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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

PROGRAMA DE DISCIPLINA: SOCIOLGIA DO CONFLITO

1. Curso: Ciências Sociais 2. Código: HD280

3.Modalidade(s): Bacharelado X Licenciatura X


Profissional Tecnólogo

4. Currículo (Ano/Semestre): 2023.1

5. Turno(s): Diurno Vespertino Noturno X

6. Unidade Acadêmica: Centro de Humanidades

7. Departamento: Ciências Sociais

8. Código PROGRAD:

9. Nome da Disciplina: Sociologia do Conflito

10. Pré-Requisito(s): ---

11. Carga Horária/Número de créditos:


Duração em Carga Horária Semanal 04 Carga Horária
semanas 16 Total 64
Teóricas: 64 Práticas:
Número de Créditos: 04 Semestre:

12. Caráter de Oferta da Disciplina:


Obrigatória: Optativa: X

13. Regime da Disciplina:


Anual: Semestral: X

14. Justificativa:
Os conflitos sociais são parte integral da vida em sociedade. A discussão sobre os
conflitos envolve as relações de poder, as dinâmicas de determinados tipos de violência
e as práticas ilegais constitutivas de múltiplas realidades e experiências. Por isso, este
curso propõe pensar como as relações sociais são extremamente complexas em função
de lutas em torno de múltiplos interesses, visões de mundo, disputas de posição e
formas de discriminação do outro. Seu objetivo visa oferecer noções básicas para que
pesquisadoras e pesquisadores possam refletir criticamente sobre os problemas sociais
de seu interesse. Para alcance desse fim o curso propõe um conjunto de leituras que
será submetido ao debate e a crítica do corpo discente interessado em refletir sobre
como os fenômenos do conflito afetam o mundo social de diferentes maneiras.

15. Ementa:
Estudo da temática do conflito e da violência nas sociedades contemporâneas.
Discussão de eixos teóricos e categorias sociais: desvio, dominação e processos
civilizadores em Georg Simmel, Robert Merton e Norbert Elias. Análise de pensadores
brasileiros: Antônio Candido, Maria Sylvia de Carvalho Franco e Luis Costa Pinto
sobre a presença de conflitos na sociedade brasileira (cordialidade, violência e práticas
culturais).

16. Descrição do Conteúdo:


Unidades e Assuntos das Aulas Teóricas Semana H/A

Apresentação do Curso 1ª 4

Dominação, poder e conflito


- WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da
sociologia compreensiva. v. 1. Brasília: UnB, 1999.
- SIMMEL, G. A natureza sociológica do conflito. In: MORAES 2ª 4
FILHO, E. (Org.). Georg Simmel: Sociologia. São Paulo: Ática,
1983. p. 122-134. Ou - ______. La lucha. In: ______. Sociología
1: estúdios sobre las formas de socialización. Madri: Alianza
Editorial, 1986. p. 265-355.

Crítica ao poder e violência


- BENJAMIN, Walter. Crítica da violência: crítica do
poder. Documentos de cultura, documentos de barbárie. São
3ª 4
Paulo: Cultrix/USP, p. 160-175, 1986.
- ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém. Um relato sobre
a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Resistência e violência
- FANON, Frantz. Os condenados da Terra. Juiz de Fora: UFJF, 4ª 4
2005.

Violência simbólica e luta política


- BOURDIEU, Pierre. Meditações Pascalianas. Rio de Janeiro: 5ª 4
Bertrand Brasil, 2001.

Punição e delinquência 6ª 4
- FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas
prisões. Petrópolis: Vozes, 1996.

Necropolítica
- MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado 7ª 4
de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 Edições, 2019.

Racionalidade penal
- PIRES, Alvaro. A racionalidade penal moderna, o público e os 8ª 4
direitos humanos. Novos Estudos, v. 68, p. 39-60, 2004.

Violências contra as mulheres


- FEMENÍAS, María Luisa; ROSSI, Paula Soza. Poder y
violencia sobre el cuerpo de las mujeres. Sociologías, p. 42-65,
9ª 4
2009.
- CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no
Brasil. Selo Negro, 2015.

Violência e sofrimento social


- DAS, Veena. Vida e palavras: a violência e sua descida ao 10ª 4
ordinário. São Paulo: Editora Unifesp, 2020.

Violência policial
- DO AMPARO ALVES, Jaime. F* da-se a polícia! Formações
estatais antinegras, mitos da fragilidade policial e a urgência de
uma antropologia da abolição. Dilemas-Revista de Estudos de
11ª 4
Conflito e Controle Social, v. 15, n. 3, p. 1021-1045.
- VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. A guerra das mães: dor
e política em situações de violência institucional. Cadernos
Pagu, p. 79-116, 2011.

O problema do crime
- GAMBETTA, Diego. La mafia siciliana: el negocio de la
protección privada. Fondo de Cultura Económica, 2007.
12ª 4
- BARREIRA, César. Crimes por encomenda: violência e
pistolagem no cenário brasileiro. Rio de Janeiro: Relume Dumará
Editora, 1998

Violência urbana
- BRICEÑO-LEÓN, Roberto. La nueva violencia urbana de
América Latina. Sociologias, p. 34-51, 2002.
13ª 4
- MISSE, Michel. Crime e violência no Brasil contemporâneo:
estudos de sociologia do crime e da violência urbana. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2006.

Ecos da violência
- PAIVA, Luiz Fábio S.; DE FREITAS, Geovani Jacó. Ecos da 14ª 4
violência nas margens de uma sociedade democrática: o caso da
periferia de Fortaleza. Sociedade e Cultura, v. 18, n. 2, p. 115-
128, 2015.

1. Seminário temático 15ª 4

2. Seminário temático 16ª 4

17. Bibliografia Complementar:

ADORNO, Sérgio et al. Exclusão socioeconômica e violência urbana. Sociologias, v.


4, n. 8, p. 84-135, 2002.
ALMEIDA, Rosemary de Oliveira. Mulheres que matam: universo imaginário do
crime no feminino. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
AQUINO, J. P. Príncipes e castelos de areia: um estudo da performance em grandes
roubos. São Paulo: Biblioteca 24x7, 2010.
ASSIS, Gláucia de Oliveira. A fronteira México-Estados Unidos: entre o sonho e o
pesadelo-as experiências de e/imigrantes em viagens não-autorizadas no mundo global.
Cadernos Pagu, n. 31, p. 219-250, 2008.
BERNARDINO-COSTA, Joaze; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e
perspectiva negra. Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 15-24, 2016.
BIONDI, Karina. Junto e misturado: uma etnografia do PCC. São Paulo: Terceiro
Nome/Fapesp, 2010.
BRASIL, Glaucíria Mota. Formação e inteligência policial: desafios à política pública
de segurança. O Público e o Privado, n. 4, 2012.
BOZARSIAN, Hamit. Radicalismos, violências e integração política na Turquia.
Tempo Social. Revista de Sociologia da USP, p. 67-80, 2001.
BOURDIEU, Pierre. Sobre o Estado. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
BUTLER, Judith. Vida precária: el poder del duelo y la violência. Buenos Aires,
Paidós, 2009.
CALDEIRA, Teresa Pires do R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em
São Paulo. São Paulo: Editora 34, 2000.
CALDWELL, Kia Lilly. Fronteiras da diferença: raça e mulher no Brasil. Estudos
feministas, v. 8, n. 2, p. 91, 2000.
CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a
branquitude no Brasil. 2014. 290 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciencias e Letras (Campus de Araraquara),
2014.
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos avançados, v. 17, n. 49, p. 117-
133, 2003.
CARVALHO FRANCO, Maria Silvia. Homens livres na ordem escravocrata. São
Paulo: Unesp, 1997.
CHATEAURAYNAUD, Francis. Das disputas comuns à violência política: a análise
das controvérsias e a sociologia dos conflitos. Enfoques, v. 11, n. 1, 2012.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado: pesquisas de Antropologia política.
São Paulo: Cosac Naify, 2003.
DAS, Veena. POOLE, Deborah. El estado y sus márgenes: etnografias comparadas.
Cuadernos de antropología social, n. 27, p. 19-52, 2008.
__________. Fronteiras, violência e o trabalho do tempo: alguns temas
wittgensteinianos. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 14, n. 40, p. 31-42, 1999.
DIAS, Camila Caldeira Nunes. Da pulverização ao monopólio da violência: expansão
e consolidação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no sistema carcerário paulista.
2011. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
ELIAS, Norbert. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a
partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
FATELA, João. O sangue e a rua: elementos para uma antropologia da violência em
Portugal (1926-1946). Etnográfica Press, 2019.
FELTRAN, Gabriel de S. Margens da política, fronteiras da violência: uma ação
coletiva das periferias de São Paulo. Lua Nova, v. 79, p. 201-233, 2010.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 1985.
_________. Resumo dos Cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 1997.
FRASER, Nancy. Da redistribuição ao reconhecimento? Dilemas da justiça na era pós-
socialista. Democracia hoje: novos desafios para a teoria democrática contemporânea.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, p. 245-282, 2001.
FREITAS, Geovani Jacó. Ecos da violência: narrativas e relações de poder no nordeste
canavieiro. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Núcleo de Antropologia da Política/UFRJ,
2003.
GARLAND, David. A cultura do controle: crime e ordem social na sociedade
contemporânea. Rio de Janeiro: Revan, 2008.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada,
4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
GUSMÃO, NM M. Os filhos da África em Portugal: Antropologia, multiculturalidade
e educação. In: A questão social no novo milénio. 2004. p. 206.
HIRATA, Daniel Veloso. Sobreviver na adversidade: entre o mercado e a vida. Tese
(Doutorado em Sociologia), Programa de Pós-graduação em Sociologia, Universidade
de São Paulo, 2010.
HOLSTON, James. Cidadania insurgente. São Paulo: Editora Companhia das Letras,
2013.
KRITSCH, Raquel; VENTURA, Raissa Wihby. Reconhecimento, identidade (s) e
conflito social: debates a partir da teoria política e social. Civitas-Revista de Ciências
Sociais, v. 19, n. 2, p. 441-463, 2019.
LYRA, Diogo. A república dos meninos: juventude, tráfico e virtude. Rio de Janeiro:
Mauad/Faperj, 2013.
MACHADO, Eduardo Paes; NORONHA, Ceci Vilar. A polícia dos pobres: violência
policial em classes populares urbanas. Sociologias, v. 4, n. 7, p. 188-221, 2002.
MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Boitempo Editorial,
1968.
MÉNDEZ, Juan E.; O'DONNELL, Guillermo A.; PINHEIRO, Paulo Sérgio de Moraes
Sarmento. Democracia, violência e injustiça: o não-estado de direito na América
Latina. Paz e Terra, 2000.
MELLO, Luiz; BRITO, Walderes; MAROJA, Daniela. Políticas públicas para a
população LGBT no Brasil: notas sobre alcances e possibilidades. Cadernos pagu, v.
39, p. 403-429, 2012.
MENEGHEL, Stela Nazareth; FARINA, Olga; RAMÃO, Silvia Regina. Histórias de
resistência de mulheres negras. Revista Estudos Feministas, v. 13, n. 3, p. 567-583,
2005.
MORAES, Pedro Rodolfo Bodê de; SOUZA, Marcilene Garcia de. Invisibilidade,
preconceito e violência racial em Curitiba. Revista de sociologia e política, n. 13, p. 7-
16, 1999.
NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo
mascarado. Editora Perspectiva SA, 2016.
OLIVAR, José Miguel Nieto. A angústia dos corpos indóceis: prostituição e conflito
armado na Colômbia contemporânea. Cad. Pagu, Campinas, n. 31, p. 365-
397, Dec. 2008 .
PAIVA, Luiz Fábio S. “Aqui não tem gangue, tem facção”: as transformações sociais
do crime em Fortaleza, Brasil. Caderno CRH, v. 32, n. 85, p. 165-184, 2019.
PERALVA, Angelina. Democracia e violência: o paradoxo brasileiro. São Paulo: Paz
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PIRES, Álvaro. A racionalidade penal moderna, o público e os direitos humanos. Novos
Estudos Cebrap, v. 68, n. 3, p. 39-60, 2004.
PIRES, L. "Arreglar" não é pedir arrego: uma etnografia de processos de
administração institucional de conflitos no âmbito da venda ambulante em Buenos
Aires e Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Antropologia)-Instituto de Ciências
Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.
PORTO, Maria Stela Grossi. Polícia e violência: representações sociais de elites
policiais do Distrito Federal. São Paulo em perspectiva, v. 18, n. 1, p. 132-141, 2004.
PINTO, Luís Aguiar C. Lutas de famílias no Brasil. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1949.
RAPOZO, Pedro; WITKOSKI, Antônio Carlos. Cosmografias e territorialidades da
pesca: representaçoes sobre os conflitos pelo acesso aos recursos pesqueiros em
comunidades de Várzea no Amazonas. EDUCAmazônia, v. 3, n. 2, p. 1-18, 2009.
RIFIOTIS, Theophilos. Alice do outro lado do espelho: revisitando as matrizes das
violências e dos conflitos sociais. Revista de Ciências Sociais, v. 37, n. 2, 2006.
RUDZIT, Gunther. O debate teórico em segurança internacional: mudanças frente ao
terrorismo? Civitas-Revista de Ciências Sociais, v. 5, n. 2, 2006.
SÁ, Leonardo Damasceno de. Os filhos do Estado. Rio de Janeiro, Relume-
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SAID, Edward. A questão da Palestina. São Paulo: Editora UNESP, 2012.
SALES JR, Ronaldo. Democracia racial: o não-dito racista. Tempo social, v. 18, n. 2,
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SCOTT, James C. A dominação e a arte da resistência: discursos ocultos. Lisboa: Letra
Livre, p. 253-275, 2013.
SOUZA, Jessé. Uma teoria crítica do reconhecimento. Lua nova, v. 50, p. 133-158,
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TAVARES DOS SANTOS, José Vicente. Conflitos sociais agrários: formação e lutas
dos camponeses meridionais. Cadernos de Sociologia, n. 6, p. 135-153, 1994.
TOURAINE, Alain. Os novos conflitos sociais para evitar mal-entendidos. Lua Nova:
Revista de Cultura e Política, n. 17, p. 05-18, 1989.
WACQUANT, Loic. Os condenados da cidade: estudos sobre marginalidade
avançada. Rio de Janeiro: Revan, 2005.
ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da
pobreza. São Paulo: Brasiliense, 2000.

18. Avaliação da Aprendizagem:


1. Trabalho escrito produzido ao longo do curso envolvendo as seguintes temáticas:
conflito, poder, dominação, violência, resistência, luta política, cidadania,
reconhecimento, justiça, punição, racismo, sexismo e desigualdade.
2. Apresentação oral.

19. Responsável pelo curso:

Professor Luiz Fábio S. Paiva

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