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Profa.

Janaina Azevedo Martuscello


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Felipe Moura
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Material de Apoio
Importância do manejo
Em sistemas baseados nas pastagens como a principal fonte de alimento, o próprio animal
faz o consumo da forragem afim de atender suas exigências nutricionais de manutenção e crescimento,
para expressar seu potencial produtivo (Nabinger & Pontes, 2001), tornando esse tipo de sistema bem
mais econômico do ponto de visto de investimento ao comparar com sistemas confinados (Dias-Filho,
2010). A importância do manejo de pastagens, como já mencionado algumas vezes, é para manter
seu sistema perene e produtivo, ou seja, para que ele seja longevo. O processo de produção animal a
pasto foi muito bem descrito por Hodgson (1990) (Figura 1):

Fonte: Hodgson (1990)


Figura 1. Etapas do processo de produção animal a pasto.
Esse processo é dividido em três etapas de produção:

1. Crescimento: acúmulo de forragem;

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2. Utilização: consumo da forragem produzida;
3. Conversão: transformação do os animais consumiram em produto animal.

O processo se inicia com o crescimento das plantas que é totalmente dependendo dos recursos
de solo, clima e planta, sendo que planta precisa de luz, água, temperatura e nutrientes minerais. Assim,
o crescimento vai ocorrer a partir da absorção da luz incidente pela planta forrageira advinda do sol,
e sua transformação através da fotossíntese em acúmulo de forragem. Após a forragem produzida vem
a etapa de utilização, ou seja, do manejo do pastejo para o consumo dos animais. Essa etapa é regida
pela forma na qual o pasto será apresentado para os animais à aquisição da forragem produzida. A
terceira e última etapa, a conversão, é a etapa final do processo produtivo, onde serão gerados os
produtos a partir dos animais, seja carne, leite, lã etc. Essas três etapas em conjunto, quanto realizadas
de forma correta, faz do sistema pastoril um ambiente de oportunidades ao favorecimento da cadeira
produtiva (Figura 1).
Entre as etapas de crescimento, utilização e conversão, a utilização é onde o homem tem maior
poder de tomada de decisão. É nesta etapa que serão utilizados todos os conhecimentos sobre o
processo de manejo de pastejo, vislumbrando melhor monitoramento para o momento correto dos
animais fazerem a colheita da forragem produzida (Figura 2). Embora as outras duas etapas são
fundamentais para todo esse processo, a utilização requer alta eficiência enérgica (até 80%) para o
processo produtivo por meio da manipulação dos animais à forragem produzida. Neste sentido, em
sistemas pastoris os animais exercem a oportunidade de selecionar sua própria dieta, a fim de
demonstrar preferencias para algum componente do pasto que estarão relacionas com sua estrutura,
sendo as folhas o componente de preferência dos animais visto ser de fácil manipulação e de melhor
valor nutritivo (Hodgson et al., 1994).

Fonte: Pasto Extraordinário

Figura 2. Processo de manipulação da forragem acumulada pelo animal manejados sob


pastejo.

“É MAIS IMPORTANTE UTILIZAR O PASTO COLHENDO A FORRAGEM DE FORMA


ADEQUADA, PARA DEPOIS MELHORAR O CRESCIMENTO E O POTENCIAL
GENÉTICO DOS ANIMAIS, PROCESSO DE CONVERSÃO.”

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A produção animal sob pastejo é viável for mantida em condições estáveis e produtivas.
Assim, planta forrageira tem suas exigências específicas de manejo ótimo (ex. manejo por altura), sob
as quais poderá externar o seu potencial, o qual, por sua vez, impacta o desempenho e a produtividade
dos animais em pastejo (Da Silva, 2005). Práticas de manejo tem impactos diretos e indiretos no
controle da planta forrageira e na produção animal, sendo a altura de manejo um instrumento de fácil
utilização para os pecuaristas que nunca manejaram pasto, mas requer muita atenção e sapiência. A
altura de manejo das plantas forrageiras foi encontrada por meio de diversos estudos científicos em
diversas regiões do país, no qual algumas delas já têm sua altura de manejo muito bem estabelecida, e
seu conhecimento pode contribuir fortemente para planejamento e tomadas de decisão (Da Silva &
Carvalho, 2005), com intuito de aumentar a produtividade e sustentabilidade do sistema de produção
(Fonseca et al., 2010).

Fonte: Giro do Boi

O sistema de produção baseados em pastagem pode apresentar ganhos, no qual esse ganho pode
ser ganho por animal e/ou ganho por área. O ganho por animal nada mais é do que o ganho individual,
ganho por cada um dos animais; já o ganho por área que dizer o ganho animal por unidade de área
(Figura 3). Então pecuaristas, há a necessidade de se preocupar com estratégias de manejo que possam
expressar em forragem de quantidade e qualidade, na intenção de relacioná-las com o ganho de peso
obtido pelos animais de forma individual e por área. Ajustes no manejo (retirar e colocar animais no
pasto) são de suma importância para que esses ganhos sejam maximizados, e isso vai ocorrer através
do olhar clínico às pastagens.

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Fonte: Mott (1960)
Figura 3. Relação entre o ganho por animal e ganho por área pelo gráfico de Mott.

← Sub-pastejo (taxa de lotação mínima):


- Grande quantidade de forragem;
- Alta oferta de forragem;
- Baixo ganho por área;
- Alto desempenho individual;
- Baixa pressão de pastejo;
- Baixa taxa de lotação.

← → Pressão de pastejo ótimo:


- Equilíbrio entre pressão de pastejo, oferta de forragem e taxa de lotação.

→ Super-pastejo (taxa de lotação máxima):


- Pouca quantidade de forragem;
- Baixa oferta de forragem;
- Baixo ganho por área e por animal;
- Alta pressão de pastejo;
- Alta taxa de lotação.

“A condição de desempenho animal que reflete a melhor expressão de qualidade de forragem e


o desempenho animal obtido na capacidade de suporte do capim?
MAXIMIZAÇÃO DO GANHO POR ANIMAL E POR ÁREA.”

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Referências bibliográficas

Da Silva, S. C., & Carvalho, P. C. F. Foraging behaviour and herbage intake in the favourable
tropics/sub-tropics. In: Mcgillowy, D.A. (Ed.). Grassland: A Global Resource. Wageningen:
Wageningen Academic Publishers, 2005. p. 81–95.

Da Silva, S. C. Manejo do pastejo para a obtenção de forragem de qualidade. In: Simpósio Goiano
Sobre Manejo e Nutrição de Bovinos de Corte e Leite, 7., 2005, Goiânia. Anais... Goiânia, GO:
CBNA, 2005. p. 117–146.

Dias-Filho, M. B. Produção de bovinos a pasto na fronteira agrícola. Belém: Embrapa Amazônia


Oriental, 2010. 32p. (Embrapa. Documentos, 368).

Fonseca, D. M.; Santos, M. E. R. & Martuscello, J. A. Importância das forrageiras no sistema de


produção. In: Fonseca, D. M. & Martuscello, J. A. (Ed.). Plantas forrageiras. Viçosa: UFV,
2010. p. 13–29.

Hodgson, J. (1990). Grazing Management: science into practice. Longman Group UK Ltd.

Hodgson, J.; Clark, D. A., & Mitchell, R. J. Foraging behavior in grazing animals and its impact
on plant communities. In: Fahey, G. C. (Ed.). Forage quality and utilization. Lincoln: American
Society of Agronomy, 1994. p. 796–827.

Nabinger, C., & Pontes, L. S. Morfogênese de plantas forrageiras e estrutura do pasto. In: Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 38., 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: SBZ,
2001. p. 755–771.

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