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I a) b) Petra Costa é uma cineasta brasileira, membro da Academia de Artes e Ciências

Cinematográficas desde 2018. Dirigiu os filmes Olhos de Ressaca (2009), Elena (2012), Olmo e a
Gaivota (2015) e Democracia em Vertigem (2019), tendo esse último sido indicado ao Oscar de melhor
documentário.] Seus filmes são conhecidos pelo caráter ensaístico. Neles, Petra costuma estabelecer
diálogos entre temas íntimos e pessoais e questões sociais e políticas. Petra Costa estreou no cinema
produzindo e dirigindo o curta-metragem Olhos de Ressaca (2009), um retrato poético sobre o amor e o
envelhecer. O curta foi exibido no MoMA e premiado em dez festivais nacionais e internacionais: melhor
curta-metragem no Festival do Rio, no Festival Internacional de Documentário de Londres (LIDF), no
Festival Internacional Cine Las Americas (Estados Unidos) e prêmio especial do júri no Festival de
Gramado, entre outros. Em seguida fez seu primeiro longa-metragem, Elena (2012), um documentário
poético sobre a viagem de sua irmã mais velha, Elena. O filme estreou no IDFA (Festival Internacional de
Documentários de Amsterdã), foi exibido no Festival de Brasília, na Mostra Internacional de Cinema de
São Paulo, na Semana dos Realizadores (Rio de Janeiro), entre outros. Recebeu dezenas de prêmios, entre
eles Melhor Documentário no Festival de Havana. Como extensão da bem-sucedida carreira do filme nos
cinemas, foi promovida uma série de debates em espaços culturais e educativos e iniciativas de
mobilização sobre suicídio e saúde mental, como o concurso Memórias Inconsoláveis. O segundo longa-
metragem de Petra Costa foi feito após um convite do CPH:DOX para uma co-direção com a
dinamarquesa Lea Glob. As duas se propuseram a investigar uma vida real em uma estrutura ficcional
em Olmo e A Gaivota, que estreou no Festival de Locarno, onde ganhou o Prêmio Jovem do Júri.
Também ganhou o Best Nordic Dox Award no CPH:DOX, melhor documentário no Festival de Cinema
do Rio, melhor documentário do Festival de Cinema do Cairo e melhor narrativa no RiverRun
International Film Festival, entre outros. Em uma das primeiras exibições do filme no Brasil, Petra Costa
defendeu autonomia das mulheres sobre seu corpo e a descriminalização do aborto, o que teve uma
grande repercussão. Para dialogar com as críticas recebidas, Petra criou a campanha Meu Corpo, Minhas
Regras. Seu projeto seguinte teve início na cobertura das manifestações a favor e contra
o impeachment da presidente Dilma Roussef, em 2016, e resultou no longa-metragem Democracia em
Vertigem. O filme provocou "reações extremadas", por parte do público brasileiro. "Numa narrativa
política em um país tão polarizado, a única coisa que posso oferecer é a minha perspectiva pessoal deste
processo. A dor de ver a minha própria família dividida. Uma divisão que refletia conflitos históricos que
pareciam superados e no entanto irrompiam como chagas abertas." Democracia em Vertigem estreou na
noite de abertura do Sundance Film Festival 2019[32] e foi selecionado para diversos festivais
internacionais como o CPH:DOX, True False, IndieLisboa, Sheffield e Rooftop Films.O filme foi bem
recebido pela crítica internacional. "Um documentário absolutamente vital", escreveu The New York
Times.[33] "Um documentário vasto e petrificante", elogiou a Variety. A revista
especializada Variety incluiu Petra Costa na lista dos 10 documentaristas a "seguir com atenção", em
2019.[39]Em 13 de janeiro de 2020, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de
Hollywood divulgou a lista dos indicados ao Oscar 2020. O documentário Democracia em
Vertigem representou o Brasil na cerimônia, que aconteceu em 9 de fevereiro de 2020, quando o Oscar da
categoria foi concedido ao filme American Factory.[4]Ainda em 2020, coproduziu o filme Êxtase em
parceria com a diretora Moara Passoni que, em seu filme de estreia,[40] retrata a agonia de Clara em viver
com a obsessão pela alimentação e também os desafios consequentes da anorexia enfrentada pela jovem.
[41]
O filme foi destaque na 43ª Mostra Internacional de Cinema.[42] Em 2023, Petra foi convidada a fazer
parte do júri do Festival de Sundance de Cinema, juntamente com Alexander Nanau e Karim Amer.[43]

II a) Documentário é um gênero do cinema que tem como objetivo a apresentação de uma visão
da realidade por meio da tela. Para isso, esse gênero utiliza-se de arquivos históricos, imagens,
entrevistas com pessoas envolvidas e outros recursos, permitindo que ele seja construído ao longo do
processo de sua produção e somente seja finalizado com a edição. Assim, apesar de possuir um
roteiro, o documentário não é escrito ou planejado, e sim construído processualmente de forma
criativa e nem sempre fidedigna à realidade. or possuir uma maior liberdade de construção, o autor do
documentário pode utilizar-se de alguns recursos nesse processo, como a presença de um locutor
(personagem ou narrador),construção do documentário apenas com depoimentos;
contar a história por meio da reconstituição dos fatos;
presença de personagens para uma maior dramaticidade;
apresentação de documentação histórica que comprove os fatos, etc. Percebe-se que, diante dessa
variedade de recursos, o documentário não se preocupa muito com a fidelidade ao real por tratar-
se de um discurso pessoal.
b) c) O filme não é nada imparcial. É através das declarações da própria Petra, que faz uma narração em
primeira pessoa, que percebemos o impacto dos eventos políticos nos brasileiros.Nos primeiros minutos
do filme temos uma pista da relação de proximidade afetiva que a cineasta mantém com o tema que
escolheu tratar, sua voz off conclui:A democracia brasileira e eu temos quase a mesma idade, e achei que
nos nossos 30 estaríamos ambas em terra firme. Logo no princípio da história percebemos o alinhamento
de Petra e dos seus pais com a ala mais a esquerda tornando o filme não só um registro político como
também um relato pessoal. O documentário deixa entrever, por sinal, a biografia não só da cineasta
como também da sua família próxima: pais, avós, tios e primos. Com um olhar pessoal, Petra narra a sua
visão sobre o momento delicado que vivia o país e registra a realidade polarizada que se instaurou. Com
um tom intimista e pessoal, o filme de Petra Costa utiliza imagens poderosas que resumem um dos
períodos de maior turbulência política do Brasil.Ao longo da produção vemos a fragilidade de uma
democracia relativamente recente e a polarização política entre a direita e a esquerda que proporciona
um ambiente para a ascensão da extrema-direita no Brasil. ara contar essa história, Petra traz para a tela
desde eventos públicos como a votação do processo de destituição de Dilma Rousseff até as marchas nas
ruas pró e contra o impeachment ocorridos entre 2013 e 2016.Além dessas imagens de arquivo, a cineasta
recorre a registros de bastidores políticos, trechos de reportagens de televisão, entrevistas e gravações
pessoais.Ao longo de todo o filme a narração em off de Petra conduz a história. Durante todo o processo,
a voz de Petra acrescenta forma, mas não se intromete excessivamente de modo a permitir que a história
seja contada pela poderosa compilação de material original e de arquivo, imagens gravadas em meio a
tumultos ou capturadas por drones a centenas de metros de altura sobre Brasília.Esse contraste contínuo
entre estar perto e na luta, mas ao mesmo tempo estar no alto, é espelhado ao longo da perspectiva da
cineasta, sempre simultaneamente parte da história e observadora distante.

d) A fim de tentar compreender como chegamos onde chegamos, Pedra Costa propõe um mergulho na
história política do país das últimas décadas e retrata especialmente os duros momentos vividos durante
a ditadura militar.Seu recorte temporal começa nos anos setenta com as perseguições políticas e avança
até a prisão do ex-presidente Lula e a tomada de posse de Sérgio Moro como ministro da Justiça de Jair
Bolsonaro.Petra tem acesso privilegiado aos então presidentes e consegue uma série de entrevistas e
depoimentos que ajudam a compor a narrativa de um país fraturado

e) O documentário retrata desde desde a ascensão e queda poder do Partido dos Trabalhadores (PT),
representado pelos ex-presidentes do Brasil Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff entre 2002 e 2016
até a eleição de Jair Bolsonaro como presidente, tangenciando a Ditadura Militar, as manifestações de
2013 e 2016, diante do acirramento da polarização política, e a operação Lava Jato.

III a) A obra sugere ter havido uma quebra nas regras democráticas durante o julgamento do
impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016. O processo foi feito pelo Congresso, sob o
comando do STF (Supremo Tribunal Federal)....
Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição,
transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas. O roteiro mistura memórias e percepções
pessoais da cineasta com registros mostrando a ascensão e queda da esquerda no poder, representada pelo
PT, até a chegada da extrema direita ao poder, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2018.
Finaliza com a nomeação de Sergio Moro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública em
contraponto com a permanência do ex-presidente Lula na prisão....
Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição,
transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas.Por isso, Petra explica, faz parte de uma
geração que cresceu confiante nas instituições do país e com a certeza de que a democracia amadurecia e
se fortalecia em um movimento paralelo ao de sua vida.A crença foi abalada com a sequência de eventos
políticos recentes, que começaram com as manifestações de 2013 e os pedidos de “volta à ditadura”, o
impeachment e culminaram na prisão do ex-presidente Lula.

b) Os atores fundamentais da obra se constituem da classe trabalhadora e a esquerda que surge para
derrubar a velha política e fazer uma revolução e do outro lado a direita oportunista e financiada pela elite
brasileira. Sobre as forças políticas nós temos os partidos de esquerda, em especial o PT, que tem como
foco as pautas sociais e a consagração do estado social de direito com oportunidades para todos e
distribuição de renda. Do outro temos em foco os partidos de direita, principalmente o PMDB, que têm
como pauta o combate a inimigos invisíveis, o conservadorismo e a defesa do capitalismo, com a
consagração a todo custo dos ricos e poderosos.

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