CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DO

AGRONEGÓCIO

MARIA EDITE DA CRUZ

BOVINOCULTURA DE CORTE
MANEJO DE GADO DESTINADO AO ABATE EM PROPRIEDADE RURAL NA
REGIÃO DE IVINHEMA-MS

Trabalho de Produção Textual Interdisciplinar

apresentado como requisito parcial para a
obtenção da média semestral na Atividade
Interdisciplinar.

Tutor(a) a Distancia: Bianca Mascari Araujo

IVINHEMA – MS
2022
 INTRODUÇÃO

A bovinocultura de corte é uma das produções que mais movimentam o nosso

país atualmente, segundo dados de programas de estatísticas brasileiras possuímos o
maior rebanho comercial do mundo, atendendo cerca de 150 países com a
comercialização dos produtos advindos do abate dos animais. Tudo isso é fruto de
melhorias nas tecnologias de criação e manejos dos animais, para melhora da qualidade
e quantidade da produção.

Para definirmos melhor o significado do tema, é descrito como, todos os

processos que envolvem, desde a escolha dos insumos, da região, do tipo de raça a ser
criada, dos procedimentos a serem utilizados e do tipo de manejo e destino final do bem
em si que será desenvolvido. Para que o desenvolvimento desta atividade seja positivo e
produtivo, é necessário que exista um planejamento antecipado, tanto dos sistemas de
produção que serão escolhidos, quanto obter uma pré-análise cultural e geográfica da
região em que ocorrerá o manejo.

Em tempos anteriores, os produtores de animais para corte eram desatentos

quanto às tecnologias e meios para melhoramento da produção e manejo, tanto para
facilitar a criação quanto para obter animais com um nível de qualidade elevado.

O uso de outras fontes de alimento para os rebanhos era gradativamente

pequeno, e a utilização de pastagens era a única forma de fornecimento de comida para
os animais, com o tempo, e estudos, e um melhor preparo e até mesmo uma maior
procura dos produtores de gado de corte pelo assunto, consequentemente aumentou o
índice de produção das propriedades.

A propriedade que foi escolhida se localiza a 15 quilômetros de distância da

cidade de Ivinhema-MS, possui um total de 05 alqueires ou 12.1 hectares, o proprietário
Sr. Moacir dos Santos se dispôs simpáticamente a colaborar e ceder a sua propriedade
para a pesquisa a ser desenvolvida neste trabalho. O produtor rural Sr. Moacir é um
médio criador de gado de corte há alguns anos, onde possui duas propriedades nas quais
realiza a criação da bovinocultura de corte, e uma delas foi a escolhida pela sua
estrutura simples.
 DESENVOLVIMENTO

Na propriedade escolhida optou-se pela criação da raça “Nelore”, uma tipagem

animal muito bem conhecida pela sua robustez e força, assim como por serem animais
relativamente dóceis e ativos, facilitando o manejo e controle é claro quando bem
cuidados. Uma raça muito bem preparada para situações de emergência sobre falta de
fornecimento de energia corporal, graças às suas fontes de reserva de energia muito bem
distribuídas em sua estrutura.

Esses animais também são resistentes a parasitas devido a sua pelagem,

colaborando assim para que existam menores preocupações e gastos relacionados à
saúde do animal.

Sobre os padrões mais exigidos para o gado de corte na hora do abate, o gado
nelore é um dos que mais tem as características estruturais necessárias para o mercado,
pelo seu porte médio e estrutura fina, leve, porosa e menor proporção de cabeça entre
outros, conferindo assim um excelente rendimento na indústria, garantindo alto sabor e
baixo teor de gordura.

Existem alguns tipos de sistemas de criação para esses animais, podendo o ciclo
ser completo ou parcial, onde estão inclusos o sistema extensivo, intensivo e semi-
intensivo:

SISTEMA INTENSIVO:

Um excelente meio para regiões com grandes períodos de seca, e também para
produtores que demandam rebanhos com melhoramento genético, os sistema intensivo é
aquele é que os animais são criados em confinamento, com instalações próprias e
fechadas, onde sua dieta é totalmente focada em suplementações concentradas e
minerais para suprir suas necessidades de engorda e sobrevivência durante seu manejo.
Esse tipo de manejo exige um melhor preparo do criador, devendo ser estudado
e definido de maneira a se escolher o período correto para implementação do mesmo, os
insumos que melhor irão suprir as necessidades dos animais escolhidos pelo produtor
assim como a técnica que irá ser utilizada.

Portanto este tipo de sistema tem muitas vantagens, assim como, melhora na
qualidade da carne, maior rendimento de carcaça por animal, melhor utilização de
espaço, ou seja, pequenos produtores obteriam maior aproveitamento das suas áreas
bem como, menor utilização das pastagens, mantendo assim a vitalidade da parte verde
da propriedade e menor necessidade de troca de pastagens.

Outrossim, é extremamente mais vantajoso em relação ao tempo de permanência

dos animais na propriedade até atingirem o peso ideal para abate, pois devido a
suplementação reforçada e específica, o rebanho reduz pela metade o tempo que
permanece na engorda.

SISTEMA EXTENSIVO:

Simples e de baixo custo, o sistema extensivo é baseado apenas no fornecimento

de pastagens ao rebanho, onde os mesmos são criados soltos por amplas áreas de pastos,
reduzindo assim os custos com instalações e mão de obra.

O tipo de rebanho utilizado nesse sistema é o comum ou misto, mesmo sendo

um meio que reduz os custos em relação a suplementações e benfeitorias, é ligeiramente
deficiente, pois com a alta movimentação dos animais pelo grande espaço disponível o
tempo de engorda é extremamente elevado, então, o tempo para abate também é
aumentado.

Para pecuaristas que desejam implementar este tipo de sistema, é importante

definir bem a escolha do tipo de forrageira que será cultivada, e ter um amplo espaço
que comporte equilibradamente a quantidade de animais que serão colocados.

A escolha certa do tipo de pastagem, com maior nutrientes, e equilíbrio na

quantidade de cabeças introduzidas na propriedade pode consideravelmente amenizar os
pontos negativos deste tipo de sistema.

SISTEMA SEMI-INTENSIVO:

O sistema mais tradicionalmente implantado no país nesse tipo de manejo é o

sistema utilizado pelo criador na propriedade usada na pesquisa, onde os animais são
criados soltos pelo pasto juntamente com o fornecimento de suplementação nos
períodos em que a quantidade de pasto começa a diminuir. Como esse sistema é criado
partindo apenas do fornecimento de pastagens, um objeto de fácil cultivo e com custos
reduzidos, é uma boa escolha para quem quer optar por reduzir investimentos com mão
de obra, estrutura física e outras tecnologias, visto que a pastagem é algo facilmente
encontrado nas áreas.

Mesmo com pastagens abundantes esses animais são deficientes de alguns

nutrientes os quais são muito importantes para o seu desenvolvimento e ganho de peso,
então para suprir essa ausência, é indicado a implementação da suplementação de sal
tanto comum como mineral para os rebanhos.

Esses sais minerais são correlacionados com a produção animal juntamente com
o sal comum, a importância dele é advinda do processo de balanceamento de potássio,
um nutriente que está extremamente presente nas folhagens verdes que compõem as
pastagens, sendo assim, como os rebanhos passam relativamente quase todo o tempo de
espera até o abate se alimentando dos pastos é de suma importância a inserção de sódio
por meio do sal para que haja um equilíbrio e desta forma os processos naturais do
organismo do animal se realizam normalmente sem interferências.

Outrossim, na propriedade rural analisada o criador utiliza este sistema para a

criação dos seus animais, direcionando totalmente todos os processos apenas para o
fornecimento de rebanhos que sejam para a produção de carne ou seja, ao abate. O
proprietário Sr. Moacir dos Santos não trabalha com o ciclo completo de manejo dos
bovinos “Nelore”, o qual seria os processos focados em cria, recria, e engorda, desta
forma dedica seus investimentos em bezerras de desmama da raça de 10 meses há um
01 ano de idade. No espaço atual o criador mantém cerca de 40 animais destinados a
engorda, onde introduz a suplementação de sal com cerca de 16% de proteína cerca de
05 à 06 meses antes do abate, para acelerar o ganho de peso dos animais.

No quesito relacionado às instalações especializadas visto que, o mesmo não

conduz o sistema de ciclo completo, é inexistente, trabalhando apenas na área total com
uma divisória destinada a compreender 02 piquetes, com 02 tanques cimentados para o
fornecimento de água e 04 cochos para a disponibilização dos suplementos minerais do
rebanho, também contém uma estrutura de manuseio do gado para épocas de aplicações
de vacinas e cura dos mesmos, o que é mais conhecido entre os criadores de rebanho
como “mangueiras”. Sobre controle de informações dos animais e manejos o produtor
informou não haver, o mesmo não tem um modelo de anotações de nenhum tipo, sendo
apenas controlado conforme o costume e datas que são utilizadas culturalmente desde
que iniciou a produção de bovinos de corte. Para finalizar o desdobramento da engorda,
os animais do rebanho do proprietário Sr. Moacir dos Santos são enviados ao abate para
a indústria frigorífica Frigovema, localizada na região da cidade de Ivinhema-MS, saída
para Nova Andradina – MS, quando atingem o peso de 12 arrobas, em relação ao valor
em quilos, ainda é um tema muito confuso no meio rural, por ser calculado em peso
vivo o valor é totalmente contrário ao peso calculado em razão a carcaça do animal
morto, o qual é obtido no momento do abate dentro do frigorífico, mas segundo a base
utilizada pelo produtor o valor em quilos seria em torno de 250 à 350 kg de peso vivo.
O principal destino da produção é destinado ao abastecimento de açougues e
mercados, tanto na própria região de Ivinhema quanto para outras cidades. Portanto, é
evidente que nesta propriedade existem situações que devem ser repensadas, trata-se de
uma produção mais simples e menos tecnológica, mas baseada e estruturada em meios
de criação próprios do produtor em questão.

Uma média propriedade com pontos a serem melhorados e modificados, tanto

para elevar a qualidade do rebanho tendo retorno na produção final destinada, quanto
para a própria propriedade em questão.
CONCLUSÃO

Concluiu-se com a pesquisa feita na propriedade do Sr. Moacir dos Santos que
de acordo com o tamanho da área e a quantidade de rebanho que o mesmo possuí no
momento seria de grande valia que o mesmo fizesse alguns investimentos, como por
exemplo, ampliando sua propriedade, ou até mesmo reduzindo a quantidade de animais
para não sobrecarregar a pastagem que é um dos meios da dieta fornecida aos animais.
Melhorar a qualidade de vida do rebanho com o aumento do número de fontes
de água e mais cochos espalhados dentro do piquete, facilitando o acesso do gado até
esses itens, reduzindo a movimentação deles e melhorando a engorda.

Uma outra possibilidade para talvez elevar o peso dos animais na hora do abate e
reduzir o tempo de permanência dos mesmos na pastagem seria aumentar a quantidade
de suplementação de sais, usando fórmulas mais concentradas, e sendo distribuída não
somente perto do prazo de abate, mas sim, durante mais meses. Para melhorar o
controle de informações do rebanho, é de suma importância que o pecuarista analisado
encontre maneiras de ter dados mais precisos dos animais, tanto sobre a saúde dos
mesmos, quanto outros, para definir formas mais eficazes de melhorar a produção e
trazer maior lucratividade ao produtor.

Se trata de uma ótima propriedade, que pode ser consideravelmente melhorada,

trazendo enormes benefícios para o pecuarista, ao final da pesquisa e visita ao local, foi
indicado ao Sr. Moacir que procura-se apoio e orientação profissional, para que exista
um acompanhamento dos processos de produção de gado de corte e para que haja uma
estrutura diferente que consiga lhe fornecer novas técnicas de produção e melhoramento
do rebanho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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https://cloud.cnpgc.embrapa.br/sac/2012/10/16/prezados-senhores-busquei-no-site-a-
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posso-obter-o-peso-medio-de-um-boi-com-45-meses-3-um-novilho-e-considerado-no/
https://www.afe.com.br/artigos/confinamento-intensivo-o-que-e-e-quais-suas-vantagens
https://www.coimma.com.br/blog/post/pecuaria-semi-intensiva-entenda-como-funciona
https://brt.ifsp.edu.br/phocadownload/userupload/213354/
IFMAP160005%20BOVINOCULTURA%20DE%20CORTE.pdf