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CURSO DE TÉCNICO EM ZOOTECNIA

CAMPUS DE REDENÇÃO DO PARÁ


SISTEMA DE PRODUÇÃO ANIMAL
PROFESSORA KELLIANE

SARA FARIA FREIRIA

RELATÓRIO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO ANIMAL


SOBRE A FAZENDA MJF

Redenção/PA

2022
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................3

ATIVIDADES REALIZADAS NA VISITA A FAZENDA MJF......................3

CORRELAÇÃO DO CONTEÚDO COM A REALIDADE DA FAZENDA


MJF..............................................................................................................9

CONCLUSÃO............................................................................................12

REFERÊNCIAS..........................................................................................13
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INTRODUÇÃO

Esse relatório tem a finalidade de descrever a visita a fazenda MJF, que


se dedica a bovinocultura de leite, e correlacionar os conteúdos que foram
abordados em sala sobre os sistemas de produção animal com a
realidade da propriedade visitada. A visita foi efetuada no dia 16 de
setembro de 2022 na Fazenda MJF, localizada no vale da serra, na
cidade de Redenção, no estado do Pará, pelos alunos de Ead do curso de
técnico em zootecnia do SENAR, serviço nacional de aprendizagem rural,
com o acompanhamento do coordenador do curso e ambas as
professoras do semestre letivo. A prática foi dividida em duas partes,
durante a manhã, onde ocorreu a guia pela propriedade, e na parte da
tarde com o acompanhamento da ordenha.

ATIVIDADES REALIZADAS NA VISITA A FAZENDA MJF

A visita a propriedade foi iniciada com a guia do veterinário e filho


proprietário, Flávio, na instalação de ordenha. Foi mostrado aos alunos
como funciona a rotina de trabalho na fazenda, assim como todo o
funcionamento e estrutura da propriedade, incluindo o manejo dos
animas. Também foi mostrado o pasto onde as vacas permanecem a
maior parte dos dias, a máquina responsável pela irrigação dessa
pastagem e os outros animais que também são criados no local em
pequena escala.
A propriedade divide-se em instalações para ordenha, currais, salas de
espera, pasto dividido em piquetes, a sede, armazéns, além um pequeno
chiqueiro, galinheiro e área para os ovinos. A instalação de ordenha é
limpa duas vezes ao dia após a ordenha, bem ventilada e com irrigadores
para que os bovinos passam menos calor possível, pois a região do Pará
é bastante quente. O pasto é dividido em 24 piquetes, disposto de forma
circular, usando o modelo balde cheio da Embrapa, e pastagem é irrigada
durante os períodos de seca de forma mecanizada, o qual é adubada
uma vez ao ano.
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O manejo dos bovinos é totalmente voltado para a cultura do leite, então


esses animais foram escolhidos por possuir um alto potencial genético
para a produção leiteira. A raça utilizada é a girolando meio sangue, que
possui tanto o potencial leiteiro da raça holandesa quanto a rusticidade da
raça gir para suportar o calor e parasitas. A propriedade possui 135 vacas
girolando atualmente e sua alimentação consiste na ração própria para
vacas leiteiras, silagens de capim-Mombaça, milho e sorgo produzidos na
propriedade, assim como também o milho, soja mineral e a ureia, além do
pasto, já que utilizam do sistema de produção extensivo.
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O manejo desses animais sempre prioriza o bem-estar animal, por isso


eles tem o cuidado de deixar o animal passar o mínimo de calor, com uma
abordagem não violenta e constante para aumentar a docilidade deles,
assim como a utilização da alimentação durante a ordenha para acalma-
los. Isso causa o mínimo de estresse ao animal, o que consequentemente
faz o animal produzir melhor. Demonstrando esse fato, os bovinos da
fazenda MJF conseguem produzir de 7 a 8 kg de leite cada vez que este
é retirado, o que ocorre duas vezes ao dia, estando dentro da média de
produção leiteira que a raça girolando é capaz de produzir.
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Também há uma pequena criação de animais a parte dos bovinos, no


entanto essas criações são apenas para renda extra dos investidores, os
quais são os próprios trabalhadores do local. A propriedade possui uma
criação de galinhas melhoradas da raça rhode island red, ovinos das
raças damara e mestiços de santa Inês, como também de porcos da raça
caruncho.
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Já na parte da tarde, sem a presença de Flávio, os alunos acompanharam


todo o processo de ordenha que ocorre de maneira eletrônica e
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mecanizada. Existem áreas de espera em que os animais são mantidos


até serem ordenhados, onde possuem ventilação e irrigação. O processo
da ordenha é feito por um ordenhadeira, da marca pulse line, os quais
possuem 5 pares de quatro bicos cada uma. Os bicos vão se encaixados
aos tetos das vacas, depois de higieniza-los e testar o leite das vacas,
succionando o leite. Automaticamente, os dados referentes aos animais
vão ser atualizados através de uma pulseira que as vacas usam, as quais
contém um chip que vai direcionar as informações da quantidade de leite
adquirido diretamente ao computador, com o auxílio de um programa
especifico.
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Terminado a ordenha do animal, seus tetos vão ser higienizados outra


vez e vão ser alocados a outra sala de espera por 15 minutos. Nesse
local, elas vão ser alimentadas com a intenção de evitar que as vacas
recém ordenhadas não se deitem e assim não contaminam seus tetos,
que ficam um tempo com os esfíncteres abertos depois da ordenha. Vale
ressaltar que durante toda a ordenha, essas vacas foram alimentadas
para mantê-las calmas. A visita foi encerrada quando os bezerros, que
são mantidos separados de suas mães, foram alimentados com leite em
pó ao fim da tarde.
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O leite recolhido durante o dia vai ser armazenado em locais apropriados


até serem vendidos. A venda dos produtos, tanto de pequena quanto de
maior escala, pode ocorrer de forma direta e indireta. Indireta, quando a
comercialização acontece com a cooperativa de Cumaru e direta, quando
a comercialização é em pequena escala, como os produtos da criação de
galinhas, ovinos e porcos, assim como também do próprio leite.

CORRELAÇÃO DO CONTEÚDO COM A REALIDADE DA FAZENDA


MJF

A bovinocultura funciona com três tipos de sistemas de produção


principais, que seriam totalmente a pasto, em confinamento e tanto a
pasto como em confinamento. Respectivamente, os sistemas extensivo,
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intensivo e semi intensivo. Os bovinos possuem dois tipos de aptidão


principal, os quais seriam de carne e produção de leite, dependendo das
raças escolhida.
E o que vai se diferenciar nos tipos de atividade zootécnicas realizadas
vão ser o manejo, que incluir a alimentação, rotina e forma de tratamento
que esses animais vão receber que vai possibilitar o desenvolvimento de
sua respectiva aptidão. Vale ressaltar que os tipos de instalações e
equipamentos usados também podem sofrer algumas alterações a causa
da sua aptidão, como por exemplo a necessidade de uma ordenadora no
caso da produção leiteira.
De acordo com a apostila do SENAR de Sistemas de Produção Animal
(2022), os insumos necessários para qualquer tipo de sistema de
produção incluem todo os equipamentos e materiais, além da mão de
obra envolvida e recursos financeiros. Ele apenas vai se especializar de
acordo com o tipo de produção escolhida.
No caso da bovinocultura de leite, seja em confinamento ou sistema a
pasto, os insumos físicos devem conter curral de espera para a ordenha,
curral de alimentação ou de descanso pós-ordenha, sala de ordenha, sala
do tanque de resfriamento do leite, bebedouros e cochos ou pista de
alimentação das vacas. Como também silos para armazenamento da
silagem, silos para armazenamento de grãos e fábrica de ração no caso
de se optar pela fabricação da própria ração, caixa de água para
dessedentação dos animais, tratadores e ensiladeira e bezerreiros. Assim
como também vestiário dos colaboradores, escritório e outras instalações
de apoio.
Nos sistemas confinados, ainda se poderá investir em esterqueira,
biodigestor ou composteira para as fezes. Assim como há a necessidade
em investir em um galpão onde esses animais vão permanecer quando
não estiverem na ordenha. Já para sistemas a pasto também há a
necessidade de adição de investimentos em piquetes com pastejo
rotacionado, como é o caso da fazenda MJF. Já em confinamento, há a
necessidade em investir em um galpão onde esses animais vão
permanecer quando não estiverem na ordenha.
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Os insumos humanos também são uma necessidade básica, mas deve-se


levar em conta alguns requisitos e investimentos ao contratar uma
empresa ou pessoal do próprio setor de recursos humanos, como
selecionar os colaboradores de acordo com o perfil demandado para cada
função, formalizar a contratação conforme a legislação trabalhista, para
evitar autuações, explicar a política da empresa e criar programas de
capacitações profissionais. Assim como também promover as lideranças
de equipes, dependendo do tamanho da propriedade rural e do número
colaboradores, e criar mecanismos para retenção da mão de obra
qualificada, devido ao alto investimento nos treinamentos e à alta
rotatividade de colaboradores nas propriedades rurais.
A escrituração zootécnica deve estar dentro das capacidades da mão de
obra contratada, pois é uma técnica de estrema importância na tomada de
decisões dentro de uma propriedade. Ela possui a função de coletar
dados zootécnicos de um determinado local voltado para atividades
zootécnicas, organizar esses dados e a partir deles o produtor deve tomar
as decisões importantes. Isso é importante para que haja o máximo de
lucro em uma atividade zootécnica e mínimo de percas.
Os insumos financeiros são de extrema importância, pois é por causa
dele que vai ser possível obter tanto os insumos físicos quanto os
humanos. Então o gerenciamento da entrada e saída de capitais,
chamado de fluxo de caixa, é importante para o desenvolvimento positivo
de qualquer atividade zootécnica. Assim como também o planejamento
orçamentário para curto, médio e longo prazo, a fim de financiar melhorias
ou ampliar instalações, adquirir ou fazer a manutenção de equipamentos,
capacitar colaboradores e comprar insumos para o manejo dos animais.
Além de animais para o programa de melhoramento genético do rebanho,
arrendar ou comprar novas áreas para a expansão do sistema produtivo,
entre outros custos. No entanto, se o produtor não possuir esse recurso
financeiro a disposição, ele tem a opção de recorrer ao financiamento
bancário rural, programas como o PRONAF (Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar), PROIRRIGA (Programa de
Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido) e muitos
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outros. Vale ao produtor escolher um financiamento mais adequado para


ele.

CONCLUSÃO

Foi possível observar que a fazenda MJF possui uma ótima capacitação
desde que todo o funcionamento da propriedade gira em torno dos quatro
pilares principais da zootecnia, que são alimentação, sanidade, maneio e
genética.
Começando pela genética, ao escolherem a raça girolando que possui um
dos mais altos potenciais leiteiros entre as raças de bovinos e a
rusticidade para superar os climas quentes do Brasil. Maneio correto
voltado para a bovinocultura de leite, já que para cada atividade
zootécnica vai possuir um maneio próprio e diferente voltado
exclusivamente para sua própria aptidão. Sanidade, onde demonstram
priorizar o bem-estar animal e isso pode ser observado através de
cuidados como a presença de ventiladores na instalação de ordenha, a
irrigação dos animais durante a espera antes da ordenha ou o ato de
alimentar os animais durante a coleta do leite. E, por fim, a alimentação,
que é toda voltada para a bovinocultura leiteira, afinal não adianta ter um
animal com o melhor potencial genético se não é disponibilizado uma
alimentação adequada que atenda o que necessidade do animal.
Não apenas isso, como eles possuem instalações adequadas e limpas,
acesso a tecnologias, que facilitam esse manejo dos animais e o
gerenciamento da propriedade. Essa visita a fazenda MJF foi uma boa
experiência para os alunos que um dia desejam trabalhar no ramo do
agronegócio, demonstrando uma propriedade disposta a procurar maior
capacitação e aberta a inclusão de novas tecnologias. Apresentando uma
realidade que nem sempre os técnicos em zootecnia vão encontrar em
outras propriedades.
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REFERÊNCIAS

Junior, Maurício Amormino. Processo de criação, Manejo e Bem-estar dos


animais – Sistemas de Produção Animal, Módulo específico 1. Apostila do
curso técnico EaD SENAR: empreendimento rural / Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural. – Brasília, DF: SENAR, 2022.

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