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GOMES, R. da C.; NUNEZ, A. J. C.; MARINO, C. T.; MEDEIROS, S. R. de.

Estratégias alimentares para gado


de corte: suplementação a pasto, semiconfinamento e confinamento. In: MEDEIROS, S. R. de; GOMES, R. da
C.; BUNGENSTAB, D. J. (Ed.). Nutrição de bovinos de corte: fundamentos e aplicações. Brasília, DF:
Embrapa, 2015. 22 p. disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/120215/1/Nutricao-
Animal-CAPITULO-09.pdf

RESUMO

A maioria das pastagens brasileiras apresenta deficiências minerais significativas,


conforme levantamento da Embrapa Gado de Corte, com concentrações abaixo do necessário
em elementos como sódio, zinco, cobre e fósforo em mais de 70% das amostras. Essa
escassez, junto com a importância do crescimento e produtividade animal, justifica a
suplementação mineral como uma prática necessária nas condições de produção do Brasil.
A suplementação mineral é uma prática crucial na nutrição de bovinos de corte, tanto
em pasto quanto estabulados, devido à importância dos minerais no organismo e no
crescimento animal. Elementos como cálcio, magnésio e fósforo desempenham papéis
essenciais, sendo o conteúdo mineral do osso bovino representando cerca de 40% de seu peso.
Além da escassez de água, o fotoperíodo mais curto e as temperaturas mais baixas durante a
estação seca limitam ainda mais a disponibilidade e a qualidade da forragem. A
suplementação estratégica, realizada corretamente, permite ganhos moderados de peso ou, no
mínimo, a manutenção do peso dos animais.
Em períodos favoráveis, a suplementação intensiva pode ser interessante para
aumentar os ganhos de peso, dependendo dos objetivos do produtor e de fatores como os
preços de venda dos animais e dos grãos, e a disponibilidade de forragem.
Existem duas formas de suplementação para bovinos durante o período seco: sal
mineral com ureia e mistura múltipla (ou proteinado). O sal mineral com ureia é a opção mais
econômica, visando a manutenção do peso dos animais com baixa qualidade de forragem,
recomendando-se cerca de 100g/UA de consumo, com precauções para evitar intoxicação por
ureia. Já a mistura múltipla, conhecida como proteinado, oferece uma melhor relação custo-
benefício, permitindo ganhos de peso significativos com uma quantidade mínima de
suplemento por animal, recomendando-se um espaço de cocho de 12 a 15 cm por animal.
O semiconfinamento é uma alternativa intermediária entre o confinamento e a
suplementação estratégica, oferecendo flexibilidade ao produtor e exigindo menos
infraestrutura, principalmente voltada para a aquisição de concentrados, com benefícios
zootécnicos superiores em comparação com a suplementação estratégica convencional.
A estratégia de semiconfinamento para bovinos requer uma preparação cuidadosa da
pastagem, acumulando uma massa de forragem de 4 a 6 toneladas de matéria seca para um
período de 60 dias. Recomenda-se uma lotação inicial entre 1 e 2 UA/ha, e ao final desse
período, mudar os animais para outro pasto diferido. Os animais destinados ao
semiconfinamento devem estar próximos ao peso de abate, com novilhas e vacas em torno de
320 kg podendo ser terminadas também. O nível de suplementação varia entre 0,7% e 2% do
peso vivo, influenciando diretamente no desempenho e custos de produção, com preferência
por alimentos de baixo custo. Por outro lado, o confinamento, embora crescente na pecuária
brasileira, é uma ferramenta valiosa para aliviar pastagens na seca, melhorar a produtividade
da carne, reduzir o tempo de terminação, programar abates ao longo do ano e intensificar o
giro de capital. Essas vantagens tornam o confinamento quase indispensável em sistemas
intensivos, embora exija uma gestão mais atenta devido ao maior risco associado.
A nutrição é fundamental no confinamento, representando dois terços dos custos de
produção. Uma dieta mal formulada pode causar grandes prejuízos, assim como uma dieta
bem formulada sem manejo adequado. Por isso, o aconselhamento técnico é crucial, exigindo
conhecimento profundo em formulação de dietas e manejo. A escolha do alimento volumoso
é baseada na disponibilidade local e custo da energia, com opções como silagem de milho,
sorgo, capim e cana-de-açúcar. A formulação de dietas considera diversos fatores, incluindo
disponibilidade de alimentos, características dos animais e objetivos de peso de entrada e
abate. O manejo alimentar envolve a produção do concentrado na propriedade, cuidados para
evitar desordens digestivas como acidose ruminal, timpanismo e laminite, e adaptação dos
animais à dieta.
O período de adaptação à dieta é crucial, variando de duas a quatro semanas. O bom
planejamento das instalações, como cochos e baias, e o arraçoamento na forma de ração total
misturada também são importantes para promover o conforto e o acesso adequado dos
animais ao alimento.
Além dos cuidados com o balanceamento nutricional, deve-se observar pontos como o
acabamento de carcaça, castração, grupo genético e tempo no confinamento. Todos estes
pontos, associados aos demais abordados são imprescindíveis para que o produtor consiga
manter a lucratividade nas atividades da propriedade.
ESCOLA TÉCNICA ALVORADA
CURSO: Técnico em Veterinária
DISCIPLINA: MANEJO E NUTRIÇÃO DE GRANDE ANIMAIS
PROFESSORA: MIKAELLA NOLÊTO RAMOS
Aluno (a): Verônica Duarte dos Santos (turma 20)

RESUMO

ESTRATÉGIAS ALIMENTARES PARA GADO DE CORTE: SUPLEMENTAÇÃO A


PASTO, SEMICONFINAMENTO E CONFINAMENTO

IMPERATRIZ – MA
2024

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