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Componente: Caprinovinocultura
MACAÍBA, 2022
Mensagem do professor-autor
Prezado (a) aluno (a),
Bons Estudos!
SUMÁRIO
1. Introdução.................................................................................................................4
2. Sistemas de Criação de Caprinos e Ovinos ...........................................................5
3. Instalações e Equipamentos .................................................................................10
4. Referências ..............................................................................................................24
1. Introdução
Os ovinos e caprinos ocupam diferentes regiões, em razão da seleção praticada
pelo homem e pela capacidade de adaptação destes animais, sendo possível encontrar
criações de ovinos e caprinos nas mais diferentes condições ambientais. Estes animais
são criados em sistemas que variam desde os extensivos até os mais intensivos. Mas
qual seria o melhor sistema de produção? Não há melhor sistema de criação; o ideal é
aquele que atende às necessidades específicas do produtor, considerando a localização
da propriedade, a área disponível, o capital disponível para o investimento, o tamanho
do rebanho e as perspectivas.
De qualquer maneira, uma vez conhecidas essas condições, o planejamento é
essencial para que as instalações cumpram a sua função de garantir conforto aos animais
(viabilizando a produção), agilizar o trabalho (permitindo a aplicação racional da mão-
de-obra) e trazer rentabilidade (lucro). Nesse sentido, há aplicativos que podem auxiliar
o produtor no gerenciamento das fazendas. Um deles é o Sistema de Gerenciamento de
Rebanhos (SGR) da Embrapa Caprinos e Ovinos. O software é gratuito e permite o
registro e a consulta de dados de produção, reprodução e sanidade, relatórios de
rastreabilidade e gerenciais da produção, que permite a tomada de decisões.
Para se tornar economicamente viável (rentável), a criação de caprinos e ovinos
envolve a utilização de adequadas técnicas de manejo, sejam elas práticas gerais,
nutricionais, sanitárias ou reprodutivas, adaptadas de acordo com a região geográfica.
Agora que você já conhece as características dos caprinos e ovinos, desde a sua
formação até o seu panorama atual, e já viu quais são as principais raças de acordo com
o tipo zootécnico (carne, leite, lã, pele ou dupla aptidão), você iniciará os seus estudos
nos aspectos técnicos específicos dessa atividade. Assim, nesta unidade você aprenderá
quais são os sistemas de criação, suas características, as principais instalações utilizadas
no sistema de produção, e como estas têm importância para a produtividade e
sustentabilidade econômica do empreendimento agropecuário e as principais práticas de
manejos adotados nos sistemas de criação de caprinos e ovinos.
Bons estudos!
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2. Sistemas de Criação de Caprinos e Ovinos
Categorias de ovinos
Carneiro - Macho adulto, inteiro (não castrado), dentição definitiva e carcaça com
baixo valor comercial, coloração escura e gosto mais forte (Figura 1 - A). A vida
útil de um carneiro é de 6 anos. Neste tempo, o animal apresenta sêmen de boa
qualidade e libido.
Ovelha - Fêmea reprodutora adulta, que cobertas/inseminadas pelos carneiros vão
gerar, parir, e criar os cordeiros, até o desmame. Possui dentição definitiva, com
peso por volta de 40 kg e carcaça de 16 kg (Figura 1 - B).
A B
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A B
Capão - É o ovino macho castrado. A castração permite que ele seja criado
juntamente com as ovelhas. Para a produção de carne, o interessante é abater os
ovinos antes de se tornarem borregos e não castra-los. A castração reduz o ganho de
peso de animais jovens e aumenta a deposição de gordura na carcaça, o que não é
desejável.
Categorias de caprinos
Bodes - São machos reprodutores adultos, inteiros, criados na propriedade para
realizarem a reprodução (monta e/ou inseminação artificial), garantindo a geração
de cabritos (Figura 3 - A). Apresenta dentição definitiva completa (8 dentes
definitivos e troca dos dente conforme ficam mais velhos); e carcaça com baixo
valor comercial, coloração escura e gosto mais forte.
A B
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Cabra - Fêmeas reprodutoras adultas, que cobertas/inseminadas pelos bodes vão
gerar, parir, e criar os cabritos, até o desmame (Figura 3 - B). Elas compõem a
categoria animal que permanece por mais tempo no rebanho.
Bodete - Macho imaturo, com idade de 6 até 15 meses. Apresenta todos os dentes
de leite até a presença de dentição definitiva; e carcaça com peso mínimo de 15 kg.
Marrã - Fêmea imatura, com idade de 6 até 15
meses. Apresenta todos os dentes de leite até a
presença de dentição definitiva; e carcaça com
peso mínimo de 15 kg.
Cabrito (a) - Filhotes de 0 a 6 meses. Apresenta
todos os dentes de leite e com carcaça com peso
Figura 4 - Cabrito.
mínimo de 6 kg (Figura 4). Fonte: (Google imagens).
Sistema extensivo
É um sistema simples, rústico e de
menor custo. Os animais são criados soltos
na pastagem, e geralmente são animais de
menor exigência nutricional (Figura 5).
São mantidas as pastagens naturais (Bioma
Caatinga, no Nordeste), sendo que o
rendimento da atividade depende
totalmente da fertilidade natural da terra,
das condições climáticas e da produção
sazonal das pastagens. As instalações são Figura 5 - Sistema extensivo.
Fonte: (Google imagens).
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mínimas, as práticas de manejo sanitário são raramente utilizadas, o nível de adoção de
tecnologia é baixo, o que reflete em baixos índices reprodutivos, elevada taxa de
mortalidade e por consequência, menor produtividade. Ainda se pode ter uma variação
do sistema extensivo, no qual se divide a área de pastagens em piquetes com a rotação
dos animais por um tempo pré-definido nesses piquetes. As principais vantagens desse
sistema são: fornecer descanso para a pastagem crescer, ou seja, enquanto os animais
estão em um piquete, o outro está vazio para se recuperar; evitar que os animais comam
os brotos e destruam a pastagem; maior controle de produção das pastagens; maior
controle dos animais; e menor contaminação por vermes. As vantagens estão na redução
dos custos de produção e de mão-de-obra.
Sistema semi-intensivo
No sistema semi-intensivo,
os animais são soltos pela manhã,
de preferência, e presos novamente
na parte da tarde para que passem
a noite, confinados (Figura 6).
Possuem certo grau de adoção de
tecnologia, com algumas
melhorias dos índices produtivos
por meio da adoção de algumas Figura 6 - Sistema semi-intensivo.
Fonte: (Google imagens).
ferramentas como a suplementação
dos animais, práticas de manejo sanitário, dentre outras. Ademais, melhora o controle
zootécnico e sanitário do rebanho; diminui a contaminação por vermes; e possui menor
risco de predação. A principal desvantagem desse sistema está relacionada à estrutura,
pois necessita de construção de abrigos com bebedouros e comedouros, além de cocho e
cercas na divisão dos piquetes, aumentando os custos de produção.
Sistema intensivo
No sistema intensivo, os animais ficam confinados, ou seja, permanecem em
construções com área restrita, em que a água e os alimentos necessários são fornecidos
no cocho (Figura 7). Tem como objetivo a maior produtividade por animal ou maior
produção por área, por meio da melhor utilização de recursos tecnológicos, como
cultivo e adubação de pastagens, divisão das pastagens em piquetes, fornecimento de
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ração balanceada, uso da estação de monta, instalações adequadas e correto manejo
sanitário dos animais. Além disso, pode ter uma maior produção por área, melhor
acompanhamento dos animais, garantindo a prevenção de doenças. Como desvantagens
citam-se: alto custo com alimentação e estruturas e maior demanda de mão-de-obra.
Todas as ações devem ser muito bem planejadas, pois os custos de produção são
superiores aos demais.
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3. Instalações e Equipamentos
Instalações e equipamentos
Centro de manejo
É o local utilizado para facilitar a realização de atividades, tais como: pesagem,
vermifugação, vacinação, banho sarnicida, casqueamento, tosquia, corte de cauda,
apartação, entre outros (Figuras 8). Recomenda-se a área de 1 m2/animal adulto. Deve
ser coberto, o piso pode ser de terra batida ou cimento e apresentar boa drenagem.
Geralmente é composto por:
Currais: áreas utilizadas para manter os animais antes e após os procedimentos.
Seringa: é uma área que afunila fazendo com que os animais entrem um a um no
brete.
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Figura 8 - Centro de manejo.
Fotos - Rodrigo Vidal.
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cm, largura inferior de 25 a 35 cm, altura de 80 a 85 cm e comprimento de 5 a 11 m.
Se o brete for muito largo os animais podem se virar dentro e complicar o trabalho.
Um brete alto demais não permite uma boa contenção, dificultando aplicações de
vacinas e vermífugos, visualização do brinco e tatuagem. As laterais devem ser de
tábuas colocadas na horizontal, sem espaço entre elas, para evitar que os animais se
machuquem ou fraturem os membros. No entanto, deve-se manter um espaçamento
entre o solo e a primeira tábua para facilitar a limpeza. Começa na forma de “boca de
funil”, para facilitar a entrada dos animais, e pode terminar com uma balança ou dispositivo
especial para conter determinados animais e permitir o seu tratamento, inclusive uma
pequena cirurgia.
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sistemas de criação semi-confinados e confinados e o sólido (chão batido) - indicado pra
regiões com precipitações baixas.
Tabela 1 - Área coberta e descoberta por animal (m2) de aprisco, centro de manejo e
currais de engorda.
Área (cabeça/m2)
Categoria animal
Coberta Descoberta
Matrizes 1,0 > 2,0
Animal jovem (recria) 0,8 > 1,5
Cria 0,5 > 1,0
Reprodutor 3,0 > 6,0
Fonte: (Embrapa, 2010).
Chão batido: o mais simples e de menor custo (Figura 11). Adequado para regiões
que não tenha problemas no controle da umidade, sendo necessário que o terreno
seja firme e com boa drenagem. O pé direito precisa estar em torno de 2 a 2,5
metros de altura. Deve ser limpo pelo menos semanalmente para retirada das fezes.
A cobertura pode ser de telhas comuns ou de palha (coqueiro, carnaúba etc.),
material que pode usado, também, nos apriscos de piso ripado e de piso de cimento.
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Figura 11 - Aprisco de chão batido.
Fonte: (Google imagens).
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reservar algumas baias forradas com palhada (cama), para evitar que o animal
prenda a pata. A área estimada por animal deve ser de 1,0 m2 por animal adulto e de
0,5 m2 por cria desmamada. O piso deve estar a uma altura de 60 a 70 cm do chão.
Piso de concreto: apresenta alto custo e geralmente é utilizado em baias de
exposição (Figura 13). O piso deve ser recoberto com material absorvente para
servir de cama (serragem, maravalha, feno velho, etc.) e declividade de 5%.
Sala de ordenha
O local destinado à ordenha deve estar nas proximidades ou anexas ao aprisco,
ser facilmente higienizado, oferecer conforto aos animais, ao ordenhador e assegurar a
qualidade do leite.
A escolha do tipo da sala de ordenha (Figura 14) dependerá da disponibilidade
de recursos para esse investimento e do projeto desenvolvido. Existem instalações
simples e pequenas com capacidade para até 60 animais, até salas mais sofisticadas
providas de ordenhadeira mecânica. A plataforma de ordenha é fixada em torno de 70 a
90 cm do piso, e pode ser construída com materiais existentes na propriedade, tais
como: madeiras, varas, estacas ou alvenaria.
Em cada uma das suas extremidades, existe uma rampa para a subida e descida
dos animais. Como acessórios, são usados cochos para a ração, instrumentos de
contenção e materiais para higienização do úbere e do ordenhador. Quando a ordenha é
mecânica, são adaptados a essa plataforma, os aparelhos ou equipamentos da
ordenhadeira.
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Baias para reprodutores
Especial atenção deve ser dada à instalação dos reprodutores (Figura 15). Deve-
se obedecer ao regime de ventos dominantes, de maneira a evitar que o cheiro do macho
chegue até o rebanho de fêmeas e seja assimilado pelo leite. Recomenda-se 3 m2/animal
com distância de 100 m das instalações frequentadas pelas fêmeas.
Cabriteiro
Instalação destinada às crias de menor idade no rebanho. Esta deve ser
construída de modo a facilitar a higiene local, pois, este é um fator fundamental à saúde
dos cabritos. Esta deve proteger os animais contra ventos fortes, umidade em excesso e
chuvas. O espaço recomendado é de 1,0 m2 por animal. No cabriteiro, a passagem das
crias, da área das mães para este local e vice-versa, é feito por uma abertura estreita que
só as crias podem passar e ter acesso a sua alimentação especial (chamada de creep-
feeding ou cocho privativo).
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Infraestruturas complementares
Comedouros, creepers e manjedouras
São utilizados arraçoar os animais com ração volumosa e/ou concentrada.
Podem ser construídos de diferentes materiais, tais como: madeira, concreto pré-
moldado, tambores de plástico cortados, PVC e pneus (Figura 16). Os comedouros
devem estar localizados fora das baias evitando assim a contaminação fezes nos
alimentos, bem como facilitando o acesso e a limpeza dos mesmos pelo manejador. Os
comedouros devem ser dimensionados conforme a idade dos animais, tipo de
alimentação, número de animais por lote, se com chifres ou não. Podem ser construídos
com 20 a 30 cm de comprimento por animal, 30 cm de largura, 2 cm de profundidade e
40 cm de altura do solo. De um modo geral, recomenda-se 0,25 m linear de cocho para
cada animal adulto, ou seja, utilizar 04 animais para cada metro linear de cocho.
O canzil é uma instalação fixa ou móvel, de madeira ou metal, que permite a
passagem da cabeça do animal para acesso ao comedouro ou bebedouro, de maneira
individual, ou seja, uma abertura para cada animal, minimizando brigas entre animais,
deixando-os contidos enquanto comem ou bebem.
O creep feeding ou cocho privativo (Figura 17), nada mais é que um cocho
cercado, uma baia, gaiola ou ainda um piquete da pastagem, que permita a entrada
somente das crias. Esse cercamento pode ser feito de madeira, tela de arame, grades de
ferro, de maneira que permita a visão da mãe. O dispositivo de abertura deve possuir
dimensões em torno de 25 a 30 cm de altura e 15 a 17 cm de largura, sendo ajustado à
idade e ao tamanho dos cordeiros ou cabritos. No creep feeding, o comprimento de
cocho é menor (5 cm lineares/animal), pois nem todos os cordeiros ou cabritos vão para
o cocho ao mesmo tempo, como nas outras categorias.
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Figura 17 - Exemplos de cochos privativos (“creeper”).
Fonte: (Google imagens).
Bebedouros
A quantidade de água consumida por
um caprino ou ovino durante o dia varia com
o tipo de alimento oferecido, com o sistema
de exploração (intensivo, extensivo) e com a
temperatura local. No entanto, se a dieta
alimentar for a base de forragens verdes e
tenras, o consumo de água reduz para dois a Figura 18 - Bebedouro automático.
Fonte: (Google imagens).
três litros ao dia.
Os bebedouros (Figura 18) devem fornecer água limpa e serem construídos de
forma a permitir um acesso fácil e evitar desperdícios de água e contaminação por parte
dos animais. Recomenda-se sua localização fora dos apriscos e chiqueiros e a uma
altura acima da cauda do animal, para evitar contaminação com fezes e urina. São
dimensionados em função do número de animais a serem atendidos, considerando o
consumo de água de aproximadamente 3 a 5 litros/animal/dia, dependendo da época do
ano e do tipo de forragem que o rebanho está consumindo. Atenção especial deve ser
dada ao calçamento da área em volta do bebedouro, mantendo-se uma declividade
apropriada, facilitando o escoamento da água excedente.
Como os cochos, eles podem ser feitos de alvenaria, plástico, fibra ou metal,
considerando-se sua capacidade em função do número de animais a serem atendidos
diariamente. O sistema de vasos comunicantes em nível, utilizando funis de alumínio de
20 cm de diâmetro é econômico, prático de fácil limpeza. Os funis devem estar no
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mesmo nível da boia da caixa d’água que os alimenta. Uma caixa d’água com 50 litros
alimenta 10-12 bebedouros (Embrapa, 2005).
Saleiros
O saleiro (Figura 19) é um equipamento utilizado para fornecimento do sal
mineral aos ovinos e caprinos. Podem ser fixos ou móveis, mas é necessário que
possuam superfície bem lisa para facilitar a limpeza e que sejam protegidos da umidade
e do sol. Pode ser feito com pneus usados, madeira, metal, plásticos e diversos outros
materiais, existindo uma infinidade de modelos. As dimensões recomendadas são de 20
cm de profundidade, por 30 cm de largura e comprimento de até 2 metros e suspensos
do solo de 20 a 30 cm. É comum a utilização de pneus e tambores plásticos.
Pedilúvios
É uma estrutura construída em forma de caixa rasa de cimento, por onde os
animais têm que passar e pisar (Figura 20). A finalidade do pedilúvio é fazer a
desinfecção espontânea dos cascos dos animais, por isso deverão ser construídos na
entrada e saída do centro de manejo, apriscos ou chiqueiros, de tal modo a forçar os
animais a passarem por eles. Devem ter as seguintes dimensões: 2,0 m de comprimento
com 10 - 12 cm de profundidade. A largura deve ser a mesma da porteira. Nos
pedilúvios, o nível da solução não deve ficar abaixo dos 7 cm, para que os cascos
fiquem totalmente submersos. Pode ser usada solução de formol a 10%; sulfato de cobre
a 10% ou a cal virgem a 40%. A cal virgem diluída em água funciona como um bom
desinfetante sendo mais barato que os demais, porém deve-se ter muito cuidado na sua
manipulação para evitar acidentes, como queimaduras.
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Figura 20 - Pedilúvio para caprinos e ovinos.
Fonte: (Google imagens).
Cercas
As cercas têm como finalidades principais a separação de animais, a divisão de
pastagens e a delimitação das propriedades. Os tipos de cercas mais usados na ovino-
caprinocultura são de:
Arame farpado (a mais usada, com 7 a 9 fios ou 2 fios e rodapé de madeira);
Arame liso;
Varas ou madeiras;
Telas de arame;
Cerca viva.
Cerca de arame liso ou farpado: usam-se cercas de 1,5 m de altura, composta por
8, 9 ou 10 fios, com mourões de madeira de lei ou eucalipto tratado (Figura 21). Os
mourões devem ficar a uma distância de 10 m entre eles, com estacas a cada 2
metros. A cerca com arame farpado apresentam a desvantagem de permitir riscos de
acidentes com os animais e de proporcionarem danos à pele devido a ferimentos e
arranhões.
Cerca de varas: as cercas de varas, muito usadas no Nordeste, com diâmetro de 5
cm, entrelaçadas entre si, muito fechadas, não permitem a passagem dos animais e,
devem ser bem firmes para não abrirem com as investidas dos animais. A altura
utilizada é de 1,20 m (Turco; Araújo, 2011) (Figura 22 - A).
Cerca de tela: são mais eficientes, porém mais caras e são usadas mais como
divisórias ou para pequenas áreas de pasto (Figura 22 - B). São de mais fácil e
rápida instalação e conferem uma maior proteção aos animais, especialmente contra
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predadores. Acidentes, contudo, são comuns, com os animais “enganchando” os
chifres na tela, sem saber retirá-los. Também podem ser eletrificadas.
A B
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Cercas vivas: são aquelas feitas de árvores ou arbustos plantadas em linha,
espaçadas ou em fileira contínua, reforçadas com alguns fios de arame. É a melhor
cerca, pois além de um tempo indefinido de vida útil, fornece forragem e sombra
para os animais, sem falar de suas funções como quebra-ventos e como
embelezadora da paisagem da propriedade. As espécies mais recomendadas são:
sabiá, leucena, gliricídia e bambu.
Cerca elétrica: a cerca elétrica custa entre quatro e cinco vezes menos que qualquer
cerca convencional. Sua principal limitação é o contato dos fios com a vegetação,
que acarreta em perda de carga elétrica comprometendo sua eficiência na contenção
dos animais. Assim, é necessário o monitoramento contínuo da vegetação junto à
cerca. A cerca elétrica pode ser combinada de 4 fios, cada um a 0,25 m de distância
um do outro e alternando entre fio eletrificado e não eletrificado, pois quando o
animal forçar a passagem entre um fio e outro ele automaticamente encostará no fio
eletrificado. Também são utilizadas cercas vivas, de tela (campestre), de madeira
(varas) ou similares. Nos sistemas de produção que visam o aproveitamento da pele,
as cercas não devem ser feitas com arame farpado. O custo varia conforme o tipo e
disponibilidade de materiais.
Esterqueira
A esterqueira pode ser de alvenaria
ou de terra batida, medindo 4,0 m de
largura x 2,0 m de profundidade e 1,5 m de
altura (Figura 23). É uma construção que
deve ser de fácil acesso para os tratadores,
porém de difícil acesso aos animais,
cercada e localizada a uma distância
mínima de 50 m das demais instalações.
Figura 23 - Esterqueira.
Isso evita a presença de mau cheiro e Fonte: (Google imagens).
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Depósito de ração
É a instalação destinada ao armazenamento de concentrado, feno, sal mineral e
outros alimentos. O local escolhido para construção deve ser arejado e de fácil acesso
para os veículos que irão abastecer a propriedade e próximo ao centro de manejo. As
janelas devem possuir telas do tipo mosquiteiro e o teto deve evitar a presença de
animais indesejáveis (pássaros, ratos, etc.). Os alimentos devem ser colocados sobre
estrados de madeira para evitar contato direto com o chão e umidade.
Farmácia
É o local para armazenamento de medicamentos e materiais de curativo e
desinfecção. Deve ser livre de excesso de umidade, calor e luz solar. Sempre que
possível deverá haver uma geladeira exclusiva para o armazenamento de medicamentos
e vacinas.
Isolamento
É uma área separada das demais áreas utilizadas pelo rebanho, usada para
colocar os animais doentes, principalmente aqueles portadores de enfermidades
contagiosas, e tem a finalidade de controlar a ocorrência de doenças no rebanho. É o
“hospital” da propriedade. Pode ser uma área coberta e aberta, de piso cimentado e
protegida contra ventos e umidade. Nessa instalação, deve haver subdivisões para
permitir separar os animais conforme o tipo de doença ou sintoma e um compartimento
em alvenaria onde deverá ser instalada uma farmácia veterinária.
Quarentenário
Consiste em baias ou piquetes para onde serão encaminhados os animais de
compra, recém-chegados à propriedade, ou animais de retorno de exposições. Nesse
local, deve haver um curral com abrigo, para apoio ao manejo e observação dos animais
em quarentena, os quais deverão permanecer em quarentena no período médio de 40
dias em observação. A instalação deve está distante aproximadamente 50 m das demais
instalações. Caso surja algum caso de doença, o animal deverá ser isolado e tratado.
Encerrado o período de observação e quando não houver nenhuma suspeita de doenças
no lote em quarentena, todos os animais serão juntados ao rebanho da propriedade.
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4. Referências
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