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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO

DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE


ZOOTECNIA
DISCIPLINA: HIGIENE E SANIDADE ANIMAL I

ARTHUR HERCULANO ARAÚJO


MELISSA VICTORIA XAVIER DE SOUSA
LIMA V RODRIGUES ECHEVEST

RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MANEJO HIGIÊNICO


SANITÁRIO NA CRIAÇÃO DE PEQUENOS RUMINANTES
DE PEQUENO PRODUTOR EM QUEIMADAS-PB

AREIA
2022
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

A criação de pequenos ruminantes tem grande importância cultural, social e econômica para a
região, desempenhando um papel determinante no desenvolvimento do Nordeste e se
consolidando como uma atividade rentável. Atualmente com o consumidor mais exigente e
preocupado com a saúde e qualidade dos alimentos têm surgido maior preocupação com a
obtenção de um leite que apresente um mínimo de contaminação microbiana e, o manejo
sanitário correto na ordenha é primordial para obtenção de um produto de boa qualidade
(Manejo Sanitário da Ordenha e Qualidade do Leite Caprino: Estudo de Caso de Unidades
Produtoras no Município de Monteiro-PB).
O presente relatório tem por finalidade a discriminação de dados coletados em pequena
produção de caprinos em propriedade rural denominada Fazenda Cajarana com foco produtivo
em produção leiteira de caprinos e bovinos, localizada no município de Queimadas no Estado
da Paraíba, analisando as concordâncias e discordâncias com o que foi estudado na disciplina de
Higiene e Sanidade Animal durante o período letivo 2022.1 como o manejo sanitário da
ordenha, a manutenção e higiene das instalações, esquema vacinal, nutrição, bem como o
cuidado da qualidade do leite.

METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de visita de um dos integrantes do grupo à


propriedade rural, onde foi realizada perguntas que compunham o questionário formado
pelas perguntas disponibilizadas em orientação do docente sem preferência de alteração por
parte do grupo, logo após a coleta das respostas, foi realizada análise das fotografias feitas
na propriedade e elaboração do relatório.

RESULTADOS

Durante a visita, o produtor respondeu às perguntas do questionário que foi planejado e dividido
de acordo com o tema das perguntas que estão listadas abaixo, seguidas das respostas do
produtor. São elas:

VULNERABILIDADE E ENTRADA DE AGENTES DE DOENÇAS:

REALIZA QUARENTENA DE ANIMAIS RECÉM ADQUIRIDOS OU RECÉM


INGRESSOS? Não
FAZ SOLICITAÇÃO DE GTA (GUIA DE TRÂNSITO ANIMAL) PARA INGRESSO DOS
ANIMAIS E PARA SAÍDA (VENDA DE ANIMAIS)? Não

SOLICITA ATESTADO SANITÁRIO OU EXAMES PARA INGRESSO DOS ANIMAIS?


Não

REALIZA HIGIENE DOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE DOS ANIMAIS? Não

PRÓXIMO ÀS INSTALAÇÕES DOS ANIMAIS (CURRAIS, BRETES, BAIAS, ETC.) TEM


ESTRADAS POR ONDE PASSAM ANIMAIS DE OUTRAS PROPRIEDADES (A PÉ OU
EM VEÍCULOS)? Não

OUTROS?

Resposta: A criação por participar de um projeto da prefeitura compartilha de um mesmo


reprodutor entre os associados do projeto, podendo assim ser fonte de transmissão de
patógenos.

HIGIENE DAS INSTALAÇÕES

COMO É FEITA A LIMPEZA E HIGIENE? Fazem uso de pá, vassoura e enxada

FREQUÊNCIA DE LIMPEZA E HIGIENE? 4 dias por semana

SANEAMIENTO AMBIENTAL

DESTINO DOS EXCREMENTOS(FEZES, ESTERCO, ETC.) E ÁGUA RESIDUAIS (neste


item é importante falar o que é feito, destino e tratamento dado aos dejetos e águas residuais
das atividades produtivas)? Numa composteira, logo depois é utilizado em pequenas hortas.

DESTINO DOS ANIMAIS MORTOS E/OU RESTOS PLACENTÁRIOS? Resposta: Jogados


em locais afastados da propriedade

DESTINO DO LIXO (MATERIAL USADO PARA TRATAMENTO DE ANIMAIS:


SERINGAS, CAIXAS DE MEDICAMENTOS, VACINAS, AGULHAS, SONDAS, ETC)?
Queimados em locais distante da propriedade

FAZ RECICLAGEM OU APROVEITAMENTO DE ALGUM TIPO DE RESÍDUO (ex:


esterco, cama de aviário, etc) SE SIM, QUAL A FORMA DE UTILIZAÇÃO? Apenas do
esterco para utilização em hortas
FONTE DE ÁGUA

ORIGEM DA ÁGUA UTILIZADA PARA A EXPLORAÇÃO (TIPO DE FONTE E ORIGEM


DA ÁGUA)? Água de açude

REALIZA ALGUM TRATAMENTO DA ÁGUA UTILIZADA? SE SIM, QUAL? Não

FONTE E TIPO DE ALIMENTO

QUAL A FONTE DE ALIMENTO?


Resposta: Palma orelha de elefante, capim brachiaria e grama tifton
ONDE E COMO O ALIMENTO É ARMAZENADO?
Resposta: Mantido em carroças ou em lugares abertos e sombreados.
HIGIENE DO LOCAL DE ARMAZENAMENTO DO ALIMENTO DOS
ANIMAIS: FREQUÊNCIA E MÉTODO.
Resposta: Semanalmente.

VACINAÇÕES
QUAIS AS VACINAS QUE UTILIZA? QUAL A FREQUÊNCIA DE VACINAÇÃO?
Resposta: Vermífugos trimestral, Clostridiose semestral, e raiva anual.
CONSERVAÇÃO DAS VACINAS ANTES DA APLICAÇÃO (Temperatura
ambiente, geladeira, freezer) Resposta: Geladeira
QUEM REALIZAA APLICAÇÃO DAS VACINAS? MÉDICO VETERINÁRIO,
PRÓPRIO PRODUTOR, PESSOA CONTRATADA, FUNCIONÁRIO?
Resposta: O próprio produtor.

ORDENHA
Quando tiver ordenha, verificar o tipo de ordenha, se é feito o manejo higiênico
correto da ordenha, higiene dos equipamentos (baldes, vasilhames etc.), higiene
do ordenhador etc.
Resposta: A ordenha é feita de forma manual, realizando a limpeza dos peitos com
água antes da tirada e pós-dipping com solução de iodo, cloro e clorexidina.

DISCUSSÃO
De acordo com as respostas do produtor, observa-se que não há um seguimento
de normas de higiene e sanidade animal como é orientado pelas instituições,
expondo os animais a possíveis contaminações por agentes patógenos.
Inicialmente, é descrito que não há exigência do GTA (Guia de Transporte Animal) e
de atestados sanitários, não realiza a higienização dos veículos que transportam os
animais e também foi relatado que devido a produção ser parte de um projeto ofertado
pela prefeitura, compartilham de um mesmo animal reprodutor entre os associados do
projeto, aumentando assim o risco de contaminação e transporte de agentes patógenos.
Quando se trata da higienização, o produtor escolheu a limpeza seca que é
composta pelo uso de vassoura, enxada e pá na frequência de 4 vezes por semana.
No que corresponde ao saneamento ambiental, a composteira é a escolha do
produtor para logo após os excrementos serem utilizados em uma
horta da propriedade. Em caso de descarte de animais mortos e restos placentários,
são descartados em locais afastados da propriedade bem como o lixo correspondente
ao material utilizado em manejo veterinário como seringas, caixa de remédios, luvas,
são levados para longe da propriedade e são queimados. A propriedade só reutiliza o
esterco dos animais para adubação em hortas. O abastecimento de água é feito por
água de açude e não realiza nenhum tipo de tratamento da água.
Os animais são alimentados com palma orelha de elefante, brachiaria e grama tifton,
que são armazenados em carroças ou em lugares abertos e sombreados e a higiene dos
locais é realizada semanalmente. Quanto à vacinação, os animais são vermifugados
trimestralmente, Crostidiose aplicada semestralmente e a vacina da raiva anualmente.
As vacinas são conservadas na geladeira e aplicadas pelo próprio produtor.
A ordenha da propriedade é feita de forma manual, realiza-se os procedimentos de pré
e pós-dipping com solução de iodo, cloro e clorexidina, agindo de acordo com o que é
orientado no processo de ordenha.
Em outra realidade onde o produtor segue as orientações de higiene e sanidade,
o produtor deveria realizar a quarentena dos animais recém chegados e recém
ingressos no rebanho, solicitar o Guia de Transporte Animal para ingresso e
egresso de animais, realizar a higiene dos veículos transportadores dos animais.
Realizar a limpeza seca todos os dias nas instalações dos animais e a limpeza
úmida também. No descarte dos animais e restos placentários, deveriam ser
descartados corretamente enterrados ou incinerados. No abastecimento de água,
deveria ser realizado o tratamento da água antes de ser destinada aos animais. O
armazenamento do alimento deveria ser feito em local próprio, onde não corresse
risco de contaminação devido aos ratos, moscas e outros agentes contaminadores,
ambiente fechado, coberto e que sua higienização seca fosse realizada
diariamente.
No esquema vacinal, a aplicação deveria ser realizada por profissional capacitado.

CONCLUSÃO

Com um rebanho de 12 cabras e de 2 bodes, aparentemente a produção não foi


afetada pela falta de orientação higiênica e de sanidade, apesar de ser necessário
alterações quanto ao descarte de carcaças, armazenamento de alimento e ao controle
de entrada e saída de animais da propriedade. Notou-se que o manejo discorda de
vários pontos
discutidos em sala de aula na disciplina de Higiene e Sanidade Animal I.

REFERÊNCIAS

MORORÓ, , A.M., et al., *Manejo Sanitário da Ordenha e Qualidade do Leite


Caprino: Estudo de Caso de Unidades Produtoras no Município de Monteiro-PB*,
Mossoró – RN, UFERSA, 2011.

Oliveira, E.L., *Manejo sanitário de pequenos ruminantes* - Sobral: Embrapa


Caprinos e Ovinos, 2008. 27 p. ñ (Documentos / Embrapa Caprinos e Ovinos, ISSN
1676-7659,

ANEXOS

Legenda: Horta onde os excrementos são despejados e utilizados na


compostagem.
Legenda: Carroça onde o alimento é armazenado.
Carroça onde o alimento é
armazenado Descarte da sujeira dos
apriscos

Armazenagem do alimento dos


animais
Limpeza seca sendo realizada no
aprisco
Bacia de água onde os animais
bebem

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