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C.

E ANTONIO FRANCISCO DOS REIS


DISCIPLINA: SOCIOLOGIA
TURMAS: 100 E 101 EJA
PROF.: DANIEL HENRIQUE

Influência da mídia na sociedade

Novelas

A mídia alcançou um lugar dominante no dia-a-dia da nossa vida. Ela


cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e
discussões sociais, são alguns dos itens que novelas levam as ruas do país
Uma pesquisa revelou que a influência das novelas sobre as famílias brasileiras vai muito além,
muitas mulheres incorporam o comportamento das personagens em sua própria vida, absorvendo
valores e mudando atitudes, sobretudo com relação a casamento e família.
Para a antropóloga Miriam Goldenberg, as mulheres veem nas protagonistas dos folhetins um
modelo: “O comportamento que se reproduz na novela é o de mulheres independentes, que se
tornam modelo a ser imitado. Se elas aparecem nas novelas com menos filhos, trabalhando, com
maridos mais jovens, com vários parceiros, isso vira uma coisa que as pessoas não só aceitam
como reproduzem”.
Walcyr Carrasco, autor da Rede Globo, discorda. Para ele, as protagonistas são reflexo da
sociedade e não o contrário: “O mundo vem mudando radicalmente em termos de hábitos de
comportamento. Vários fatores levam a isso, como a independência econômica da mulher. A figura
da mulher conformada com um casamento difícil porque não tem meios de se sustentar sozinha está
em extinção”.
Especialista em história da teledramaturgia, Silvia Oroz concorda em parte com o autor: “A mudança
de comportamento é um processo lento, mas a novela é uma forma integradora da cultura popular
que tem esse objetivo. A novela tem o poder da intimidade, ela consegue moldar qualquer coisa,
desde que o público queira. Não é uma perspectiva autoritária.
Moda e Transformação Social
Meias de Lurex ditou a moda no final da década de 70
As novelas podem provocar alterações no comportamento do individuo na sociedade, no entanto,
elas possuem o poder de transformar o pensamento das pessoas. No final da década de 70, a
novela Dancin Days, de Gilberto Braga, além de lançar o modismo da época, como meias coloridas
de lurex, promoveu produtos como água-de-colônia e sandálias de salto fino. Ganhou o exterior e
uma reportagem na revista americana Newsweek que destacou a influencia da novela sobre os
hábitos de consumo dos telespectadores.
Água viva (1980), de Gilberto Braga e Manoel Braga, abordou um tema polêmico na época: o
topless nas praias cariocas.

Heleninha, personagem, de Renata Sorrah, viveu uma alcoólatra em Vale


Tudo
No final da década de 80, o Brasil parou para acompanhar Vale Tudo, escrita por Gilberto Braga,
Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela tratava de temas polêmicos, provocando discussões
nas ruas, alcoolismo e o homossexualismo eram alguns dos temas que conduziam a drama. O Brasil
ficou de olho na telinha no dia 06 de janeiro de 1989 para saber ‘’quem matou Odete Roitman’’,
interpretada por Beatriz Segall, Leila (Cássia Kiss) acabou matando Odete, para o publico um final
bastante inusitado. No dia da exibição da morte de Odete, em pleno sábado de Natal, a novela
registrou 81 pontos no Ibope, com picos de 92. No último capítulo, a novela teve 86 pontos com
picos de 94.
Outras novelas de grande repercussão nacional, e fizeram o país a pensar e a discutir:
Barriga de Aluguel (1990), escrita por Gloria Peres, discutiu os limites éticos da inseminação artificial
envolvendo mães de aluguel.
O Rei do Gado (1996), escrita por Benedito Rui Barbosa, debatia sobre a luta por posses de terra,
através da reforma agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sua estreou
dois meses após a morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA).
Acessórios usados em O Clone ganharam o gosto popular em 2001
O Clone (2001), escrita por Gloria Perez, Temas como a cultura árabe, clonagem humana e
dependência química deram o tom da novela. Campanhas antidrogas foram desenvolvidas por
meios das personagens Mel (Débora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado)
ajudou a desmistificar o perfil do usuário e ampliou o número de dependentes em busca de apoio. O
FBI e a Drug Enforcement Administration (DEA), principais órgãos americanos responsáveis pelo
controle do trafico de drogas, premiaram Gloria Perez e Jayme Monjardim (Diretor de núcleo) pela
iniciativa. A novela também ditou moda, lençóis, véus, bolsas, jóias e até vestidos de noiva usados
pelas personagens ganhou as ruas e o gosto popular.

Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores

O The Washington Post, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o
mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros. O artigo Brazil’s Novelas
May Affect Viewers’ Lifes(Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) mostra
como Caminho das Índias, da Globo, influenciou a rotina dos brasileiros e a curiosidade das pessoas
sobre os costumes na Índia.
“No Brasil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino
Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os
pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”, diz um
trecho do artigo.
Em outro momento, o jornal revela como a Globo, emissora que exibiu Caminho das Índias, se
tornou uma indústria poderosa, capaz de influenciar toda a sociedade brasileira.
“Dois estudos no ano passado fizeram um link entre o consumo de novelas produzidas pela Rede
Globo, a rede que domina a indústria aqui, e o declínio das taxas de fertilidade e aumento dos
divórcios no Brasil. […] As novelas retratam ‘a pequena, bonita, branca, rica, urbana, e também as
famílias de classes média e pequena”.
A matéria mostra também o que alguns executivos da emissora pensam sobre o assunto.
“Nós sabemos da seriedade dessas pesquisas, mas há um engano ao tornar insignificante a
capacidade de livre arbítrio das pessoas, de imaginar que se a novela dita algo, alguém irá seguir”,
declarou Luis Erlanger, diretor da Globo.
A reportagem ainda cita Bruno Gagliasso, que com a interpretação de Tarso, alerta os brasileiros
sobre a esquizofrenia. E o ator confirma o impacto que as obras da Globo causam nas
pessoas.Entrevistado pelo jornal, Gagliasso declarou: “É como se a Globo jogasse a bola e as
outras pessoas começassem a jogar”, disse ele, sobre a influência da emissora carioca na vida das
pessoas.
Reportagem completa: http://www.washingtonpost.com/wpdyn/content/article/2009/06/07/
AR2009060702401.html

Bordões

Sempre que um filme, série ou novela cai no gosto


popular e um dos seus personagens diz expressões repetitivas o povo adota tal expressão para
situações do cotidiano, os chamados bordões.
Na série norte-americana Os Simpsons, toda vez que o Homer Simpson comete algo estúpido, diz
“do’h”! Hoje, milhões de pessoas por lá quando percebe que acabou de fazer uma besteira repete o
bordão (do’h).
Quem nunca disse “yabba-dabba do!”? Afinal, o que isso significa? Não há significado, mas
expressa a alegria do personagem Fred.
Do que você lembra quando ouve essas expressões: “para o alto e avante!”, “o que é que há,
velhinho? “, “to certo ou to errado”? E o que dizer de “você não vai com aminha cara?”? Algumas
palavras são simplesmente criadas e ganham vida própria por um tempo. Depois fica apenas na
nossa lembrança.
No Brasil, os bordões fazem o maior sucesso, surgem principalmente nas novelas. Em o Clone,
Solange Couto que interpretou a Dona Jura ficou famosa por causa dos pastéis e por frases como:
"não é brinquedo, não"; Mara Manzan, que interpretou Odete, ficou conhecida por frequentar o
piscinão de ramos e pela frase "cada mergulho é um flash".
Em Chocolate com pimenta, Drica Moraes deu vida à personagem Marcia criando a frase que a
marcou: "sou chique, bem’’
Maria Clara Gueiros marcou todos os personagens que
viveu em Zorra Total. Esses mesmos personagens fazem com que ela seja lembrada até hoje por
seus bordões: “chupa essa manga’’, “vuco-vuco’’, “te conheço? ’’. Já Katiuscia Canoro viveu apenas
Lady Kate, mas ficou conhecida no Brasil Inteiro pelos bordões: “to paaaganooooo” e “glana eu
tenho, só me falta-me o gramur”.
Isabelle Drummond marcou a trama Caras e Bocas pela inesquecível frase: “é a treva”.
Caminho das Índias marcou o horário das 20h por várias frases: “nahim”, “shalon”, “tik-tik”, “are
baba”.
Tropa de elite, O Capitão Nascimento ganhou as ruas com as frases “pede pra sair”, "fanfarrão".
Miguel Falabela que já era conhecido pelo personagem Caco Antibes e pela frase: “cala a boca
Magda” em Sai de Baixo, ficou ainda mais conhecido em Toma Lá da Cá por seus bordões: “menina
do olho junto” e “mal caráter”

Arlete Sales, que viveu a fogosa Copélia criou o famoso


bordão: “prefiro não comentar”. E o seu Ladir, Italo Rossi, deixou a sua marca na boca do povo com
é “Mara” é até hoje uma marca do ator e um dos bordões mais usados pelo publico. Alessandra
Maestrini viveu Bozena, ficou famosa pelo seu jeito engraçado de falar (sotaque paranaense) e pela
sua maneira de contar histórias “lá em Pato Branco...”
Filmes
A TV, assim como outros meios de comunicação de massa, é uma grande formadora de opinião e,
infelizmente, por algumas vezes essa age como manipuladora da massa. As principais vítimas
dessa manipulação estão concentradas nas camadas sociais menos favorecidas e,
consequentemente, menor nível de escolaridade.
Para exemplificar a força que possui esse meio de comunicação, vamos tomar por base o filme Jaws
(Tubarão), um sucesso colocado em cartaz nos EUA na década de 70, dirigido por Steven Spilberg.
Esse sucesso de bilheteria motivou uma verdadeira matança de tubarões sob alegação de que todas
as espécies são assassinas.
Tragicamente, o mesmo fenômeno aconteceu na Austrália, após a morte do famoso e polêmico
apresentador Steven Irwin, o caçador de crocodilos, atacado no coração por uma arraia, durante as
gravações de um programa de TV. O fato é que depois desse acidente, tanto quanto na década de
70, surgiu uma repulsão por esses animas e diversas foram as notícias de matança de arraias no
litoral da Austrália gerando certa inquietação na população, em geral.
Filmes influenciam fumo entre adolescentes, mostra pesquisa

Quase 40% dos adolescentes norte-americanos que experimentaram cigarros fizeram isso porque
viram nos filmes, afirmou um estudo divulgado em Novembro de 2005.
A pesquisa, descrita como a primeira sondagem nacional sobre a influência do cigarro dos filmes
sobre os jovens, exortou Hollywood a diminuir as cenas de fumo ou as imagens de marcas de
cigarro. A indústria cinematográfica também deveria considerar uma menção sobre cigarros nos
dados de classificação dos filmes, que atualmente alertam sobre sexo explícito, violência e
linguagem.
De cada 100 adolescentes que experimentaram cigarros, 38 fizeram isso porque viram gente
fumando em filmes, disse o relatório publicado na edição de novembro da Pediatrics, a revista da
Academia Americana de Pediatria. Na amostra total, cerca de 10% experimentaram cigarros, de
acordo com o estudo pago pelo Instituto Nacional do Câncer.
“A exposição ao cigarro em filmes é tão ampla que seu impacto nesta faixa etária é mais forte que o
de amigos ou pais fumantes”, disse James Sargent, professor de pediatria que é o principal autor do
estudo.

Reality shows

Nos reality shows o espetáculo da auto-referência chega ao paroxismo. O público é levado a jogar o
jogo instituído pela mídia. Nos dias de paredão no Big Brother Brasil, por exemplo, o país fica
mobilizado e polarizado em torno de argumentos banais sobre quem deve ser o eliminado. Cuja
votação por telefone rende muitos milhões de reais à Rede Globo.
Essa mistura de fazer com que o público acreditar que pode interagir com o programa e de instigar o
instinto das pessoas em observar a privacidade alheia dentro elementos de teledramaturgia, formam
um produto pronto para atender as expectativas da sociedade.
Apesar de ser criticadas por muitos, deve-se admitir o sucesso que o programa faz. É uma forma de
entretenimento de muito sucesso. Quem nunca se viu espiando a casa e discutindo os temas
expostos pelos participantes. Em 2011 a edição trouxe pela primeira vez uma transexual, apesar de
ser eliminada na primeira semana, a Ariadna causou nas redes sociais e caiu na boca do povo.
Maria, vencedora da 11º edição, contribuiu para que o livro "Deixe os homens aos seus pés", ao
qual Maria se apegou para se livrar da sombra de Mauricio dentro da casa, e conquistar o Wesley,
se tornasse um dos mais vendidos do país. Escrito pela americana Marie Forleo, O sucesso pós-
Maria foi tanto, que a editora Universo dos Livros mandou imprimir mais 80 mil exemplares para
atender à demanda.
A Homofobia foi diversas vezes abortada no programa, principalmente nas edições de 2006 e 2010,
o primeiro vencido por Jean Willian (homossexual) que travou uma batalha de valores com os
demais participantes logo na primeira semana, ao assumir ao vivo sua opção sexual. O segundo foi
vencido pelo Marcelo Dourado, apontado pelo publico GLBT como homofóbico, rejeitado no inicio
pelos participantes, Dourado conquistou simpatizantes pela sua sinceridade, a edição ficou marcada
pelo paredão ‘’Dourado vs Dicesar’’, no qual houve uma grande mobilização do publico, cujo
programa obteve a impressionante marca de mais de 125 milhões de votos, que cominou na
eliminação do Dicesar com 58% dos votos

A música como forma de alienação

A música é uma manifestação artística que se utiliza da palavra e melodias para expressar
questionamentos, sentimentos, idéias... Saulo Nagamori Fong, em seu artigo “Músicas: alavancas
para o auto-desenvolvimento ou âncoras para a alienação ?” enfatiza que “As músicas como
qualquer outro meio podem ser ferramentas tanto para o desenvolvimento pessoal como para a
alienação da consciência. Nossa mente é influenciada por diversos meios, e um deles é através das
palavras e seus significados [...]”. Em se tratando da alienação (A indústria musical rotula certos
modismos e comportamentos, que são facilmente captados por aqueles que são mais fáceis de
serem manipulados ), acrescenta que

“[...] A reflexão e a atenção no ouvir são


fundamentais para saber se as músicas
que você escuta te levam adiante ou te
limitam e alienam. Por exemplo, você já
colocou sua atenção nas músicas
divulgadas na mídia em geral (novelas,
programas de TV, rádio) ? Como você
percebe essas músicas afetando o seu
dia-a-dia ? Qual a intenção de tais
mídias em divulgar certas músicas ? O
que cada emissora de rádio ou TV quer
realmente? [...]”

REFERÊNCIA
http://www.institutouniao.com.br/artigos/artigo_musicas.php

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