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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS


CURSO DE ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
DISCIPLINA DE ADMINISTRAÇÃO E PROJETOS AGROPECUÁRIOS

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE PASTAGEM CULTIVADA DE


VERÃO AGROPECUÁRIA SANTA FÉ

NOMES DOS COMPONENTES


Bibiana Teixeira Rodrigues
Camila Ten Kathen Jung

DOCENTE
Prof. Alexandre Troian

Santa Maria, outubro de 2023.


SUMÁRIO

1. Introdução ......................................................................................... 2
2. Objetivos .............................................................................................. 2
2.1 Objetivos específicos .......................................................................... 3
2.1 Objetivos específicos .......................................................................... 3
3. Metas .................................................................................................... 3
4. Justificativa ......................................................................................... 3
5. Materiais e Métodos ........................................................................... 4
5.1 Lotação e Piquetes ............................................................................. 6
5.2 Infraestrutura existente para a execução do projeto ........................... 6
5.3 Medicamentos ..................................................................................... 6
6. Plano de mão de obra ......................................................................... 7
7. Cronograma das atividades ............................................................... 7
8. Investimentos e Custos anuais ......................................................... 8
9. Resultados e discussões ................................................................... 9
10. Considerações .................................................................................. 13
Referências ............................................................................................. 14
1. Introdução

O Brasil lidera o ranking de maior país exportador de carne bovina do mundo


(EMBRAPA, 2021), porém com o recente reaparecimento de doenças que
ameaçam a saúde do consumidor, acarretou uma menor demanda de exportação e
o valor da carne despencou.
No entanto, em comparação com a cultura da soja no interior do estado do
Rio Grande do Sul, onde houve secas severas e pouquíssimo volume de chuva, a
soja não conseguiu se desenvolver de maneira satisfatória e milhares de
produtores tiveram prejuízo quanto ao valor de investimento para a cultura em
relação ao valor pago pelo grão.
Neste viés, a cultura da soja ficou como “vilã” pelo fato de que fica limitada a
um bom volume de chuva para seu desenvolvimento, diferentemente de bovinos,
que existe uma maior possibilidade de obter lucro, através de correto manejo de
pastagens/suplementação.
O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômica da
implementação de milheto para terminação de bovinos de corte em sistema de
pastejo rotacionado no período de verão, para uma possível implementação em um
futuro próximo. Este projeto será desenvolvido na Agropecuária Santa Fé, em uma
área de 100 ha.
Portanto, será estudada a viabilidade econômica para implementação da
pastagem de verão e o piqueteamento da área, para realização do pastejo
rotacionado, levantamento de possíveis gastos e rendimento da utilização do
Capim Italiano SuperMassa ADR500 (Milheto melhorado) para o período de
setembro a março.

2. Objetivos do projeto

2.1 Objetivo geral

Estudar a viabilidade econômica da implementação de Milheto melhorado


para terminação de bovinos de corte em sistema de pastejo rotacionado.
2.2 Objetivos específicos

● Analisar indicadores econômicos para o sistema de implementação da


forragem e pastejo proposto.
● Identificar o uso mais eficiente da infraestrutura do estabelecimento
agrícola.
● Recomendar o melhor aproveitamento da área e manejo dos bovinos para
os produtores.

3. Metas

Dado o objetivo de analisar a viabilidade econômica da implementação da


forrageira de verão, o projeto tem como meta:
● Manejar do Capim Italiano SuperMassa ADR500 para suportar carga animal
de 5 animais por hectare no período de novembro até maio.
● Realizar a terminação de 500 bovinos no período, através do piqueteamento
e pastejo rotacionado em uma área de 100 hectares.
● Possibilitar o ganho de peso médio de 100kg/animal na pastagem
implementada no período de 6 meses.

4. Justificativa

Nos últimos anos, com o crescente aumento do valor da carne, o


consumidor teve uma mudança no seu cardápio alimentar, substituindo a carne
bovina por proteínas com menores valores agregados, como frango, suína ou até
ovos. A partir desta competição de mercado em relação a diminuição de consumo
da carne bovina, devem ser ponderados sistemas que tornam o valor deste produto
mais rentável para o produtor.
Nesse caso, o exemplo seria de um menor custo de implementação e mão-
de-obra de pastagens e principalmente, apenas se for necessário, suplementação

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a base de grãos; pois isso, consequentemente, impacta no valor do produto final.
Por esse caso é fundamental que o produtor busque alternativas que
contemplem o menor custo de criação, porém sempre priorizando os índices
zootécnicos, para com isso alcançar bons desempenhos produtivos aliados à
sustentabilidade e o uso correto dos recursos que a propriedade dispõe.
Este projeto contemplará um sistema produtivo que preconiza o maior
retorno econômico possível, através de alternativas que minimizem custos de
implementação, mão de obra e manejo. Pois para o início de um novo negócio, Hoji
(2001) afirma que é esperado pelos proprietários que seu investimento resulte em
um retorno compatível com o risco assumido, por meio de geração de resultados
econômicos e financeiros.
Ainda segundo Hoji (2001, p. 170), “as decisões de investimento devem ser
tomadas com base em informações cuidadosamente analisadas, pois
comprometem os recursos de uma empresa por longo tempo e seu retorno efetivo
pode ser somente estimado no presente, o que gera incertezas”.
A viabilidade financeira de um empreendimento é observada dentro de um
determinado tempo onde se deseja saber se o negócio a ser realizado vale mais do
que a aplicação dos valores envolvidos a taxas mínimas de mercado. De acordo
com Hirschfeld (2000), a viabilidade só existe quando os benefícios resultantes são
superiores aos custos empregados, durante determinado tempo.
Dessa forma, este estudo é baseado no levantamento de dados a fim de
obter a viabilidade econômica para implementação da forrageira cultivada, capim
italiano SuperMassa ADR500, adotando a técnica de piqueteamento com pastejo
rotacionado em terminação de bovinos de corte, visando averiguar os custos da
produção e verificar os que mais impactam na atividade.

5. Metodologia do projeto

O presente estudo será realizado no Agropecuária Santa Fé, situado no


município de Quevedos/RS. Será considerado para o projeto uma área de 100 ha
na propriedade. Onde a mesma será subdividida em quatro piquetes de 25 ha
cada. O manejo para com a pastagem será rotacionado, com suplementação

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alimentar.
Os animais utilizados para terminação, terão idade e peso médios iniciais
relatados em conjunto com o restante dos dados, dessa forma passarão a ser
alocados de forma a se medir a taxa de lotação, através da massas de forragem
ofertada, podendo assim realizar o ganho médio diário (GMD), peso inicial (PI),
peso final (PF) e escore de condição corporal (ECC).
A propriedade tem por característica atividade de recria e terminação de
bovinos de corte da raça Hereford e Braford e Angus, atrelada à produção de soja,
de forma que a renda do produtor provém dessas duas atividades de maneira
igualitária quanto a produção, porém varia de acordo com mercado e fatores que
podem interferir na produção, como clima, preço do PV (peso vivo) do animal,
preço da saca de soja e cotação do dólar, entre outros.
Os dados para a pesquisa devem ser coletados durante o uso da área,
desde o estabelecimento das forrageiras até a retirada dos animais do pastejo.
Dessa maneira, será realizada no início e fim de cada ciclo de pastejo a pesagem
dos animais e juntamente obter dados de escore corporal, considerando o escore
de condição de 1 (muito magro) a 5 (muito gordo), de acordo com Lowman et al.
(1973).
Além disso, será analisado o ganho médio diário (GMD) de cada animal,
calculado pela diferença das pesagens inicial e final, dividido pelo total de dias em
avaliação, para assim ter o controle do aproveitamento animal e auxiliar na
manutenção da pastagem ofertada.

Figura 1 - Área total a ser utilizada, piqueteada

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5.1 Lotação e Piquetes

Utilizou-se 500 animais em 100 ha (5 animais/ha). Os animais já estavam na


fazenda, tendo em vista que foram adquiridos no período de inverno. Portanto,
serão utilizados nessa pastagem, pois os mesmos iriam para campo nativo, caso
não houvesse a implementação do Capim Italiano.
Diante disso, serão colocados 2 lotes de 125 animais cada, em 2 piquetes
no período de novembro até dezembro. Os mesmos ficarão nesses piquetes até
que a forragem atinja a altura mínima indicada para pastejo, portanto em seguida
esses animais passaram para o próximo piquete até o dia do carregamento.
Já em dezembro quando esses 250 animais serão abatidos, entra mais um
lote de 125 animais na pastagem, o qual deve permanecer até fevereiro, quando
serão abatidos. Desse modo, no período de fevereiro a maio entra o quarto e último
lote de 125 animais, que ficara até o final do ciclo na pastagem.
Para a realização de cercas, além da mão de obra, foram necessários 24
rolos de fio de cerca e 2.970 varetas plásticas, subdividindo a área em quatro
piquetes de 25 ha cada. Optou-se por utilizar os piquetes de cerca elétrica, pois a
área tem outra finalidade no período de inverno, além de que pode ser manejado
de outra forma ou subdividir a mesma em mais ou menos piquetes.

5.2 Infraestrutura existente para realização do projeto

A propriedade, objeto deste estudo, conta com 1200 ha, sendo 700
utilizadas para bovinocultura, das quais 100 ha estão destinadas para o
desenvolvimento do projeto para com a pastagem piqueteada. Atualmente, o
produtor possui algumas estruturas destinadas para o manejo de bovinos, sendo
elas:
● Mangueira;
● Apertador;
● Banheiro de aspersão;
● Balança;
● Carregador.

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5.3 Medicamentos

Para fins de quantidades, a vermifugação foi baseada no histórico do


calendário de vacina da propriedade, onde é feita com intervalos de 50 dias, onde
sempre é alternado o princípio ativo do medicamento. Os mais usados são:
Ripercol (R$ 54,40 o frasco/250 mL), Ivermectina (R$ 400,00/ 500 mL), Nitromic
(R$ 584,00/L), e Fluazuron (R$ 538,00/5L). Os carrapaticidas são aplicados a
cada 28-40 dias dependendo da necessidade do rebanho, geralmente na época
de janeiro/fevereiro é realizado banho de aspersão e março aplicação de pour-on,
para controle de infestações.

6. Plano de mão de obra

O cálculo da mão de obra utilizado foi baseado no total de dias trabalhados


por semana, tendo em vista que o funcionário recebe por dia trabalhado,
trabalhando 3/4 vezes por semana, totalizou o valor de R$ 1.900,00. Tendo em
vista que será mantido apenas 1 ou 2 lotes nos piquetes (o que irá depender da
chuva), não será necessário atividade todos os dias da semana, nem todo o
turno.
Sendo assim, estipulou-se que o salário pago será a soma de todos os dias
trabalhados no mês.

7.Cronograma das atividades

A seguir apresenta-se os cronogramas de atividade diárias e mensais. Estes


quadros sintetizam as principais atividade relacionadas ao emprego da mão de
obra para o desenvolvimento do projeto. Vale esclarecer que os dias trabalhados
pelo funcionário são somente os que contém as descrições, os demais não terão
atividades para com os animais (Quadro 1).

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QUADRO 1. Atividades diárias
TURNO Seg Ter Qua Qui Sex
Café X Café X Café
MANHÃ
Recorrida X Ser. Gerais X Recorrida
MEIO-DIA Almoço X Almoço X Almoço
Descanso X Descanso X Descanso
TARDE Recorrida X Recorrida X Ser. Gerais
Final do Final do
X X Final do expediente
expediente expediente

Por fim, como pode ser observado no Quadro 2, os meses de dezembro,


janeiro e fevereiro são os meses que mais demandam mão de obra. Isso se
justifica pelo aumento da temperatura, o que faz com que ocorra maiores
incidências de infestações causadas por berne (larvas de Dermatobia hominis),
carrapato (Rhipicephalus Boophilusmicroplus) e mosca-dos-chifres (Haematobia
irritans) de bovinos, gerando um manejo sanitário mais acentuado e cuidadoso
nesse período.

QUADRO 2. Atividades mensais para execução do projeto


ATIVIDADES Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Dessecação da pastagem X
Adubação de base X
Plantio da forrageira X
Cerca elétrica X
Vermífuga os animais X X
Entrada na pastagem X
Manejo dos piquetes X X X X X X X
Adubação de cobertura X
Manutenção cerca elétrica X X X X X X X
Banho dos animais X X
Pour on X X
Suplementação X X X X X X
Abate X X X

8. Investimento inicial e custos anuais

Como o produtor já realiza o manejo de bovinos de corte na propriedade os


itens como: balança, brete, galpão, cochos de madeira, área de criação, seringas,

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agulhas, luvas descartáveis, não entraram como investimento, e sim como
despesas anuais, pois a propriedade já possui estes elementos.
Por isso, estipulou-se que os itens que compõem o investimento inicial são:
materiais para cerca elétrica, medicamentos, adubos, semente a ser implementada
em conjunto com a mão de obra para manejo com a mesma. Porém, para
realização dos cálculos de fluxo de caixa foi utilizado o valor estipulado da compra
desses animais, portanto o total de animais pelo valor do PV dos mesmos.
Dessa forma, para realizar os cálculos da viabilidade econômica, foram
coletados os valores investidos e o total de animais, descontado do que entraria a
cada abate dos lotes de bovinos. Sendo assim, os dados considerados são: 500
animais com média de 450 kg/PV, supondo que cada um deles irá ganhar 100kg.
Portanto, o estipulado é que os mesmos saiam da pastagem com 550kg/PV. Para
estimar o valor da venda desses animais, foi utilizado o valor médio do mês dos
cálculos: 10,00 kg/PV, assim foi calculado o número de cabeças vendida, o peso
desses animais X o valor do PV dos bovinos.
Inicialmente, como só houve investimentos, os valores do fluxo de caixa
ficaram negativos, pois nesses meses não houve entrada financeira nenhuma. A
partir de novembro, onde já é realizado abate do primeiro lote, o valor presente já
sai do negativo, começando apresentar os primeiros resultados do projeto.

9. Resultados e discussões

A partir dos cálculos feitos com os indicadores apresentados em aula, na


disciplina de Administração e Análise de Projetos Agropecuários, pode-se observar
que o Fluxo de caixa com os gastos estipulados do projeto apresenta-se conforme
Figura 2.

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Figura 2. Fluxo de caixa dos meses de execussão do projeto

O Valor Presente Líquido (VLP), método que calcula através da diferença


entre o valor presente das entradas líquidas de caixa do projeto e o investimento
inicial requerido para iniciar o mesmo, fechou em R$ 607.086,65, calculado com a
taxa de 1% ao mês. Além disso, a partir da Taxa Interna de Retorno (TIR) foi
constatado que esse investimento é vantajoso e viável economicamente, pois
rende 9,20% ao mês (Tabela 1).
O Payback que demonstra o período de tempo necessário para que o
projeto recupere o valor inicialmente investido, ou seja, tempo para o investimento
ser custeado, ficou em 4,49. Sendo assim, o projeto se paga em 4 meses e 14 dias
(Tabela 1).
Já parâmetros como Lucratividade, indicador que mede a relação entre o
resultado líquido e a receita bruta, obtida através das vendas dos animais, resultou
em uma taxa de 24,76%. Isso demonstra que o retorno sobre a receita é de
aproximadamente um quarto. Ou seja, a cada um (1) real faturado no projeto gera-
se 24,76 centavos de lucro líquido. Complementarmente, a Rentabilidade que, me
mede a relação entre a receita líquida e os investimentos do projeto (ou seja, o
retorno sobre o investimento e por isso, revela a atratividade do negócio)
apresentou-se em 32,91%. Sendo assim, a cada um (1) real investido pelo projeto,
tem-se um retorno de 30,91 centavos (Tabela 1).

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TABELA 1. Análise de viabilidade do projeto (original)

Período (mês) Saídas (R$) Entradas (R$) Fluxo de caixa Valor presente Payback
0 -116.700 0,00 -116.700,00 -116.700,00 -59.900,00
1 -1.713.400,00 0,00 -1.713.400,00 -1.696.435,64 -1.756.335,64
2 -12.500,00 0,00 -12.500,00 -12.253,70 -1.768.589,34
3 -4.900,00 1.250.000,00 1.245.100,00 1.208.481,79 -560.107,55
4 -8.400,00 0,00 -8.400,00 -8.072,23 -568.179,79
5 -42.500,00 687.000,00 644.500,00 613.219,64 45.039,85
6 -5.900,00 0,00 -5.900,00 -5.558,07 39.481,78
7 -5.900,00 0,00 -5.900,00 -5.503,04 33.978,75
8 -4.900,00 687.000,00 682.100,00 629.907,91 663.886,65
TIR ----------------------------------------------------- > 9,20%
VPL ---------------------------------------------------------------------------- > 607.086,65
Payback ---------------------------------------------------------------------------------------------- > 4,49
Lucratividade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 24,76%
Rentabilidade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 32,91%

A análise de sensibilidade é um recurso importante que foi aplicado para


comparar outras duas situações, uma otimista e outra pessimista, a partir dos
resultados encontrados na Tabela 1. Para tanto as variáveis de saída de recursos,
no caso, os valores investimentos no projeto foram alterados para mais e para
menos, com o objetivo de simular diferentes cenários a partir dos recursos
empreendidos neste projeto.
Para a análise de sensibilidade considerada otimista os indicadores de VLP,
Tir, Payback, Lucratividade e Rentabilidade foram calculados levando em
consideração uma diminuição de 10% nos valores custos necessários para
implantar o projeto (Tabela 2). Com base nestas referências o Valor Presente
Líquido (VLP) passou a ser R$ 796.510,75, o que equivale a uma diferença de
23,78%. Além disso, observou-se ganhos na Taxa Interna de Retorno (TIR), logo
passa a mais vantajosa e viável economicamente, pois renderia 12,64% em
detrimento dos 9,20 na situação anterior. O Payback diminuiria em 4 dias, ou seja,
o projeto se pagaria em 4 meses e 10 dias. Já Lucratividade, apresentou uma
variação de aproximadamente 8 pontos percentuais para mais (passando para
32,42%), enquanto a Rentabilidade teve um aumento de cerca de 15 pontos
percentuais, apresentando-se em 47,98%, conforme Tabela 2.
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TABELA 2. Análise de sensibilidade otimista

Período (mês) Saídas (R$) Entradas (R$) Fluxo de caixa Valor presente Payback
0 -105.030,00 0,00 -105.030,00 -105.030,00 -59.900,00
1 -1.542.060,00 0,00 -1.542.060,00 -1.526.792,08 -1.586.692,08
2 -11.250,00 0,00 -11.250,00 -11.028,33 -1.597.720,41
3 -4.410,00 1.250.000,00 1.245.590,00 1.208.957,38 -388.763,03
4 -7.560,00 0,00 -7.560,00 -7.265,01 -396.028,04
5 -38.250,00 687.000,00 648.750,00 617.263,36 221.235,33
6 -5.310,00 0,00 -5.310,00 -5.002,26 216.233,07
7 -5.310,00 0,00 -5.310,00 -4.952,73 211.280,33
8 -4.410,00 687.000,00 682.590,00 630.360,41 841.640,75
TIR ----------------------------------------------------- > 12,64%
VPL ---------------------------------------------------------------------------- > 796.510,75
Payback ---------------------------------------------------------------------------------------------- > 4,34
Lucratividade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 32,42%
Rentabilidade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 47,98%

Para a situação pessimista os mesmos indicadores foram calculados


adicionando uma taxa de 10% sobre os gastos iniciais (originais previstos para o
projeto). A partir disso, os custos do projeto se tornaram mais dispendiosos e, por
consequência, os indicadores analisados demonstram menores benefícios a partir
deste projeto.
Nessa situação, considerada pessimista, o Valor Presente Líquido (VLP)
representou R$ 417.662,56, calculado com a taxa de 1% ao mês (mesma taxa das
duas situações anteriores). A Taxa Interna de Retorno (TIR) permaneceu
vantajosa, mesmo com um recuo de 2,95 pontos percentuais em relação a situação
original (Tabela 2). O Payback, por sua vez, ficaria em 4,63, aumentando para 4
meses e 20 dias o tempo necessário para o projeto cobrir os seus investimentos
(Tabela 2). Já Lucratividade apresentou uma variação de aproximadamente 7
pontos percentuais para mais (passando para 17,07%), enquanto a Rentabilidade
teve uma diminuição de cerca de 12 pontos percentuais, registrando 20,58%,
conforme Tabela 3.

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TABELA 3. Análise de sensibilidade pessimista
Período (mês) Saídas (R$) Entradas (R$) Fluxo de caixa Valor presente Payback
0 -128.370,00 0,00 -128.370,00 -128.370,00 -59.900,00
1 -1.884.740,00 0,00 -1.884.740,00 -1.866.079,21 -1.925.979,21
2 -13.750,00 0,00 -13.750,00 -13.479,07 -1.939.458,28
3 -5.390,00 1.250.000,00 1.244.610,00 1.208.006,20 -731.452,07
4 -9.240,00 0,00 -9.240,00 -8.879,46 -740.331,53
5 -46.750,00 687.000,00 640.250,00 609.175,91 -131.155,63
6 -6.490,00 0,00 -6.490,00 -6.113,87 -137.269,50
7 -6.490,00 0,00 -6.490,00 -6.053,34 -143.322,84
8 -5.390,00 687.000,00 681.610,00 629.455,40 486.132,56
TIR ----------------------------------------------------- > 6,25%
VPL ---------------------------------------------------------------------------- > 417.662,56
Payback ---------------------------------------------------------------------------------------------- > 4,63
Lucratividade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 17,07%
Rentabilidade ---------------------------------------------------------------------------------------- > 20,58%

Portanto, mesmo considerado os diferentes cenários, em especial o cenário


pessimista, o investimento neste projeto de implementação de Milheto melhorado
para terminação de bovinos de corte em sistema de pastejo rotacionado apresenta
vantagens para o agricultor.

10. Consideração

O projeto tem por objetivo mostrar aos proprietários, através dos


indicadores analisados, que o uso da área de maneira piqueteada com
implementação de pastagem de verão, pode ser uma alternativa economicamente
viável para terminação de bovinos de corte na região central do Rio Grande do
Sul.
Os indicadores do projeto: VLP de R$ 607.086,65, TIR 9,20%, Payback de
4,49, Lucratividade de 24,76% e Rentabilidade 32,91%, demonstram que com o
investimento representou um retorno líquido superior a R$ 6.000 reais/ha/ano,
logo trariam um significativo retorno financeiro para o agricultor.
Sendo assim, identificou-se por meio deste projeto, que o uso da
infraestrutura do estabelecimento agrícola é mais eficiente quando realizado
piqueteamento e pastejo rotacionado na pastagem de verão.
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Desta forma, pode-se concluir que fazer um planejamento tanto econômico,
quanto forrageiro, pode proporcionar ao produtor um investimento com mais
segurança, capitalizando a propriedade, agregando valor não só a produção, mas
também a propriedade.

Referências

EMBRAPA. Documentos 291. Cadeia produtiva da carne bovina: contexto e


desafios futuros. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Gado de
Corte, Campo Grande, MS, p. 1– 48, 2021.

HIRSCHFELD, H. Engenharia econômica e análise de custos. 7 ed. São Paulo:


Atlas, 2000.

HOJI, M. Administração financeira: Uma abordagem prática. 3 ed. São Paulo:


Atlas, 2001.

LOWMAN, B.G.; SCOTT, N.; SOMERVILLE, S. Condition scoring beef


cattle Edinburgh: East of Scotland College of Agriculture, 1973. 8p.

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