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UNISO – Universidade de Sorocaba

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Augusto Cavalheiro Schonfelder 94255


Gabriela Alarcon Lopes 96202
Gabriela Barros Medeiros da Silva 88137
Letícia Lie Numata 99604
Rodrigo de Lima Corrêa 83863
Victoria Bocardi Evaristo 99525

BEM-ESTAR EM FRANGO DE CORTE

SOROCABA
2020
Sumário

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................3

2. ESTRUTURA E LOCALIZAÇÃO.............................................................................3

3. ALIMENTAÇÃO........................................................................................................4

4. CAMA........................................................................................................................5

5. SAÚDE E BEM-ESTAR............................................................................................6

6. PROBLEMAS NA DENSIDADE...............................................................................7

7. PROBLEMAS NA CAMA.........................................................................................8

7.1. UMIDADE.....................................................................................................................8

7.2. DENSIDADE..................................................................................................................8

7.3. VENTILAÇÃO................................................................................................................8

8. CONTROLE AMBIENTAL........................................................................................9

8.1. MOSCAS......................................................................................................................9

8.2 ROEDORES...................................................................................................................9

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................9
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1. INTRODUÇÃO

A granja escolhida para visitação chamada Rosaves, está localizada na


cidade de Anhembi, no começo do percurso a estrada é asfaltada então ao se
aproximar da entrada do local deve-se pegar uma estrada de terra, que quando
chove impossibilita a passagem de veículos convencionais, como carro de passeio.
A criação dessa granja é de intensiva-media, sua produção é voltada somente para
frangos de corte, em média de 12 - 12,5 cabeças por m², em granjas convencionais
a tendência é diminuir até 10 cabeças por m².

2. ESTRUTURA E LOCALIZAÇÃO

Neste capítulo será discutida a estrutura e localização da granja no que diz


respeito ao armazenamento e edificação. As tecnologias de ambientação e
alimentação estão no capítulo voltado ao aviário internamente. A granja está
localizada a cerca de uma hora da cidade de Anhembi. É bem isolada de fontes de
estresse sonoro e de poluição, com vastos terrenos voltados à criação de gado ou
lavoura nos arredores. Tem a topografia plana na propriedade.
O acesso é por grande parte de estrada de terra, o que pode ocasionar
problemas em tempos de chuva se não pela própria distância e condição do acesso.
As rações ficam armazenadas em tanques rentes ao aviário (uma espécie de silo).
Há alguns metros de distância dali está o local de compostagem de aves mortas,
estrutura de concreto com telhado.
Próximo ao aviário, no único acesso de veículos (portão de madeira) à ele
dentro da propriedade fica um arco de aspersão para higienizar os caminhões de
carga dos pintainhos. A pintura do galpão é externamente de cores claras e os
oitões estão posicionados em sentido Leste-Oeste, protegidos da luz solar direta
durante a manhã e alvorada por parede. Há nas laterais de sua extensão uma tela e
externamente cortinas que podem ser baixadas. A mureta sob a tela tem cerca de
30 cm de altura e é chanfrada.
Entre a área da cama das aves e a porta de entrada da granja há um espaço
com o maquinário e pequeno local para armazenamento de ração em sacos, que
não é o meio principal de fornecimento de alimentos para os frangos e está
guardado de forma inadequada, em largo paralelepípedo dentro da parede em
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contato direto com o “chão”. Entre está área e a cama há uma mureta de cerca de
1,3 metros. É nesta área que fica a interface do nebulizador, regulador de
temperatura, fornecedor de ração, de água (em que a temperatura é controlada e
fornecida por fonte local) e outros equipamentos úteis como para troca de cama e
seu tratamento.
Sentimos falta de paredes naturais de árvores lateralmente ao aviário, o que
é perfeitamente possível.

3. ALIMENTAÇÃO

A alimentação constitui um dos fatores de maior relevância na exploração


avícola, pois uma dieta adequada pode promover melhoria tanto na produtividade
quanto no rendimento de carcaça. Falando um pouco sobre a nutrição desses
animais, temos que reconhecer as qualidades genéticas expressadas nas duas
linhagens em que trabalham, nesta granja as raças utilizadas eram a COBB e a
ROSS. Inicialmente teremos a alimentação conforme suas fases de vida, a ração
será totalmente distribuída pela própria empresa que fornece os animais, isso irá
acontecer, pois devem ser atendidas as exigências dos frangos de acordo com o
peso ou fases produtivas. Os alimentos a serem fornecidos devem também atender
a alguns princípios de manejo da alimentação e da água para que sejam bem
aproveitados e gerem eficácia no desempenho dos frangos. Nesta granja que fomos,
a base alimentar dos animais estará voltada a milho, soja, farinha de carne, calcário
e pré mix tendo ênfase em 70% no milho. Mostrando melhor sobre a nutrição desses
frangos poderemos analisar nessa tabela os quesitos em cada fase do seu ciclo de
vida:

Tabela 1 – QUESITOS EM CADA FASE DO SEU CICLO DE VIDA


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  Assim então vimos como deve ser a alimentação desses animais e de


como é feito nessa granja, onde tentam seguir essas expectativas através das
rações dadas pela empresa que se localiza em Pereras. 
         Falando um pouco sobre a oferta de água, precisaremos ter em
quantidade e qualidade adequada para ter assim uma condição básica a esses
animais. Nessa avicultura vimos a água distribuída pela granja inteira, entretanto
como estava fazendo um calor intenso, o sistema de refrigeração da água não
estava decente, aumentando assim um pouco essa temperatura. Temos uma
ingestão de cerca de 11,8 L por frango até o abate, por isso a normalidade dessa
água é necessária. 

4. CAMA
 
      Agora sobre a cama do aviário, teremos em sua base prioritariamente pó
de eucalipto e pó de pinus, também sendo utilizado cascas de amendoim. Após a
saída desses animais para o abate, a granja entra no seu período de intervalo de 18
a 20 dias, com isso a cama é desinfetada, onde enlearam a cama para haver assim
uma fermentação, desenlearam novamente, para assim ter o retorno dos novos
animais. Em alguns casos o alonamento também será feito para que tenha o
aumento de temperatura desta cama nova. A cama terá o contínuo contato da ave,
exigindo que o material utilizado apresente qualidades adequadas para modificar as
características do meio, proporcionando conforto aos animais, de forma que evite
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oscilações de temperatura no interior da instalação e o contato direto das aves com


as fezes e com o piso.  

5. SAÚDE E BEM-ESTAR

 O bem-estar animal está atrelado principalmente a três princípios: estado


emocional, funcionamento biológico e capacidade de expressar seus
comportamentos naturais. Requer prevenção contra doenças e tratamento
veterinário, abrigo adequado, gerenciamento, nutrição, manejo cuidadoso e abate
humanitário. 
   Deve-se adotar o sistema de “todos dentro, todos fora” com aves de
mesma procedência e idade, desde a entrada no alojamento até a saída para o
abatedouro. Como manejo sanitário é essencial realizar a postura  de um recipiente
desinfetante para os calçados das pessoas junto com proteção, é indicado observar
diariamente os bebedouros, fazer o controle de moscas, cascudinhos e roedores. A
cama nas regiões de círculo de proteção e pinteiros devem ser novas, o restante
pode ser reutilizada, fazendo o repouso por 7 dias desde que o lote anterior não
tenha sofrido com doenças infecciosas. No transporte é inevitável o uso do rodolúvio
e da Guia de Trânsito Animal (GTA). 
     As informações sobre as vacinas e medicamentos administrados, junto
com a mortalidade diária devem ser mantidas na ficha de acompanhamento técnico
do lote. Pelo curto período de criação dos frangos, não é viável realizar um plano de
vacinação, entretanto todos os animais devem ser vacinados contra a doença de
Marek no primeiro dia de vida. Para a vacinação adequada dos lotes deve-se seguir
o desafio sanitário da região e estar de acordo com as normas oficiais; tendo em
vista que as principais viroses que acometem esses animais são: doença de Marek,
a doença de Gumboro, doença de Newcastle, bronquite infecciosa das aves e
varíola aviária. Também pode haver incidência de coccidiose, que deve ser tratada
adicionando quimioterápicos na ração durante as fases de cria e recria, ou na
primeira semana de vida dos frangos. 
   Também é importante checar a qualidade da água e da ração, levando em
consideração a incidência e qualidade microbiológica. A ração deve ser de boa
procedência, seguindo todos os protocolos de requerimento animal para os frangos
de corte. A água sempre deve se apresentar limpa e fresca. 
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   É recomendável um período de escuro de 4 horas a cada 24 horas, com


exceção da primeira e da última semana das aves. É importante para o bem-estar
das aves, um período de escuridão de no mínimo 30 minutos em cada ciclo de 24
horas. 
   A temperatura deve ser regulada para o resfriamento preferencialmente
através de nebulizador, em alta pressão (200 psi), com bicos de poliacetal
distribuídos em linhas transversais e longitudinais; para o aquecimento é indicado
utilizar sistemas a gás por meio de campânulas infravermelhas, controladas
termostaticamente com capacidade de 1.500 Kcal para 1.250 aves. O sistema de
ventilação poderá ser por meio de ventiladores de 300 m3 /min (1/2 HP),
posicionados no sentido transversal ou longitudinal, à meia altura do pé direito e
ligeiramente inclinados para baixo. A temperatura ideal varia em torno de 41ºC,
considerando variações de 4ºC a 5ºC fatais para esses animais. 
    O descarte de carcaças oriundas a óbitos precoces, deve ser feita pelo
sistema de compostagem. Tendo em vista a precisão de conhecimento sob o terreno
para a construção das composteiras, evitando futuras contaminações no solo e
lençóis freáticos. A montagem da composteira deve seguir as seguintes orientações:
30cm de maravalha limpa, cama de aviário ou esterco seco; camada de carcaça
sem amontoar; envolver as carcaças com cama de aviário e por  água,
correspondendo a 50% do peso das carcaças; por fim deve-se cobrir a parte
umedecida com esterco. 

6. PROBLEMAS NA DENSIDADE

A densidade adequada do alojamento garante maior bem estar aos animais,


de modo que eles atinjam seu desempenho máximo de produção, chegando no
melhor peso de abate para o produtor. Uma densidade inadequada pode acarretar
problemas como arranhões, problemas nas pernas, contusões e aumentar a
mortalidade dos animais e comprometer a qualidade da cama devido à grande
quantidade de aves por m2.
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7. PROBLEMAS NA CAMA

A cama de frango é um composto de materiais, tendo como principais o pó


de pinus, pó de eucalipto, cascas de amendoim e maravalha juntamente com fezes
dos animais, penas, restos de ração e água derrubados pelos animais.
O comprometimento da cama se dá por fatores ambientais e internos, sendo
eles:

7.1. UMIDADE

A cama tem como objetivo absorver a umidade, mas o excesso pode


acarretar problemas para os animais, como desconforto, diminuição do ganho de
peso e intoxicações, devido ao aumento da concentração de amônia. As principais
causas desse problema são o ajuste incorreto dos bebedouros e a manutenção
incorreta das instalações em épocas úmidas do ano.

7.2. DENSIDADE

A grande densidade de animais por m 2 compromete a cama, uma vez que o


alto número de animais faz com que a cama fique compactada e, por isso, com
menor capacidade de absorção de umidade.

7.3. VENTILAÇÃO

O sistema de ventilação tem como objetivo, além do conforto térmico das


aves, remover a umidade formada no interior do galpão e também remover os
gases, como a amônia, que são formados pela cama. Um sistema incorreto acarreta
o aumento da concentração de amônia no local e a intoxicação dos animais por ela.

Outro problema muito comum relacionado a cama de frango é a prática


ilegal de utilizá-la como alimento para bovinos devido ao seu baixo custo, porém isso
pode acarretar problemas para os animais, uma vez que a cama pode veicular
doenças como o botulismo e a encefalopatia espongiforme bovina.
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8. CONTROLE AMBIENTAL

8.1. MOSCAS

As larvas de mosca se utilizam de esterco para sua nutrição, tornando a


cama de frango um grande atrativo para moscas realizarem a postura de ovos. A
falta da retirada de cascões de esterco e da compostagem da cama aumenta o
número destes insetos no galpão, o que aumenta a possibilidade de transmissão de
doenças.

8.2 ROEDORES

A presença de roedores nas proximidades do galpão pode aumentar a


transmissão de doenças, uma vez que estes buscam o local de armazenamento de
ração para se alimentar. A falta de limpeza dos arredores, retirada de entulhos e
manutenção do armazém de ração acarreta a proliferação dos animais.

BIBLIOGRAFIA

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Acesso em: 26 out. 2020.

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