quando o terreno for muito plano,
mas independente da forma do silo, deve-se atentar a largura mínima da base do silo,
pois essa que possibilitará a entrada do trator para uma boa compactação. Geralmente é
recomendada uma largura mínima de duas vezes a largura entre os pneus traseiros do
trator.
-Esterqueira;

Instalações:
Cercas:
Instalações para a produção de bovinos de corte devem se caracterizar pelos aspectos
relacionados com a funcionalidade, resistência, economia e segurança. Instalações
inadequadas podem comprometer a qualidade do produto final, por causa da ocorrência
de hematomas e feridas na carcaça e de furos, cortes e riscos profundos no couro
bovino. Esses danos depreciam seu valor comercial, reduzindo assim a rentabilidade do
produtor. Devem ser, preferencialmente, de arame liso com balancins, pois as de arame
farpado provocam riscos e furos no couro animal: - Lascas e
moirões não devem possuir saliências, farpas, pregos ou parafusos que possam ferir os
animais.
- As cercas eletrificadas devem possuir voltagem adequada, aterramento e isolamento
seguros a fim de evitar descargas elétricas.
Corredores:
Para facilitar a condução dos animais, a propriedade deve possuir corredores para
condução ao curral ou mudança de pasto. Tomar precauções quanto às cercas dos
corredores, conforme recomendações anteriores.
Curral:Deve ser construído de forma a permitir a realização, com eficiência, segurança
e conforto, de todas as práticas necessárias ao trato do gado, tais como: apartação,
marcação e identificação, castração, vacinação, descorna, inseminação, pesagem,
controle deecto e endoparasitos, exames ginecológico e andrológico, embarque e
desembarque de animais. Considerar:
- A localização: deve ser localizado de preferência em terreno elevado, firme e seco,
situado em local estratégico de modo a facilitar o manejo dos animais ou o seu
embarque nos caminhões.
- As características das paredes internas do curral, do brete, do tronco de contenção e
rampas de acesso do embarcadouro: devem ser lisas e livres de saliências, como pontas
de pregos, parafusos ou ferragens que possam provocar danos ao animal.
- A utilização de balança eletrônica ou mecânica para monitoramento do
desenvolvimento ponderal dos animais.
- A construção do embarcadouro que deve ser de forma a facilitar a entrada dos animais
no caminhão. A rampa de acesso deve ter inclinação suave e o último lance deve ser
construído na horizontal. As paredes da rampa de acesso e do embarcadouro devem ser
vedadas nas laterais para facilitar o embarque.
- O nivelamento do piso de saída do embarcadouro com o piso da carroceria do
caminhão.
- A seringa do embarcadouro deve ser afunilada e, preferencialmente, vedada nas
laterais.
- A limpeza periódica das instalações, principalmente brete, tronco e balança, para
evitar o acúmulo de terra e esterco.
- A disponibilidade de pontos de água (torneira e bebedouros) e energia elétrica.
- A disponibilidade de recipiente adequado para coleta do lixo produzido durante os
trabalhos de gado
(Ex.: frascos vazios de vacinas e medicamentos).

Reservatórios de água:
Para o atendimento adequado das necessidades do rebanho, devem ser observadas as
seguintes recomendações:
- Os reservatórios devem estar, preferencialmente, localizados nos pontos altos, de
forma a permitir a distribuição d'água por gravidade. -
Em áreas planas ou com pequena declividade, recomenda-se elevar o local de instalação
dos reservatórios, por meio de aterro nivelado e compactado. - Os
reservatórios podem ser construídos de alvenaria ou chapa metálica. -
Calcular a capacidade do reservatório, em função do número de bebedouros que serão
abastecidos, prevendo-se, inclusive, uma margem de segurança para casos de reparos no
sistema de captação e elevação d'água. - Monitorar,
periodicamente, a qualidade da água.
Bebedouros: Dar
preferência a bebedouros artificiais que possam ser higienizados e constantemente
vistoriados, paraoferecer água de boa qualidade:- Localizar estrategicamente os
bebedouros e dimensioná-los em função do número de animais a serem atendidos,
considerando o consumo de 50/60 litros/animal adulto/dia.- Monitorar, periodicamente,
a qualidade da água.- Evitar o uso de açudes, pois a água parada pode ser fonte de
contaminação da leptospirose.

Cochos para fornecimento de minerais, concentrados e volumosos:

Para garantir o acesso dos animais e evitar perdas pela ação das chuvas ou ventos
durante todo o ano, considerar os seguintes aspectos:
- Os cochos para minerais devem ser cobertos e posicionados na pastagem, de forma a
permitir a visita diária dos animais, pelo menos uma vez ao dia.
- Devem ser construídos de forma a disponibilizar espaço suficiente para que todos os
animais tenham acesso livre e sem competição.
- Podem ser construídos de diferentes materiais, tais como madeira serrada, concreto
pré-moldado ou tambores de plástico, cortados longitudinalmente.
- Os cochos para suplementação de volumosos e concentrados devem ser mais largos do
que os de minerais.
- No caso de suplementação em pasto, é recomendável que eles sejam leves para
facilitar as mudanças de locais.

Instalações para confinamento:

Para a obtenção de resultados promissores e garantir o suprimento dos concentrados e


volumosos de forma adequada, devem ser observados os seguintes procedimentos:

- Consultar o órgão responsável pelo meio ambiente, antes da construção das instalações
e implantação da atividade.
- O confinamento deve estar localizado em área elevada da propriedade, levemente
inclinada, próxima do centro de manejo e das áreas de produção (milho, cana, capineira
e outros), de preparo (misturador, moedor, picador e balança) e de armazenamento e
conservação dos alimentos (sacaria, silos e outros).
- Os cochos de alimentação devem ficar na parte frontal do piquete, para facilitar o
fornecimento, e o piso próximo aos cochos deve ter boa drenagem. Quando os animais
são confinados durante todo o ano recomenda-se que os cochos sejam cobertos.
- Disponibilizar sombreamento, sempre que possível, para proporcionar conforto
térmico dos animais, que pode resultar em melhor ganho de peso.
- Os bebedouros podem ser construídos de material de fácil limpeza e higienização e
possuir ao seu redor piso com boa drenagem.
- Promover o tratamento dos dejetos, que poderão ser utilizados como adubo orgânico
ou biogás.

Armazenamento de insumos:
Estes devem ser armazenados em locais apropriados de modo a evitar a deterioração dos
produtos, bem como para reduzir as possibilidades de contaminação de alimentos,
sementes, rações, pessoas e animais.
Para tal, devem-se seguir as seguintes recomendações:
a) Localização dos depósitos ou galpões: distantes de residências, fontes de água e
abrigos para animais.
b) Para a segurança dos galpões, considerar:
rotação das aberturas existentes para evitar a entrada de pássaros e outros animais no
interior do depósito.
Proteção contra a entrada de umidade proveniente das paredes, portas, janelas e telhado.
Identificação e sinalização dos produtos armazenados.
Proibição de fumar, comer, beber ou acender fogo no interior do depósito.
Manter as portas de acesso trancadas com cadeado.
Não permitir acesso de crianças ou pessoas estranhas.
Manter em local visível os equipamentos de emergência e equipamentos de proteção
individual.
c) Estocagem: para a manutenção da integridade dos insumos, devem-se considerar:
Adubos e agroquímicos devem ser mantidos em depósitos separados dos galpões de
rações e suplementos alimentares. Agroquímicos devem ser armazenados em ambiente
ventilado e com a sinalização correta, para o fácil acesso aos equipamentos de proteção
individual (EPC).
Manter sacaria sobre estrados de madeira, para evitar umidade e corrosão das
embalagens.
Manter depósito seco e bem ventilado.
Sacarias e outras formas de embalagens devem conter rótulos bem visíveis.
Identificação visual de cada grupo de insumos localizados sobre os estrados, nas
prateleiras ou outras formas de armazenamento.
Respeitar a altura de empilhamento das embalagens e a distância entre as pilhas e as
paredes do depósito.
Embalagens de líquidos devem estar com as tampas fechadas e a bocas voltadas para
cima.
Manter vacinas e medicamentos nas embalagens originais e nas condições
recomendadas pelo
fabricante. Observar a temperatura de armazenamento, o prazo de validade e uso ao
qual se destina.
Manter controle de entrada e saída dos insumos, data de utilização e destino.

Importância do manejo pré-abate:

Diversos estudos já demonstraram que o manejo pré-abate influencia significativamente


a qualidade da carne, do couro, bem como o aproveitamento da carcaça. Além das
perdas decorrentes de contusões e hematomas, o estresse vivenciado por esses animais
durante o manejo, na propriedade ou em abatedouros mal planejados, eleva o pH da
carne, diminuindo assim sua vida útil.No manejo pré-abate, as etapas mais críticas são
as relacionadas com o embarque e desembarque dos animais.
Rotinas e procedimentos inadequados aumentam a freqüência de contusões na carcaça e
de cortes escuros na carne, resultando em prejuízos financeiros para o produtor. Tais
prejuízos podem ser por ação direta do homem, ao bater ou acuar os animais contra
cercas, porteiras e outros, ou indireta, com a formação de novos lotes nessa etapa final
da produção, desrespeitando seus padrões de organização social e aumentando as
interações agressivas entre os animais. Com relação ao couro, sua qualidade é diminuída
por ectoparasitos e por cortes e riscos profundos causados pelo manejo inadequado,
além das marcas a fogo em locais não permitidos.

Alguns procedimentos de rotina podem ser utilizados durante a vida do animal e


principalmente por ocasião do manejo pré-abate, para se preservar a qualidade da
carcaça e do couro bovino, tais como:
- Antes do embarque, agrupar os animais no curral com antecedência, em lotes
uniformes, de acordo com o sexo, a faixa de idade e o peso.
Diretrizes relacionadas com manejo pré-abate
- Evitar apartações e correria com os animais no momento de embarque.
- Evitar, sempre que possível, o uso de aguilhões e do choque elétrico.
- Evitar o uso de cães, paus e objetos pontiagudos no manejo e condução dos animais,
para não provocar hematomas, traumatismos e estresse.
- Não embarcar animais doentes e sem condições de transporte. Caso seja necessário,
deve-se embarcá-los em caminhão separado e o produtor deve assinar o termo (minuta
de embarque) responsabilizando-se pelo animal.
- Verificar se o embarcadouro atende as recomendações técnicas para o embarque dos
animais, de modo a não causar danos à carcaça.
- Embarcar os animais no horário previamente combinado com a transportadora.
- Verificar a documentação, condição dos veículos e certificar-se de que os motoristas
são devidamente habilitados para o transporte de animais vivos.
- Dar preferência para que o transporte dos animais seja efetuado no horário mais fresco
do dia.
- Respeitar a lotação máxima do caminhão, de acordo com a categoria animal a ser
transportada.
- Aguardar cerca de 20 minutos após o embarque, para iniciar a viagem, para que os
animais se adaptem à gaiola.
- Exigir que os caminhoneiros façam paradas regulares, conforme legislação vigente,
para que os animais descansem em sombra.

Manejo da pastagem:

O manejo adequado das pastagens, além de garantir a qualidade e a oferta regular de


forragens, permite ainda prolongar a sua vida produtiva, reduzindo os custos de
produção. Para que isso ocorra é necessário observar alguns pontos:
- Adequar a taxa de lotação à capacidade de suporte, tanto no pastejo contínuo como no
rotacionado, para se evitar o aparecimento de ervas daninhas e desenvolvimento de
erosão superficial do solo.
- Adotar o orçamento forrageiro, que consiste em um planejamento estratégico que visa
assegurar alta eficiência na utilização das pastagens e a manutenção de condições
favoráveis à sua produtividade e ao desempenho animal.
- Efetuar a reposição periódica de nutrientes, de acordo com as análises do solo.
- Controlar as plantas invasoras indesejáveis.

Suplementação alimentar:

Importância - A suplementação alimentar para animais em pastagem possibilita um


melhor uso da forragem, aumentando a eficiência de todo o sistema e contribuindo para
a produção de carne de melhor qualidade, pois permite o abate de animais mais jovens e
com melhor acabamento. Por resultar em maior produtividade (kg de carne/ha), a
suplementação e o confinamento reduzem a necessidade de área para a mesma
produção, auxiliando na redução do impacto ambiental da atividade e no aumento da
competitividade. No entanto, para a garantia da produção de um alimento de boa
qualidade, todos os insumos não podem conter componentes ou resíduos que possam
acarretar problemas à saúde animal e humana.
Utilizar na suplementação alimentar apenas produtos aprovados pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, observando-se os tópicos a seguir:
- Insumos devem ser comprovadamente livres de resíduos de natureza química
(agroquímicos e produtos veterinários), física (corpos estranhos), biológica (organismos
patogênicos) ou qualquer outra substância que possa comprometer a qualidade do
produto final e/ou a saúde do consumidor.
- Adquirir insumos, preferencialmente, de empresas idôneas e que adotem programas de
garantia de qualidade de seus produtos.
- É proibida a utilização de suplementos que contenham proteínas ou gorduras de
origem animal, tais como: farinha de carne, farinha de osso, farinha de pena, cama-de-
frango, sebo bovino e outros.
- É proibido o uso de antibióticos como aditivo alimentar. Alguns ionóforos
(promotores de crescimento à base de antibióticos) são permitidos e regulamentados
pelo órgão federal competente.
- proibido o uso de hormônios ou promotores de crescimento de efeito anabólico.
Registrar e manter atualizado o cadastro de todos os insumos utilizados na alimentação
do rebanho, para efeitos de rastreamento, quando solicitado.
Estocar os suplementos em locais protegidos de umidade, roedores, animais domésticos
e eventuaiscontaminantes.
Verificar o estado de conservação da ração antes de fornecer aos animais, observando
alterações como mudança de cor, odor, esfacelamento, grumos, compactação e mofo.
Manter reservas de suplemento volumoso (capineira, silagem, feno, pasto diferido, cana
e outros) para atender possíveis déficits nutricionais em períodos críticos do ano.
Disponibilizar, durante todo o ano, água limpa e à vontade para o rebanho.
Disponibilizar, durante todo o ano, pastagem, suplementos minerais, energéticos e
protéicos em quantidade e qualidade suficientes para otimizar o desempenho produtivo
do rebanho.
Proporcionar, a cada animal, espaço de cocho adequado à forma de suplementação
utilizada.
Procurar a orientação de um técnico especializado para formular a suplementação
apropriada e economicamente viável.

Identificação animal:

Proceder a identificação de todos os animais ao nascimento.


Utilizar um sistema de identificação que garanta a verificação e a comprovação, ao
longo do tempo, do conjunto de informações numéricas e descritivas, relacionadas com
o histórico do animal ou do grupo de animais manejados.
Utilizar formas de identificação que garantam a individualidade, a fixação no animal de
forma permanente e inviolável. Os tipos usuais de identificação são os brincos
auriculares, tatuagem na orelha, marca a ferro quente e identificadores eletrônicos.
Utilizar marca a fogo apenas nos locais permitidos pela legislação em vigor, (Lei nº
4.714, de 29 de junho de 1965), ou seja:
Na necessidade de atender mercados específicos, observar as normas do sistema de
identificação, rastreamento e certificação estabelecidos pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento - O gado bovino
só poderá ser marcado a ferro candente na cara, no pescoço e nas regiões situadasabaixo
de uma linha imaginária, ligando as articulações fêmuro-rótulo-tibial e úmero-rádio-
cubital, desorte a preservar de defeitos a parte do couro de maior utilidade, denominada
grupon.- É proibido o uso de marca cujo tamanho não possa caber em círculo de onze
centímetros de diâmetros(0,11 m).- É proibido o emprego de marca de fogo, por parte
dos estabelecimentos de abate de gado bovino, paraidentificação de couros.

Manejo sanitário Engorda:


- FEBRE AFTOSA: Vacinação semestral de todos os animais, machos e fêmeas onde as
datas de vacinação são definidas pelas secretarias de agricultura de cada estado.

- LEPTOSPIROSE: Vacinação de todo o rebanho semestralmente.

-IBR, BVD, PI3 e BRSV: Vacinação anual com dose única.

- CLOSTRIDIOSE: Vacinação de todo o rebanho uma vez por ano.

- RAIVA BOVINA: vacinação é anual em todo o rebanho, independente da idade.

- BOTULISMO: Dose anual em todo o rebanho.

- VERMIFUGAÇÃO: Bovinos de engorda em terminação: vermifugar todos os animais


de engorda antes da entrada em pastagens vedadas utilizando-se abamectina de longa
ação (Abamectina LA®) ou ivermectina de longa ação (Ivermectina LA®); ou em
confinamentos, com sulfóxido de albendazole injetável (Ricobendazole 10®). Sempre
respeitando os períodos de carência de cada um dos produtos.
- ECTOPARASITAS E ENDOPARASITAS: Os principais ectoparasitos de bovinos no
Brasil são os carrapatos, os bernes e a mosca-dos-chifres. Só é recomendável combater
esses parasitos quando as infestações forem altas. Isso ocorre mais nos meses de verão.
Eles podem ser combatidos com produtos cujas vias de aplicação podem ser:
pulverização, "pour-on" (sobre o dorso do animal), em banheiros de aspersão ou
imersão e injetáveis.

Índices: Nelore x Nelore


- Idade á desmama: 6 a 7 meses

- Peso á desmama: = 170 kg para machos = 160 kg para fêmeas


- Idade á primeira cria: 3 anos

- Reposição anual de vacas 15%

- Taxa de natalidade: 85%

- Taxa de mortalidade de bezerros: 3%

- Taxa de mortalidade acima de 1 ano: 2%

- Taxa de descartes: 10%

- Intervalo entre partos: 15 meses

- Período de lactação: aproximadamente 8 meses

http://www.safrasulsementes.com.br/brachiaria-decumbens-cv-basilisk.html

http://www.fri-ribe.com.br/imgs/imprensa/132268076120set11.pdf

http://www.coanconsultoria.com.br/noticias.asp?id=100

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte/
BovinoCorteAcre/recomtecnicas.htm

file:///C:/Users/lab206/Downloads/Area-do-Piquete-e-Taxa-de-Lotacao-no-Pastejo-
Rotacionado-.pdf

http://www.sementesnelore.com.br/?p=seeds&seed=decumbens

http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/
artigos_gramineas_tropicais_brachiaria_decumbens.htm

file:///C:/Documents%20and%20Settings/Gislaine/Meus%20documentos/
Downloads/Area-do-Piquete-e-Taxa-de-Lotacao-no-Pastejo-Rotacionado-.pdf

http://www.beefpoint.com.br/radares-tecnicos/pastagens/manejo-do-capim-
elefante-no-departamento-de-zootecnia-da-escola-superior-de-agricultura-luiz-de-
queiroz-esalq-usp-49864/

http://www.coanconsultoria.com.br/noticias.asp?id=100

http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/COT50.html

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