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Começamos pelo fato de que a escrita só era incentivada em lares ricos, ou seja, reservada
para as mulheres da alta classe brasileira. E não porque os pais das jovens gostassem da ideia
de ver o nome da filha em uma publicação. Uma mulher que escreve era bem-vista sim, mas
apenas como um acréscimo ao currículo de etiquetas e artes. Apenas para servir de adorno.
Publicado pela maranhense Maria Firmina do Reis em 1859, Úrsula é apontado como o
primeiro romance brasileiro escrito por uma mulher.
Mesmo que, segundo uma pesquisa recente do IBGE, mais de 50% do público leitor brasileiro
seja feminino, as mulheres não são, nem de longe, as mais lançadas no mercado editorial
brasileiro. Os obstáculos para mulheres na área da publicação são recorrentes. E isso ocorre
por que os grandes cargos que influenciam a decisão de publicação são ocupados por homens,
podemos ver, como exemplo, a Academia Brasileira de Letras, onde dos 40 membros que
ocupam uma cadeira, apenas 4 são mulheres.
Além disso, o público masculino continua bastante reservado sobre essa questão. Infelizmente,
quando um homem vê que um livro foi escrito por uma mulher, costuma nem sequer ter mais
vontade de levar a publicação para casa. As autoras ainda enfrentam o próprio
desencorajamento. Poucas são representadas nas prateleiras dos livros…O que leva a maioria a
desistir da carreira de escritora. Elas acabam por achar que os próprios escritos não são dignos
de publicação e é assim que perdemos futuras grandes autoras brasileiras.
Hilda Hilst
Biografia:
Hilda De Almeida Prado Hilst, foi uma poeta, ficcionista, cronista e dramaturga. Nasceu em Jaú,
São Paulo em 21 de abril de 1930. Sua mãe – Bedecilda Vaz Cardoso – era portuguesa, e seu
pai – Apolonio de Almeida Prado Hilst – era produtor de café e escritor. Quando o casal se
separou, em 1932, a mãe da poetisa, com os filhos, mudou-se para a cidade de Santos. Três
anos depois, Apolônio recebeu o diagnóstico de esquizofrenia.
De 1953 a 1954, trabalhou em um escritório de advocacia, mas percebeu que não tinha talento
para o direito e que devia se dedicar exclusivamente à literatura.
Hilda decidiu, no ano de 1965, morar com Dante Casarini na fazenda de sua mãe, em
Campinas. Batizou a casa que construiu ali de Casa do Sol. Assim, em 1968, casou-se com
Casarini, por pressão da mãe, pois a escritora não acreditava na fidelidade conjugal nem queria
ter filhos. Eles se divorciaram em 1985, mas o então ex-marido permaneceu na Casa do Sol até
1991, pois continuaram unidos pelos laços da amizade.
Foi em 1968 que Hilda Hilst conheceu o escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996), com quem
desenvolveu uma grande amizade. Além dele, outros artistas moraram na Casa do Sol, que se
tornou um reduto cultural
o Fluxo de consciência
o Questões existenciais
o Caráter intimista
o Fragmentação
Principais obras:
o Presságio (1950)
o Balada de Alzira (1951)
o Balada do festival (1955)
o Roteiro do silêncio (1959)
o Trovas de muito amor para um amado senhor (1961)
o Ode fragmentária (1961)
o Sete cantos do poeta para o anjo (1962)
o A possessa (1967)
o O rato no muro (1967)
o O visitante (1968)
o Auto da barca de Camiri (1968)
o O novo sistema (1968)
o Aves da noite (1968)
o O verdugo (1969)
o A morte do patriarca (1969)
o Fluxo-floema (1970)
o Qadós (1973)
o Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974)
o Ficções (1977)
o Poesia (1980)
o Da morte: odes mínimas (1980)
o Cantares de perda e predileção (1980)
o Tu não te moves de ti (1980)
o A obscena senhora D (1982)
o Poemas malditos, gozosos e devotos (1984)
o Sobre a tua grande face (1986)
o Com meus olhos de cão e outras novelas (1986)
o Amavisse (1989)
o Alcoólicas (1990)
o O caderno rosa de Lori Lamby (1990)
o Contos d’escárnio (1990)
o Cartas de um sedutor (1991)
Curiosidades: