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INSTITUTO FOCUS

Higiene e Profilaxia

Criação de Suínos

Professor:
Daniel Henrique
Introdução

 A saúde dos suínos depende do equilíbrio entre vários fatores entre


os quais podem ser citados:
- Alimentação;
- Água;
- Instalações e;
- Manejo.
 Convém lembrar que sanidade é apenas um elo da cadeia de
produção, entretanto, a ocorrência de enfermidades importantes em
uma propriedade, muitas vezes, passa a dar prejuízo ao negócio.
Medidas de Biossegurança sugeridas

 Isolamento do rebanho
- Na escolha da localização do sistema de produção (granja), é
muito importante ir além das observações relativas ao impacto
ambiental e considerar as facilidades de controle de vetores
que possam surgir em virtude de outros estabelecimento
vizinhos:
- Ventos dominantes,
- Distância de estradas,
- Estabelecimento de cortina verde e
- Cercas e acesso de animais selvagens ou domésticos na área
de isolamento.
Controle de veículos

 Veículos que entram ou transitam nas cercanias podem


introduzir doenças.
 Há necessidade de controle, devendo, obrigatoriamente, passar
pelo rodolúvio, sendo submetidos a desinfecção.
 Os carregamentos de suínos devem ser numa instalação
separada e, de igual sorte, o local de carregamento (rampa)
devem estar vazios e desinfetados antes da chegada dos
animais para embarque.
 O mesmo vale para os funcionários e o motorista que lidam
com os animais, de nada adianta estarem usando uniformes e
botas sujas, se tem a necessidade de estarem limpos.
Controle de acesso de funcionários e visitantes
Entrada de funcionários ou visitantes devem seguir rotina vigorosa de
bons procedimentos, como:
 Acesso único com passagem pelo banheiro com banho obrigatório,
onde esses banheiros tenham lâmpadas ultravioletas para promover a
desinfecção das vestimentas e contaminantes carreados até a área suja.
 Treinar e qualificar constantemente a equipe para ações de manejo e
de ordem sanitária.
 Exames médicos na controle da saúde dos funcionários estarem em
dia, para evitar zoonoses, como, tuberculose, salmoneloses, etc.
 Funcionários que têm acesso a áreas contaminadas não adentram em
áreas limpas e vice-versa.
 É recomendado setorização e acesso dos funcionários restritamente
por essa área.
 As mãos devem ser lavadas e sanitizadas quando o funcionário se
locomove entre setores, ou mais frequentemente, para quem efetua
procedimentos, como, tratamentos de animais enfermos, ou assiste a
parturiente e suas crias.

 Utensílios e equipamentos não devem ser removidos de uma sala para


outra e, ao redor da unidade.
Controle de acesso de animais

 A origem dos animais para o povoamento de um sistema de


produção deve ser considerada com rigor. A fonte fornecedora
de reprodutores para o povoamento e reposição deve ser
idônea, com classificação SPF (Specific Pathogen Free) mas,
mesmo assim, o quarentenário é indispensável.

 Granjas avoseiras requerem procedimentos especiais, ainda


mais rigorosos, passando, inclusive, por histerectomia.
Isolamento das fases de produção

 O sistema deve ser construído conforme as constantes de


instalações, ou seja, setoriadas, mantendo os animais em
ambientes apropriados em todas as fases.
Limpeza constante e desinfecção

 Remover restos orgânicos adicionais para começar a eliminar


a contaminação nos materiais.
 Estes restos orgânicos brutos contêm alto nível de
contaminação e interferem na limpeza e desinfecção.
 Depois dessa remoção, se tem a pré-limpeza e sanitização.
 Nesta fase todo equipamento móvel deve ser enxaguado ou
lavado com água quente ou agente sanitizante.
 Usa-se produto de largo espectro de ação para reduzir a carga
residual infecciosa, ideal usar um produto com provada
atividade viricida.
Limpeza constante e desinfecção
 Em um programa de desinfecção continuada possa ser efetivo, é
essencial prevenir ou reduzir patógenos introduzidos pelos
suínos que entram nas instalações, medida muito importante nas
salas de parto.
 Contaminação em razão de animais transferidos é controlada
pelo monitoramento sanitário, observação clínica e sorológica
do rebanho.
 Já a contaminação de germes ambientais, pode ser
drasticamente reduzida pelo banho do animal com água
sanitizada antes de adentrar na sala previamente
descontaminada.
Controle de roedores e insetos

 O regular e uso de iscas pode proporcionar um bom controle,


mas acrescenta-se o design do estabelecimento e trabalhos
práticos que podem ser utilizados para redução do problema.
 As moscas podem espalhar patógenos, de modo que seu
controle é feito por uma combinação de boa higiene, uso de
inseticidas e, possivelmente, agentes ativos de esterco.
Adoção do sistema all in, all out

 Consiste na retirada total dos animais do alojamento e no


repovoamento com o próximo lote somente após a limpeza e
desinfecção completa, seguida de vazio sanitário de, no
mínimo, 48h.
 O equipamento removível deve ser retirado e separadamente
limpo.
 O movimento dentro da unidade deve ser controlado com
rigor.
Controle na qualidade das matérias
primas
 A redução de vetores nutricionais é feita em duas fases:
 Desinfecção de sistemas de água e de alimento;
 Sanitização da água é necessária para prevenir qualquer
formação de patógenos.
 O controle de doenças veiculadas por alimentos é mais
complexa. Deve-se comprar alimentos ou matérias primas de
fornecedor idôneo, e a origem desses materiais deve ser
monitorada regularmente para patógenos, especialmente
salmonela.
 Material ou recipiente que tenha estado em outra unidade de
suínos nunca deve ser utilizado.
Controle da qualidade da água
 A água bebida deve ser monitorada considerando sua origem e
qualidades organolépticas. Não basta ser negativa para agentes
infecciosos, precisa ter qualidade físico-química.
 A caixa d’água deve ser protegida de grandes variações térmicas e
periodicamente limpa e desinfetada.
 Se necessário deve ser tratada de acordo com o problema apresentado
(contaminação, pH, etc).
 As caixas internas das salas precisam passar pelo processo de limpeza
e desinfecção na troca de cada lote.
 A ingestão de água em nível satisfatório depende de sua qualidade,
como também do tipo de bebedouros, vazão e altura destes.
 É de grande importância a instalação de um hidrômetro em cada
pavilhão, para se avaliar com precisão o consumo diário dos suínos.
Destino Adequado dos dejetos
 Segundo EMBRAPA – Concórdia;
 A poluição causada por um suíno confinado equipara-se à três habitantes de uma
cidade.
 Através de aplicações contínuas de dejetos como fertilizantes agrícolas é que
surgiram problemas com contaminações dos mananciais com microorganismos e
minerais contaminando qualidade de água, mortalidade de peixes e proliferação de
insetos.
 Diante dessa situação, a sociedade demonstra descontentamento pela poluição
causada por dejetos, e o Poder Judiciário se organiza para cobrar dos criadores e do
Poder Executivo ações corretivas necessárias.
 A questão de dejetos suínos tem inter-relações com atividades que afetam a
qualidade da natureza ao redor.
 Essa questão deve ser tratada amplamente pela sociedade de maneira técnica,
visando à qualidade de vida de populações, o atendimento ao consumidor e o
desenvolvimento sustentável de nossa Agricultura.
Isolamento de animais doentes

 Animais acometidos de qualquer doença infecciosa, sempre


são considerados de alto risco aos demais, devem ser isolados
dos demais do lote, em caso de individualidade.
 Já em casos de doenças grupais, o lote todo é tratado, in loco
com medicação e medidas sanitárias específicas.
Utilização de agentes antimicrobianos

 Devem ser respeitadas todas as normas de segurança vigente.


 É necessário de que o produtor tenha noções de posologia
adequada, evitando subdosagem e resistência ao antibiótico
utilizado.
Monitoria sanitária periódica

CONCEITO:
 Procedimento de grande valia para verificação de status,
fornecendo informações contundentes, que aliadas à inspeção
visual e feed back em frigoríficos, dão condições de
estabelecimento de procedimentos sanitários apropriados a
cada caso.
Cuidados no armazenamento e
manipulação de produtos biológicos
 Devem ser monitorados desde a chegada, com verificação de
se o transporte foi adequado, prazo de validade e qualidade
das embalagens até o armazenamento nas condições ideais
para sua estabilidade.
 Durante aplicação, manter o produto em temperatura
recomendada, com instrumento limpo e desinfetado.
 Observar a dosagem, se está correta e se não há refluxo do
conteúdo.
 Não reutilizar sobras de produtos.
 Dar destinos correto aos frascos e sobras.
Assistência veterinária constante

 Quanto mais próxima e qualificada a assistência técnica for,


mais rapidamente serão ajustados os manejos e procedimentos
profiláticos para o padrão sanitário.

 Rebanho sadio é a condição primordial para obtenção de


resultados econômicos.
Imunoprofilaxia

 Utilização de vacinas em suínos é melhorar as condições de


defesa contra agentes patológicos que estão expostos ao
ambiente.
 Para estabelecimento de programa eficiente de vacinação e
imunização, consultar um médico-veterinário, para grande
importância no combate de algumas doenças
infectocontagiosas dos suínos.
 A decisão de vacinar contra determinada doença deve estar
vigente com as medidas da defesa sanitária do estado.
Na imunidade dos suínos, as vacinas mais otimizadas x período de
aplicação (semanas)**

Leitões Marrãs Porcas

Doença Idade Semanas Pré-Parto* Pré-Cobertura* Pré-parto* Pré-Cobertura*

1 3 6 8 10 5 3 5 2 5 3 5 2

Pneumonia
+ +
Micoplasmática

Rinite Atrófica + + + + +

Pleuropneumonia + +

Diarréia + + +

Parvovírus
Erisipela e + + +
Leptospirose
Parasitos Externos

 Os parasitos externos de importância econômica na criação de


suínos são:
- Moscas;
- Pulgas;
- Carrapatos;
- Mosquitos;
- Piolhos e ácaros (sarna).
 Os mais sérios são os agentes da sarna sarcóptica e o piolho-
do-suíno, considerados os principais parasitas externos.
Principais doenças parasitárias

• Cisticercose;

• Toxoplasmose;

• Sarna.
Cisticercose
Nome científico: Taenia solium
Denominada Cysticercus cellulosae (cisticerco).

 É causada pela larva (fase jovem do parasita) de um verme


conhecido como "solitária", causador da teníase humana.

 Esse parasita, em sua fase adulta, é muito freqüente como


agente de infecção intestinal de seres humanos,
principalmente, em áreas rurais podendo se tornar um risco
para a saúde de pessoas das áreas urbanas.
 A doença está amplamente distribuída pelo mundo, sendo mais
freqüente nos países onde o consumo de carne suína é elevado e
as condições sanitárias são deficientes, como em grande parte
dos países em desenvolvimento.

 Esta intimamente relacionada com problemas de higiene e


saúde pública.
 O homem é o único hospedeiro definitivo da forma adulta da
Taenia solium, as adquirindo pela ingestão de carne suína mal
cozida, água e alimentos contaminados.
 Os animais são abatidos e condenados dependendo da
infestação pelos cisticercos, ou seja, não existe tratamento.
 É uma doença possível de se erradicar, mas para isso é
necessário principalmente a colaboração do homem em tudo
que diz respeito a educação sanitária e ambiental da população.
Sinais clínicos
 Não apresentam manifestações clínicas evidentes,
notando a doença apenas nos abatedouros. Diante
disso, fica evidente a importância de uma inspeção
veterinária e um controle sanitário adequado,
levando a um destino correto das carcaças e órgãos
parasitados (GERMANO, 2008).
Diagnóstico
 Para o diagnóstico da cisticercose suína são realizados o exame da
língua in vivo e o exame post-mortem (necropsia).

 A teníase é diagnosticada facilmente através de exames


coproparasitológicos e seu tratamento consiste basicamente em anti-
parasitários de baixo custo.

 Já a cisticercose em humanos, possui um diagnóstico mais


detalhado, através de exames laboratoriais, principalmente
realização de provas sorológicas. No entanto pode haver variações
na sintomatologia, dependendo da quantidade e local em que se
alojará o Cysticercus celullosae (PINTO, 2004; CAMPOS, 1994).
Toxoplasmose

CONCEITO:

A toxoplasmose é causada pelo Toxoplasma


gondii, agente que acomete uma infinidade
de espécies, incluindo os mamíferos, répteis,
anfíbios e aves (FRENKEL et al., 1970)
sendo considerada uma das parasitoses mais
freqüentes no homem (FRENKE, 1990) e
nos animais homeotérmicos (APTL, 1973).
Toxoplasmose

 Esta diretamente relacionada com a maneira pela qual os suínos são


criados, pois, geralmente, é transmitida pelas fezes de gatos
parasitados.
 Ambientes úmidos e quentes favorecem a transmissão da
toxoplasmose facilitando que os cistos se tornem infectantes. Os
suínos se infectam ao ingerir o cisto do toxoplasma.

SINTOMAS:
 Os suínos jovens ao se infectar apresentam febre, falta de apetite,
dificuldade respiratória, e tosse. Os que sobrevivem podem ficar
cegos e apresentar sinais nervosos. Pode acontecer ainda, que um
rebanho infectado não apresente sintomas o que além de grave só
pode ser detectado através de laboratório.
Fonte de infecção

 O homem e os animais (carnívoros e onívaros),


podem adquirir a toxoplasmose após o
nascimento, principalmente pelo consumo de carnes
ou seus derivados contendo cistos nas fibras
musculares, ou ainda hortaliças, frutas, águas até as
mãos, contaminadas pelos oocistos (SOUZA et al .
,1987; NAVARRO et al . , 1992) .
Epidemiologia

 Ainda do ponto de vista da Saúde Pública a espécie


suína tem merecido especial atenção dos
epidemiologistas por ser um importante reservatório
e fonte de infecção às populações humanas devido a
longevidade dos cistos teciduais, estimada em 171dias.
 causa danos reprodutivos como aborto, repetição de
cio, natimortalidade e natimorbidade, mas o problema
mais importante é na segurança dos alimentos.
Diagnóstico

 O diagnóstico laboratorial é necessário e adquire


grande importância, na medida em que a doença é
uma zoonose e pode se manifestar nas mais variadas
formas e situações e com quadros clínicos que
facilmente podem ser confundidos com outras
doenças infecciosas, como viroses, leptospirose,
brucelose, clamidiose e neosporose, infecções estas
também disseminadas entre os animais domésticos.
 A primeira vacina comercial foi a Toxovax®, produzida
com a amostra S48 e utilizada em ovinos.

 A S48 foi isolada de membranas fetais de um aborto ovino


e, após 3.000 passagens em camundongos, perdeu a sua
habilidade de desenvolver cistos teciduais. Seis semanas
após a inoculação subcutânea de taquizoítas vivos da
amostra S48, o T. gondii não é mais detectado nos tecidos
de ovinos.

 Esta vacina viva é amplamente utilizada no Reino Unido e


Nova Zelândia, prevenindo o abortamento ovino e
garantindo uma proteção durante 18 meses, mas se
recomenda a revacinação anual (BUXTON, 1993).
Controle

 Práticas de manejo para os animais, controle


de roedores e felinos nas instalações,
educação sanitária e vacinação.
 A vacinação dos animais domésticos
principalmente ovinos e suínos é uma das
estratégias para o controle do T. gondii.
Sarna
 O suíno é sensível a dois tipos de sarna, sendo a sarcóptica mais
comumente detectada e a demodécica de rara ocorrência. Ambas
provocam descamação por formarem verdadeiras galerias embaixo da
pele e são causadas por um ectoparasita.

 A sarna pode atingir animais de todas as idades e a transmissão ocorre


pelo contato entre os suínos. As fêmeas podem ser portadoras do
ectoparasita no conduto auditivo, infectando assim os leitões. A
doença também se espalha na criação através dos machos
reprodutores que podem contaminar as fêmeas durante a cobertura.

 Os animais afetados ficam irrequietos, observando-se perda de peso,


retardo no crescimento e aumento de refugos. O tratamento pode ser
realizado através de injeções ou de banhos com sarnicidas.
Transmissão da doença
 Através de moscas.
 Através do próprio contato com outro animal.
 Pelo ar.
 As matrizes podem ser portadoras do
ectoparasita no conduto auditivo, infectando
assim os leitões.
 A doença também se espalha na criação
através dos machos reprodutores que podem
contaminar as fêmeas durante a cobertura.
Controle e Tratamento
 Os fatores mais significativos para o controle da doença
são os custos com medicamentos e mão-de-obra;
 Sendo a melhor estratégia adotada a aplicação de
sarnicida pulverizando o animal, somente após o
diagnóstico laboratorial através da análise de amostras
de raspado de pele.
 Tal medida apresenta-se com menor custo por animal
quando comparada ao uso do produto injetável em todo
o lote de animais.
Principais doenças Virais
- Peste Suína Africana
- Peste Suína Clássica;
- Parvovirose Suína;
- Rotavirose suína;
- Febre Aftosa;
- Doença vesícular suína;
- Raiva em suínos;
- Doença de Aujesky;
- Pleuropneumonia Suína.
 Situação Sanitária Brasileira:

A peste suína africana foi erradicada em todo território


nacional e a declaração de país livre de PSA foi feita em 1984,
por meio do Ato Administrativo da Secretaria de Defesa
Sanitária Animal.
 TRANSMISSÃO

 Infecções em suínos domésticos

 Contato indireto pelos carrapatos contaminados

 Ingestão de alimentos não cozidos e contaminados

 Animais constantemente infectados

 Portadores definitivos
Peste Suína Clássica
 Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, é
uma enfermidade contagiosa e muitas vezes, fatal aos suínos,
causada por um vírus RNA envelopado pertencente a
família Flaviviridae.

 Nos dias de hoje no Brasil, algumas das regiões mais


importantes na criação de suínos são livres da PSC, embora
permaneça endêmica e recorrente em outras áreas. Este é uma
das doenças mais importantes dos suínos domésticos, sendo
assim de notificação compulsória.
Contaminação
 A contaminação geralmente se dá pela via oronasal e o
período de incubação varia de 7 a 10 dias, sendo menor em
casos de infecção experimental.
 As células que o vírus ataca, são: células endoteliais,
células linfo-reticulares, macrófagos e algumas células
epiteliais específicas.
 Quando a infecção é pré-natal o vírus afeta a diferenciação
dos órgãos, levando a más formações (aborto, natimortos,
mumificação fetal); quando a infecção é pós-natal, as
lesões relacionam-se com os danos sofridos pelas células
endoteliais e trombose.
Sinais clínicos
 Dependem de fatores como a idade do animal e a virulência da cepa
envolvida. Em animais jovens, a taxa de mortalidade pode chegar a
90%, já em animais mais velhos, a enfermidade pode manifestar-se
discretamente ou até mesmo ser subclínica.

 Inicialmente os animais apresentam depressão e febre alta, associados


com leucopenia severa (contagem de leucócitos abaixo do normal),
como o vírus ataca o sistema linfóide, há necrose das tonsilas;
observam-se também eritemas (regiões avermelhadas), hemorragia e
cianose em animais de pele branca, geralmente nas extremidades,
axilas, abdômen e face interna dos membros. Petéquias e Hemorragia
também são vistas nas mucosas. Observa-se também sinais nervosos,
como: letargia, convulsões ocasionalmente, ranger de dentes e
dificuldade de locomoção.
Diagnóstico
 O método de diagnóstico mais utilizado é o isolamento do
vírus em cultivo celular. O material utilizado é o sangue, ou
suspensão de órgãos do sistema linfóide, como tonsilas,
baço, linfonodos, glândulas parótidas e rins.
 Como este vírus não é citopatogênico, são
usados anticorpos específicos para a identificação do vírus em
cultivo celular. Esta é uma técnica muito lenta, podendo levar
até sete dias após submissão das amostras ao laboratório.
Controle
 São utilizadas vacinas atenuadas, baseadas na amostra chinesa do
vírus da PSC. Elas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes e
é segura para fêmeas gestantes.
 A desvantagem da utilização da vacinação é que não é possível a
diferenciação entre anticorpos vacinais e aqueles induzidos por
infecção natural.
 Em áreas sem vacinação são utilizados os seguintes procedimentos
para controlar os surtos:
- Eliminação de toda a população suína de rebanhos infectados
- Investigação epidemiológica, clínicas e virológicas
- Restrição de movimentação de suínos vivos, da carne suína e de
outros vetores que possam transmitir a doença.
Parvovirose Suína
 Doença infecciosa do sistema linforreticular de
suínos adultos e generalizada de embriões e fetos. A
infecção ocorre por via nasal ou venérea, a partir de
ambiente contaminado, pelo macho, ou através de
fezes ou secreções vulvares de fêmeas doentes.

 Os suínos se contaminam através da ingestão de


restos de placenta no momento do parto.
Parvovirose Suína

 Virose que somente na espécie suína está relacionada com


transtornos reprodutivos. Quando uma fêmea em gestação é
infectada, o vírus atravessa a placenta e se multiplica
lentamente no útero. Assim sendo, nesta enfermidade é
comum se observar além do abortamento, fetos mumificados
em vários estágios.

 Suspeita-se da circulação do vírus em uma criação, quando


além dos sinais clínicos descritos, existe a presença de
animais com diferentes níveis de anticorpos, detectados pelo
diagnóstico laboratorial.
Sintomas

 A infecção cursa de forma clinicamente


inaparente, não afetando portanto a matriz. Por outro
lado, quando afeta fêmeas na fase inicial da gestação,
ocorre a multiplicação do vírus no tecido embrionário
e fetal, causando sua morte e o desenvolvimento do
principal sinal clínico da parvovirose em suínos, que é
o aumento na taxa de mumificação.
Controle
 Adequada adaptação das nulíparas (leitoas, marrãs) antes de
introduzir no plantel de reprodução;

 O controle da parvovirose suína é feito através da vacinação de


todo o plantel reprodutor antes da cobertura. Existem no
mercado vacinas polivalentes que protegem contra a
parvovirose e outras enfermidades.

 Assim, orienta-se a vacinação a fim de que todos os suínos


apresentem níveis de anticorpos elevados e uniforme.
Rotavirose suína

 É responsável por severas diarréias geralmente, de cor amarelada ou


esverdeada com presença de leite coagulado, principalmente, em
leitões de duas a seis semanas de vida.

 Os leitões podem apresentar ainda, vômitos e falta de apetite.

 O vírus se transmite aos leitões, principalmente, através das fezes.


Fêmeas adultas podem também ser portadoras eliminando o vírus e
contaminado a leitegada. Lembramos que por se tratar de uma
zoonose e por não existir vacina no mercado, resta como prevenção
medidas de limpeza e higiene.
Febre Aftosa

 A Febre Aftosa é uma doença aguda e contagiosa que se


caracteriza por um estado febril inicial, seguido por uma
erupção vesicular localizada nas membranas mucosas e na
pele, coroa dos cascos, língua e focinho.
 A doença é produzida por um vírus dos menores que se
conhece capaz de atravessar os poros das velas de filtração.
 Existem sete vírus e cerca de 82 subtipos conhecidos da
Febre Aftosa que são os: A, O, C, Sat 1, Sat 2, Sat 3 e o
Ásia.
Patogenia
 A Febre Aftosa dos suínos é uma enfermidade vesicular que
evolui esquematicamente em quatro fases:
- uma fase de incubação
- uma fase febril
- uma fase eruptiva e
- uma fase convalescente.
 O vírus penetra por via respiratória ou digestiva e multiplica-
se nas células da faringe. Através da corrente sanguínea atinge
diferentes locais do organismo, provocando a formação de
vesículas (aftas) na mucosa da boca e no focinho (partes sem
pelo), causando lesões no epitélio.
Sintomas

O aparecimento súbito de vários suínos mancando


pode ser o primeiro sinal de Febre Aftosa.
 Ocorre elevação da temperatura corporal e
aparecimento de aftas esbranquiçadas, que podem
romper-se formando úlceras.
 Essas vesículas também podem ser encontradas nas
tetas, entre os cascos, na coroa do casco, fazendo
com que possa ocorrer a perda do mesmo.
Controle
 A prevenção contra a Febre Aftosa baseia-se em dois pontos:
medidas sanitárias e uso de vacinas.

Medidas Sanitárias
• Estabelecimento de quarentenário nos pontos de entrada do
país e nas granjas;
• Inspecção sanitária dos animais que entram na propriedade;
• Interdição da propriedade com foco da doença até 30 dias
após o aparecimento do último caso;
• Desinfecção de pocilgas, utensílios e viaturas da propriedade
com foco da doença;
• Desinfectantes.
Vacinação:

 Em zonas livres de Febre Aftosa, a vacina não pode ser utilizada como
auxiliar em programas de erradicação através do abate.
 Essas devem ser utilizadas onde a doença é enzoótica e devem ser
polivalentes, contando com serotipos prevalentes na área.
 No Brasil, está em uso uma vacina com vírus O,A e C inativos, emulsionada
em adjuvante oleoso, que desenvolve imunidade a partir do sétimo dia após
sua aplicação e a proteção se mantém em bom nível, durante quatro meses.
 Leitões destinados ao abate necessitam ser vacinados apenas uma vez, aos
dois meses de idade, enquanto que reprodutores, devem ser revacinados a
cada quatro meses.
 A vacinação das fêmeas no final do período de gestação deve ser evitada,
pois se usada, a vacina pode atuar sobre os fetos de tal forma que os leitões
nasçam com sua resistência diminuída.
Doença vesícular suína
Etiologia:

 O vírus da doença vesicular suína é um membro do


gênero Enterovirus, família Picornaviridae.
 O vírus da doença vesicular suína é um vírus RNA de cadeia
simples que é muito resistente ao meio ambiente.
 Pode permanecer ativo quando passa por processos de
defumação e curação, e também pode persistir no salame e no
peperoni.
Transmissão
 contato direto via lesão na pela e na mucosa
 Ingestão de produtos de porcos infectados - o vírus é
muito resistente e pode persistir em produtos secos,
defumados ou carnes curadas
 contaminação fecal é a maior fonte de disseminação
do vírus (diferente de outras doenças vesiculares
virais)
 animais recuperados eliminam o vírus nas fezes por
14 dias a 3 meses.
Sinais Clínicos:
 Febre e anorexia acompanhadas por vesículas na boca, focinho, faixas
coronárias, espaços interdigitais, e solas das patas, levando à
claudicação e ulcerações.
 Algumas cepas podem também causar uma encefalite, resultando em
andar instável, tremores e coréia.
 Além disto, animais podem estar sub-clinicamente infectados, sem
apresentarem sinais da doença.

Tratamento e controle:
 O abate e o descarte adequado de animais infectados.
 Desinfecção das instalações.
Raíva em Suínos
 Causada por um vírus do gênero Lyssavirus pertencente à família
RhabdoviridaeCausada, um vírus estreitamente neurotóxico, acomete homens e
animais e se caracteriza por sintomas de paralisia e morte.

 Transmissão
 - Mordida de um animal possua o vírus na saliva.
 - Picadura do morcego hematófogo portador do vírus
 - Transplacentária
 - Aerógena
 - Lambedura, se existir uma solução de continuidade na pele
Susceptibilidade
 - Todos os animais, sendo que os mais jovens são mais susceptíveis.
 Fatores que influenciam a susceptibilidade

- Local da mordedura

- Quantidade e profundidade

- Espécie que mordeu

- Idade
Etiologia

 O Ag. Etiológico da raiva é um RNAvírus.


 Apresenta uma simetria helicoidal e se apresenta
a semelhança de um projétil.
 Facilmente isolado por inoculação intracerebral
em camundongos lactentes.
Diagnóstico

O diagnóstico clínico pode ser sugestivo


quando há presença dos sintomas nervosos
e paralíticos e no caso de herbívoros,
 Além dos dados nervosos e paralíticos,
também pela ocorrência na região,
(município).
Patogenia
 O vírus penetra pela via transcutânea e caminha
através dos filetes nervosos em direção ao SNC
por um movimento centrípto denominado de
NEUROPROBASIA.
 Ao chegar no SNC, sofre uma multiplicação e vai
para o gânglio trigêmeo através de um
movimento centrífugo,denominado de
SEPTINEURITE.
 Daí vai para as glândulas salivares,
principalmente a submandibular, de onde é
eliminado pela saliva.
Tratamento

 Não existe!!!

 Existe prevenção através de vacinas


semelhantes a da aftosa.
 Doença de Aujesky
 Doença infecto-contagiosa causada por um herpes vírus, denominado
Herpesvírus Suídeo 1, também conhecida como pseudo-raiva.

 Epidemiologia

 Ruminantes, felinos, caninos e roedores são sensíveis, mas a doença raramente


ocorre e, em geral é fatal, com eliminação nula do vírus.
 O vírus está presente nas secreções nasais e saliva dos animais doentes a partir
de 7 a 10 dias após a infecção.

 Transmissão:
 Via contacto direto entre animais, água e alimentos contaminados
 A eliminação do vírus principalmente pelo aparelho respiratório, podendo ser
eliminado pelo leite.
Patogenia
 A infecção pode ocorrer por contacto direto com animais
doentes ou portadores.
 Forma nervosa – o vírus multiplica-se inicialmente no epitélio
do trato respiratório superior, invadem as células olfativas,
atinge o bolbo olfativo (nova multiplicação) e atinge o SNC.
 Forma respiratória – o vírus chega ao pulmão, multiplica-se
nas células alveolares e nos macrófagos, que são então
destruídos pelo sistema imune do suíno (imunodepressão).
 A infecção uterina - pode interferir em todos os estágios de
desenvolvimento embrionário e fetal, podendo provocar
abortos, nascimento de fetos mumificados, infertilidade, etc.
Sintomas
 Os sinais apresentados, predominantemente por suínos jovens, são
neurológicos;

 Nos animais adultos, os sintomas caracterizam-se por: febre, aborto,


reabsorção fetal, dificuldade respiratória e, certas vezes, vômito.
Controle e Tratamento

 Não há tratamento possível;


 Os animais infectados devem ser sacrificados e
enterrados ou insinerados.
 A vacinação controla a doença clínica,
eliminando os sintomas.
Pleuropneumonia Suína

Adoença é causada pelo Haemophilus


pleuropneumonia, e a melhor forma de
propagação tem sido o contato direto
entre os animais.
Sintomas
 Se manifesta sob três formas:
 • Subaguda - Em rebanhos previamente não infectados, a sintomatologia
se faz muito evidente, febre alta, dispnéia e morte rápida. Com grande
freqüência, há presença de sangue na boca e no nariz.

 • Aguda - O suíno perde o apetite, perde peso, a respiração é


entrecortada por tosses freqüentes, manifesta-se também cianose nas
orelhas. A mortalidade é variável.

 • Crônica - Redução do apetite e certa dificuldade de locomoção. Nesta


fase, os animais podem espalhar a doença pela granja, freqüentemente o
animal apresenta pequenas lesões pulmonares.
 Tratamento e prevenção

 O uso de antibióticos para o tratamento é indicado quando aparecem


os primeiros sintomas típicos.
 Reduzindo as perdas por morte em infecções crônicas agudas.
 A utilização de vacinas que combinem vários sorotipos é o melhor
método para controlar o vírus.
 O microorganismo pode sobreviver até sete dias no meio exterior,
portanto a limpeza e desinfecção das instalações são medidas
preventivas extremamente válidas, a cada troca de lote.
Forma subaguda:
Escorrimento de sangue pela boca e nariz
Principais doenças bacterianas
 Brucelose,
 Leptospirose Suína;
 Tuberculose,
 Salmonelose,
 Meningite estreptocócica;
 Pneumonia Enzoótica;

 Renite Atrófica dos suínos;


 Colibacilose;
 Erisipela suína.
Brucelose
 A brucelose suína, também conhecida como doença
de Bang, é responsável pela ocorrência de abortos
em suínos e alguns casos de infertilidade.
 A brucelose pode ser transmitida por três bactérias
Brucella abortus, Brucela suis e Brucela melitensis.
A doença pode ser transmitida para outras espécies
de animais domésticos e também ao homem.
Transmissão
 Cobertura de leitoas e porcas com cachaços infectados
- A brucella penetra no trato reprodutivo durante a
cobertura e, e após instala-se no útero, penetra em
outras partes do corpo.
 Contacto com animais infectados - a brucella penetra
via oral através da pele e das membranas mucosas.
 Ração ou pasto contaminado - Os suínos podem ser
infectados através do contacto com a água, ração e solo
contaminados com urina ou secreções de animais
infectados.
 Sintomas
Devido a variação dos sintomas de animal para animal, não há um guia
prático para se detectar a doença. Entretanto existem sintomas importantes:

• Ciclo Irregular - as matrizes retornam ao cio de quatro a oito semanas


após a cobertura. O aborto ocorre precocemente e passa desapercebido;
• Abortos, leitões fracos - os abortos podem ocorrer em qualquer fase da
gestação, mas principalmente ocorrem entre dez e oitenta dias de gestação.
- As porcas que abortam podem ter uma leitegada normal na gestação seguinte,
porém são transmissoras da doença;
• Manqueira e Espessamento das junções ósseas - Por vezes a infecção se
localiza nas junções ósseas determinando inchaço e posteriormente
paralisia;
• Esterilidade - A brucelose pode causar uma infertilidade temporária ou
definitiva, tanto em porcas quanto em cachaços.
Prevenção e Tratamento

 Não existe tratamento para a brucelose. O controle é feito através de


testes serológicos e eliminação dos positivos. A reposição do plantel
deve ser feita com animais provenientes de granjas livres da doença.
Leptospirose Suína

CONCEITO:
 Doença infecciosa caracterizada
principalmente por transtornos reprodutivos
tais como abortos, natimortos, fetos
mumificados e nascimento de leitões fracos.
Leptospirose Suína
 É uma zoonose na qual os animais são hospedeiros primários,
essenciais para a persistência dos focos da infecção, e os seres
humanos são hospedeiros acidentais, terminais, pouco eficientes
na perpetuação da mesma.

 Os suínos são considerados reservatórios, inclusive para outras


espécies e para o homem. Quando infectados, apresentam um
prolongado período de leptospiremia, que não é acompanhado
de sinais clínicos e podem eliminar leptospiras na urina por um
período superior a um ano.

 Os ratos, freqüentemente, tem sido fonte de infecção para


suínos.
Modo de transmissão
- Através de mucosas (ocular, digestiva, respiratória, genital);
- Pele escarificada e;
- Inclusive da pele íntegra, (permanência por tempo prolongado água
contaminada).

 A eliminação da leptospira ocorre através da urina, de forma


intermitente, podendo persistir por períodos de tempo de longa
duração, variáveis com as espécies animais e a variante sorológica da
leptospira envolvida.
 Nos roedores, a presença de leptospira pode ser registrada
permanentemente na urina. Devido a uretra constituir-se na via
comum para eliminação de urina e sêmen, é possível que este último
também venha a ser contaminado por leptospiras o que torna possível
a transmissão venérea por leptospirose animal, tanto pela monta
natural, como através da inseminação artificial.
Sinais clínicos
 Manifestações clínicas mais freqüentes atingem a esfera
reprodutiva, incluindo o abortamento, em qualquer fase de
gestação. Em algumas oportunidades, as reprodutoras
atingidas podem apresentar infertilidade ou mesmo
esterilidade.
 O nascimento de produtos a termo debilitados evoluem para
o óbito nos primeiros dias de vida, Alguns sinais em
particular podem ser observados de acordo com a espécie
animal e em determinadas faixas etárias.
 Leptospirose aguda: os sinais clínicos nesta
forma podem passar despercebidos na granja.
Consistem de prostração, anorexia e elevação
da temperatura corporal.
 Leptospirose crônica: os transtornos
reprodutivos ocorrem no terço final da
gestação. Porcas infectadas podem abortar,
ocorrer natimortos em excesso ou parição de
leitões fracos, que morrem poucas horas após o
nascimento.
Diagnóstico
 O diagnóstico da leptospirose animal deve apoiar-se na
integração dos informes clínicos-epidemiológicos com os
dos resultados dos exames laboratoriais.

 A soroaglutinação microscópica é o procedimento


laboratorial mais amplamente empregado para o diagnóstico
etiológico da infecção animal.

 Outros métodos são dispendiosos, de resultado demorado,


aplicando-se apenas a casos individuais e ou animais de alto
valor estimativo ou econômico.
 Tratamento

 Para o tratamento animal é recomendado preferencialmente uma


associação de Penicilina e Dihidroestreptomicina, ocorrendo um
Sinergismo
- Penicilina age na parede da leptospira,
- Dihidroestreptomicina interfere no RNA (Ribossomo).

 Dihidroestreptomicina 25 Mg/kg vivo, durante 3 dias num intervalo


de 24 horas.
Prevenção e controle
 O controle da leptospirose apoia-se na aplicação integrada de ações nos
diversos elos da cadeia de transmissão:
- Fontes de infecção (diagnóstico/tratamento, combate aos reservatórios
sinantrópicos);
- Vias de transmissão (eliminação do excesso de água livre, higiene das
instalações e equipamentos, higiene da inseminação artificial);
- suscetíveis (imunoprofilaxia).
 A recomendação mais aceita tem sido a de vacinações semestrais com dose
de reforço nas primo-vacinações (intervalo de 30 dias).
 Em situações de epidemia, pode ser analisada a aplicação simultânea de
antibiótico e a vacinação de todo o plantel.
 Em rebanhos que adotam a vacinação com regularidade, recomenda-se que
um monitoramento sorológico seja efetuado após ter transcorrido o prazo
mínimo de 120 dias após a última dose de vacina.
Tuberculose
 zoonose que tem grande importância em saúde pública. Em suínos a
enfermidade pode passar despercebida, em virtude de não apresentar
sinais clínicos aparentes,
- Causam lesões em linfonodos, pulmão, fígado e baço pode ser
suspeitada por ocasião do abate.
 É causada por agentes do gênero mycobacterium podendo o suíno
pode se infectar ao ingerir alimentos como restos de restaurantes,
hospitais, e disseminar a doença entre os demais.
 O diagnóstico no rebanho é realizado através do teste da
tuberculina, onde a positividade é vista pelo aumento de volume no
local onde foi realizado o teste. As provas laboratoriais são utilizadas
para o isolamento da bactéria e os animais positivos são
obrigatoriamente sacrificado.
Tuberculose. Presença de
células gigantes 1b.

Área de necrose caseosa central com


deposição de cálcio.
Salmonelose

 A Salmonelose ou paratifo dos leitões causa uma pneumonia


conhecida popularmente por batedeira.
 Ocorre entre cinco semanas à quatro meses.
 Forma aguda: onde se observa morte súbita ou acompanhada de
enfraquecimento, dificuldade de locomoção e manchas avermelhadas
na pele, principalmente orelha e barriga.
 Forma crônica: o que mais chama atenção é a febre, dificuldade de
respiração, falta de apetite e diarréia líquida, esverdeada ou amarelada
ou sanguinolenta e com mau cheiro.
 O suíno se infecta através de alimentos contaminados ou pela
introdução no plantel de outro suíno portador, que em situações de
stress, passa a eliminar a bactéria.
 A Salmonella é conhecida há mais de 100 anos, infecção por
Salmonella, uma bactéria.

 Causa: Sua transmissão entre hospedeiros ocorre principalmente


via fecal-oral.

 A excreção de Salmonella nas fezes é suficiente para servir como


uma fonte de infecção, dentro da mesma baia ou do mesmo
galpão, através da contaminação das instalações.

 Outras fontes de contaminação incluem: roedores, insetos, aves,


outras espécies animais, a alimentação animal. Caminhões, silos e
os próprios ingredientes das rações.
Controle da Salmonelose
 Deve ser feito através de rigorosas medidas tais como:

- Vacinação nas fêmeas no último mês de gestação e, nos leitões, aos


sete dias de vida com revacinação no décimo quinto dia;
- Higiene e desinfecção das instalações;
- separação e tratamento dos animais doentes;
- evitar o excesso de animais numa mesma baia (estresse);
- evitar juntar animais de fora da propriedade com os de dentro sem
antes fazer uma quarentena.
Meningite estreptocócica
 Esta doença tem sido freqüentemente observada em criações
onde os suínos são mantidos com pouca ventilação e ou,
com superlotação.
 Afeta leitões tanto na maternidade como creche.
 O suíno portador é o responsável pela disseminação da
bactéria aos outros animais.
 Na primeira semana de vida os principais sintomas são
tristeza, cerdas arrepiadas, tremores musculares e
sensibilidade aumentada.
 Quando a doença ocorre em desmamados, os leitões
apresentam falta de apetite, tristeza, febre, incoordenação de
movimentos, decúbito lateral, movimentos de pedalagem e
convulsão.
Diagnóstico

O diagnóstico laboratorial é fundamental para


indicar o tratamento específico, evitando-se
desta forma o uso indiscriminado de
antibióticos que, além de interferir com o
diagnóstico, aumenta a resistência da bactéria.
Causas
 Seu agente etiológico é o Streptococcus suis.
 Já foram identificados 35 sorotipos do S. suis, sendo
que o sorotipo 2 é considerado o mais virulento.
 Sua incidência é maior em granjas de produção
intensiva, com animais totalmente confinados e alta
densidade.
 O stress pode precipitar a infecção causada por S.
suis.
Sintomas
 Em leitões lactantes os sinais clínicos mais
freqüentes são: apatia, diarréia, febre, cerdas
arrepiadas, às vezes, vômito.
 Pode-se observar o aparecimento de artrite, com
articulações inchadas e doloridas, tremores
musculares e hipersensibilidade ao tato. A forma
septicêmica pode ocorrer nesta fase, levando o
animal a morte.
Prevenção
 Para prevenção, já que não existe vacina
disponível as boas práticas de manejo devem ser
adotadas.
 Nesta enfermidade também é importante
conhecer a procedência dos animais que deve
ser de rebanhos livres. Também é aconselhável a
manutenção das fêmeas por um longo período
aumentando assim a imunidade do plantel.
Controle
O tratamento mais indicado é a utilização de antibióticos.
 As drogas mais recomendadas são as:
- Penicilinas,
- Ampicilina,
- Amoxilina,
- Cefalosporinas,
- Fluorfenicol,
- Quinolonas,
- Sulfa-trimetropim.
 Deve-se associar ao antibiótico um analgésico e um
antiinflamatório.
Pneumonia Enzoótica
 A Pneumonia Enzoótica ou Pneumonia Micoplásmica Suína (MPS) é
doença crônica, muito contagiosa, caracterizada por uma
broncopneumonia catarral.

 Se manifesta por tosse seca;

 Atraso no ganho de peso;

 Alta morbidade;

 Baixa mortalidade e geralmente, cursa com complicações


broncopulmonares purulentas.
Etiologia
 É causada pelo Mycoplasma hypnominiae.
 Variáveis ambientais e de manejo favorecem sua ocorrência e
severidade.

Epidemiologia
A transmissão ocorre por contacto directo com as secreções do
aparelho respiratório e através de aerossóis, eliminados durante os
acessos de tosse.

 Suínos de todas as idades são susceptíveis à doença, porém os mais


velhos desenvolvem uma certa imunidade. Assim, a forma clínica da
doença é mais comum nos animais em crescimento e terminação, mas
em varas sem imunidade, a doença pode afectar leitões já a partir de
duas semanas de idade, bem como em animais em fase de
reprodução.
Sintomas
 Suínos de todas as idades podem adoecer, dependendo da
imunidade do rebanho em relação, ao agente, mas nos rebanhos
onde a doença é endémica, os sinais clínicos são vistos,
principalmente, nos animais em crescimento-terminação.

 Primeiro sinal é a tosse seca e crônica, facilmente observada


quando os animais são forçados a exercitar-se.

 Em alguns casos ocorre corrimento nasal mucoso.

 Observa-se animais com pouco desenvolvimento, pêlos arrepiados


e sem brilho.

 O quadro clínico geral da vara é influenciado pela presença de


outras infecções respiratórias e pelos fatores de risco existentes no
rebanho.
Controle
 É praticamente impossível eliminar a infecção por Mycoplasma
hypnominiae de uma vara, mas pode-se conviver com a doença,
reduzindo a sua gravidade a níveis economicamente satisfatórios, pela
aplicação de medidas terapêuticas, imunoprofiláticas e,
principalmente, pela correção dos fatores de risco.

 Existem no mercado brasileiro várias marcas de vacinas contra a


Pneumonia Enzoótica Suína.
 Pode ser recomendada a vacinação das leitoas com duas doses e das
porcas.
 Como a imunidade passiva pode interferir na imunidade dativa,
leitões filhos de mães vacinados devem ser vacinados mais tarde, no
final da fase de creche.
Rinite Atrófica dos Suínos
 A Rinite Atrófica (RA) é uma doença infecto-contagiosa
do trato respiratório superior, de evolução progressiva e
crônica, caracterizada por atrofia dos cornetos nasais,
desvio do septo nasal e deformidade do focinho.
 Tem um grande impacto econômico, devido à redução no
ganho de peso e piora na conversão alimentar.
 Trata-se de uma enfermidade insidiosa, que não produz
sinais clínicos evidentes e nem mortalidade.
Bactérias Envolvidas

 Embora a RA seja considerada uma doença


multifatorial, a Bordetella bronchiseptica, a
Pasteurella multocida tipo D e, mais raramente, a
tipo A, produtoras de toxina dermonecróticas,
são incriminadas como agentes primários.
Idade de Infecção

 Os leitões podem se infectar em idade precoce


ainda na maternidade ou creche, e as lesões
geralmente são progressivas e com pouca
possibilidade de resolução;
 Compromete animais na faixa de três a oito
semanas de idade (SOBESTIANSKY et al., 1999;
MORÉS et al., 2001).
Transmissão
 A transmissão primária da RA ocorre por contato, de suíno para
suíno ou através de aerossóis, por via aerógena;
 Porcas, cronicamente infectadas, transmitem a doença às suas
leitegadas, por contato nasal, durante o período de
amamentação;
 Os leitões infectados se constituem em fonte ativa de infecção
para outros suínos susceptíveis e disseminam a infecção nos
reagrupamentos realizados no desmame e no início do
crescimento;
 Nas primeiras semanas de vida, desenvolvem lesões severas e
tornam-se disseminadores da infecção;
 Outros possíveis transmissores da RA são gatos, ratos e coelhos.
Sintomas
 A deformação das estruturas nasais modifica o
fluxo de ar inspirado por meio das fossas nasais,
a qual elimina a barreira protetora física e
permite que as partículas suspensas no ar
entrem no aparelho respiratório, causando sérios
problemas (SILVA, 2005; DALLA COSTA et
al., 1999).
Diagnóstico
 O diagnóstico clínico é realizado mais facilmente
em leitões a partir de cinco semanas de idade.
 O definitivo deve ser feito pelo exame das
conchas nasais de leitões, com cinco a dez
semanas de idade, ou de animais enviados aos
frigoríficos.
 É aconselhável o exame de, pelo menos, 20
animais, provenientes de várias leitegadas
(BRITO et al., 1993).
Profilaxia
 Provavelmente a melhor forma de evitar
problemas respiratórios graves é manter o
ambiente onde os suínos são criados o mais livre
possível de estresse imunológico, social e
nutricional, relacionados com as transferências
dos leitões de uma instalação para outra
(desmame – creche – crescimento – terminação),
que propicia o aparecimento dos sintomas
respiratórios (SILVA, 2005).
Profilaxia
 Como prevenção pode-se utilizar dos
medicamentos nas porcas, por 7 dias antes e 15
após o parto dos leitões, por um período de 35
dias. Já o esquema de vacinação tem dado bons
resultados. Há o programa de vacinas das leitoas
(duas doses: aos 60 e aos 90 dias de gestação) e
porcas (uma dose: uma dose aos 100 dias de
gestação) e dos leitões, aos 7 e 28 dias de idade
(SILVA, 2005).
Colibacilose

 Doença entérica (colibacilose entérica) e/ou


septicêmica (septicemia colibacilar) causada por
uma enterobactéria, que acomete todas as espécies
de animais, principalmente os mais jovens,
causando elevada morbidade e mortalidade.

 Agente etiológico:
Escherichia coli
Fatores predisponentes:

 Idade dos animais (atinge animais até os quatro dias de vida);


 Precário saneamento (das instalações e do meio ambiente);
 Manejo intensivo, deficiente recolhimento de dejetos,
manutenção de animais infectados na propriedade
principalmente portadores (adultos);
 Introdução de novos animais oriundos de propriedades com
colibacilose endêmica; deficiente esquema de imunização
passiva ou ativa (vacinações)
Patogenia
 Penetra no organismo do suscetível pela mucosa oral e/ou
nasofaringe, se instala na mucosa intestinal.
 São várias as formas de colibacilose, segundo a estirpe de E. coli
envolvida:

 * Colibacilose entérica: a E. coli enteropatogênica prolifera


intensamente no intestino, alcançando concentrações da ordem de
dezenas de milhares de vezes superior à dose infectante, e causa
diarréia.

 * Colibacilose septicêmica ou Colissepticemia: causada pela E. coli


(O78;K80), que ingressa no organismo do suscetível por via oral e
pela nasofaringe, chegando diretamente ao intestino, atingindo a
circulação sanguínea, distribuindo-se a quase todos os órgãos,
principalmente os rins.
Imagem Escherichia coli
Erisipela suína
 Também conhecida como ruiva;
 É uma enfermidade do tipo hemorrágica, causada pela
bactéria Erysipelothrix rhusiopathiae,um bacilo gram-
positivo, que provoca septicemia aguda ou subaguda e
lesões crônicas proliferativas;
 As bactérias resistem várias semanas na água e no solo
em pH alcalino, sobrevivem vários meses em matéria
orgânica em putrefação;
 A sobrevivência é mais longa em temperatura ambiente
mais baixa.
SINAIS CLÍNICOS
 Ocorrem sob as formas: hiperaguda, aguda, subaguda e crônica.
 Na forma hiperaguda ocorre morte súbita.

 A forma aguda é observada febre elevada (até 42ºC), prostração,


anorexia, conjuntivite e andar cambaleante.(Podem ocorrer mortes).
 Na forma subaguda ocorrem poucas lesões na pele, febre
moderada e passageira, o apetite é normal. Alguns casos
subagudos podem não ser percebidos, como ocorre em plantéis
com imunidade vacinal.
 A forma crônica caracteriza-se pela ocorrência de artrites e
insuficiência cardíaca. Suínos apresentam engrossamento das
articulações dos membros locomotores, em alguns casos já a partir
da terceira semana após a infecção e sentem dor ao
movimentarem-se.
Contágio
 A penetração do agente ocorre pela ingestão de alimentos ou água
contaminados, bem como através de ferimentos na pele.
 Em suínos, a doença é caracterizada por lesões cutâneas
freqüentemente no formato de diamante, septicemia, artrite crônica e
claudicação, cardíacas, pode ocorrer aborto e lesões de células
espermiogênicas.
 É caracterizada como uma doença ocupacional, infectando pessoas
que trabalham com manipulação ou processamento de carne,
agricultores, veterinários, trabalhadores de curtumes e laboratoristas
(ACHA & SZYFRES, 1986).
 A infecção ocorre através de ferimentos na pele, sendo muito
resistente a outras vias de penetração (STRAW et al., 1999).
Controle
 Em casos de granjas onde a ocorrência de erisipela persiste deve
ser usado o esquema de vacinação de leitões de seis a 10
semanas de idade e revacinação um mês após.
 Leitoas e porcas devem ser vacinadas antes da cobertura.
 O controle através do uso de vacina tem sido eficiente contra a
ocorrência de surtos de erisipela na forma aguda.

 São recomendados desinfetantes fenólicos ou cresóis, por


apresentarem boa ação residual e atividade em presença de
matéria orgânica.
 Fatores estressantes, como mudanças na alimentação,
temperatura ambiente, superlotação e transporte, podem
predispor à erisipela suína.
Programa Nacional de sanidade
dos Suídeos
ATRIBUIÇÕES
 Controlar e avaliar a execução do programa quanto à
vigilância, profilaxia, controle e erradicação das
principais doenças que afetam o plantel nacional de
suídeos;
 Fiscalizar e realizar supervisões técnicas nos
estabelecimentos de produção e reprodução de suínos
para credenciar e certificá-los como livres da doença, e
nos serviços oficiais de defesa sanitária animal dos
estados;
ATRIBUIÇÕES

 Propor e acompanhar estudos epidemiológicos


com vistas à criação e manutenção de zonas
livres;
 Monitoramento das atividades nas barreiras
sanitárias e no controle de portos e aeroportos.
NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

 Peste suína clássica


 Brucelose
 Sarna
 Febre aftosa
 Cisticercose
 Doença de Aujeszky
 Tuberculose
 Leptospirose
 Raiva
 Hidatidose
DOENÇAS EXÓTICAS

 Peste suína africana


 Encefalite por vírus de Nipah
 Síndrome reprodutiva e respiratória suína
 Doença vesicular dos suínos
 Gastroenterite transmissível
 Encefalite japonesa
 Triquinelose
VIGILÂNCIA SANITÁRIA

 Controle de importações de animais vivos, seus


produtos, subprodutos e produtos biológicos e
patológicos possíveis veiculadores dos agentes.
 Mantém e amplia as zonas livres de doenças, certifica
e monitora GRSC
 2 exames negativos PSC, DA, brucelose, leptospirose
e sarna.
 Intervalo de 2 a 3 meses.
Calendário de vacinação
BIBLIOGRAFIA
 http://www.sossuinos.com.br
 http://www.tecsa.com.br
 http://www.cnpsa.embrapa.br/abraves-sc/pdf/Memorias2001/1_manoelrenato.pdf
 http://www.acrismat.com.br
 http://www.infoescola.com/medicina-veterinaria/peste-suina-classica/
 http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=25482
 http://www.suinicultura.com/index.php?
option=com_content&view=article&id=232:brucelose-
suina&catid=74:sanidade&Itemid=96
 http://www.suinicultura.com/index.php?
option=com_content&view=article&id=231:febre-
aftosa&catid=74:sanidade&Itemid=96
 http://www.vet.uga.edu/vpp/archives/IVM/PORT/VDS/SVD.htm
Obrigado pela Atenção!

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