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Aula 8 – Sistemas de utilização de pastagens

 É preciso encontrar o ponto de colheita para ter equilíbrio entre qualidade nutricional e quantidade
vegetal na pastagem. O ponto de colheita vai determinar o alimento que vai ser conservado para
momentos de falta de pastagem ou o momento ideal para colocar os animais para pastagem.
 Manejo intensivo:
 É focado em aumentar a produção/unidade de área e aumentar a produção animal com
aumento da taxa de lotação
 Difere do pastejo rotacionado, pois o intensivo é associado a maiores cuidados, dedicação,
maior quantidade de horas de trabalho e maior inserção de capital num determinado
sistema, enquanto o rotacionado somente explora a pastagem racionalmente.
 Período de ocupação (PO): período em que uma pastagem é explorada
 Período de descanso (PD): periodo em que a pastagem não é explorada
 No pastejo continuo, o período de ocupação é sempre, já que ele não tem período de descanso.
 O melhor sistema de exploração de pastagem depende das características da propriedade, nem
sempre o sistema rotacionado é a melhor opção
 Fatores de determinam a escolha do sistema de exploração de pastagem:
 Fertilidade do solo: é preciso saber se compensa financeiramente fazer investimento na
correção de adubo da pastagem.
 Tamanho da área: quando a área é muito grande, pode não ser viável o sistema
rotacionado já que o custo da construção dos piquetes seria elevado. Áreas maiores
possuem sucesso extremamente atrelado à capacidade de grande investimento imediato, já
que há necessidade de mais mão de obra e compras de insumos. Geralmente áreas
maiores têm sistemas menos intensificados e áreas menores possuem maior possibilidade
de intensificação.
 Preço da terra: quanto mais cara é a terra, maior deve ser o valor do bem por ela gerado
para que um projeto possa se viabilizar economicamente, portanto, a área não pode ser
muito valorizada economicamente.
 Perfil do pecuarista: tradicional ou conservador, se éflexível, qual é o nível sócio-econômico-
cultural e se há experiência na atividade.
 Infra-estrutura geral da propriedade: disponibilidade e qualificação de mão de obra,
disponibilidade de maquinários e topografia. Além de chochos, cercas e bebedouros
disponíveis.
 Princípios desejáveis de manejo (Blaser 1998):
 Períodos variáveis de rebrota após pastejo devem ser determinados pela altura ou estágio
de crescimento relacionados com o teor de glicídios não estruturais na base das plantas e
com valor nutritivo da pastagem
 Descanso fixo só se o ritmo de crescimento for constante e aliado as características citadas
anteriormente
 A duração do pastejo deve ser curta, principalente quando novos afilhos estão em
crescimento rápido
 O resíduo pós pastejo deve ser controlado para permitir rebrote rápido
 IAF relacionado com intercepção de luz e rebrote
 Pastejo contínuo: os animais ficam sempre na mesma área, portanto, as pastagens são utilizadas
ininterruptamente ao longo do ano.
 Rotatividade natural de desfolha
 Maior seletividade pelo animal
 É a forma mais simples de manejo, mas o sucesso exige conhecimento e trabalho
 Aramados, aguadas, sal, sombra... adequados
 Necessidade de limpeza de pastagens (roçadas)
 Sistema put-and-take: ajuste de animais conforme oferta de pastagem. Visa conciliar
necessidades das categorias animais com as estações de maior crescimento e qualidade
das pastagens
 Pastejo diferido: semelhante ao contínuo
 Reserva estratégica de forragem para épocas de seca
 Lotação anual mais alta que o pastejo contínuo, maior lotação no inverno
 Necessita de suplementação energética
 Pastejo rotacionado: os animais mudam de piquete periodicamente a fim sempre de explorar o
melhor valor nutricional da forragem.
 Melhor retorno financeiro para o produtor se for realizado de forma correta
 É preciso fazer subdivisão da pastagem em um número variável de potreiros que são
utilizados com determinada freqüência
 Períodos intercalados de ocupação e descanso
 Pode ser conduzido sob cargas fixas ou variáveis
 Possui infinitas combinações de intensidade e freqüência de desfolha, assim como
possibilidades de variação do sistema
 Respostas mais rápidas as ferramentas de manejo
 Facilita o manejo da pastagem e dos animais
 Exige maior investimento
 Diminui a possibilidade de seleção pelos animais
 Permite maior eficiência de utilização de pastagem produzida e controle de pastejo, além de
permitir maior carga de animais e potencializar a produção/ha.
Aula 9 - Sistemas de utilização de pastagens

 Rotativo convencional:
 Várias subdivisões
 Períodos de utilização de 1 a 7 dias por piquete
 Pastejo em faixa:
 Somente um piquete grande onde uma parte fica disponível aos animais.
 Geralmente o período de utilização é de 1 dia.
 Rotativo com dois grupos de animais (desponte e rapadores)
 Dois piquetes são utilizados, primeiro entra o grupo do desponte, que são os animais com
maior exigência nutricional ou maior interesse econômico e, depois de o grupo desponte
sair, entra o grupo rapador que são os animais que ficam com menores possibilidades de
seleção, mas promovem uma boa eficiência de colheita de forragem.
 Recomendação de massa e oferta de forragem
 Espécies de estação fria no pastejo contínuo: GERAL: 1500 a 2000 kg MS/ha e oferta de
10% (kg de MS/100 kg PV)
 Espécies de estação fria no pastejo contínuo:
GERAL: Entrada: 1500 a 2000 kg de MS/ha
Saída: 500 a 1000 kg de MS/ha
 Espécies de estação quente no pastejo contínuo:
Anuais – GERAL: 2500 a 3000 kg de MS/ha e oferta de 10%;
Perenes – GERAL: 2000 a 2500 kg de MS de folhas/ha e ofertas de 5 a 10% de folhas.
 Espécies de estação quente no pastejo rotativo:
Entrada: 4500 a 6000 kg de MS/ha
Saída: 1500 a 2500 kg de MS/ha

Aula 10 - Comportamento de pastejo

 Os ruminantes possuem a capacidade de selecionar seu próprio alimento. Portanto, o que


determina o comportamento de pastejo é essa interação entre a planta com o animal, ou seja,
como a planta se apresenta para o animal.
 Para que a pastagem possa tirar o máximo aproveito do ambiente ela deve ter um desempenho
ótimo relacionado com a água, adubo, temperatura e radiação. Depois de atingido o ponto ótimo,
a planta começa a sombrear algumas lâminas foliares, diminuindo a qualidade da pastagem.
 Fatores que limitam o consumo:
 Nível de metabólicos no sangue
 Distensão ruminal
 Características químico-bromatológicas
 Características físico-anatômicas
 Cinética digestiva
 Estrutura da pastagem: distribuição e arranjo da parte aérea das plantas em uma comunidade
vegetal
 Através da folha o animal modifica a estrutura da planta
 As plantas colocam suas estruturas de formas diferentes no espaço
 Aumentando a heterogeneidade da pastagem é permitida maior seletividade do animal
 O animal muda a forma de pastejo conforme a pastagem oferecida
 A amostra de forragem tem que ser feita em lugares que o animal costuma pastejar, já que
o animal demonstra seletividade, os lugares que ele não pasteja oferecem menor valor
nutricional.
 Representação hierárquica do processo de pastejo: Região > Paisagem > Grandes patches ou
comunidade de plantas > pequenos patches ou estação alimentar. Os animais têm o desafio de
procurar e colher seu alimento em um ambiente heterogêneo. Um indicativo da qualidade da
pastagem é observar como o animal pasteja, quando menos ele caminha e mais ele para pra
comer, melhor a pastagem/estação de pastejo.
 No pastejo contínuo, a seletividade dos animais acaba levando a um menor aproveitamento da
pastagem aumentando assim o custo de produção
 Os bovinos utilizam a língua para apreender o alimento no bocado e removem 50% da altura do
pasto. É possível estimar o consumo de forragem através da área do bocado.
 A massa do bocado é o que vai determinar o consumo do pastejo
 A profundidade do bocado é a principal determinante da massa do bocado
 A área do bocado é menos sensível que a profundidade
 A taxa de bocados é negativamente relacionada à massa do bocado
Aula 11 - Planejamento forrageiro

 O planejamento forrageiro serve para explorar o máximo da produção animal sem comprometer a
produtividade da pastagem
 Os dados analisados são: tamanho da área de pastejo; período de ocupação da área de pastejo;
sistema de pastejo; espécie forrageira utilizada; quantidade, espécie e necessidade nutricional dos
animais; entre outros.
 Determinação da massa de forragem: altura média do pasto, dimensão do quadro de amostragem
e massa de forragem coletada no campo
 Determinação de matéria seca (MS): Deve-se determinar a MS da forragem até que se obtenha um
valor constante, a metodologia do micro-ondas consiste em deixar a amostra por 3 minutos junto
com um copo d’água, depois mais 2 minutos, 1 minuto e repetir até que se obtenha um valor
constante
Suplementação e desempenho de animais em pastejo

 É possível utilizar a suplementação para ajustar a oferta e demanda de nutrientes aos animais,
maximizando ganhos e otimizando a utilização dos nutrientes, especialmente os de maior custo.
 Ela serve para o ganho de peso mais rápido e reduzir a idade do primeiro acasalamento
 É uma estratégia para suprir a dieta no período do vazio forrageiro
 Manejo da administração do suplemento:
 Escolha do suplemento: utilizar recursos disponíveis na região
 Escolha do nível de suplemento a ser fornecido: Sistema extensivo: pastagem +
suplementação com sal mineral. Sistema semi-extensivo: base alimentar de pastagem +
suplementação com concentrado em níveis mais elevados (além do sal, algum outro grão).
Sistema intensivo: base alimentar de suplementação com concentrado + pastagem
reduzida.
 Escolha do horário e quantidade de suplemento a ser fornecido deve ser sempre os
mesmos
 Adaptação dos animais ao suplemento
 Disponibilidade da arca do cocho para o fornecimento do suplemento: disponibilidade
(cm/animal) = 20 + (peso vivo/10)
 Suplementação protéica: serve para elevar o nível de amônia ruminal, síntese de proteína
microbiana, aumento da digestibilidade de forragem e suprimento de aminoácidos. Se houver uma
pastagem e inverno não há necessidade de utilizar suplementação protéica.
 Efeitos da suplementação:
 Adição de nutrientes: o animal continua comendo a mesma quantidade de volumoso e come
também o concentrado adicionado à dieta, aumentando a quantidade total de nutrientes
 Adição com estímulo: o animal come o concentrado e aumenta o consumo de volumoso.
 Adição e substituição: o animal diminui o consumo de volumoso, mas aumenta a ingestão
total de nutrientes com o consumo de concentrado.
 Substituição de nutrientes: o animal substitui parte da alimentação de volumoso por
concentrado e ingere a mesma quantidade de nutrientes.
 Substituição com depressão: o animal diminui o consumo de volumoso quando o
concentrado é adicionado à dieta
 É preciso considerar na decisão de suplementar: o ganho de peso do animal, transferência da
época de venda, mudança de categoria, encurtamento do ciclo, aumento da taxa de lotação, às
vezes é possível a liberação de área pra outras categorias de animais.
 O objetivo da suplementação é que o animal aumente o consumo de volumoso e passa a consumir
mais concentrado associado.

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