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Filmes

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'A pior pessoa do mundo':


'Um desencontro pode ser
muito dramático', diz o
diretor Joachim Trier
Em longa indicado a dois Oscars que estreia
esta semana, Joachim Trier volta a retratar
jovens lidando com questões amorosas e
profissionais

Carlos Helí de Almeida, especial para O GLOBO


22/03/2022 - 04:30

"A pior pessoa do mundo" Foto: Divulgação

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Joachim Trier é um nome familiar no


circuito de festivais de cinema desde
sua estreia como realizador, com
“Começar de novo” (2006). Já naquele
início, o diretor e roteirista norueguês
(de origem dinamarquesa)
estabeleceria o universo que se tornaria
recorrente em sua carreira: jovens
adultos contemporâneos debatendo-se
com questões envolvendo identidade,
ambição profissional e conquistas
amorosas. Tal conjunto temático atinge
a sua maior sofisticação em “A pior
pessoa do mundo”, combinação de
drama geracional e comédia romântica
que entra em cartaz nos cinemas na
quinta-feira. O longa-metragem é um
dos cinco finalistas ao Oscar de melhor
filme internacional , e também
concorre na categoria de roteiro
original.

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“A pior pessoa do mundo” acompanha


os anos de formação de Julie (Renate
Reinsve, vencedora do prêmio de
melhor atriz no Festival de Cannes do
ano passado), uma jovem de 20 e
poucos anos, enquanto concilia
ambições profissionais, artísticas e
afetivas. Desde o prólogo, ela é
apresentada como alguém que não sabe
exatamente quem é, e o que ambiciona
para si. Na universidade, troca o curso
de Medicina pelo de Psicologia para,
em seguida, decidir pelo de Fotografia,
antes de acabar trabalhando em uma
livraria. A vida amorosa segue o mesmo
compasso: pula de parceiro em
parceiro, antes de dividir-se entre Aksel
(Anders Danie lsen Lie), um homem
mais velho e centrado, e Eivind
(Herbert Nordum), um rapaz sem
ambições concretas, e encontrar
respostas com a ajuda da fantasia.

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É o primeiro drama geracional de Trier


contado do ponto de vista feminino. E,
como os anteriores, também não
pretende fazer qualquer julgamento
sobre o comportamento de seu
protagonista:

— Desde “Começar de novo” faço filme


sobre homens vulneráveis, que são
emotivos, choram. Muitas pessoas
achavam aquilo meio estranho. Acho
libertador poder criar personagens
emocionalmente complexos, de todos
os gêneros — disse o diretor de 48 anos
em Cannes, desviando-se de possíveis
apelos a “lugar de fala”. — Sei que há
uma grande e sensível discussão sobre
o olhar masculino no cinema. É um
bom ponto. Mas aqui é uma questão de
mise-en-scène, de como você percebe o
mundo. Falo mais sobre a essência do
personagem e sua psicologia do que de
gênero em si. Espero que o filme prove
que fui capaz de filmar a perspectiva
feminina da sexualidade.

Influência feminina

"A pior pessoa do mundo" Foto: Divulgação

Trier reforça que o roteiro de “A pior


pessoa do mundo”, coescrito com Eskil
Vogt, antigo colaborador, tem muitas
influências das mulheres com quem
conviveu, como a mãe, uma
documentarista feminista que fez
muitos filmes sobre os direitos das
mulheres. E que cresceu assistindo a
produções de grandes mestres
europeus, como Ingmar Bergman e
Michelangelo Antonioni, muitos deles
centrados em figuras femininas, por
isso sempre achou “natural que pudesse
fazer o mesmo algum dia”. Renate, que
fez uma pequena participação em
“Oslo, 31 de agosto” (2011), e é amiga
do diretor desde então, chegou a
contribuir para a composição da
personagem. O filme, aliás, foi escrito
especialmente para ela.

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em novo livro

— Quando li o roteiro pela primeira vez,


fiquei particularmente tocada pela
forma como Julie é descrita e retratada.
Eu me senti muito próxima daquela
personagem — disse a atriz de 34 anos.
— Durante as filmagens, tentei criar
coisas diferentes para ela, mas sempre
acabávamos fazendo algo que parecesse
mais com o que Julie viveria.
Queríamos capturar as nuances dos
elementos humanos universais dela,
com os quais todas nós pudéssemos nos
identificar.

“A pior pessoa do mundo” é o capítulo


final de uma trilogia de melodramas
ambientadas na capital norueguesa,
iniciada com “Começar de novo” e
antecedido por “Oslo, 31 de agosto”. O
primeiro fala sobre dois jovens
aspirantes a escritores que tentam se
lançar ao mesmo tempo no competitivo
mercado editorial, e as consequências
afetivas e mentais dessa disputa. O
segundo é uma versão para o cinema do
livro “Le feu follet”, de Pierre Drieu la
Rochelle, e acompanha os passos de um
jovem viciado durante seu dia de
licença do centro de reabilitação, entre
entrevistas de emprego e reencontros
com amigos do passado — o livro já
havia sido adaptado por Louis Malle
(1932-1995) com o título de “Trinta
anos esta noite” (1963).

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pró-Ucrânia

— Se há um tema comum em meus


filmes, é o de encontrar uma pessoa no
tempo certo, ou de como o tempo passa
sem que nos demos conta disso, e
cruzamos com outras pessoas no
momento errado, e como isso afeta
nossas vidas. Um desencontro pode ser
muito dramático — entende Trier. —
No caso de “A pior pessoa do mundo”, o
tema é muito mais sobre o momento
errado, o que chamamos de “bad
timing”. A ideia é acompanhar uma
personagem por um número
determinado de anos e observar o seu
desenvolvimento emocional e
psicológico, dar um alcance mais amplo
ao tema.

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