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SUÍNO E

AVICULTURA
TUTORA EXTERNA: HUMBELINA SIQUEIRA
Conteúdo Programático
■ UNIDADE 1 - CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA
TÓPICO 1 - PANORAMA DA SUINOCULTURA
TÓPICO 2 - SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO NA SUINOCULTURA
TÓPICO 3 - PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E QUALIDADE DA CARNE
TÓPICO 4 - GESTÃO NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS

■ UNIDADE 2 - INTRODUÇÃO À AVICULTURA


TÓPICO 1 - A EVOLUÇÃO DA AVICULTURA
TÓPICO 2 - INSTALAÇÃO E EQUIPAMENTOS NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA
AVICULTURA
TÓPICO 3 - INCUBAÇÃO ARTIFICIAL
TÓPICO 4 - CRIAÇÃO E MANEJO DE FRANGOS DE CORTE
Conteúdo Programático
■ UNIDADE 3 - APROFUNDANDO OS CONHECIMENTOS SOBRE A AVICULTURA
TÓPICO 1 - A ÁGUA NA AVICULTURA
TÓPICO 2 - CRIAÇÃO E MANEJO DE POEDEIRAS
TÓPICO 3 - OVO – COMPOSIÇÃO, PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO
TÓPICO 4 - GERENCIAMENTO NOS DIFERENTES SEGMENTOS DA AVICULTURA
Unidade 1: CADEIA PRODUTIVA DA SUINOCULTURA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

• entender o panorama atual e as projeções futuras da suinocultura;

• aprender sobre os sistemas e o planejamento de produção na suinocultura;

• compreender sobre a produção, comercialização e qualidade da carne suína;

• conhecer as ferramentas de gestão na produção de suínos.


TÓPICO 1: PANORAMA DA SUINOCULTURA

1 INTRODUÇÃO

No primeiro tópico, analisaremos a cadeia produtiva da suinocultura no Brasil


e no mundo, além de aprender a respeito dos índices de produtividade de
uma granja de produção de suínos, que podem ser classificados em três
grandes grupos: índices reprodutivos, índices de crescimento e índices de
plantel.
PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO MUNDO

Antes de começarmos a analisar o panorama da produção de suínos, vamos


destacar e entender o sistema agroindustrial de suínos (SAGS).

De acordo com Guimarães et al. (2017), o sistema agroindustrial (SAG) é


caracterizado pelo conjunto de atividades produtivas integradas e
interdependentes.

No caso dos suínos, os autores destacam que o sistema agroindustrial é


composto por indústrias produtoras de insumos (ração, vacinas,
medicamentos, equipamentos e genética), granjas (criação de animais),
agroindústria (abatedouros/frigoríficos), indústria de alimentos, distribuidores
(atacado e varejo) e consumidores finais.
PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO MUNDO

O setor de genética, o primeiro segmento relacionado à cadeia produtiva, é o


responsável pelo melhoramento de raças ou de linhagens, tornando-as mais
produtivas e menos suscetíveis a doenças.

Em relação aos insumos, cabe destacar que a soja e o milho são matérias-
primas essenciais para a formulação da ração animal (GUIMARÃES et al.,
2017).
PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO MUNDO

O Quadro 1 apresenta a produção total de carne suína (em 1.000 t) por país nas
últimas duas décadas (considerando de 1995 a 2015).
PANORAMA DA PRODUÇÃO DE SUÍNOS NO BRASIL E NO MUNDO

De acordo com o SEBRAE-ABCS (2016), o consumo mundial de carne


aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Esse comportamento
também pode ser observado no consumo de carne suína (Quadro 2). A maior
parte desse crescimento ocorreu nos países em desenvolvimento, sendo que
nesses países o consumo de carne suína cresceu aproximadamente 83% entre
os anos de 1995 e 2015.
ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE
De acordo com Machado (2014a), pode-se dividir os índices de produtividade
de uma granja de produção de suínos em três grandes grupos: índices
reprodutivos, índices de crescimento e índices de plantel.

Índices reprodutivos

O principal indicador da eficiência reprodutiva é o número de leitões


desmamados/porca/ano. Esse índice é resultado do número de leitões
desmamados/parto do número de partos/porca/ano e determinado por outros
índices importantes.
De acordo com Machado (2014a), atualmente, recomenda-se aproximadamente
23 dias, com idade mínima de 21 dias, como uma idade média ao desmame
satisfatória, tanto para a porca quanto para o leitão.

Segundo o autor, dessa maneira consegue-se bons índices de parto/fêmea/ano,


respeitando a fisiologia da porca e dos leitões.
Índices de crescimento

as fases de crescimento (creche, recria e terminação) têm mais ou menos os


mesmos parâmetros a serem medidos, que são: conversão alimentar (CA),
ganho de peso diário (GPD) e taxas de mortalidade e descarte.

A alimentação é o principal componente do custo de produção dos suínos, por


isso, a conversão alimentar geralmente tem maior importância na avaliação dos
setores de crescimento.

A perda dos animais devido à mortalidade é um dos índices mais facilmente


medidos nos sistemas de produção.

A coleta e a gestão das informações referentes à mortalidade e eliminação de


animais podem ser mapeadas de acordo com a fase e a causa, assim, é possível
definir medidas de controle voltadas para as ocorrências.
Variabilidade nas fases de crescimento

No Brasil, os produtores ainda se preocupam pouco com a falta de


uniformidade em lotes de suínos, principalmente pelo fato de o sistema de
remuneração ainda não considerar padrão de peso ao abate.

A estratégia da sanidade animal tem grande efeito sobre a variabilidade, o


controle clínico e subclínico das enfermidades é uma estratégia fundamental de
redução de variabilidade.

Em sistemas de fluxo contínuo de produção, a retirada de animais em parcelas


também pode ser uma estratégia para diminuir a variabilidade no peso, ou seja,
dentro de limites aceitáveis de tempo de permanência dentro das instalações,
pode-se retirar antecipadamente os animais de melhor desenvolvimento e
retardar a retirada dos animais mais leves (MACHADO, 2014a).
Índices de plantel

podem ser considerados os índices gerais que resumem a eficiência de uma


granja e sintetizam todos os demais índices, facilitando a comparação entre
diferentes sistemas de produção.

Os principais índices de plantel, segundo Machado (2014a), são:

• Peso (quilos) de leitões desmamados/porca/ano ou peso (quilos) de cevados


(animal gordo) vendidos/porca/ano

• Conversão alimentar de rebanho


TÓPICO 2: SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO NA
SUINOCULTURA
INTRODUÇÃO

Após nos informarmos a respeito da situação atual e das projeções futuras da


suinocultura, iremos analisar os sistemas e planejamento de produção na
suinocultura e o bem-estar animal.

Iremos aprender a respeito dos sistemas de produção na suinocultura, sendo


que de acordo com o grau de controle da produção, essa pode ser classificada
em extensiva e intensiva.
TÓPICO 2: SISTEMAS E PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO NA
SUINOCULTURA
INTRODUÇÃO

Vamos analisar o bem-estar animal, baseado nas cinco liberdades: nutrição


adequada; sanidade adequada; ausência de desconforto físico e térmico;
ausência de medo, dor e estresse intenso e capacidade de expressar
comportamentos típicos da espécie.

Além disso, vamos aprender sobre o fluxo de produção e o dimensionamento


das instalações de uma granja.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
o sistema de produção na suinocultura se refere à maneira como se organiza a
produção, sendo que no Brasil há uma grande variedade de modelos de
produção dentro das diversas regiões produtoras e muitas particularidades
entre elas, o que dificulta a padronização de conceitos e manejos, já que, além
do fluxo de produção, não há padrão de instalações e equipamentos
(MACHADO; DALLANORA, 2014).

Todavia, a produção de suínos pode ser classificada de acordo com o grau de


controle da produção em extensiva e intensiva, sendo que a produção
extensiva pode ser definida como extrativista e de subsistência, praticamente
sem controle de dados e manejos (SEBRAE-ESPM, 2008; MACHADO;
DALLANORA, 2014).
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Os suínos podem ser produzidos de forma intensiva ao ar livre ou confinados,
sendo que mundialmente há uma predominância do modelo confinado
(MACHADO; DALLANORA, 2014).

Três tipos de criação intensiva:

• ao ar livre: em que os animais ficam em piquetes;

• tradicional: em que se utilizam os piquetes apenas para machos e fêmeas em


cobertura ou gestação;

• confinado: em que os animais de todas as categorias permanecem sobre piso


e sob cobertura, podendo-se, ainda, separá-los por fases em várias instalações.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Segundo Machado e Dallanora (2014), a suinocultura de subsistência com
baixa aplicação de tecnologia apresenta uma tendência de desaparecimento,
dando origem a uma suinocultura tecnificada e de maior produtividade.

No gráfico a seguir, podemos observar que nos anos avaliados (2004-2009)


houve uma redução da suinocultura de subsistência e um aumento na
suinocultura industrial.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Sistemas de produção de suínos no Brasil podem ser divididos, segundo
Machado e Dallanora (2014), em quatro modelos diferentes:

•Ciclo completo: esse modelo engloba todas as fases da produção, ou seja, a


mesma propriedade abrange desde a chegada de leitoas destinadas à
reprodução até o fim da terminação.

• Sistema de dois sítios: nesse caso, a produção é realizada em dois locais


independentes. No primeiro sítio são alojadas as matrizes para reprodução, a
fase de maternidade e creche e, no segundo sítio, é realizada a terminação.

• Sistema de três sítios: existem três locais de produção independentes. No


primeiro sítio, ficam alojadas as fêmeas para reprodução e a fase de
maternidade, no segundo sítio fica a fase de creche, e no terceiro sítio realiza-
se a terminação.
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SUÍNOS
• Sistema de quatro sítios: é semelhante ao sistema de três sítios, porém as
leitoas de reposição são alojadas e preparadas em local específico, onde é feito
todo o manejo necessário e, com 35 a 40 dias após a cobertura, se comprovada
a prenhez, elas são enviadas para o primeiro sítio tradicional.
BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Quando se trata de bem-estar animal na granja, alguns princípios devem ser
considerados, como:

• o princípio da boa alimentação (água e ração),

• do bom alojamento (local adequado de descanso,

• facilidade de movimento e conforto térmico),

• da boa saúde (ausência de doenças, lesões e dor causada pelo manejo),

• evitar situações de estresse e

• também a possibilidade do animal expressar um comportamento natural.


BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
“Conselho de bem-estar de animais de fazenda”, o princípio das cinco
liberdades.

O bem-estar de um animal é atendido quando se cumprem cinco requisitos,


ou as cinco liberdades: nutrição adequada; sanidade adequada; ausência de
desconforto físico e térmico; ausência de medo, dor e estresse intenso;
capacidade de expressar comportamentos típicos da espécie.
BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Nutrição

Os animais nunca devem ficar sem ração por mais tempo do que o
estabelecido entre os arraçoamentos. O projeto do comedouro deve garantir a
possibilidade dos animais se alimentarem sem causar estresse ou lesões.

Ambiência

Para garantir um ambiente apropriado aos suínos é necessária uma adequada


e rotineira limpeza das instalações (pisos móveis ou fixos, vazados ou
compactos, canaletas).
BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Climatização

O suíno precisa de diferentes temperaturas durante cada uma das fases de


criação. Além disso, outro ponto importante é minimizar as variações de
temperatura ao longo do dia (amplitude térmica).
BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Prevenção e Biosseguridade

Um adequado esquema de vacinação e vermifugação contribui para a


prevenção e o controle de doenças, conferindo uma boa saúde ao rebanho.

Verificação periódica e tratamento imediato de animais enfermos ou


lesionados

Em toda a granja deve haver uma rotina de verificação diária de todos os


animais para identificar aqueles com doenças ou que necessitam de atenção
especial (lesões e ocorrências diversas).
BEM-ESTAR NA PRODUÇÃO DE SUÍNOS
Eutanásia ou sacrifício

Para evitar o sofrimento de um animal gravemente lesionado ou enfermo e


cujo prognóstico de cura é desfavorável ou para fins justificados de
diagnóstico, pode-se lançar mão do sacrifício do animal.

Movimentação dos animais

Ao movimentar os animais (trocar de local, manejo de detecção de cio, coleta


de sêmen, desmame, manejo com os leitões, transferências de leitões,
embarque para abates, desembarque para alojamento etc.), fazê-lo sempre
calmamente, sem gritos e/ou usar equipamentos que possam estressar ou ferir
os animais, jamais utilizar choque elétrico na condução.
FLUXO DE PRODUÇÃO E INSTALAÇÕES
A definição do fluxo de produção, em uma granja de ciclo completo, depende
da determinação das seguintes condições, de acordo com Machado (2014b):

• Intervalo entre lotes de produção: 7, 14, 21 ou 28 dias.

• Idade média de desmame: 21 a 28 dias.

• Idade de saída da creche: 63 a 70 dias.

• Idade de venda dos suínos produzidos (mercado): de 150 dias ou mais.

• Limpeza, desinfecção e vazio sanitário entre lotes: de 4 a 7 dias.

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