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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
• Água
Alto nível de higiene e qualidade da água.
A qualidade microbiológica da água deve ser monitorada por análises
microbiológicas e pode ser aprimorada na fazenda por técnicas de filtração,
cloração, ozonização e raios UV.
Pesquisas: A adição de ácido lático na água antes do abate reduziu o nível de
contaminação das carcaças por Campylobacter. E a adição de monocaprato de
glicerol (monocaprina) nos últimos 3 dias antes do abate reduziu Campylobacter
nas amostras de fezes de galinhas infectadas naturalmente ou artificialmente.
• Galpão
Reparos na estrutura da granja;
Se houver rachaduras no piso ou for necessária alguma manutenção, o conserto
deve ser feito antes de alocar novas aves.
Limpeza e desinfecção de todo o ambiente, gaiolas, bebedouros, calhas, piso,
parede, teto e telas.
Vazio sanitário de no mínimo 15 dias após concluídos todos os procedimentos de
limpeza e desinfecção.
Antes de repor aves no galpão realizar análises microbiológicas através de suabes
de arrasto nos pontos estratégicos do galpão, buscando locais de maior
permanência das aves como suabes de comedouros, bebedouros, piso e demais
locais.
Despovoamento completo do lote ao em vez do desbaste.
• Descarte de resíduos
Remoção de aves mortas;
Distância entre o resíduo e os galpões.
Distância inferior a 200 metros, o risco de infecção do lote pode aumentar 5 vezes
ou mais.
• Imunização passiva
A colonização por Campylobacter ocorre naturalmente em pintos de 2 ou 3
semanas de idade devido à disponibilidade de anticorpos maternos protetores nos
soros de pintinhos nas primeiras semanas após a incubação. Essa proteção passiva
pode ser mantida pela administração de imunoglobulina específica
para Campylobacter tipo Y (IgY).
• Caixas de transporte
Bom estado de conservação e manutenção, limpas e sem apresentar superfícies
irregulares pontiagudas que possam causar lesões nas aves.
As aves frequentemente defecam tanto na superfície da caixa como em outras
aves, potencialmente levando ao aumento da contaminação da carcaça. E as
condições úmidas das caixas são benéficas para o desenvolvimento
do Campylobacter.
3) Frigorífico:
• Recepção das aves
Plataforma coberta e com ótima ventilação;
Exaustores e ventiladores devem ser posicionados para remover o calor de dentro
das caixas, proporcionando uma boa circulação de ar.
• Local de espera para o abate
Higiene e desinfecção correta na entrada e saída das aves, pois as fezes, o solo e
a água residual podem ser reservatórios de Campylobacter.
• Tempo de jejum das aves: Não exceder 12 horas entre a retirada da ração na granja
até o momento do abate.
Com o aumento do estresse das aves, há maior motilidade intestinal, o que
incentiva a maior liberação fecal. O jejum prolongado causa aumento da
permeabilidade intestinal, fazendo com que as bactérias presentes no intestino das
aves sejam absorvidas, aumentando a contaminação.
O pH do papo das aves aumenta e com isso, favorece a proliferação de
Campylobacter.
• Instalações do frigorífico
Boas práticas de higiene e desinfecção, uso de tratamentos físicos e químicos.
• Escaldagem
O fluxo de água deve ser contra corrente para evitar contaminação por
Campylobacter e deve ser completamente renovada a cada 8 horas.
• Evisceração
A colonização do intestino de frangos de corte por Campylobacter durante a
criação é responsável pela contaminação das carcaças após o processamento,
ocorre mais favoravelmente durante a escaldagem e a evisceração, com as fezes
vazando da cloaca e a ruptura do ceco.
4) Consumidor final:
• Biofilme e contaminação cruzada
Devido a capacidade de formação de biofilme em superfícies de contato, o
consumidor deve ter cuidado com a contaminação cruzada na manipulação de
alimentos e utensílios de cozinha (facas, tábuas de corte, esponjas, etc).
• Proteger os alimentos do contato com animais como aves, insetos e roedores, que
podem veicular a bactéria.
Referências:
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