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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES – URI
PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CÂMPUS DE FREDERICO WESTPHALEN - RS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM AGROPECUÁRIA

ALEX DE MELLO RUBIN

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO DE OVOS CAIPIRAS NA

UNIDADE DE PRODUÇÃO PEREIRA, VISANDO UMA FUTURA
CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA

FREDERICO WESTPHALEN –RS, 2017

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ALEX DE MELLO RUBIN

IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO DE OVOS CAIPIRAS NA

UNIDADE DE PRODUÇÃO PEREIRA, VISANDO UMA FUTURA
CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA

Trabalho de Avicultura apresentado

como requisito parcial à obtenção do
grau de tecnólogo em agropecuária
Departamento de ciências agrárias da
Universidade Regional Integrada do
Alto Uruguai e das Missões – Câmpus
de Frederico Westphalen.

Professor: SANDRO JOSÉ PAIXÃO

FREDERICO WESTPHALEN 2017

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RESUMO

O presente trabalho visa projetar um sistema de produção caipira de ovos viando uma
futura certificção orgânica do da propriedade do agricultor Valdeci Pereira de
Palmitinho. Empreendimento esse que tem a bovinocultura de leite como fim principal.
Para o investimento necessário será acessado no programa Mais Alimentos do Governo
Federal o montante de R$ 33 000,00 em dez parcelas anuais. Os objetivos do projeto
são implementar uma segunda fonte de renda na propriedade que utilize pouca mão de
obra e alto valor agragado no produto final, e nesse sentido, verificou-se que a
implantação de 700 galinhas poedeiras no sistema caipira orgânico poderá render
mensalmente ao agricultor R$ 350,00 líquidos, montante muito atrativo em se tratando
de uma pequena propriedade rural com 9 há de terra.

Palavras-chave: Avicultura de postura. Sistema Caipira. Sistema orgânico.

Agroindústria artesanal.
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SUMÁRIO

1. Sistema de produção orgânico e caipira de ovos................................................... 11

1.1 Legislação............................................................................................................. 11
2. Raças e manejo................................................................................................. 12
3. Equipamentos e instalações..................................................................................... 12
3.1 Aviário............................................................................................................. 12
3.2 Agroindústria de beneficiamento............................................................................. 13
3.3 Silo secador.............................................................................................................. 13
3.4 Equipamentos........................................................................................................... 14
4. Alimentação........................................................................................................... 14
4.1 Ração caseira....................................................................................................... 15
5. Aspectos sanitários............................................................................................. 15
6. Viabilidade econômica............................................................................................. 16
7. Comercialização e marca do produto..................................................................... 17
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 18
ANEXOS................................................................................................................. 19
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1. Sistemas de produção orgânico e caipira de ovos

A principal diferença entre os dói sistemas de produção diz respeito a

certificação dos alimentos utilizados: enquanto no sistema caipira, os alimentos não
precisam ter necessariamente origem comprovada, no sistema orgânico isso é
indispensável.
Outra diferença marcante diz respeito aos aspectos ambientais, sociais e
econômicos específicos do sistema orgânico, também certificado, mas que depois de
implantado possibilita uma agregação de valor excelente no produto final, bem mais que
no sistema caipira.
Essa é o grande motivo da ainda baixa produção de alimentos orgânicos na
região (e no país).

1.1 Legislação

A ABNT publicou no dia 12/12/2016 a Norma Técnica ABNT NBR 16437:2016

- Avicultura - Produção, classificação e identificação do ovo caipira, colonial ou
capoeira. Esta Norma especifica os requisitos para a produção, classificação e
identificação do ovo caipira no sistema semiextensivo. Esta Norma se aplica aos ovos
oriundos da espécie Gallus gallus domesticus. Segundo a ABNT é o Ovo oriundo de
galinhas e/ou galinhas criadas no sistema caipira de produção de ovos, conforme
descrito nesse projeto.

Já o sistema orgânico de produção, além desse caráter semiextensivo com

alimentação natural e acesso a área ao ar livre, é considerado também os aspectos
ambientais, sociais e econômicos específicos, segundo a instrução normativa nº 64, de
18 de dezembro de 2008 (Em anexo).

Quanto aos aspectos ambientais, os sistemas orgânicos de produção devem

buscar a manutenção das áreas de preservação permanente; atenuação da pressão
antrópica sobre os ecossistemas naturais e modificados; e a proteção, a conservação e o
uso racional dos recursos naturais.

As atividades econômicas dos sistemas orgânicos de produção devem buscar o

melhoramento genético, visando à adaptabilidade às condições ambientais locais; a
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manutenção e a recuperação de variedades locais, tradicionais ou crioulas, ameaçadas

pela erosão genética; a promoção e a manutenção do equilíbrio do sistema de produção
como estratégia de promover a sanidade dos animais e vegetais; a interação da produção
animal e vegetal; e a valorização dos aspectos culturais e a regionalização da produção.

Quanto aos aspectos sociais, os sistemas or gânicos de produção devem buscar

relações de trabalho fundamentadas nos direitos sociais determinados pela Constituição
Federal; e a melhoria da qualidade de vida dos agentes envolvidos em toda a rede de
produção orgânica.

2. Raças e manejo de luz

Serão utilizadas as poedeiras coloniais Embrapa 051. São galinhas de médio

porte e produção de ovos, intermediária entre as raças pesadas de corte e as raças leves
de postura, ideais para sistemas semi-confinados e com abate de galinhas para o
consumo doméstico. Serão adquiridas frangas com 16 semanas de idade por já serem
recriadas e vacinadas. (Figueiredo, 2001).
A área externa do aviário será o pomar existente de citrus, funcionando nesse
sentido, como sombra durante o dia. Durante a noite as galinhas serão recolhidas ao
galpão, para que recebam luz conforme o programa abaixo:

3. Equipamentos e instalações

3.1 Aviário
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As aves serão criadas em galpões fechados com cortinado, e acesso externo.

Terão piquetes a disposição na proporção de 3 m² por ave na área externa. Na área
interna, serão alojadas na proporção de 7 aves por m².
Os galpões terão uma camada de 15 cm de maravalha como cama e os piquetes
serão construídos com madeiras da propriedade.
O galpão terá cortinas externas e será equipado com ninhos e poleiros, conforme
fotos em anexo e terá a orientação leste – oeste. Será construído com materiais
existentes na prrpriedade e parte financiado pelo programa Mais Alimentos a um custo
de R$ 3 000,00.

3.2 Agroindústria de beneficiamento

A agroindústria de beneficiamento será construída no padrão SIM (Sistema de

Inspeção Municipal), visando a venda para a alimentação escolar do município e
mercado local, inicialmente. Será financiada pelo programa Mais Alimentos a um custo
de R$ 24 000,00.

3.3 Silo secador

O milho será produzido na propriedade, como forma de diminuir custos e custará

R$ 17,24 por saca. Serão necessários 3 ha de milho (1,5 ha na safra e 1,5 ha safrinha)
para destinação as aves de postura, com produtividade média de 133 sc/ha. (Orçamento
em anexo). Será financiada pelo programa Mais Alimentos a um custo de R$ 4 000,00.

Consumo de ração semanal 516 kg

Consumo de ração anual 25835 kg
Quantidade de milho necessário por
ano 18000 kg
Sacas de milho necessário por ano 300 sc

Para armazená-lo, será necessario a construção de um silo secador com

capaciadade de 150 sacas, que será abastecido duas vezes por ano (safra e safrinha)
totalizando 150 sacas (Plantas e orçamento em anexo).
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3.4 Equipamentos

Os comedouros e bebedouros serão do tipo pendular e ajustados na altura

adequada, do dorso da galinha:

Ambos serão instalados dentro do aviário. Outros equipamentos se fazem

necessário, tais como: Triturador de grãos para fabricação da ração, carrinho de mão
para transporte de ração e alimentos em geral e ovoscópio para a agroindústria. Serão
financiados pelo programa Mais Alimentos a um custo de R$ 2 000,00.

4. Alimentação

Na produção orgânica de ovos, é permitida a inclusão de 20% de matéria seca

oriunda de ingredientes de origem convencional, segundo a IN 64 do MAPA. Levando
em consideração que o agricultor plantará o milho dentro de um sistema de produção
orgânico com armazenagem na propriedade, ele poderá adquirir o farelo de soja no
comércio desde que não seja oriundo de soja transgênica, somando assim 20% de
ingredientes não orgânicos. O sal, também é permitido, assim como o fosfato bicálcico
e o calcárrio calcítico como fonte de minerais, mas desde que não contenham resíduos
contaminantes oriundos do processo de fabricação. As vitaminas de origem sintética,
também são, desde que o produtor adote estratégias que visem à eliminação do seu uso
num prazo máximo de cinco anos, entretanto, as vitaminas serão fornecidas via pastejo
ou alimentos naturais incluídos na dieta.

Além do concentrado, as aves terão a disposição o pasto nos piquetes e restos de

vegetais como frutas, verduras etc.
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4.1 Ração caseira

A fórmula a ser utilizada na fase de produção será a seguinte:

Tabela 1 – Fórmula de ração (Fase de produção)

Ingrediente Quant. % de matéria seca do % de matéria seca do
ingrediente total da ração
Milho triturado 69,67 87,11 60,69
Farelo de soja 20,00 88,59 17,72
Calcárreo calcítico 8,00 99,88 7,99
Fosfato bicálcico 1,80 98,57 1,77
Sal comum 0,33 99,07 0,32
Minerais 0,10 98,00 0,098
Vitaminas 0,10 97,00 0,097
Total 100 - 88,69

Até a fase de produção, serão usados as seguintes fórmulas, conforme sugere

Gessulli (1999): uma mistura de 5% do núcleo de postura com 60% de milho moído,
mais 20% de farelo de soja e mais 15% de farelo de trigo, mas em ambos os casos,
observando as quantidades e instruções de mistura do fabricante do núcleo.

Tabela 2 – Fórmula de ração (Fase de crescimento)

Ingrediente Quant.
Milho triturado 60,00
Farelo de soja 20,00
Farelo de trigo 15,00
Núcleo de postura 5,00
Total 100

5. Aspectos sanitários

As aves serão adquiridas com 16 semanas de idade, já com todas as vacinas

necessárias.
Os bebedouros e comedouros serão higienizados semanalmente e os piquetes
serão no número de 21, em um sistema de rodízio.
Vermífugos serão utilizados, com ingredientes naturais, e paralelamente, será
fornecido folhas e caule de bananeira como forme de prevenção de vermes.
Será respeitado um período de vazio sanitário de 15 dias entre um lote e outro.
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6. Viabilidade econômica

Podemos dizer que o projeto tem viabilidade econômica, desde que seguido a
previsão de custos do quadro abaixo e que se consiga um preço médio de venda de R$
3,50 por dúzia, no mínimo. Em se tratando de ovos orgânicos caipiras certificados,
pode-se conseguir um valor até mais alto.
Nesse sentido foi calculado um pro-labore de R$ 250,00 por mês, e com um
resultado líquido mensal calculado de R$ 93,48, já descontado a prestação anual do
financiamento das instalações e equipamentos, resultado esse que será utilizado como
provisão para investimentos futuros na propriedade.

Itens de Custo UNID. QTDE. V. unit. (R$) Total (R$)

1. Custos Variáveis (A)

1.1 - Pintainhas unid.. 700 16 11200,00
1.2 - Ração kg 43120 0,9 38808,00
1.3 - Energia Elétrica Kwh 500 0,35 175,00
1.4 - Produtos Veterinários R$/poedeira 630 0,9 567,00
1.5 - Transportes km 2190 3,25 7117,50
1.6 - Mão de Obra Horas/dia 2 8,75 200,00
1.7 - Embalagens (DÚZIA) unid. 1455 0,15 218,20
1.8 - Embalagens (2 DÚZIAS) unid. 162 0,2 32,33
1.9 – Manutenção/Instalações e equipamentos % do valor 0,3 75 75,00
1.10 - Funrural R$/poedeira 665 0,84 558,60
1.11 - Eventuais R$/lote 1 300 300,00
( = ) Total dos Custos Variáveis 59069,13
2. Custos Fixos (B)
2.1 - Depreciações
2.1.1 - Depreciação das Instalações (R$) anos 20 1125 1125,00
2.1.2 - Depreciação dos Equipamentos (R$) anos 12 300,00
Total Depreciações 1425,00
2.2 - Outros Custos Fixos
2.2.1 - Pro Labore dos proprietários R$/mês 20 250 5000,00
Total Outros Custos Fixos 5000,00
( = ) Total dos Custos Fixos 6425,00

(=) Custo Total (A + B) 65494,13

Custo por dúzia 3,38

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Resultado Final Total (R$)

Custo 65.494,13
Receita - vendas de ovos 67.885,42
Receita - venda de esterco 200
Receita - venda de descartes 5320
Saldo 7.911,29

Resultado anual: Total (R$)

Receita anual: 4746,77
Valor da prestação do mais alimentos: 3625,00
Resultado líquido anual: 1121,77
Resultado líquido Mensal: 93,48

7. Comercialização e marca do produto

A comercialização iniciará primeiramente com escolas e no PAA (Programa de

Aquisição de Alimentos) do município. Em seguida serão comercializados nos
supermercados do município e restaurantes. Esse será o rótulo do produto e será
vendido em embalagens de 12 e 24 ovos:
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REFERÊNCIAS

FIGUEIREDO, Elsio. CRIA E RECRIA DAS POEDEIRAS COLONIAIS

EMBRAPA 051. Concórdia (SC): Embrapa, 2001.

AVILA, Valdir Silveira. PRODUÇÃO DE OVOS EM SISTEMA

ORGÂNICO. Concórdia (SC): Embrapa, 2010.
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ANEXOS

ANEXO I – LEGISLAÇÃO DE PRODUÇÃO DE OVOS ORGÂNICOS

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ANEXO II – PLANTA E ORÇAMENTO DO SILO SECADOR

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ANEXO III – PLANTA DO AVIÁRIO

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ANEXO IV– FOTOS DOS NINHOS

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