Você está na página 1de 23

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DR RUBENS DA ROSA GUEDES

RODRIGO SIMÕES CONDE

SISTEMA DE PASTOREIO VOISIN EM CRIAÇÃO DE GADO:


UMA REVISÃO DE LITERATURA

CAÇAPAVA DO SUL - RS
DEZEMBRO/2022
RODRIGO SIMÕES CONDE

SISTEMA DE PASTOREIO VOISIN EM CRIAÇÃO DE GADO:


UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado na disciplina de Metodologia da
Pesquisa, na Escola Técnica Estadual Dr.
Rubens da Rosa Guedes como requisito
parcial para a obtenção do título de Técnico
em Agropecuária.

CAÇAPAVA DO SUL – RS
DEZEMBRO/2022
RODRIGO SIMÕES CONDE

SISTEMA DE PASTOREIO VOISIN EM CRIAÇÃO DE GADO:


UMA REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Escola Técnica Estadual Dr. Rubens da Rosa
Guedes do como requisito parcial para obtenção do Título de Técnico em Agropecuária.

TCC defendido e aprovado em: ______/______/______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________

_______________________________________________

_______________________________________________

CAÇAPAVA DO SUL – RS
DEZEMBRO/2022

RESUMO

Como a demanda por aumento de produtividade e rentabilidade no mercado agrícola


continua crescendo, sistemas específicos foram criados para facilitar a produção e
manejo da pecuária, resultando em melhor aproveitamento do espaço físico e
aumento da produtividade em menos tempo. Um dos sistemas utilizados na região
sul é o Pastoreio Racional Voisin (PRV) para o manejo da produção agrícola e é
considerado ecológico e eficiente. Portanto, o objetivo deste projeto é estudar o
sistema PRV. Para atingir os objetivos propostos, foi realizado um estudo baseado
em levantamento bibliográfico e pode-se constatar que este é viável e de fácil
manejo, pois proporciona ao rebanho alimentação balanceada e nutritiva durante
todo o ano, proporcionando excelentes resultados. Um levantamento bibliográfico do
PRV revelou que se trata de um sistema bastante flexível e com muitos benefícios,
incluindo melhoria da pastagem, bem-estar do solo e dos animais, além do ganho de
peso. A pesquisa é realizada por meio de coleta de dados e pesquisa bibliográfica. É
considerado exploratório porque busca entender melhor o sistema Voisin. O método
é qualitativo porque a coleta de dados não é baseada em quantificação. Concluiu-se
que o sistema poderia ser implantado em propriedades rurais de todos os portes e
formas. Além disso, ainda aproveita melhor os terrenos e pastagens, respeitando o
meio ambiente e os animais manejados. Os produtores devem ser sempre
pesquisadores e analisar todo o sistema, pesquisando e ajustando conforme a
necessidade.

Palavras-chave: Sistema. Solo. Pastagem. Voisin.


LISTA DE FIGURAS

Figura 2 - Disponibilidade de pasto para ruminantes................................................16


Figura 3 – Sistemas de pecuária...............................................................................18
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 7

2 OBJETIVOS............................................................................................................. 8
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................8
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..................................................................................8

3 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................9
3.1 SISTEMA DE PASTEJO VOISIN...........................................................................9
3.2 LEIS UNIVERSAIS DO PASTOREIO RACIONAL VOISIN - PRV.......................10
3.2.1 Lei do repouso................................................................................................11
3.2.2 Lei da ocupação..............................................................................................13
3.2.3 Lei do rendimento máximo............................................................................14
3.2.4 Lei do rendimento regular..............................................................................14
3.2.5 Ponto Ótimo de repouso................................................................................15
3.3 SISTEMAS DE PECUÁRIA.................................................................................17

4 METODOLOGIA.....................................................................................................19

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS..............................................................................20

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................21

REFERÊNCIAS.........................................................................................................22
7

1 INTRODUÇÃO

A Técnica de Pastejo Rotativo Voisin busca o equilíbrio entre solo ,, pastagem


e gado, de modo que cada um tenha efeito positivo, o sistema tem como objetivo
dividir o campo em piquetes e assim deixar os animais certos dias em cada piquete.
Nos modelos tradicionais de produção agrícola, os agricultores familiares
ainda dependem de outros insumos além da propriedade, incluindo energia e
dinheiro. Tal pesquisa visa avançar na oferta e aprimoramento de alternativas aos
métodos de produção para que a agricultura familiar brasileira possa se tornar
independente e progredir na geração de renda, saúde, meio ambiente, segurança e
soberania alimentar.
Poucas propriedades rurais utilizam como base produtiva um sistema
pecuário bem gerido e produtivo (ICEPA, 2009). Sabe-se que sistemas com esse
tipo de produção podem ser muito eficientes, mas se não forem manuseados
adequadamente, podem causar enormes prejuízos financeiros ao proprietário. As
iniciativas voltadas à disseminação das práticas de PRV entre os produtores rurais
são importantes por seu baixo impacto ambiental e rentabilidade.
Nesse contexto, justifica-se a atuação na assistência técnica e na formação
de qualidade para os agricultores familiares. Portanto, esta proposta visa ajudar a
melhorar a avaliação de modelos de produção que se mostrem mais adequados às
necessidades e viabilidade dos agricultores familiares.
8

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL


Apresentar as pricipais ideias do sistema de Pastoreio Rotativo
Voisin;

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Esclarecer o que é o sistema de Pastejo Rotativo Voisin.


Buscar o aumento de lucratividade das propriedades.
Apresentar as leis do sistema de Pastejo Rotativo Voisin.
9

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 SISTEMA DE PASTEJO VOISIN

Os modelos atuais de produção de animais a pasto baseados em pastejo


contínuo ou rotacionado estão associados a altas doses de nitrogênio, que têm se
mostrado ineficientes do ponto de vista bioeconômico. No entanto, esses índices
podem ser melhorados aumentando o ganho de peso individual, principalmente
aumentando sua capacidade de carga. Portanto, há a necessidade de tornar os
sistemas de produção mais competitivos e economicamente viáveis, visto que a
produção animal no Brasil ainda apresenta baixíssima produtividade, principalmente
devido à quantidade e/ou qualidade insuficientes dos alimentos ao longo do ano
(LENZI, 2012).
Assim, André Voisin formulou quatro leis que devem ser seguidas à risca
(VOISIN, 1974). As leis estabelecem que:

1º lei é o Repouso, deixar o pasto repousar o tempo que permita o acumulo


de reservas para um proximo rebrote vigoroso;
2º lei é a Ocupação, evitar que o ruminante corte o pasto mais de uma
dentro do mesmo periodo de ocupação do piquete;
3º lei é a Ajuda, separar o rebanho em categorias, buscando atender a
necessidade nutricional de cada uma;
4º lei é Rendimentos Regulares, fornecer aos animais quantidade similar de
forragem todos os dias para obter regularidade de desempenho.

As tendências do mercado mundial atualmente apontam para a produção de produtos


alimentícios com impacto mínimo ao meio ambiente, proporcionando ao meio ambiente
condições estáveis e produtivas ao longo dos anos, e mantendo o bem-estar dos animais no
sistema de produção.
No Pastoreio Racional Voisin, o sistema desenvolve e implementa uma série de
tecnologias que visam aumentar a produtividade ambiental e proporcionar melhor bem-estar
aos animais envolvidos.
Segundo Carvalho (2000), a combinação de pastagens e árvores pode permitir que
certas espécies arbóreas agreguem ao solo biomassa rica em nutrientes, o que pode contribuir
para a sustentabilidade de pastagens cultivadas formadas em solos de baixa fertilidade natural.
Portanto, a introdução de espécies arbóreas nos sistemas de produção é de extrema
importância.
10

Segundo Montoya e Baggio (1991), ao estudar a viabilidade econômica da


introdução de mudas florestais altas para sombra em pastagens, na presença de gado,
encontraram "uma espiral de arame farpado e o uso de estacas". eficaz e deve ser adotada
pelos produtores para proteger as mudas.
Recomenda-se que as árvores do piquete sejam plantadas em sistema de piquete,
forma comum de plantio em sistemas silvipastoris, ao longo da cerca de divisa da propriedade
ou divisão de pastagem. O objetivo é geralmente serviços de proteção do solo, sombra para o
gado e melhoria da ciclagem de nutrientes. Nesse sistema, recomenda-se plantar de 4 a 5
árvores por piquete (LORENZI, 1998).
Por exemplo, Mimosa scabrella (Bracatinga) tem se destacado por seu crescimento
rápido e pioneiro e não deve faltar a capacidade de absorver nitrogênio e fósforo no solo em
plantios em áreas degradadas permanentemente preservadas (LORENZI, 1998; BACKES &
IRGANG, 2002).

Diferença entre o pastejo Voisin e o pastejo contínuo.


Fonte: Diogo Lôbo (2021)
11

3.2 LEIS UNIVERSAIS DO PASTOREIO RACIONAL VOISIN - PRV

O PRV é a forma mais moderna e eficiente de produzir gado a pasto


(MACHADO, 2010). Neste modelo de gestão, maximiza-se a captação de energia
solar, melhora-se a fertilidade do solo, protege-se o meio ambiente, respeita-se o
bem-estar animal, assegura-se um balanço energético positivo e proporciona-se o
melhor retorno do investimento a uma relação custo/benefício mais favorável
(MACHADO FILHO, 2011), ou seja, o gado e as pastagens constituem uma
associação íntima e interdependente que interage de forma alélica (VOISIN, 1974).
Para isso, é preciso ajudar o pasto a crescer, ajudar o gado na colheita e
usar recursos técnicos para transformar os fatores naturais para obter maiores e
melhores benefícios econômicos na produção.
O sistema de chaves é regido por lei, aderindo às suas diretrizes gerais,
permitindo que os produtores obtenham o máximo de retorno técnico e econômico
(MACHADO, 2010).
Para atingir esse objetivo, Voisin (1974) estabeleceu quatro leis que devem
ser rigorosamente seguidas para garantir a fisiologia e o desenvolvimento
morfológico ideal da planta. Dessas leis, duas tratam de plantas e duas de animais.
Apesar de se relacionarem diretamente com dois aspectos do ecossistema
de pastagens, seus efeitos se distribuem entre vários outros componentes do
complexo solo-planta-animal (ERPEN, 2004).

3.2.1 Lei do repouso

A primeira lei estabelece que, para que um pasto cortado com dentes de
animais seja mais produtivo, deve haver tempo suficiente entre sucessivos cortes de
dentes para que o pasto armazene as reservas necessárias em suas raízes para
iniciar uma vigorosa regeneração. e realizam suas "explosões de crescimento", ou
pastagens produtoras de massa por hectare por dia (VOISIN, 1974; MACHADO,
2010).
O ponto de desenvolvimento fenológico da pastagem, definido como ideal
12

para pastejo, é onde se permite a máxima oferta/área/tempo em termos de


quantidade e qualidade. Esse momento é denominado tempo ótimo de descanso na
curva de produtividade da pastagem e corresponde ao ponto em que a aceleração
da curva sigmóide é igual a zero (MACHADO, 2010).
Os tempos ótimos de pastejo são alcançados em diferentes intervalos de
tempo devido à sazonalidade, tipo de forragem, fertilidade do solo, umidade,
temperatura, luminosidade e outros fatores que alteram o crescimento das plantas.
A curva sigmóide é independente desses fatores. É nos períodos ótimos de
descanso que a pastagem atinge sua maior produtividade, acúmulo de proteínas e
carboidratos biodisponíveis por unidade de tempo e por unidade de área.
Após esse período, a forragem está pronta para completar seu ciclo
vegetativo, com redução folha: colmo, proporção de proteína e aumento do teor de
parede celular. A nível prático, a senescência da primeira folha basal pode ser
observada em gramíneas, e cerca de 10% das plantas florescem em leguminosas
(MACHADO FILHO, 2011).
Durante um certo número de dias de descanso, a produção de matéria
verde é exponencial. A partir do 18º dia (maio/junho), a produtividade diminui,
momento em que as plantas começam a amadurecer e a curva apresenta um ponto
de inflexão. Este pico de crescimento exponencial do dia 6 ao dia 18 foi definido por
Voisin como uma "explosão de crescimento" em que a captação de energia radiativa
ocorria excedendo o gasto energético da respiração, reabastecendo assim as
reservas da raiz. Ao longo do sigmóide ocorrem mudanças qualitativas e
quantitativas. Plantas no ponto ótimo de repouso produzem a maior massa de
matéria seca/ha, obtendo pastagens com composição química superior (VOISIN,
1974).
Imediatamente após o período de descanso, a intensidade de regeneração
é reduzida, e o pastoreio após esse período é inconveniente, pois assim não se
pode obter o rendimento máximo da pastagem e a qualidade será ruim. Por outro
lado, se um animal é autorizado a pastar antes de completar esse período de
descanso necessário, é uma violação direta da lei e põe em risco a vida do pasto,
que não tem tempo suficiente para armazenar suas raízes antes de uma nova
roçada é a sua Reserva Básica de manutenção, desenvolvimento e regeneração
(MACHADO, 2010).
Voisin observa que o período de descanso deve ser entre 20 e 40 dias,
13

dependendo das condições climáticas, fertilidade do solo e espécies vegetais. Sob


condições climáticas especiais, o período de descanso excede 40 dias. O período
máximo de descanso depende principalmente das condições do método, o período
médio utilizado no cálculo do zoneamento é de 60 dias (MACHADO, 2010).

3.2.2 Lei da ocupação

Refere-se ao tempo de ocupação da parcela, pois toda pastagem disponível


é consumida, quanto menor melhor. A Lei do Tempo de Ocupação diz: O tempo
total de ocupação de uma parcela deve ser curto o suficiente para que um pasto
cortado por dentes no primeiro dia (ou no início) do tempo de ocupação não possa
ser cortado por dentes em outro pedaço de terra. Animais, antes de saírem do
episódio (VOISIN, 1974).
A segunda lei é, na verdade, um complemento da primeira lei. De fato, se o
pasto for ceifado duas vezes por dentes de animais durante o mesmo período de
ocupação da parcela, o pasto não terá tempo de descanso suficiente para atender
aos requisitos do artigo 1. Portanto, para realizar a primeira lei, a segunda lei deve
ser realizada ao mesmo tempo. Apenas um curto período de ocupação impede a
regeneração de pastagens de corte de gado durante o mesmo período de ocupação
(MACHADO, 2010).
Do ponto de vista prático, para evitar a regeneração da pastagem de corte
enquanto ocupada, não deve ultrapassar 1 a 2 dias dependendo do tipo de
pastagem e época do ano (MACHADO FILHO, 2011).
Quando os animais podem permanecer em uma parcela por alguns dias,
existe o risco de esgotamento da regeneração, pois espécies forrageiras com alta
eficiência fotossintética e altas taxas de crescimento encontram a chave para
condições ambientais ideais dentro de dois ou três dias após serem capturadas
pelos animais ponto (MACHADO, 2010).
Embora todo o sistema seja uma complexa interação solo-planta-animal e
seja basicamente regido por quatro leis, essas duas leis expostas acima referem-se
ao componente vegetal do sistema. Por outro lado, as duas leis seguintes
envolverão a parte animal do sistema.

3.2.3 Lei do rendimento máximo


14

É necessário auxiliar os animais com maiores necessidades alimentares para


que possam colher o máximo de pastagem e proporcionar a melhor qualidade
possível (VOISIN, 1974).
O momento em que os animais entram no piquete varia de acordo com as
espécies utilizadas no pasto e uma série de fatores climáticos do solo que afetam
diretamente o crescimento do pasto. O ponto de descanso ideal é baseado no
estágio fenológico da planta, momento em que o gado estará mais apto a utilizar os
nutrientes fornecidos pelo pasto e o pasto responderá melhor durante o processo de
regeneração subsequente. Quando o gado é manejado em dois lotes, o primeiro
consome a camada superior do extrato da pastagem para máxima nutrição e o
segundo consome a camada inferior (MACHADO, 2010).
Os animais possuem exigências nutricionais relacionadas ao seu estágio de
desenvolvimento fisiológico, ou seja, novilhas prenhes e vacas em início de lactação
são mais exigentes do que novilhas e vacas secas. Segundo Machado (2010), o
grupo mais exigente entra no piquete primeiro para consumir as partes mais altas da
planta, que possuem maior digestibilidade e maior valor nutricional devido ao maior
índice de folhas novas.
Esse manejo maximiza a produção animal devido às altas cargas e alto
desempenho individual (MACHADO, 2010), tornando o manejo animal cada vez
mais eficaz.

3.2.4 Lei do rendimento regular

A produção regular é necessária porque a Quarta Lei estabelece que, para


que um animal possa fornecer uma renda estável, ele deve permanecer no piquete
por não mais que três dias.
Quando os animais baixam os pastos, consomem menor qualidade e menor
quantidade de material. O ideal é que a duração no mesmo piquete seja inferior a
um dia, pois o rendimento máximo se deve ao sobrepastoreio da pastagem e mais
pastagens (MACHADO, 2010). Somente o manejo de animais e pastagens com
absoluto respeito às quatro leis universais propostas por Voisin em 1974 é
considerado um PRV.
Olhando para os diferentes argumentos, é necessário desenvolver estratégias
15

de planejamento e manejo de pastagens que respeitem os processos de


crescimento e desenvolvimento das plantas forrageiras (ZIMMER, 2005),
interrelacionem animais, solos, plantas, condições climáticas e outros componentes
do ambiente, incluindo outros animais.

3.2.5 Ponto Ótimo de repouso

O pastoreio antes do ponto de descanso ideal perde quantidade e prejudica o


pasto perene; a colheita tardia significa perda de qualidade e quantidade. O
benefício do zoneamento é poder direcionar o pastoreio para que o gado coma o
melhor pasto na hora certa, comandado por humanos. Não faz sentido praticar o
zoneamento sem manejar pastagens (MACHADO, 2010).
"A arte de saber saltar", que nada mais é do que utilizar o piquete no ponto
de descanso ideal, independentemente da localização (MACHADO, 2010), refere-se
à capacidade de direcionar o pastoreio, conferindo à área um aspecto de tabuleiro
de xadrez. Somente assim os animais podem manter um alto nível de ingestão de
forragem de alta qualidade. Esta abordagem sinuosa garante o uso ideal do pasto.
O mesmo não acontece no pastejo rotacionado tradicional, no qual os piquetes
são pastejados em sequência, um após o outro, um ao lado do outro.
Com relação à qualidade do pasto, sabe-se que o consumo de ração é
inversamente proporcional ao percentual de fibra bruta no pasto, que aumenta com
a idade do pasto e está presente nas camadas inferiores das plantas (NRC, 1981).
A observação rigorosa de períodos de descanso ideais significa que os animais têm
maiores colheitas de pastagens, melhor proteção das pastagens e maior valor
nutricional.

Figura 1 - Disponibilidade de pasto para ruminantes


16

Fonte: DIAS, 2014.

Para pastagens no estado vegetativo correto, o gasto energético de


ruminantes por quilograma (CMSD) está diretamente relacionado à disponibilidade
de forragem (DF). Portanto, a DF deve ser manejada de forma a contemplar as
exigências nutricionais dos diferentes tipos de animais e seus respectivos ciclos de
produção (DIAS, 2014). Quanto menor o tempo de ocupação, mais tempos de
ocupação da carga instantânea máxima e maior o tempo de repouso total da parcela
(Figura 2).
As pastagens enganam, têm menor valor nutricional e o gado come menos.
A maioria das gramíneas do projeto são C4 com maior teor de parede celular.
Portanto, a observação estrita dos períodos ótimos de descanso significa maior
colheita do pasto, melhor proteção do pasto e maior valor nutricional para os
animais (MACHADO, 2010).
A colheita de pastagens antes dos pontos de descanso ideais perde
quantidade e perenes; colhe tarde e perde qualidade e quantidade. A principal
vantagem do zoneamento é a possibilidade de pastoreio direto, permitindo que o
gado coma o melhor pasto que deve, e quando deve, conduzido por homens
(MACHADO FILHO, 2011).
Em geral, pode-se dizer que, no caso das leguminosas de clima temperado, o
momento ideal coincide com 10% a 30% do período de floração. No caso de
gramíneas tropicais, é determinado quando as folhas basais estão secas, e nas
espécies eretas, quando as folhas começam a dobrar sob seu próprio peso
(MACHADO FILHO, 2011).

3.3 SISTEMAS DE PECUÁRIA

Cria: Compõe-se de fêmeas em reprodução (pode estar incluída a recria de


fêmeas para reposição, crescimento do rebanho e venda) Essa fase compreende
desde a reprodução, com inseminação e diagnóstico de gestação, por fim o
crescimento do bezerro e a desmama, que ocorre geralmente entre sete e oito
meses de idade. Além disso, os machos costumam ser vendidos imediatamente
após a desmama, com sete a nove meses de idade. As atividades consistem em
uma produção com maior quantidade e qualidade, a rentabilidade nessa fase está
17

diretamente ligada à taxa de prenhez e desmama das fêmeas na propriedade.


Recria: É a fase mais desafiadora e extensa do gado de corte. O objetivo da
fase de recria é desenvolver o animal para que ele possa expressar o máximo
do seu potencial genético, imprimindo conformação e estrutura e,
consequentemente, ganho de peso no menor tempo possível. Se o desenvolvimento
do animal não for bem feito nessa fase, o processo de engorda pode ficar
prejudicado. Esse desenvolvimento depende muito da alimentação oferecida para os
animais durante essa fase.
Engorda: Ciclo curto, onde os animais passarão por um processo de aumento
de peso e deposição de gordura na carcaça. Por questões fisiológicas a deposição
de gordura, demanda de alta quantidade de energia por parte dos animais, isso
implica em maiores custos, mas também exige muita atenção. Por isso, na maioria
das vezes, esses animais vão para um sistema de confinamento ou
semiconfinamento, onde a finalidade é ganhar peso e obter acabamento de carcaça
adequado (PREMIX, 2021).

Figura 2 – Sistemas de pecuária


18

Fonte: PREMIX (2021)


19

4 METODOLOGIA

Este estudo teve o intuíto de colher material bibliográfico e sugestionar um


novo manejo de sistema de Engorda para a Propriedade. Foi realizado uma revisão
bibliográfica sobre o modelo de subsistema de pastoreio rotativo voisin.
A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, que permitiu que se tome
conhecimento de material relevante, apanhando-se por base o que já foi publicado
em relação ao tema, de modo que se possa delinear uma nova abordagem sobre o
mesmo, chegando a conclusões que possam servir de embasamento para futuras
pesquisas.
De acordo com Köche (1997), o objetivo da pesquisa bibliográfica "foi o de
conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um
determinado tema ou problema".
Segundo Marconi; Lakatos (1999), a pesquisa bibliográfica:

não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas
propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.

Os dados contidos nesta pesquisa foram obtidos a partir de pesquisas


bibliográficas em livros, revistas e artigos da internet.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Estima-se que o produtor consiga aumentar o ganho de peso das vacas para
2,5% do peso vivo/dia. Para que assim consiga comprar vacas magras e com preço
bom, vendendo-as em curto prazo sendo vacas gordas prontas para o abate. Esse
pastoreio pode aumentar a produtividade para 20 a 50% a mais do que o produtor
consegue produzir atualmente.
Com o aumento dos teores de matéria orgânica do solo, fósforo, potássio, cobre e
zinco, espera-se que os parâmetros do solo da propriedade melhorem significativamente ao
20

longo do tempo e alcancem níveis de produção economicamente viáveis para sustentar a


família. Um campo de sobrevivência condicional.
21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Voisin Rational Pastoreio, por meio de sua tecnologia e métodos, aprimora o


aproveitamento das pastagens disponíveis na propriedade, segregando as pastagens em
piquetes e garante que os animais atinjam sua máxima produtividade e garantam sua renda
normal.
A distribuição uniforme dos dejetos dos animais no piquete ainda garante o aumento
da fertilidade do solo. Além disso, pode converter melhor a energia solar em energia química
(fotossíntese), garantindo maior produtividade das pastagens.
22

REFERÊNCIAS

BACKES, P.; IRGANG, B. Árvores do Sul: guia de identificação e interesse


ecológico. Santa Cruz do Sul: Instituto Souza Cruz, 2002.

BLASER, R.E. Manejo do complexo pastagem – animal para a avaliação de plantas


e desenvolvimento de sistemas de produção de forragens. In: Pastagens.
Piracicaba: FEALQ, 2˚ ed., 1990.

CARVALHO, M.M.; ALVIM, M.J. ed. Pastagens para gado de leite em regiões de
Mata Atlântica. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2000.

DIAS-FILHO, M. B. Diagnóstico das Pastagens no Brasil. Embrapa Amazônia Oriental,


Belém, Pará, 2014.

ERPEN, Jukio Graedd. A construção de um sistema agroecológico para a


bovinocultura: o PRV e a fazenda quero-quero. Florianópolis, SC, 2004. [142]f.
Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas)- Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro de Ciências Agrarias, Programa de pós-graduação em
Agroecossistemas.

IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2009. Rio de Janeiro, IBGE, 2010.

IBGE, Sinopse do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, IBGE, 2011.

IBGE. Senso Agropecuário. 2006

ICEPA. Números da Agropecuária Catarinense Julho, 2013.

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: Teoria da ciência


e iniciação à pesquisa. 20. ed. atualizada. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997

LENZI, A. Fundamentos do Pastoreio Racional Voisin. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 7, n. 1,


p.82-94, 2012.

LORENZI, Harri de. Árvores brasileiras: manual e cultivo de plantas arbóreas


nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1998. 352 p.

MACHADO FILHO, L.C.P. Conceituando o tempo ótimo de repouso em Pastoreio


Racional Voisin. In: 1º Encontro Pan-americano sobre Manejo Agroecológico de
Pastagens, 2011, Chapecó. Cadernos de Agroecologia. Porto Alegre: Associação
Brasileira de Agroecologia, 2011. v. 6. p. 71-72.

MACHADO, L. C. P. Pastoreio racional Voisin: Tecnologia agroecológica para o


terceiro milênio. 2. Ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010. 367 p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. São
Paulo: Atlas, 1999.
23

MONTOYA, L.J. E A.J. BAGGIO. Estudos econômicos da introdução de mudas altas


para sombreamento de pastagens. Em: Encontro Brasileiro de Economia e
Planejamento Florestal, 1. 1991. Curitiba: Anais... Embrapa Floresta. Colombo. 2:
172-191.

NUTRIENT REQUIREMENTS OF GOATS - NRC. Washing- ton, D.C.: National Academy


Press, 1981. 91p.

PREMIX. Cria, Recria e Engorda, Disponível em:


https://www.premix.com.br/blog/conheca-as-diferencas-entre-cria-recria-e-engorda/
Acesso em 27 nov. 2022.

VOISIN, A. Produtividade do pasto. 1. Ed. São Paulo: Mestre Jou, 1974. 520 p.

ZIMMER, A. H.; BARBOSA, R. A. Impactos Ambientais da produção animal em


pastagens. In Ciclo de palestras de Zootecnia- produção animal, 2005, Pontes e
Lacerda. UNEMAT, v.1.p. 43-86.2005.

Você também pode gostar