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17/11/2022

Campylobacter

Campylobacter
CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Família Campylobacteraceae
• Géneros Campylobacter (bastonete curvo) e Arcobacter

• Género Campylobacter é constituído por 13 espécies, 4 subespécies e


3 biovares.

• Género Campylobacter responsável por processos gastroentéricos no


Homem e animais e processos infeciosos do aparelho reprodutor de
bovinos e ovinos.

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Campylobacter
CONSIDERAÇÕES GERAIS
• Campylobacter spp. produz três sintomas nos humanos: doença febril
sistémica, doença peridontal e, mais comum gastroenterite.

• Espécies do Género Campylobacter mais relevantes para o Homem:


C. jejuni; C. coli e C. lari (gastroenterites).

Campylobacter
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Bastonetes curvos, em espiral ou em S, Gram negativo
• Móveis, um flagelo polar (movimento em ziguezague)
• Oxidase positiva

• Metabolismo respiratório.
Não utilizam hidratos de carbono como fonte de energia (nem via oxidativa nem fermentativa)
Obtêm energia por desaminação e oxidação de alguns aminoácidos (ácido glutâmico e ácido
aspártico).

• Microaerofílicos
O seu crescimento é estimulado pelo hidrogénio.

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Campylobacter
EPIDEMIOLOGIA
• As espécies C. jejuni e C. coli são comensais do trato intestinal de
uma grande variedade de animais domésticos e selvagens.

• Os bovinos e ovinos são o principal reservatório de C. fetus subesp.


fetus, cujo habitat é o intestino e a vesícula biliar.
Os bovinos são o reservatório de C. fetus subesp. venerealis cujo
habitat é a mucosa do pénis, prepúcio e porção distal da uretra dos
machos.

Campylobacter
TRANSMISSÃO
Transmissão
Contacto direto com animais infetados
Consumo de águas e produtos lácteos contaminados
Aves contaminadas mal cozinhadas

Campylobacter não se multiplica nos alimentos (ao contrário da Salmonella e staphylococci)

Contaminações cruzadas (através de utensílios contaminados)

Pessoa a pessoa
Transmissão sexual

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Campylobacter
TRANSMISSÃO

Campylobacter
PATOGENIA
• C. jejuni e C. coli gastrenterites no Homem. C. lari menos frequente e grave.
Doentes imunodeprimidos – infeções extra-intestinais: colecistites, artrite reativa, síndrome de
Guillain-Barré.
Bovinos e ovinos – aborto no final da gestação (placentite e septicemia fetal)

• C. fetus subesp. venerealis – infertilidade enzoótica resultante da inflamação crónica do útero,


vagina, cérvix e oviduto. Aborto esporádico em ovinos e bovinos.
No Homem associado a processos gastroentéricos mas também a infeções extra-entéricas
(meningites, artrites, hepatites, peritonites) principalmente em doentes imunodeprimidos.

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MOTILIDADE CONTRIBUI PARA


A SUA HABILIDADE DE COLONIZAR E INFETAR
A MUCOSA INTESTINAL

Campylobacter
PATOGENIA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• As enterites causadas por C. jejuni e C. coli são acompanhadas por
hipertermia, vómitos, dores abdominais e diarreia profusa com fezes
aquosas ou mucosas e sanguinolentas.

Diarreias tipo secretórias (fezes aquosas) sugerem adesão e libertação de toxinas citotóxicas no
interior do enterócito.
Diarreias tipo inflamatório (fezes mucosas e sanguinolentas) sugerem invasão e proliferação das
bactérias no interior do enterócito, causando lesão e morte celular como também reação
inflamatória superficial.

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Campylobacter
PATOGENIA

Campylobacter
RESERVATÓRIO,
TRANSMISSÃO
E PATOGENIA

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Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DAS AMOSTRAS
• Amostras fecais , zaragatoas ou espátulas. Sangue

• Não existem requisitos especiais para a colheita, transporte e processamento das


amostras clínicas.

• Se transporte demorar mais de 2 horas utilizar o meio de transporte Cary-Blair.


Processar de imediato ou conservar a 4 ℃.
• Devem ser semeadas nas 24 horas que se seguem à colheita.

Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA

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Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
CULTURA

• Meios de cultura seletivos


Meio base com sangue e
Vancomicina, polimixina e trimetoprim – SKIRROW
Vancomicina, polimixina, trimetoprim, cefalotina, anfotericina – BLASER
Cefoperazona, colistina, vancomicina, anfotericina - BUTZLER

• Incubação: 42 ℃ /48 h
Atmosfera microaerofílica (5% O2 + 10% CO2 + 85% N2)

Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
CULTURA

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Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
CULTURA – COLÓNIAS
Colónias incolores, cinzentas, amareladas ou rosadas, não hemolíticas,
arredondadas e elevadas ou achatadas, brilhantes.

Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO

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Campylobacter
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS DAS ESPÉCIES DE Campylobacter
25℃ 42℃ Oxidase Catalase Nitratase H2S Hidrólise Ácido
Hipurato Nalidíxico

C. jejuni - + + + + - + S

C. coli - + + + + - - S

C. laris - + + + + - - R

Campylobacter
TRATAMENTO

• Fármaco de escolha - Eritromicina


Tetraciclinas, aminoglicosídeos (gentamicina) e fluoroquinolonas também podem
ser utilizados.
Algumas estirpes de C. jejuni e C. coli são resistentes à Tetraciclina (mediada por
plasmídeos).
Muitas estirpes de Camylobacter resistentes às fluoroquinolonas.

• No Homem as gastrenterites causadas por C. jejuni e C. coli são normalmente


autolimitadas.
Antibioterapia reservada a casos mais graves.

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Campylobacter
PROFILAXIA
• A maior parte destas infeções são de origem alimentar e do contacto
com animais infetados.

• O controlo depende da higiene e da manipulação dos alimentos e do


contacto com os animais.

• Os alimentos, depois de cozinhados não devem entrar em contato,


nem com os alimentos crus, nem com os utensílios e superfícies onde
estes foram preparados, se não estiverem lavados.

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Helicobacter pylori

Helicobacter pylori
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Bacilo curvo Gram negativo
Móvel
Não capsulado
Oxidase, catalase e urease positivo

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Helicobacter pylori
EPIDEMIOLOGIA
H. pylori é a causa mais comum de gastrite no Homem. Também se
encontra em úlceras gástricas e duodenais e cancro do
estômago.

Em países desenvolvidos, 20% das pessoas com menos de 40 anos e 50% das pessoas com
mais de 50 anos estão infetadas.
Nos países em desenvolvimento a maioria dos adultos está infetada.

Helicobacter pylori
PATOGENIA

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Helicobacter pylori
PATOGENIA

Helicobacter pylori
PATOGENIA
• A motilidade do H. pylori permite escapar à acidez
do estômago e “refugiar-se” e colonizar a mucosa
gástrica.

• A enzima urease também tem um papel


significativo na sobrevivência e crescimento do H.
pylori no estômago ao criar um microambiente
alcalino.

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Helicobacter pylori
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
COLHEITA DA AMOSTRA: Endoscopia com recolha de biópsia da mucosa gastroduodenal

TRANSPORTE: meio de Stuart

MEIOS DE CULTURA
Gelose Brucella com sangue de carneiro (não seletivo)
Meio de Skirrow (seletivo)

INCUBAÇÃO:
Os meios devem estar húmidos aquando da inoculação
Atmosfera microaerofílica 37 ℃ / 48 a 72 h

Helicobacter pylori

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Helicobacter pylori
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
IDENTIFICAÇÃO
Mobilidade
Coloração de Gram: morfologia e reação tinturial
Oxidase
Urease

Helicobacter pylori
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO - Dois testes que detetam a urease

Teste do sopro: Não invasivo. Ingestão de ureia marcada (14C ou 13C)


Ar expirado e deteção do Carbono marcado pelo contador de
cintilações

Teste CLO (Campylobacter-Like Organisms)


Biópsia num meio com ureia e indicador de pH

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Helicobacter pylori
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
• Deteção por NAAT (Reações de PCR)
Efetuada na placa dentária e nas fezes

• Serodiagnóstico. Deteção de anticorpos IgG e IgA.


Os resultados variam conforme o método usado para confirmar a infeção por H. pylori, a fonte do
antigénio usado para detetar os anticorpos e a população estudada.
A utilidade desta metodologia ainda não foi definida e pode não diferenciar entre infeção activa vs.
passada de H. pylori.

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Helicobacter pylori
TERAPÊUTICA
• Terapia sequencial (regime terapêutico consensual).
Combinação de dois ou três antibióticos durante, pelo menos uma
semana.
omeprazole*/amoxicilina 14 dias
omeprazole*/amoxicilina/claritromicina/metronidazol 7 dias
*Inibidor da bomba de protões

• Após duas terapias falhadas:


cultura e testes de sensibilidade aos antibióticos

Helicobacter pylori
PROFILAXIA
NÃO HÁ MEDIDAS PROFILÁTICAS ESPECÍFICAS NEM VACINA EFICAZ

PREVENÇÃO

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