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Ministério da Educação

Universidade Federal do Piauí


Campus Ministro Petrônio Portella
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Zootecnia
Disciplina: Zootecnia Especial I
Docente: Dr. Nonato Pereira Da Silva

Relatório de aula prática para disciplina de Zootecnia Especial


I, módulo de Bovinocultura de Corte e Bovinocultura de Leite

Discente:
Luis Gustavo Ferreira Araujo

Teresina – PI

2022
1. INTRODUÇÃO
Os bovinos pertencem ao gênero Bos, à subfamília Bovínea e família Bovidae
e apresentam características de importância econômica. Estes são subdivididos em
duas subespécies distintas, os taurinos (Bos taurus taurus) e zebuínos (Bos taurus
índicos), como o Holandês e o Guzerá, respectivamente, muito utilizados em
cruzamentos que originam diversos grupos genéticos, assim como o caso do Gir e o
Angus. Esses animais possuem grande importância, pois conseguem unir as
características principais de duas subespécies como, por exemplo, a rusticidade
oriunda dos zebuínos e a produtividade dos taurinos. O cruzamento das raças
Holandês e Guzerá ganha destaque na pecuária leiteira nacional através dos animais
mestiços Holandês x Guzerá denominados Guzolandos, considerado hoje uma raça.
Assim como acontece com a raça sintética Brangus, na pecuária de corte, onde, este
é o resultado de cruzamentos entre o Angus (Aberdeen Angus) e os zebuínos (Nelore,
Tabapuã, Brahman). (JANECEK et. al., 1996).

2. OBJETIVO
A realização desta aula prática teve como objetivo vivenciar a cadeia produtiva
em áreas reconhecidas pelo bom trabalho na interrelação solo, planta, animais,
manejo, sistema de produção, gestão/administração, fases e ciclo de animais voltados
a atividade de bovinocultura de corte e bovinocultura de leite e seus derivados.

3. METODOLOGIA
O primeiro momento se deu na passagem pela Fazenda Carnaúba, situada na
Rodovia BR 343, Km 111 CEP 64240-000, no qual teve-se a oportunidade de
conhecer a criação de animais da raça Brangus, animais com características de boa
estrutura corpórea, carcaça, pelo fino, onde se buscavam altos índices de
produtividade a partir de cruzamentos que beneficiem a adaptabilidade destes em
condições de clima e meio ambiente adversas. Foi visto a apresentação de
características dos animais em campo, como boa fertilidade e vigor, fêmeas com
habilidade materna na criação, rebanho com animais precoces, de muita qualidade e
acabamento de carcaça; por meio de palestra na sede da Fazenda se pôde fazer um
levantamento sobre a gestão técnica, manejo reprodutivo e sanitário, nutricional,
objetivo da produção e comercialização. (Figura 1).
Como segunda atividade realizada visitamos a Fazenda Santa Luzia, situada
na área rural de Parnaíba – PI, no Perímetro Irrigado dos Tabuleiros Litorâneos, CEP
64219-899, que oportunizou a experiência de se ver o funcionamento do pastejo
rotacionado do seu rebanho leiteiro, balanceamento da alimentação de vacas em
lactação, observação dos padrões de reprodutor para cobertura, assim como, a
ordenha mecanizada na unidade produtiva e cuidados que devem ser realizados em
tais tratos. Pôde-se obter maiores informações acerca das raças e cruzamentos
realizados na bovinocultura leiteira, além de características fenotípicas apresentadas
pelas fêmeas e machos das principais raças leiteiras trabalhadas na região.
Em seguida, chegamos à empresa Delicias da Fazenda Balde Cheio, localizada
na rodovia BR 343, 19, Km 19, Zona Rural, Parnaíba – PI, onde foi apresentado
animais elite na produção leiteira regional, seu sistema de pastejo rotacionado em
piquets, os tratos dados a cada um deles, cuidados com parto de um animal e tratos
pós parto que se deve ter controle. Além das etapas de beneficiamento do leite
produzido pela fazenda, levantando pontos de quando seu produto se direcionava
maior parte para fabricas de laticínios de fora da região para beneficiamento e
produção de coprodutos como queijo e agora boa parte sendo encaminhada para sua
própria empresa de beneficiamento, venda do leite, queijo e seus subprodutos.
Figura 1 – Sede da Fazenda, área de reunião entre responsável técnico, professores da
Universidade e o alunado do curso de Engenharia Agronômica.

Fonte: Autor

4. DISCUSSÃO
Diante do exposto, a área de bovinocultura de corte se mostrou bastante
preocupada com as técnicas de gestão dentro dos seus colaboradores, buscando que
todos tivessem a preocupação da associação planta (pastagem), clima, solo e animal,
tal fazenda demonstrou a separação entre as diferentes fases de cria de seu sistema,
manejo nutricional diferenciado para cada uma das suas divisões, pois se trabalhou
com alimentação com maior parte a campo com cultivares de capim adaptadas e muito
produtivas. Naquele momento o manejo reprodutivo se dava pelo monitoramento dos
animais selecionados, quando não a importação de genética escolhida no mercado,
sempre mantendo manejo sanitário adequado. Seu objetivo na criação seria
potencializar a raça na região trabalhada, com enfoque na qualidade da carne,
marmoreio da picanha retirada da raça animal trabalhada “Brangus”, pois tal conta
com um mercado para comercialização exclusiva, devido sua padronização. Este
produtor contava com áreas de pasto ligadas a currais para os tratos e cuidados,
acoplados de balança para acompanhamento diário. O produtor afirma ainda se ter
dificuldades quanto a adaptação total do rebanho por ainda não apresentarem 100%
de rusticidade para tal ambiente, tolerância ao calor, resistência a parasitas, mas já
se vê animais com caracteres de longevidade.
Quanto as propriedades voltadas a produção leiteira, se pôde observar uma
mão de obra mais intensificada, acompanhamento de administração um pouco mais
afastada, com problemas de mão de obra especializada para tratos sanitários,
reprodutivos, a atividade se mostrou muito produtiva, aparentemente com margem de
lucro menor quando comparado a outra, devido seu sistema de criação ser mais
oneroso. A busca por melhorias na atividade deixou clara o melhoramento dentro das
características como porcentagem de lactação, idade e intervalo de primeiro parto,
animais mais fáceis de se manejar, animais com maior longevidade produtiva.
Cuidados que se foi observado nestes sistemas de criação foi o manejo das bezerras
do nascimento ao desmame, em que, após a ingestão do colostro esses animais são
separados para um ambiente afastados da sua vaca-mãe que irá receber alimentação
por meio de mamadeiras até a adaptação com o consumo de ração balanceada com
concentrado e volumoso que nutrem estes animais pelo período de um dia, visando
que tais bezerros entrem em fase de desmame o mais cedo possível.
5. CONCLUSÃO
O trabalho possibilitou uma visão das experiencias somadas durante os dias
que foi possível conhecer melhor diferentes cadeias produtivas, todo o processo de
cria até a fase final ou fase de retorno de animais em aptidões diferentes, porém com
alto valor genético para sua respectiva atividade. Assim concluo que a dinâmica da
produção animal se direciona devidamente para os desejos do mercado consumidor,
como o caso do Brangus que surge como uma via de produção de carne
especializada.
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, MIGUEL ANGELLO DA SILVA FERNANDES, Caracterização genética de


vacas leiteiras por meio de marcadores moleculares e suas implicações na
composição e qualidade do leite, Macaíba, RN, 2011.

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