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NOMES COMPLETOS E CPF (PARA A INSCRIÇÃO)

- Prof. Orientadora - Sara Alves Feitosa - 373.209.203-87


- Cassiano Ireno Battisti - 040.792.690-99
- Danilo Henrique de Campos Perez - 129.445.527-04
- Micael dos Santos Olegário - 039-661-900-28
- Giovanna Vitória Rodrigues Pereira - 449.674.998-05
- Mariana Bergental Diel - 036.555.310-79

JO 16 - Documentário jornalístico e grande reportagem em vídeo e televisão

Feminicídio: um crime de gênero e ódio

Link do produto:
https://www.youtube.com/watch?v=q2_T5DtmKG0&ab_channel=JerusadeArruda

DESCRIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO (400 a 4000 toques)

O documentário é um tipo de produção de não-ficção que tem o foco em fenômenos


da realidade social, caracterizando-se em um espaço de fronteira entre o jornalismo e o
cinema, uma vez que, utiliza de elementos discursivos e narrativos que se aproximam de
produções ficcionais, mas possui uma ancoragem no real (NICHOLS, 2012; LINS;
MESQUITA, 2008). Deste modo, o documentário permite representar e refletir sobre temas
de interesse público e social, como neste caso, o feminicídio.
A violência contra a mulher é uma das grandes questões a serem enfrentadas social e
juridicamente na atualidade. Historicamente, as mulheres foram vistas como inferiores aos
homens, sendo que estes consideravam-se no direito de, muitas vezes, alegarem uma suposta
“honra” para agredir e/ou assassinar mulheres.
No Brasil, somente em 1932, as mulheres adquiriram o direito ao voto, após intensas
lutas dos movimentos sufragistas. Anos mais tarde, em 1977, foi aprovada a Lei do Divórcio
e as mulheres passaram a poder escolher não estar mais vinculadas a uniões abusivas. Em
1985, é criada a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher, no Estado de
São Paulo. Ao longo dos anos, essas delegacias especializadas se tornaram essenciais nas
ações de proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra
as mulheres.
Outras duas conquistas importantes em prol da igualdade de gênero vieram primeiro
com a Constituição de 1988, quando homens e mulheres passaram a ser considerados iguais
perante a lei. E depois, com a Lei n° 11.340 de 7 de agosto de 2006, conhecida como Lei
Maria da Penha, um marco no combate à violência doméstica no país.
No entanto, apenas com a Lei nº 13.104/2015, o crime de feminicídio passou a ser
tipificado e classificado de modo particular, sendo enquadrado um crime torpe e cruel. É
considerado feminicídio quando o assassinato envolve violência doméstica e familiar,
menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima.
Ainda assim, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em
reportagem do G1, mostram que o Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio
a cada 7 horas em 2021, totalizando 56.098 estupros de mulheres no ano. Informações do
Monitor da Violência, mostram também que 1.410 mulheres foram assassinadas por questões
de gênero em 2022. Esses números revelam a necessidade e a urgência do debate em torno da
questão, incluindo, a mídia, produções jornalísticas e documentários.

DESCRIÇÃO DAS PESQUISAS REALIZADAS (400 a 4000 toques)

O documentário “Feminicídio: um crime de gênero e ódio” se caracteriza como uma


produção expositiva, segundo a classificação proposta por Nichols (2009), isto porque traz
fragmentos do contexto histórico e social, além de dados complementares, em favor de uma
argumentação. Neste caso, a retórica pretendida é a de conscientização e debate em torno das
políticas públicas, legislações e redes de apoio, voltadas para as mulheres vítimas de
violência e feminicídio no Brasil.
A produção também apresenta características performativas, com trechos de
encenação do cotidiano, utilizados para representar situações de violência doméstica. Deste
modo, o documentário aproxima ainda mais o espectador da realidade e da problemática
apresentada. O recurso de encenação em documentários tem o objetivo de “registrar um
personagem realizando aquilo que seriam suas atividades diárias como forma de cobrir, com
outras imagens, um depoimento e quebrar a monotonia do plano de entrevista” (PUCCINI,
2009 p.75). O foco das encenações do documentário não está na ação dramática, mas em
gestos e expressões.
O desenvolvimento das entrevistas, roteiro e edição também levou em consideração
diversos aspectos apontados por Puccini (2009), em especial, quando o autor comenta sobre a
utilização de um “dispositivo” para guiar a produção. Puccini (2009) descreve esse recurso a
partir da análise dos documentários de Eduardo Coutinho, segundo ele, seria uma espécie de
fio condutor da narrativa. É esse dispositivo, e não um roteiro mais planejado, que vai
determinar o desenvolvimento do documentário. “O interesse do dispositivo está na incerteza
acerca dos resultados a serem obtidos por um projeto feito quase sem nenhum planejamento
prévio” (PUCCINI, 2009, p.71). No presente trabalho, o foco em questões verbais, nas
situações de entrevistas, na valorização do depoimento de mulheres sobre o tema e o desejo
de problematizar o feminicídio do ponto de vista conceitual, histórico e jurídico, foram os
principais aspectos utilizados como “dispositivo” para a produção.

DESCRIÇÃO DO PRODUTO (400 a 4000 toques)

O documentário “Feminicídio: um crime de gênero e ódio” possui duração de 9’56


minutos e foi produzido pelos estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do
Pampa (Unipampa), Cassiano Battisti, Danilo Perez, Giovanna Vitória, Mariana Diel e
Micael Olegário, sob a orientação da professora Sara Alves Feitosa, no componente
curricular de Telejornalismo III.
O documentário é composto por imagens de arquivo, encenações e sonoras de três
entrevistas feitas pelos estudantes. Colaboraram com a produção, a mestranda em Gênero e
Mídia na Universidade de Sussex, Louise da Campo, a professora da Universidade Estadual
da Bahia, Jerusa Arruda e a psicóloga Lara Barbosa. A edição foi feita por Micael Olegário.
O vídeo começa com um lettering sobre a criação da Lei do Feminicídio em 2015. Em
seguida, a narrativa segue com um off e a primeira sonora da entrevistada Louisa da Campo,
que comenta sobre a construção da sociedade patriarcal e preconceituosa. Na sequência, outro
lettering contextualiza a criação da primeira Delegacia da Mulher e a Lei Maria da Penha,
entra então a primeira sonora da professora Jerusa Arruda sobre a aprovação desta legislação.
No minuto 3’47, após um fade out, o off direciona para um caso específico, o da
modelo Eliza Samúdio, assassinada em 2010, sob suspeita de feminicídio a mando do seu
ex-companheiro, o então jogador de futebol profissional, Bruno Fernandes de Souza. O
documentário também traz um depoimento de Eliza ao Jornal Extra do Rio de Janeiro, dado
em 2009, antes do assassinato da modelo.
Em 5’34 minutos, entram imagens de reconstituição encenadas pelos estudantes para
representar cenas de violência doméstica, em seguida a entrevistada Lara Barbosa, comenta
sobre aspectos psicológicos da violência contra as mulheres. Depois, o documentário alterna
entre sonoras de Louisa, Jerusa e Lara e um off que destaca a importância da discussão sobre
o tema na esfera pública. Por fim, o documentário encerra com dados sobre feminicídio e
violências contra as mulheres e o telefone para denúncia, após, entram os créditos da
produção.

Referências:

LINS, C.; MESQUITA, C. Filma o real: Sobre o documentário brasileiro contemporâneo.Rio


de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.

NICHOLS, B. Introdução ao documentário. Campinas (SP): Papirus,2012

NICHOLS, Bill. Que tipos de documentário existem. In: ________. Introdução ao


documentário. Campinas (SP): Papirus. 2009.

PUCCINI, Sérgio. Elementos de montagem no documentário. In: ________.Roteiro de


documentário: da pré-produção à pós-produção. Campinas (SP): Papirus, 2009.

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