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PRODUTOS DE ORIGEM
ANIMAL NO CONTEXTO
DA SAÚDE ÚNICA
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recursos, aumento de preço em função da qualidade e aspectos de
sustentabilidade valorizados no mercado nacional e internacional.
O apoio para essas práticas do bem tem sido apresentado tanto por
entidades governamentais por meio de leis, decretos, resoluções, instruções
normativas, manuais de orientação quanto por organismos não governamentais
como a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação)
pelo programa SARD Sustainable Agriculture and Rural Development
(Desenvolvimento Sustentável Agrícola e Rural).
Em resumo, as boas práticas agropecuárias buscam proteger o meio
ambiente (por meio do atendimento às legislações ambientais), garantir a
segurança dos alimentos (por meio das legislações e normas de segurança
alimentar), promover a segurança das pessoas (em especial dos trabalhadores
rurais, utilizando-se de legislações trabalhistas) e promover o bem-estar animal
(por meio de normas, legislações do Ministério da Agricultura), tendo relação
direta com o conceito de saúde única, o qual leva em consideração a saúde do
ser humano, a saúde do animal e a saúde ambiental.
Para cada tema a seguir serão feitos resumos dessas boas práticas
agropecuárias, no sentido de dar uma ideia geral sobre o tema, pois para cada
um deles existem normas, guias, legislações e, portanto, seria inviável colocá-los
integralmente neste material.
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a propriedade já ter definido seus objetivos e a forma de alcançá-los,
estabelecendo os responsáveis bem como um cronograma de execução; treinar
os envolvidos, apresentando suas responsabilidades, funções e recompensas;
fornecer equipamentos e instalações adequados, levando em consideração a
escala e a tecnologia do sistema produtivo; dispor e realizar os controles para
fazer a gestão da fazenda, podendo ser informatizado ou não; levantar os custos
de produção e suas margens de modo a acompanhar e avaliar o desempenho
econômico da propriedade; calcular o balanço financeiro anual que dá uma ideia
de saúde financeira do negócio; realizar informatização da fazenda, o que é
recomendável levando em conta bases sólidas dos dados manuais.
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ser preservada segundo o Código Florestal Brasileiro), áreas com inclinação entre
25 e 35 graus, manutenção da licença ambiental atualizada bem como as demais
autorizações ambientais. Recomenda-se ainda, como boa prática ambiental, a
conservação do solo, educando ambientalmente os funcionários e fazendo o
descarte correto de resíduos.
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1.7 Bem-estar animal
Conhecer o histórico desde o nascimento (ou pós desmame) até seu abate
é um requisito de qualidade importante, comercialmente falando. O animal deve
ser identificado de forma única, permanente e inviolável, e o rastreamento se dará
com base nessa identificação única, sendo que, por meio dela, devem-se manter
registros sobre nascimento, morte, reprodução, desempenho produtivo,
fornecimento de suplementos energéticos, proteicos e minerais, controles
sanitários preventivos e curativos; exigir a Guia de Trânsito do Animal (GTA) na
entrada e saída dos animais da propriedade; e usar esses históricos para mostrar
para fiscais e auditores tanto do Ministério da Agricultura, quanto das
certificadoras.
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1.12 Manejo reprodutivo
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Nas instalações, deve-se levar em conta a necessidade de ventilação,
umidificadores, isolamento térmico, cortinas, sombreamento e grama ao redor,
aquecimento dos escamoteadores e creches.
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no rebanho, adaptação sanitária de 30 a 90 dias), barreira verde, cerca de
isolamento, limitar acesso de caminhões, banho e ou troca de roupas
descartáveis. É preciso ainda cuidar da qualidade da água consumida, cuidar da
qualidade e segurança da alimentação fornecida, destinar corretamente animais
mortos, fazer a gestão correta dos resíduos, manter disponível um dispensário de
medicamentos veterinários mínimo, com intuito de atender emergências (via oral,
venal, por meio da água ou da ração), programa de controle de pragas (ratos e
moscas).
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ou morte da fêmea ou dos leitões, indução do parto), assistência no parto
observando seus sinais diariamente (registrando vivos, natimortos e mumificados,
intervenção em partos complicados, aplicar ocitocina se necessário, manejo do
leitão evitando sua morte, infecção, acompanhamento da primeira mamada,
procedimentos posteriores como corte do rabo, desgaste da dentição e aplicação
de ferro, castração dos machos, controle mamada e ganho de peso, introdução a
ração). O manejo das porcas lactantes tem como consequência o bom
desenvolvimento dos leitões e, para garantir sucesso nas futuras reproduções, é
preciso levar em conta sanidade local e do animal, evitando cascos inadequados
para locomoção, infecções intrauterinas e mamárias.
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estrutura física e cobertura do caminhão adequadas. Além disso, os animais
devem passar por jejum de alimentação de 12h a 15h somente com fornecimento
de água limpa. A infraestrutura para remoção dos animais da propriedade, como
rampas de embarque e tábua de manejo, deve estar de acordo com o padrão,
evitando-se choque no animal.
2.11 Alimentação
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tangíveis, tais como: ambiente, segurança alimentar, aspectos sociais e bem-estar
animal”.
Em 2007, em uma nova Circular Técnica, somaram-se à definição anterior
as seguintes palavras: “as boas práticas devem atender as necessidades da
agroindústria, do consumidor e as diretrizes do governo, pelo interesse na
melhoria do complexo da cadeia produtiva que busca o aumento da qualidade e
manutenção da competitividade global dos produtores” (Embrapa, 2007), trazendo
a necessidade da aplicação das boas práticas ao mercado global. O Brasil é o
terceiro maior produtor mundial de carne de frango, o quarto maior consumidor e
o primeiro maior exportador mundial, segundos dados da EMBRAPA (2020b).
Com base na Circular Técnica n. 51, 2007, da Embrapa serão expostos os
oito principais requisitos relacionados a BPAFC:
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fertilizantes vendidos como resíduos de produção de acordo com MAPA, ter
sistema de armazenamento e tratamento de resíduos adequados), uso de
resíduos no solo (o aproveitamento do resíduo orgânico deve ser feito com base
no balanço de nutrientes, a aplicação de adubo deve ser adequada para aquele
solo, os empregados devem ser treinados e possuir equipamentos de proteção
para garantir a segurança da sua saúde), segurança ambiental (melhorar sempre
de acordo com as leis vigentes, máquinas de resíduos sempre com manutenção
e calibração, cuidado com a alimentação para melhorar dejetos dos animais,
mantendo uma lista de contatos telefônicos de emergência e segurança).
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controlada, tratada e própria para virar fertilizantes depois. No caso de reúso da
cama, verificar que ela está livre de Salmonellas sp.
3.5 Alimentação
Toda fabricação de rações deve ser registrada no MAPA e ser feita com
ingredientes também devidamente registrados, e as rações devem atender aos
padrões de boas práticas de fabricação do recebimento, fabricação e estocagem.
3.6 Água
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As boas práticas agropecuárias no que tange à cadeia produtiva do leite
devem levar em consideração um conjunto de normas nos seguintes pontos da
propriedade, segundo o Guia de Boas Práticas Agropecuárias do Leite da FAO e
IDF (2013):
Garantir que a ordenha não seja fonte de perigos nem para o animal nem
para o leite, evitando lesões na rotina de ordenha, com ambiente, equipamentos
e manipulador estejam devidamente higienizados. É preciso manipular o leite
adequadamente após a ordenha, garantindo limpeza e temperatura correta no
armazenamento nos tanques.
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4.5 Meio ambiente
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• Pastos: permitida somente a adubação verde; proibido uso de fogo nas
pastagens (queimadas);
• Proibido: uso de ureia, promotores de crescimento sintéticos, estimulantes
de apetite sintéticos, corantes artificiais, dejetos de animais (mesmo
processados), restos de animais (descartes de abate para ruminantes), uso
de hormônios.
• Alimentação animal: exclusivamente de produto vegetal orgânico, não
transgênico;
• Tratamentos veterinários: somente com fitoterápicos e homeopáticos,
acupuntura e medicina ayurvédica;
• Reprodução: somente monta natural (sem inseminação artificial);
• Vacinas: permitida a vacinação oficial obrigatória.
• Proibidas mutilações: pensando bem-estar animal.
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aumentando o acesso a toda a população, fortalecendo esse ciclo produtivo do
bem.
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REFERÊNCIAS
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IFOAM - International Federation of Organic Agriculture Movements. Normas
básicas para a produção e processamento de alimentos orgânicos. Mar Del
Plata: Argentina: IFOAM General Assembly, nov. 1998.
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