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Nome: Vitoria Manuela Carvalho de Souza

Turma: 301 Disciplina: Literatura

Literatura de Autoria Feminina


História da literatura feminina no Brasil:
Uma das primeiras publicações brasileiras feita por mulheres é do século 19. As brasileiras já
estavam publicando sem usar pseudônimos antes mesmo de ter o direito ao voto, claro, não
sem enfrentar dificuldades no processo.

Começamos pelo fato de que a escrita só era incentivada em lares ricos, ou seja, reservada
para as mulheres da alta classe brasileira. E não porque os pais das jovens gostassem da ideia
de ver o nome da filha em uma publicação. Uma mulher que escreve era bem-vista sim, mas
apenas como um acréscimo ao currículo de etiquetas e artes. Apenas para servir de adorno.

Publicado pela maranhense Maria Firmina do Reis em 1859, Úrsula é apontado como o
primeiro romance brasileiro escrito por uma mulher.

Mesmo que, segundo uma pesquisa recente do IBGE, mais de 50% do público leitor brasileiro
seja feminino, as mulheres não são, nem de longe, as mais lançadas no mercado editorial
brasileiro. Os obstáculos para mulheres na área da publicação são recorrentes. E isso ocorre
por que os grandes cargos que influenciam a decisão de publicação são ocupados por homens,
podemos ver, como exemplo, a Academia Brasileira de Letras, onde dos 40 membros que
ocupam uma cadeira, apenas 4 são mulheres.

Além disso, o público masculino continua bastante reservado sobre essa questão. Infelizmente,
quando um homem vê que um livro foi escrito por uma mulher, costuma nem sequer ter mais
vontade de levar a publicação para casa. As autoras ainda enfrentam o próprio
desencorajamento. Poucas são representadas nas prateleiras dos livros…O que leva a maioria a
desistir da carreira de escritora. Elas acabam por achar que os próprios escritos não são dignos
de publicação e é assim que perdemos futuras grandes autoras brasileiras.

Principais Autoras (escritoras) brasileiras:


o Nísia Floresta Brasileira Augusta
o Ana Eurídice Eufrosina Barandas (considerada a primeira cronista do país)
o Raquel de Queiroz (primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras)
o Clarice Lispector
o Nélida Pinon
o Cora Coralina
o Carolina de Jesus (uma das primeiras escritoras negras brasileiras publicadas não só
em âmbito nacional, mas que teve seu livro traduzido em mais de 14 países)
o Zélia Gattai
o Cecília Meireles
o Lygia Fagundes Telles
o Hilda Hilst

Hilda Hilst
Biografia:

Hilda De Almeida Prado Hilst, foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga. Nasceu em Jaú,
São Paulo em 21 de abril de 1930. Sua mãe – Bedecilda Vaz Cardoso – era portuguesa, e seu
pai – Apolonio de Almeida Prado Hilst – era produtor de café e escritor. Quando o casal se
separou, em 1932, a mãe da poetisa, com os filhos, mudou-se para a cidade de Santos. Três
anos depois, Apolônio recebeu o diagnóstico de esquizofrenia.

A escritora começou a estudar, em regime de internato, no colégio de freiras Santa Marcelina,


na cidade de São Paulo, em 1937. Ao sair do internato, em 1944, passou a morar na casa da
senhora Ana Ivanovna, ainda em São Paulo. No ano seguinte, iniciou seus estudos no Instituto
Presbiteriano Mackenzie.

Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1948. No ano seguinte,


conheceu a escritora e amiga Lygia Fagundes Telles. Em 1950, publicou seu primeiro livro de
poesia: Presságio. Quando se tornou curadora do pai, em 1951, faltava um ano para concluir o
curso de direito.

De 1953 a 1954, trabalhou em um escritório de advocacia, mas percebeu que não tinha talento
para o direito e que devia se dedicar exclusivamente à literatura.

Após conhecer o escultor Dante Casarini, em 1963, os dois iniciaram um relacionamento


amoroso. No entanto, no ano seguinte, ocorreu o golpe militar, e a ditadura se instalou no país.
Nesse mesmo ano, Hilda Hilst hospedou o físico Mário Schemberg (1914-1990) em sua casa,
em São Paulo, já que ele estava sofrendo perseguições, por ser de esquerda.

Hilda decidiu, no ano de 1965, morar com Dante Casarini na fazenda de sua mãe, em
Campinas. Batizou a casa que construiu ali de Casa do Sol. Assim, em 1968, casou-se com
Casarini, por pressão da mãe, pois a escritora não acreditava na fidelidade conjugal nem queria
ter filhos. Eles se divorciaram em 1985, mas o então ex-marido permaneceu na Casa do Sol até
1991, pois continuaram unidos pelos laços da amizade.

Foi em 1968 que Hilda Hilst conheceu o escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996), com quem
desenvolveu uma grande amizade. Além dele, outros artistas moraram na Casa do Sol, que se
tornou um reduto cultural

A poetisa, antes de morrer, em 04 de fevereiro de 2004, em Campinas, ganhou diversos


prêmios:

o Pen Clube de São Paulo (1962)


o Anchieta (1969)
o APCA (1977)
o APCA (1981)
o Jabuti (1984)
o Cassiano Ricardo (1985)
o Jabuti (1994)
o APCA (2003)
Hilda Hilst é considerada uma autora pertencente à terceira geração modernista (ou
pós-modernismo). Por isso, suas obras apresentam características como:

o Fluxo de consciência
o Questões existenciais
o Caráter intimista
o Fragmentação

No entanto, as obras da autora possuem algumas peculiaridades:


o Ironia
o Erotismo
o Hermetismo
o Linguagem obscena
o Foco no universo feminino
o Narrativa não linear
o Mistura de gêneros literários
o Uso de palavras de diversos idiomas

Principais obras:

o Presságio (1950)
o Balada de Alzira (1951)
o Balada do festival (1955)
o Roteiro do silêncio (1959)
o Trovas de muito amor para um amado senhor (1961)
o Ode fragmentária (1961)
o Sete cantos do poeta para o anjo (1962)
o A possessa (1967)
o O rato no muro (1967)
o O visitante (1968)
o Auto da barca de Camiri (1968)
o O novo sistema (1968)
o Aves da noite (1968)
o O verdugo (1969)
o A morte do patriarca (1969)
o Fluxo-floema (1970)
o Qadós (1973)
o Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974)
o Ficções (1977)
o Poesia (1980)
o Da morte: odes mínimas (1980)
o Cantares de perda e predileção (1980)
o Tu não te moves de ti (1980)
o A obscena senhora D (1982)
o Poemas malditos, gozosos e devotos (1984)
o Sobre a tua grande face (1986)
o Com meus olhos de cão e outras novelas (1986)
o Amavisse (1989)
o Alcoólicas (1990)
o O caderno rosa de Lori Lamby (1990)
o Contos d’escárnio (1990)
o Cartas de um sedutor (1991)

Poemas aos homens do nosso tempo


Enquanto faço o verso, tu decerto vives.
Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.
Dirás que sangue é o não teres teu ouro
E o poeta te diz: compra o teu tempo.

Contempla o teu viver que corre, escuta


O teu ouro de dentro. É outro o amarelo que te falo.
Enquanto faço o verso, tu que não me lês
Sorris, se do meu verso ardente alguém te fala.

O ser poeta te sabe a ornamento, desconversas:


“Meu precioso tempo não pode ser perdido com os poetas”.
Irmão do meu momento: quando eu morrer
Uma coisa infinita também morre. É difícil dizê-lo:
MORRE O AMOR DE UM POETA.

E isso é tanto, que o teu ouro não compra,


E tão raro, que o mínimo pedaço, de tão vasto
Não cabe no meu canto.
Imagens:

Curiosidades:

o Hilst tentou seduzir Marlon Brando


Ao passar uma temporada na França durante a década de 1950, a escritora envolveu-se em
um breve romance com o ator Dean Martin — importante figura hollywoodiana do século XX
que atuou no cinema, na música e na televisão. Contudo, o real interesse da autora era se
aproximar do grande astro Marlon Brando e seduzi-lo. Ela chegou a invadir um quarto de hotel
em que Brando estava, com a desculpa de ser uma jornalista querendo entrevistá-lo, mas a
tentativa de conquista não deu certo — nem a entrevista. Hilst havia bebido e o ator estava
acompanhado de um possível amante, segundo o relato da escritora.
o Tem mais de 40 títulos

o Hilda tentava gravar as vozes dos mortos


Após ler Telefone para o Além, livro publicado na década de 1960 em que o sueco
Friedrich Jurgenson afirmava ser possível registrar vozes de espíritos com um gravador,
a escritora passou a tentar reproduzir experimentos semelhantes diariamente

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