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PATRONO-PESQUISAS

LUÍS FERNANDO VERISSÍMO


JOÃO CABRAL DE MELO NETO
JOÃO GUIMARÃES ROSA

 Biografia
 Período literário
 Estilo literário do autor
 Bibliografia
LUIS FERNANDO VERÍSSIMO
Biografia:
Luis Fernando Verissimo (1936) é um escritor brasileiro. Famoso por suas
crônicas e contos de humor é também jornalista, tradutor, roteirista de
programas para televisão e músico. É filho do escritor Érico Veríssimo.

Infância e Juventude

Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia
26 de setembro de 1936. Filho do escritor Érico Verissimo e de Mafalda Halfen
Volpe viveu parte de sua infância nos Estados Unidos, época em que seu pai
lecionou literatura brasileira nas universidades de Berkeley e de Oakland, entre
1941 e 1945.

Luis Veríssimo cursou o primário em San Francisco e em Los Angeles. Em


1953 a família voltou aos Estados Unidos quando seu pai assumiu a direção do
Departamento Cultural da União Pan-Americana, em Washington, e só
retornaram ao Brasil em 1956.

Nos Estados Unidos, Veríssimo estudou no Roosevelt High School, em


Washington, época em que desenvolveu o gosto pelo Jazz, chegando a ter
aulas de saxofone.

Carreira de Jornalista

De volta a Porto Alegre, Luis Fernando Verissimo começou a trabalhar na


Editora Globo, no departamento de artes. Em 1960 passou a integrar o
conjunto musical Renato e seu Sexteto, que se apresentava profissionalmente
em Porto Alegre.

Em 1962, foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou como tradutor e redator
publicitário. Em 1963 casou-se com a carioca Lúcia Helena Massa, com quem
teve três filhos.

Em 1967, Veríssimo retornou para Porto Alegre e ingressou no jornal Zero


Hora, trabalhando como revisor de textos. A partir de 1969 passou a assinar
sua própria coluna diária. No mesmo ano começou a redigir para a agência de
publicidade MPM Propaganda.

Entre 1970 e 1975 trabalhou no jornal Folha da Manhã, escrevendo sobre


esporte, música, cinema, literatura e política. Seus contos eram sempre bem-
humorados.

Em 1971, com um grupo de amigos da imprensa e da publicidade de Porto


Alegre, Luis Verissimo criou o semanário alternativo "O Pato Macho", com
textos de humor, cartuns, crônicas e entrevistas.

Primeiros Livros

Em 1973, Luis Fernando Verissimo publicou, O Popular, uma coletânea de


textos já publicados nos jornais onde trabalhou. Em 1975, retornou ao jornal
Zero Hora e passou também a escrever para o Jornal do Brasil. Nesse mesmo
ano publicou o livro de crônicas, A Grande Mulher Nua.

Em 1979 publicou Ed Morte e Outras Histórias um livro de crônicas cujo


personagem viria a ser um dos mais populares de sua obra. Entre 1980 e 1981
morou em Nova Iorque, época em que escreveu Traçando Nova Iorque.

Em 1981, Luis Fernando Verissimo lançou, na Feira do Livro de Porto Alegre, o


livro de crônicas O Analista de Bagé, que se esgotou em dois dias.

Entre 1982 e 1989, foi redator semanal, com artigos bem-humorados, para a
revista Veja. Em 1994 publicou Comédias da Vida Privada, que foi adaptada
para uma minissérie na televisão.

Músico

Em 1995, Luis Fernando Verissimo passou a integrar o grupo Jazz 6, que


lançou os CDs Agora é Hora (1997), Speak Low (2000), A Bossa do
Jazz (2003) e Four (2006).
Prêmios

Em 2003, seu livro Clube dos Anjos, na versão em inglês (The Club of Angels),
foi escolhido pela New York Public Library, um dos 25 melhores livros do ano.
Em 2004 recebeu o Prix Deus Oceans do Festival de Culturas Latinas de
Biarritz, França. Recebeu o prêmio Juca Pato e foi considerado o Intelectual do
ano pela União Brasileira de Escritores em 1997.

Luis Fernando Verissimo recebeu vários prêmios por suas obras: 'Medalha de
Resistência Chico Mendes', 'Prêmio Isenção Jornalística' e de 'Intelectual do
ano' (troféu Juca Pato). Recebeu, também, com seu pai, a homenagem em
forma de enredo da escola de samba 'Unidos de Vila Isabel', do Rio Grande do
Sul, em 1999.

Notícias recentes

Luis Fernando Veríssimo faz parte de um grupo de 26 escritores do Rio Grande


do Sul retratados em pinturas expostas em uma galeria a céu aberto, localizada
na Av. Borges de Medeiros, ponto turístico do Centro-Histórico de Porto Alegre.

Entre os homenageados estão também Caio Fernando Abreu, Lya Luft, Mario
Quintana, Érico Verissimo, Moacyr Scliar e outros.

No dia 23 de outubro de 2021, uma pintura de Gustavo Burkhart


homenageando Luis Fernando Verissimo, foi vandalizada duas vezes. A obra
faz parte da mostra "Autorias", que integra a 67ª edição da Feira do Livro.

Período literário:
Veríssimo é classificado como um escritor da literatura contemporânea
brasileira, sendo, inclusive, um dos autores mais publicados. Luís Fernando
ficou conhecido pelas suas crônicas de humor, publicadas em jornais e
reunidas em diversos livros. 
A Literatura Brasileira Contemporânea engloba as produções do final do
século XX e da primeira metade do século XXI, sendo marcada por uma
multiplicidade de tendências.
As principais características da literatura contemporânea são:

 Mistura de tendências estéticas (ecletismo)


 União da arte erudita e da arte popular
 Prosa histórica, social e urbana
 Poesia intimista, visual e marginal
 Temas cotidianos e regionalistas
 Engajamento social e literatura marginal
 Experimentalismo formal
 Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc.).
 Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas, etc.)
 Intertextualidade e metalinguagem

Estilo literário do autor:


Percebe-se na linguagem do escritor o uso de um tom coloquial e elegante.
Luís Fernando coloca em suas crônicas personagens que representam a
realidade brasileira, usando essas criações como forma de ironizar questões
sociais e políticas. Dessa maneira, faz uma crítica velada e carregada de
humor. São grandes sucessos do escritor: “Comédias da Vida Privada”, “Ed
Mort e outras histórias” e “As Mentiras que os Homens Contam”.

Bibliografia do autor:

 O Popular, crônicas, 1973


 A Grande Mulher Nua, crônicas, 1975
 Amor Brasileiro, crônicas, 1977
 O Rei do Rock, crônicas, 1978
 Ed Mort e Outras Histórias, crônicas, 1979
 Sexo na Cabeça, crônicas, 1980
 O Analista do Bagé, crônicas, 1981
 A Mesa Voadora, crônicas, 1982
 Outras do Analista de Bagé, crônicas, 1982
 O Gigolô da Palavras, crônicas, 1982
 A Velhinha de Taubaté, crônicas, 1983
 A Mulher do Silva, crônicas, 1984
 A Mãe de Freud, crônicas, 1985
 O Marido do Doutor Pompeu, crônicas, 1987
 Zoeira, crônicas, 1987
 O Jardim do Diabo, romance, 1987
 Noites do Bogart, crônicas, 1988
 Orgias, crônicas, 1989
 Pai Não Entende Nada, crônicas, 1990
 Peças Íntimas, crônicas, 1990
 O Santinho, crônicas, 1991
 Humor Nos Tempos de Collor, crônicas, 1992
 O Suicida e o Computador, crônicas, 1992
 Comédias da Vida Privada, crônicas, 1994
 Comédias da Vida Pública, crônicas, 1995
 Novas Comédias da Vida Privada, crônicas, 1997
 A Versão dos Afogados, crônicas, 1997
 Gula - O Clube dos Anjos, romance, 1998
 Aquele Estranho Dia Que Nunca Chega, crônicas, 1999
 Histórias Brasileiras de Verão, crônicas, 1999
 As Noivas do Grajaú, crônicas, 1999
 Todas as Comédias, crônicas, 1999
 Festa de Criança, infantojuvenil, 2000
 Comédias Para Se Ler Na Escola, crônicas, 2000
 As Mentiras que os Homens Contam, crônicas, 2000
 Todas as Histórias do Analista de Bagé, contos, 2002
 Banquete Com os Deuses, crônicas, 2002
 O Opositor, romance, 2004
 A marcha, crônicas, 2004
 A Décima Segunda Noite, romance, 2006
 Mais Comédias Para Se Ler Na Escola, contos, 2008
 Os Espiões, romance, 2009
 Informe do Planeta Az, 2018
Frases de Luis Fernando Verissimo

"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus
próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda
diferença."

"Os tristes acham que o vento geme, os alegres acham que ele canta."

"Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas
as perguntas."

"A família não nasce pronta; constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do
amor. Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar, ter respeito, fé
solidariedade, companheirismo e outros sentimentos."

"Pensei vagamente em estudar arquitetura, como todo o mundo. Acabaria


como todos que eu conheço que estudaram arquitetura, fazendo outra coisa.
Poupei-me daquela outra coisa, mesmo que não tenha me formado em nada e
acabado fazendo esta estranha outra coisa, que é dar palpites sobre todas as
coisas."
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Biografia
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata
brasileiro autor da obra Morte e Vida Severina, poema dramático que o
consagrou. Tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras. 

João Cabral de Melo Neto nasceu na cidade do Recife, a 9 de janeiro de 1920
e faleceu no dia 9 de outubro de 1999, no Rio de Janeiro, aos 79 anos. Eleito
membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968, tomou
posse em 6 de maio de 1969. Foi recebido por José Américo.

Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmen Carneiro Leão Cabral de


Melo. Parte da infância de João Cabral foi vivida em engenhos da família nos
municípios de São Lourenço da Mata e de Moreno. Aos dez anos, com a
família de regresso ao Recife, ingressou João Cabral no Colégio de Ponte
d’Uchoa, dos Irmãos Maristas, onde permanece até concluir o curso
secundário. Em 1938 freqüentou o Café Lafayette, ponto de encontro de
intelectuais que residiam no Recife.

Dois anos depois a família transferiu-se para o Rio de Janeiro mas a mudança
definitiva só foi realizada em fins de 1942, ano em que publicara o seu primeiro
livro de poemas - "Pedra do Sono".

No Rio, depois de ter sido funcionário do DASP, inscreveu-se, em 1945, no


concurso para a carreira de diplomata. Daí por diante, já enquadrado no
Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países, incluindo, até
mesmo, a República africana do Senegal. Em 1984 é designado para o posto
de cônsul-geral na cidade do Porto (Portugal). Em 1987 volta a residir no Rio
de Janeiro.

Em 1990 João Cabral de Melo Neto é aposentado no posto de Embaixador. A


Editora Nova Aguilar, do Rio de Janeiro, publica, no ano de 1994, sua "Obra
completa".
A um importante trabalho de pesquisa histórico-documental, editado pelo
Ministério das Relações Exteriores, deu João Cabral o título de "O Brasil no
arquivo das Índias de Sevilha". Com as comemorações programadas neste
final do século, relacionadas com os feitos dos navegadores espanhóis e
portugueses nos anos que antecederam ou se seguiram ao descobrimento da
América, e, em particular ao do Brasil, a pesquisa de João Cabral assumiu
valor inestimável para os historiadores dos feitos marítimos, praticados naquela
época.

Da obra poética de João Cabral pode-se mencionar, ao acaso, pela sua


variedade, os seguintes títulos: "Pedra do sono", 1942; "O engenheiro", 1945;
"O cão sem plumas", 1950; "O rio", 1954; "Quaderna", 1960; "Poemas
escolhidos", 1963; "A educação pela pedra", 1966; "Morte e vida severina e
outros poemas em voz alta", 1966; "Museu de tudo", 1975; "A escola das
facas", 1980; "Agreste", 1985; "Auto do frade", 1986; "Crime na Calle Relator",
1987; "Sevilla andando", 1989.

Em prosa, além do livro de pesquisa histórica já citado, João Cabral publicou


"Juan Miró", 1952 e "Considerações sobre o poeta dormindo", 1941.

Os "Cadernos de Literatura Brasileira", notável publicação editada pelo Instituto


Moreira Salles - dedicou seu Número I - março de 1996, ao poeta
pernambucano João Cabral de Melo Neto, com selecionada colaboração de
escritores brasileiros, portugueses e espanhóis e abundante material
iconográfico.

João Cabral de Melo Neto foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira,
com quem teve cinco filhos. Casou-se pela segunda vez com a poetisa Marly
de Oliveira. Em 1992, começou a sofrer de cegueira progressiva, doença que o
levou à depressão.

João Cabral de Melo Neto faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de


1999, vítima de ataque cardíaco.
Prêmios:

A atividade literária acompanhou-o durante todos esses anos no exterior e no


Brasil, o que lhe valeu ser contemplado com numerosos prêmios, entre os
quais - Prêmio José de Anchieta, de poesia, do IV Centenário de São Paulo
(1954); Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras (1955); Prêmio
de Poesia do Instituto Nacional do Livro; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira
do Livro; Prêmio Bienal Nestlé, pelo conjunto da Obra e Prêmio da União
Brasileira de Escritores, pelo livro "Crime na Calle Relator" (1988).
Período literário:
Sua obra possui tendências surrealistas e períodos de poesia popular. João
Cabral de Melo Neto pode ser considerado um escritor modernista de 3ª fase,
ou da geração de 45.
A terceira geração modernista, terceira fase do modernismo ou fase pós-
modernista representa o último momento do movimento modernista no Brasil.
Também chamada de “Geração de 45”, a última fase do modernismo começa
em 1945 e se estende até 1980.
Alguns estudiosos preferem apontar o fim do modernismo na década de 1960.
Outros, ainda, afirmam que o modernismo está presente até os dias atuais.
Os escritores desse período possuíam uma atitude mais formal, em oposição
ao espírito radical, contestador e de liberdade desenvolvido na Semana de
1922.
As principais características da terceira geração modernista são:

 Academicismo;
 Passadismo e retorno ao passado;
 Oposição à liberdade formal;
 Experimentações artísticas (ficção experimental);
 Realismo fantástico (contos fantásticos);
 Retorno à forma poética (valorização da métrica e da rima);
 Influência do Parnasianismo e Simbolismo;
 Inovações linguísticas e metalinguagem;
 Regionalismo universal;
 Temática social e humana;
 Linguagem mais objetiva.

Estilo literário do autor:


João Cabral era rigoroso com seus poemas, apresentando uma estrutura mais
fixa e com versos rimados. Seu estilo não é marcado pelo sentimentalismo, é
mais objetivo, racional. A obra de João Cabral de Melo Neto pode ser
considerada construtivista.
Não tinha romantismo em seus escritos, o poeta buscava descrever as
percepções do real, colocando de forma concreta as sensações. Além disso, o
autor buscava as oposições na sua poesia.

Bibliografia do autor:

 Pedra do Sono, 1942


 O Engenheiro, 1945
 Psicologia da Composição, 1947
 O Cão Sem Plumas, 1950
 O Rio, 1954
 Morte e Vida Severina, 1956
 Paisagens com Figuras, 1956
 Uma Faca Só Lâmina, 1956
 Quaderna, 1960
 Dois Parlamentos, 1960
 Terceira Feira, 1961
 Poemas Escolhidos, 1963
 A Educação Pela Pedra, 1966
 Museu de Tudo, 1975
 A Escola das Facas, 1980
 Poesia Crítica, 1982
 Auto do Frade, 1984
 Agrestes, 1985
 O Crime na Calle Relator, 1987
 Sevilha Andando, 1989
Frases

 "O amor comeu minha identidade."


 "A vida não se resolve com palavras."
 "Tu és a antecipação do último filme que assistirei."
 "Escrever é estar no extremo de si mesmo."
JOÃO GUIMARÃES ROSA
Biografia:
João Guimarães Rosa (1908-1967) foi um escritor brasileiro. Foi também
médico e diplomata. Seu principal livro, Grandes Sertões Veredas, é
considerado uma obra-prima da literatura brasileira.
Guimarães Rosa nasceu na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais, no dia 27 de
junho de 1908. Filho de um comerciante da região, aí iniciou seus estudos
primários e em 1918 foi para Belo Horizonte, para casa de seus avós, onde
prosseguiu seus estudos.
Carreira de médico
Em 1930 formou-se em medicina na Faculdade de Minas Gerais. Datam dessa
fase seus primeiros contos, publicados na revista O Cruzeiro.
Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, voltou para Belo Horizonte
para servir como médico voluntário da Força Pública. Posteriormente atuou
como oficial médico no 9º. Batalhão de Infantaria em Barbacena, onde recolheu
importante material para suas futuras obras.
Diplomata
Em 1934, dominando vários idiomas, Guimarães Rosa foi para o Rio de janeiro
para prestar concurso para o Itamarati, quando conquistou o segundo lugar.
Em 1938 já era cônsul-adjunto na cidade de Hamburgo, na Alemanha. Quando
o Brasil rompeu aliança com a Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial,
Guimarães, junto com outros brasileiros, foi preso em Baden-Baden, em 1942.
Libertado no fim do ano, seguiu para Bogotá, como secretário da Embaixada
Brasileira. Entre 1946 e 1951 residiu em Paris, onde consolidou sua carreira
diplomática e passou a escrever com maior assiduidade.
Carreira literária
Em 1937, paralelamente à carreira diplomática, Guimarães Rosa começou a
escrever Sagarana, volume de contos que retrata a paisagem mineira, a vida
das fazendas, dos vaqueiros e dos criadores de gado. Com a obra, participou
de um concurso ao Prêmio Humberto de Campos, perdendo o primeiro lugar
para Luís Jardim.
Em 1946, depois de refazer a obra, e reduzir de 500 para 300 páginas,
publicou Sagarana. O estilo era absolutamente novo, a paisagem mineira
ressurgia viva e colorida, as personagens expressavam o pitoresco de sua vida
regional.
A obra foi sucesso de crítica e público, seu livro de contos recebeu o Prêmio da
Sociedade Felipe d'Oliveira, esgotando-se, no mesmo ano as duas edições.
Em 1956, publicou duas obras-primas Corpo de Baile (novelas) e Grandes
Sertões: Veredas (romance).
Foi em Grande Sertão: Veredas que Guimarães aplicou todo o seu extenso
conhecimento linguístico, pois o livro é conhecido por sua linguagem inovadora,
trazendo vocábulos antigos, misturados com expressões regionais e com a
criação de neologismos.
Em 1958, foi promovido a embaixador, mas preferiu permanecer no Rio de
Janeiro.
O autor publicou ainda, Primeiras estórias (1962) e Tutaméia - Terceiras
Estórias (1963).
Academia Brasileira de Letras e morte
Em 1963, Guimarães Rosa foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas
a sua cerimônia de posse foi adiada por 4 anos.
Finalmente, em 1967, Guimarães Rosa tomou posse, mas três dias depois teve
um ataque cardíaco, falecendo no Rio de Janeiro, no dia 19 de novembro de
1967.

Período literário:
As obras de Guimarães Rosa estão inseridas na terceira
geração modernista (ou no pós-modernismo). Devido a isso, e a
particularidades estéticas do autor, seus livros apresentam as seguintes
características:
 Uso de termos arcaicos.
 Linguagem poética.
 Narrativas mais reflexivas e menos dinâmicas.
 Experimentalismo: neologismos, estrutura narrativa peculiar e
anticonvencional.
 Regionalismo: os termos e elementos da cultura regional mesclam-se com
temáticas universais.
 Inexistência de certezas: no campo social, político, econômico e estético.
 Prosa intimista: conflito existencial e fluxo de consciência (monólogo
interior).
 Fragmentação: ruptura com a narrativa cronológica tradicional.
 Temáticas universais: morte, ódio, amor, medo, violência, misticismo.
 Oposições: bem e mal, velho e novo, rural e urbano, oral e escrito, local e
universal.

Estilo literário do autor:


Guimarães Rosa foi um dos principais representantes do regionalismo
brasileiro, característica da terceira fase do modernismo. Com uma linguagem
fiel à popular, o escritor conseguiu inovar a literatura. Como atuou como
médico e diplomata, Rosa começou a publicar seus textos mais tarde, apenas
com 38 anos. 
Ocupou a cadeira nº 2 na Academia Brasileira de Letras por apenas três dias,
já que atrasou a cerimônia de posse por quatro anos, tinha medo de se
emocionar demais. Pela importante obra literária, chegou a ser indicado para o
prêmio Nobel de Literatura, mas morreu no mesmo ano e a sua indicação foi
impedida.
É possível perceber uma linguagem carregada de regionalismos, uma
linguagem do povo. O texto de Rosa é muito influenciado pela linguagem
popular, ele chegava a inventar palavras. A linguagem, para o autor, deveria
estar muito relacionada à temática, para permitir que uma deixasse a outra
melhor.
A experimentação marcou sua escrita. Rosa busca a recriação da linguagem,
colocando o falar popular e a vida no sertão nos seus escritos.

Bibliografia do autor:
São obras de João Guimarães Rosa:
 Sagarana (1946): contos
 Corpo de baile (1956): novelas
 Grande sertão: veredas (1956): romance
 Primeiras estórias (1962): contos
 Manuelzão e Miguilim (1964): novelas
 Campo geral (1964): novela
 No Urubuquaquá, no Pinhém (1965): novelas
 Noites do sertão (1965): novelas
 Tutameia — terceiras estórias (1967): contos
 Estas estórias (1969): contos
 Ave, palavra (1970): diversos
 Magma (1997): poesias
Sagarana, o primeiro livro publicado por João Guimarães Rosa, é composto
pelos contos “O burrinho pedrês”, “A volta do marido pródigo”, “Sarapalha”,
“Duelo”, “Minha gente”, “São Marcos”, “Corpo fechado”, “Conversa de bois”, “A
hora e vez de Augusto Matraga”. Este último é o conto mais famoso desse
livro.

Frases de João Guimarães Rosa:


“Escrever, para mim, é como um ato religioso.”
“Toda vida humana é destino em estado impuro.”
“Também os defeitos dos outros são horríveis espelhos.”
“Quando escrevo, não penso na literatura: penso em capturar coisas vivas.”

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