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Bactérias Causadoras de Doenças do Trato

Gastrointestinal, Sistema Nervoso, Trato


Respiratório e DST

Conteudista: Prof.ª Dra. Niara da Silva Medeiros


Revisão Textual: Prof.ª Ma. Sandra Regina Fonseca Moreira

Material Teórico

Material Complementar

Referências
1/3

Material Teórico

 Objetivos da Unidade:

Conhecer e identi car as principais bactérias causadoras de infecções no


trato gastrointestinal, sistema nervoso, trato respiratório e trato genital;

Caracterizar suas morfologias, fatores de virulência, aspectos clínicos,


diagnóstico e tratamento

Bactérias Causadoras de Doenças do Trato


Gastrointestinal - Parte II

Ordem Campylobacterales: Campylobacter e Helicobacter

Campylobacter
Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns

O gênero Campylobacter spp. é conhecido por causar diarreia em humanos e animais. Existem
vários reservatórios animais para Campylobacter, tais como bovinos, ovinos, roedores, aves
domésticas e pássaros silvestres. As infecções humanas são adquiridas pelo consumo de
alimentos contaminados, sobretudo aves, leite ou água.

Estudos demonstraram uma associação entre infecção e consumo de leite em frascos cujas
tampas tenham sido bicadas por aves selvagens. Animais domésticos, como cães e gatos,
podem se infectar e ser uma fonte de infecção humana, particularmente para crianças
menores. A disseminação pessoa a pessoa pela via fecal-oral é rara, assim como a
transmissão por pessoas que manipulam alimentos.

A patologia grave e o aspecto histológico da ulceração e da superfície mucosa hemorrágica


in amada no jejuno, íleo e cólon (Figura 1) são compatíveis com a invasão da bactéria, mas a
produção de citotoxinas por C. jejuni também foi demonstrada. Invasão e bacteremia são
eventos relativamente comuns, sobretudo em neonatos e adultos debilitados.

Os sintomas clínicos causados por Campylobacter são muito parecidos com as diarreias
causadas por Salmonella spp. e Shigella spp., com diarreias sanguinolentas. Porém, tem um
período de incubação mais longo (2 a 11 dias) e uma duração mais prolongada (3 dias a 3
semanas).
Figura 1 – Enterite in amatória causada por
Campylobacter jejuni
Fonte: GOERING; et al., 2014, p. 276

Acometendo toda a mucosa, com vilosidades achatadas e


atró cas, debris necróticos nas criptas e espessamento da
membrana basal

Morfologia
Campylobacter spp. são bastonetes gram negativos, têm formato curvo, em forma de S, ou asa
de gaivota (Figura 2).
Figura 2 – Campylobacter jejuni - Coloração de Gram
mostrando bacilos gram negativos, em forma de S
Fonte: GOERING; et al., 2014, p. 276

Estruturas Antigênicas
Campylobacter jejuni é uma bactéria que causa infecção intestinal e, às vezes, também pode
invadir a circulação, causando infecção em diferentes órgãos. Porém, isso ocorre nos
primeiros estágios da doença, já que é sensível ao poder bactericida do soro humano e
rapidamente é eliminada da circulação. A infecção intestinal localiza-se nos intestinos delgado
e grosso, onde a bactéria adere e prolifera.

Os três principais mecanismos de produzir a gastroenterite estão relacionados a fatores de


adesão ( agelo, proteínas externas e adesinas), invasão (micro lamentos, microtúbulos) e
produção de toxinas.

Características de Cultivo (meios seletivos e de


enriquecimento), coloração, diagnóstico diferencial (cultura
e identi cação)
São microrganismos exigentes quanto ao cultivo, são microaeró los (necessitam de baixo
teor de oxigênio), termó los (crescem em 42°C) móveis pela presença de um agelo. Dentre
as espécies, a mais comum é Campylobacter jejuni.

É possível estabelecer um diagnóstico presuntivo de enterite por Campylobacter quando se


observa, em preparações de amostras de fezes diarreicas coradas pelo método de Gram, a
presença de formas características gram-negativas curvas, em formato de S ou em asa de
gaivota, ou ainda em espirais longas. Pode-se considerar o exame de preparações a fresco ou
de esfregaços corados de todas as amostras de fezes diarreicas à procura de leucócitos
polimorfonucleares e presença de formas bacterianas sugestivas de espécies de Campylobacter.
Em alguns laboratórios, as amostras de fezes para pesquisa de espécies de Campylobacter não
são ainda mais processadas, a não ser que seja constatada a presença de leucócitos
polimorfonucleares. A justi cativa para essa prática reside na pouca probabilidade de
isolamento de espécies de Campylobacter em números clinicamente signi cativos a partir de
amostras de fezes com ausência de leucócitos. O tempo gasto e o uso de meios especiais de
cultura para amostras nas quais existe pouca probabilidade de isolamento de microrganismos
importantes não são considerados economicamente viáveis.
Saiba Mais
Para veri car como é realizado o isolamento laboratorial de
Campylobacter jejuni, acesse o item “Métodos de isolamento
laboratorial” e o Box 8.1 nas páginas 445 e 446 do livro Diagnóstico
Microbiológico – Texto e Atlas.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


O diagnóstico é necessário, pois pode haver casos de diarreias graves, e, nestes casos, podem
ser usados antibióticos macrolídeos como a eritromicina. Ainda, as infecções com
Campylobacter pode ser invasiva, sendo utilizados no tratamento antibióticos adicionais como
as quilononas ou aminoglicosídeos.

Helicobacter
Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns
A espécie mais comum encontrada em humanos é Helicobacter pylori, que antigamente era
denominada de Campylobacter pylori, porém, veri cou-se molecularmente que esta bactéria
não continha as características de Campylobacter, e por isso foi renomeada para Helicobacter
pylori.

Esta bactéria é encontrada apenas nas células epiteliais secretoras de muco do estômago. É a
grande causadora de casos de gastrite e úlceras gástricas. Sua apresentação mais comum é a
dor persistente ou recorrente no abdome superior na ausência de evidência estrutural da
doença.
Estudos foram realizados e viram que H. pylori pode fornecer proteção contra alguns cânceres
esofágicos e gástricos, e com isso se discute a retirada desta bactéria em pacientes que não
apresentam sintomas.

Ainda, sabe-se que H. pylori interfere na secreção de ácido gástrico associado à doença do
re uxo gastroesofágico (DRGE), a qual pode preceder câncer esofágico. Isso se torna confuso,
pois ela também foi associada ao desenvolvimento de úlceras estomacais e câncer.

A inter-relação de H. pylori e da doença gástrica é, dessa forma, complexa e necessita ser


esclarecida.

Morfologia
Helicobacter spp. é gram negativa e possui forma espiralada (Figura 3).
Figura 3: – Helicobacter pylori – aderidos na mucosa
gástrica
Fonte: GOERING; et al., 2014, p. 284

Estruturas Antigênicas
Não se sabe ao certo os mecanismos de patogenicidade da H. pylori, porém, envolve uma série
de fatores de virulência, incluindo uma citotoxina, proteína inibidora de ácido, adesinas,
urease (que auxilia sua sobrevivência em ambiente ácido) e outros fatores que rompem a
mucosa gástrica. Conseguindo eliminar H. pylori, o indivíduo tem remissão, já a cicatrização de
úlceras necessita de tratamento combinado, como um inibidor da bomba de prótons e dois
antibióticos, como claritromicina e amoxicilina.

Características de Cultivo (meios seletivos e de


enriquecimento), coloração, diagnóstico diferencial (cultura
e identi cação)
O diagnóstico costuma ser feito com base no exame histológico de amostras de biópsia,
embora exames não invasivos, como o teste da ureia (H. pylori produz grandes quantidades de
urease), sejam o meio mais rápido de detectar a presença do microrganismo. A pesquisa de
antígeno de Helicobacter pylori nas fezes é outro teste não invasivo. A cultura de H. pylori pode
ser feita em laboratório, mas torna o crescimento difícil, então usualmente não é feito, sendo
o diagnóstico realizado por biopsia.

As cepas de H. pylori são microaeró las (10% de CO2, 5% de O2, 85% de N2) e também
crescem na presença de ar com teor aumentado de CO2 (10%). A temperatura ideal para o seu
isolamento é de 35° a 37°C; todavia, algumas cepas crescerão a 42°C. Foi também constatado
que a presença de alto grau de unidade favorece o crescimento. A maioria das cepas leva 3 a 5
dias para crescer, e alguns isolados necessitam de 7 dias de incubação para que o seu
crescimento se torne evidente. Esses microrganismos podem ser cultivados em meios não
seletivos que contenham sangue, produzindo pequenas colônias cinzentas e translúcidas. A
coloração característica pelo método de Gram (pequenos bacilos curvos e ligeiramente
arredondados) e as reações positivas para catalase, oxidase e urease possibilitam a sua
identi cação.

Saiba Mais
Para veri car como é realizada a cultura e o isolamento laboratorial de
Helicobacter pylori veja os itens “Amostras para o isolamento do H.
pylori”; “Procedimento para isolamento”; “Identi cação do H. pylori”.
Nas páginas 453 e 455, do livro Diagnóstico Microbiológico – Texto e
Atlas.

Importância do diagnóstico e tratamento rápido


O diagnóstico e tratamento são necessários quando o indivíduo tem sintomatologia, já que as
lesões causadas por H. pylori podem evoluir para quadros mais severos, dani cando todo o
epitélio gástrico e não sendo mais reversíveis. O tratamento pode ser realizado com
antibióticos β-lactâmicos, macrolídeos (eritromicina e claritromicina) ou uoroquinolonas.
No entanto, a Sociedade Europeia de Atenção Primária em Gastrenterologia recomenda terapia
erradicadora se o paciente tiver: dispepsia recorrente, úlcera péptica recente diagnosticada,
diagnóstico prévio de doença ulcerosa, ressecção por câncer gástrico, linfoma MALT, gastrite
atró ca, parentes de primeiro grau com câncer gástrico, ou ainda pacientes com petição.
Explore
Revise as características das gastrenterites relacionadas aos
gêneros Campylobacter e Helicobacter no capítulo 25, páginas 722 e 723,
especialmente a gura 25.12 que explica como H. pylori causa ulceração
do estômago, no livro de Tortora, Funke e Case (2017).

Ordem Clostridiales: Clostridium perfringens e


Clostridium di cile
O gênero Clostridium é heterogêneo, sendo composto por cerca de 150 espécies, e seu habitat
natural é o solo e o intestino. No homem e nos animais, apenas 12 espécies são responsáveis
por causar doenças, sendo que C. di cile, C. perfringens, C. tetani e C. botulinum são as mais
comuns. Veremos neste item as bactérias C. di cile e C. perfringens e no subtópico seguinte
veremos C. tetani e C. botulinum, que estão relacionadas a infecções do sistema nervoso central.

Embora causem sintomas diferentes, as bactérias do gênero Clostridium são gram-positivas,


formadoras de endosporos e anaeróbico obrigatório (não toleram oxigênio).

Clostridium perfringens
Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns
Clostridium perfringens é responsável pela gangrena gasosa humana relacionada a traumas e
cirurgias. A infecção é rápida e progressiva, e destrói músculos com toxicidade sistêmica. O
diagnóstico precoce da gangrena gasosa (Figura 4) é crítico e baseia-se nos sinais clínicos do
paciente com edema intenso, descoloração do tecido, vesículas hemorrágicas, evidência de gás
no tecido e na detecção laboratorial. Neste caso, o diagnóstico é feito pelo exsudato.
Figura 4 – Gangrena gasosa. Observa-se a extensa área de
necrose na face lateral do pé
Fonte: LEVINSON, 2016, p. 139

Em casos de infecção alimentar, é sugerido realizar a detecção do agente suspeito no alimento


e nas fezes do paciente e detecção da enterotoxina, através de testes imunológicos e/ou
imunoenzimáticos, dentro de 24h após início dos sintomas.

Saiba Mais
Sobre Clostridium perfringens no texto “CLOSTRIDIUM PERFRINGENS:
UMA REVISÃO”
Morfologia
Clostridium perfringens tem morfologia de bacilos gram-positivos, formadores de esporos e
anaeróbios (não toleram oxigênio) (Figura 5).

Figura 5 – Bactéria Clostridium perfringens, coloração


de gram e microscopia em campo escuro
Fonte: Reprodução

Estruturas Antigênicas
A gangrena é uma infecção que destrói os músculos de maneira rápida e progressiva, através
da toxicidade sistêmica, devido à ação da α-toxina. Esta bactéria está associada a 80% dos
casos de infecções causadas por traumas ou cirurgias.

C. perfringens do tipo A causa a forma branda comum de infecção alimentar. As bactérias


presentes nos alimentos contaminados chegam ao intestino e no meio alcalino esporulam. A
enterotoxina (CPE) acumulada intracelularmente é liberada quando a esporulação se completa
e a lise ocorre para liberação do endósporo. O período de incubação é de 6 a 24h após
exposição, ocorrendo diarreia aquosa e espasmos intestinais.

Características de Cultivo (meios seletivos e de


enriquecimento), coloração, diagnóstico diferencial (cultura
e identi cação)
Em exsudatos, observa-se bacilos gram-lábeis e seu isolamento é feito em meio simples ou
ágar sangue. São adicionalmente caracterizados por reproduzirem nitrato, fermentarem
glicose, lactose, maltose, sacarose e liquefazerem a gelatina. Quando há infecção intestinal, a
detecção é realizada no alimento e nas fezes do paciente.

Saiba Mais
Bactérias gram-lábeis referem-se a bactérias que podem variar sua
coloração vista no gram, podem ser visualmente gram negativas ou
gram positivas, dependendo de alguns aspectos como o tempo de
incubação, por exemplo. Em termos de estrutura de parede bacteriana,
todas as bactérias do gênero Clostridium são gram-positivas.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


O diagnóstico e tratamento rápido são essenciais em função da alta taxa de mortalidade. O
componente mais importante do tratamento é imediato e extensivo debridamento cirúrgico de
todo o tecido necrosado.

Clostridium di cile
Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns
O maior grupo de risco para infecções por C. di cile são pacientes hospitalizados com mais de
65 anos de idade com exposição recente a antibióticos, pacientes que fazem uso de redutores
da acidez estomacal, como bloqueadores de H2 e inibidores da bomba de prótons, pacientes
portadores de comorbidades e fazendo uso de imunossupressores.

A infecção por C. di cile pode produzir um amplo espectro de manifestações clínicas que
variam desde o estado de portador assintomático, em bebês e adultos, até fulminantes colites
com megacólon e perfuração do cólon, com complicações e recorrências, dependentes de
fatores do hospedeiro, como a densidade de receptores, níveis de anticorpos e presença ou
ausência da barreira da microbiota. A diarreia é a manifestação clínica mais comum,
regredindo em 25% dos pacientes após terapia antimicrobiana. Os sinais clínicos mais
comuns são diarreia aquosa, anorexia, náusea, leucocitose e neutro lia.

Morfologia
Clostridium di cile é um bacilo gram-positivo de 3 a 5 µm de comprimento, que perde a
capacidade de reter a coloração de gram após 24 a 48 horas de cultivo, tornando-se
falsamente gram-negativo, o que pode di cultar o diagnóstico (Figura 6). Os esporos ovais
são observados na fase estacionária de crescimento na maioria dos meios sólidos.
Figura 6 – Clostridium di cile, coloração de gram (setas
vermelhas mostrando os esporos) e representação grá ca
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons

Estruturas Antigênicas
É normalmente um microrganismo ambiental desprovido de virulência. Porém, há uma
associação entre C. di cile e diarreia seguida por enterocolite, após uso de antimicrobianos,
através da atividade de duas toxinas denominadas toxina A (TcdA-toxin Clostridium di cile) e
toxina B (TcdB-toxin Clostridium di cile B). A TcdA é uma potente enterotoxina que dani ca o
epitélio intestinal, resultando em intensa in amação, enquanto a TcdB não induz perda de
uidos, pois não se liga aos receptores da superfície intestinal.

Características de Cultivo (meios seletivos e de


enriquecimento), coloração, diagnóstico diferencial (cultura
e identi cação)
O diagnóstico é realizado através dos achados clínicos, seguindo para identi cação da bactéria
pela detecção das toxinas TcdA e TcdB nas fezes recentemente colhidas. A detecção é feita
através do método de ELISA ou por métodos mais sensíveis, como em cultura de células.
A cultura das fezes é realizada de forma anaeróbica em meio de cultura seletivo (cicloserina-
cefoxitina frutose ágar – CCFA). C. di cile é um bacilo de 3 a 5 µm de comprimento, como já
mencionado, é predominantemente gram-positivo, porém, visivelmente torna-se gram-
negativo após 24 a 48h de cultivo. Esta bactéria não produz lecitinase e lipase. É fermentadora
de glicose, frutose, manitol e manose.

Saiba Mais
Para identi cação de microrganismos in vitro (no laboratório) é
importante considerar o comportamento de crescimento das bactérias.
Este comportamento é composto por 4 fases, sendo que a fase alvo
para identi cação e confecção do diagnóstico é a fase estacionária.
Figura 7
Fonte: Reprodução

A: Fase lag – inoculação da amostra ao meio de cultura, as


células estão se adaptando ao meio, há alta atividade
metabólica e as células não se dividem;
B: Fase exponencial – rápida divisão celular
(multiplicação), consumo de nutrientes;
C: Fase estacionária – diminui a taxa de crescimento bem
como a disponibilidade de nutrientes. Taxa de
multiplicação igual à taxa de mortalidade bacteriana;
D: Fase de declínio – perda irreversível da capacidade de
divisão celular, ocorrendo morte celular.
Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido
As infecções por C. di cile podem variar de indivíduos assintomáticos a sintomáticos, tanto
em crianças como em adultos. A hospitalização é considerada fator de risco, pela
oportunidade de repetidas exposições de pacientes susceptíveis ao principal reservatório.
Portanto, a recorrência da infecção é comum, e os principais fatores de risco são idade
avançada e cirurgia abdominal. O tratamento deve ser iniciado pela suspensão do
antimicrobiano indutor, com reposição de líquidos e eletrólitos. Apesar da diarreia curar
espontaneamente na maioria dos casos, eventualmente se faz necessário o uso de
metronidazol ou vancomicina, via oral.

O uso da vancomicina nos casos de infecção por C. di cile deve ser


reservado para casos de extrema gravidade, pelo risco signi cativo de
colonização de enterococos resistentes à vancomicina.

Saiba Mais
Sobre o Clostridium di cile no artigo “Aspectos clínicos,
epidemiológicos e laboratoriais das infecções por Clostridium di cile”,
página 15.
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Exercício

1 Quais as principais diferenças nos aspectos clínicos e diagnóstico laboratorial das


bactérias Campylobacter e Helicobacter?

2 Como é realizado o diagnóstico laboratorial de Clostridium perfringens?

3 Quais são os principais aspectos clínicos causados pela bactéria Clostridium


di cile?

4 Quais as características morfológicas das bactérias causadoras de doenças do trato


gastrointestinal?
Bactérias Causadoras de Doenças do Sistema Nervoso

CLOSTRIDIALES: Clostridium tetani e Clostridium botulinum Clostridium


tetani

Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns


C. tetani pode causar o tétano de forma localizada ou generalizada. Após o período de
incubação de 2 a 14 dias, o tétano generalizado pode ocorrer com o surgimento de espasmos
do masseter (trismo) e por espasmos dos músculos bucais e faciais (riso sarodônico). Quando
os espasmos são generalizados, podem levar a uma postura arqueada típica (opistotônica) e o
paciente continua consciente (Figura 7).

Quando há o tétano localizado, há espasmos dolorosos nos músculos adjacentes ao sítio da


lesão e pode proceder ao tétano generalizado. Também pode ocorrer o tétano neonatal, pela
contaminação do coto umbilical, que surge de 3 a 12 dias de vida em bebês de mães que não
foram vacinadas
Figura 8 – Tétano
Fonte: LEVINSON, 2016 p. 137

Observe a marcante hiperextensão das costas ma posição


denominada opistótono, causada pela toxina tetânica, uma
exotoxina que bloqueia a liberação de mediadores dos
neurônios inibidores da medula espinal

Morfologia
C. tetani é um bacilo gram positivo com endosporo oval terminal, cujo aspecto de raquete
caracteriza-se de forma inquestionável (Figura 8) e em culturas com mais de 24h.
Figura 9 – (A) Coloração de gram de Clostridium tetani (B)
Representação grá ca do C. tetani mostrando o esporo
terminal
Fonte: Reprodução

Estruturas Antigênicas
C. tetani produz duas toxinas biologicamente ativas: a neurotoxina TeNT (tetanus neurotoxina)
e uma hemolisina. O tétano ocorre após a introdução dos esporos na lesão, seguido de
germinação e multiplicação. A toxina liberada após a lise celular liga-se a junções
neuromusculares dos neurônios motores para ser então endocitada.
Explore
Veja aspectos importantes sobre a vacina contra o tétano:

Vacinas: tétano e difteria


CVA Centro de Vacinação de Adultos Vacinas contra o tétano Guilherme Côrtes
Fernandes, Katia de Carvalho A onso & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras O
tétano é uma doença imunoprevenível, grave e potencialmente fatal, causada
por uma toxina produzida pelo Clostridium tetani, uma bactéria que pode
contaminar ferimentos (mesmo pequenos).
LEIA MAIS UFRJ 

Características de Cultivo (Meios Seletivos e de Enriquecimento) e


de Coloração
Esta bactéria é encontrada em solo de todas as partes do mundo. O diagnóstico é geralmente
realizado pela observação clínica do paciente. Mas também pode ser con rmado por cultura a
partir de swab. Em culturas com mais de 24h são bacilos gram positivos, móveis e crescem a
37°C. A toxina também pode ser detectada diretamente no soro do paciente

Clostridium botulinum
Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns
O botulismo em seres humanos pode ser apresentado de 3 formas.
1 Botulismo infantil (bebês), mais comum nos Estados Unidos. O intestino é
colonizado por esporos de C. botulinum, após germinação geram neurotoxina que
invade a corrente sanguínea, é carreada para as terminações nervosas periféricas,
causando paralisia aguda ácida.

2 Botulismo clássico: ocorre após a ingestão de alimentos contendo a toxina


botulínica pré-formada, é absorvida pelo duodeno e jejuno, vai para a corrente
sanguínea e alcança as sinapses colinérgicas periféricas.

3 Botulismo de lesão: Esta forma de transmissão ocorre pela contaminação de


feridas com o Clostridium botulinum proveniente do ambiente, geralmente do solo.
As principais portas de entrada são úlceras dos membros, lesões traumáticas, ou
mesmo feridas cirúrgicas. O botulismo também pode ser transmitido através do
uso de drogas injetáveis, como heroína, ou drogas aspiráveis, como cocaína.

Todas as formas de botulismo apresentam paralisia simétrica ácida descendente com


diplopia, disartia, disfonia, e, possivelmente, sequelas neurológicas. A toxina botulínica é uma
das mais potentes toxinas que se conhece. Sua potência é decorrente da habilidade em
bloquear transmissões neuromusculares e levar à morte através da paralisia da musculatura
envolvida na respiração.

Saiba Mais
A Toxina produzida por C. botulinum pode ser usada na medicina com
diferentes objetivos, desde procedimentos estéticos até no tratamento
de dores e outras condições. Veja no artigo a seguir o mecanismo de
ação e as indicações para o uso da toxina botulínica:
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Revista Saúde
ISSN 2447-
Integrada
7079
ARTIGO DE
REVISÃO

TOXINA BOTULÍNICA TIPO A: ABORDAGENS EM


SAÚDE
BOTULINUM TOXIN TYPE A:
APPROACHES IN HEALTH
Pâmela Dominik Engers
Acadêmica do Curso de Biomedicina-Bratz
CNEC/IESA. Email:
pami.dominik@hotmail.com
Emanuelle Kerber Viera
Professora do Curso de Biomedicina- CNEC/IESA. Email:
Mallet
emanuelle@cnecsan.edu.br
RESUMO
Organismo gram positivo, anaeróbio/ estrito
neurotoxina
produz uma chamada
Page 1 11 e esporulado, o Clostridium botulinum
potente toxina botulínica tipo A (TBA), a qual exerce um papel
extremamente
de vida dos pacientes,
eficaz natanto
qualidade
em procedimentos terapêuticos, quanto estéticos,
cirúrgicos
sendo um mais realizados
dos métodos nãono Brasil. Injetada por via intramuscular no local onde

Morfologia
C. botulinum é um bacilo que apresenta esporos ovais subterminais, é gram positivo, anaeróbio
e móvel (Figura 9).
Figura 10 – Clostridium botulinum (A) Corado com violeta
genciana (B) Coloração de gram
Fonte: Reprodução

Estruturas Antigênicas
Esta espécie de Clostridium possui sete tipos antigênicos de toxina botulínica (BoNT-botulinum
neurotoxin), designados de A-G, porém, diferentes isoformas de cada tipo antigênico têm sido
descobertas por técnicas especí cas.

C. botulinum pode ser dividido em 4 grupos siológicos, como mostrado no quadro abaixo:

Quadro 1

Compreende microrganismos proteolíticos que produzem as


Grupo I
toxinas A, B e F.

Microrganismos não proteolíticos que podem produzir as


Grupo II
toxinas B, E e F.

Grupo II Engloba os organismos produtores de toxinas C e D.

Grupo IV De ne o tipo G e não causa doença humana ou animal.

As toxinas A, B, E e F são as principais que causam botulismo em humanos; as toxinas C e D


acometem aves e mamíferos. A toxina botulínica é uma metaloprotease dependente de zinco.
É uma potente inibidora de neurotransmissores.
Saiba Mais
Uma das formas de infecção de C. botulinum é através da ingestão de
alimentos contaminados pela toxina desta bactéria. Para saber mais
sobre esta infecção leia o artigo a seguir:

Botulismo de origem alimentar


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA MICROBIOLOGIA Botulismo de origem alimentar
Foodbourne botulism Natacha Deboni CereserI, ; Fernanda Malva Ramos
CostaI ; Oswaldo Durival Rossi JúniorI ; Décio Adair Rebellatto da SilvaII ;
Vitor da Rocha SperottoIII IDepartamento de Medicina Veterinária e
Reprodução Animal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Jaboticabal, SP, Brasil.
LEIA MAIS SCIELO 
Características de Cultivo (Meios Seletivos e de Enriquecimento) e
de Coloração
Para realização do diagnóstico pode ser utilizado soro, lavado gástrico, fezes/conteúdo
intestinal e a análise do alimento suspeito (análises bromatológicas). Os exames laboratoriais
podem ser realizados por várias técnicas, sendo que a mais comum é a detecção da toxina
botulínica por meio de bioensaio em camundongos, que é feito em três etapas: presuntiva,
con rmatória e especí ca.

Em casos de botulismo por ferimentos e botulismo intestinal realiza-se também o isolamento


de Clostridium botulinum por meio de cultura das amostras.

Explore
Quer saber mais sobre o Botulismo, aspectos da doença, tipos de
botulismo, incidência e tratamento? Então leia no Livro de Tortora,
Funke e Case, Microbiologia, pág. 614 a 617, capítulo 22.

Meningite Bacteriana (Neisseria meningitidis,


Haemophilus in uenzae, Streptococcus pneumoniae)
A Meningite é uma doença in amatória que atinge as meninges, membranas que envolvem a
medula espinhal e o cérebro. A doença é considerada perigosa e fatal pelo fato de provocar
lesões mentais, motoras e auditivas.
A meningite pode ser causada por diferentes tipos de patógenos, incluindo vírus, bactérias,
fungos e protozoários. Provavelmente, a meningite viral seja muito mais comum que a
meningite bacteriana, porém, a viral tende a ser uma doença branda. As meningites causadas
por bactérias, por sua vez, são mais preocupantes devido à gravidade e taxa de mortalidade.
Três espécies bacterianas são a causa da maioria dos casos de meningite, assim como sua
mortalidade: Neisseria meningitidis, Haemophilus in uenzae e Streptococcus pneumoniae. Como a
meningite aguda causada por algumas bactérias pode ser fatal se não tratada, o diagnostico
rápido é imprescindível.

Além de atingir pessoas de todas as idades, especialmente idosos e crianças, principalmente


as menores de dois anos, pois o sistema imunológico ainda não possui completa resistência.

Aspectos clínicos, fatores de virulência. Outras doenças causadas


por essas bactérias

Neisseria meningitis
Neisseria meningitis é um meningococo que causa a doença meningocócica (DM) que pode ser
classi cada em 3 formas clínicas: meningite associada à meningococcemia (presença de
bactéria no sangue); meningite sem meningococcemia (ausência de bactéria no sangue) que é
a forma mais prevalente; e a meningococcemia não causadora de meningite.

Quando a bactéria N. meningitis atinge a corrente sanguínea, causa a forma mais grave, que
inclui um início súbito de febre e uma erupção petequial ou púrpura, que pode progredir para
púrpura fulminante. A morte pode ocorrer poucas horas após o início da febre.

Outra manifestação clínica que pode acontecer é a pneumonia, no entanto, o diagnóstico é


difícil porque o isolamento do organismo a partir de expectoração não diferencia as pessoas
que são portadoras, daquelas com a pneumonia causada pelo microrganismo. O paciente
infectado também pode desenvolver miocardites, endocardite ou peritonite, artrite,
conjuntivite, uretrite, faringite e cervicite, ainda que sejam manifestações clínicas menos
comuns.
Explore
É fundamental entender as estruturas antigênicas, bem como a
patogênese e manifestações clínicas causadas por N. meningitis, para
isso, acesse o capítulo 20, pág. 291 do livro Microbiologia médica de
Jawetz, Melnick e Adelberg.

Haemophilus in uenzae
Esta bactéria se espalha pela corrente sanguínea após uma infecção no trato respiratório e
costumava ser a principal causa de meningite em crianças. No entanto, atualmente a sua
ocorrência foi controlada e reduzida por meio de vacinas. Além da meningite, H.
in uenzae pode causar também infecções como epiglotite, celulite e bacteremia. São
normalmente causadas por cepas capsuladas do tipo b e geralmente do biotipo I e II,
principalmente em crianças não vacinadas. As cepas não capsuladas de H. in uenzae são
atualmente a causa mais comum de conjuntivite, otite média, sinusite, bronquite e
pneumonia.

Os fatores de virulência desta bactéria estão relacionados à cápsula polissacarídea,


lipoligossacarídea, pili, adesinas adicionais, IgA protease e proteínas de membrana externa.
Saiba Mais
Para saber mais sobre Haemophilus in uenzae, as doenças
relacionadas, características importantes, patogênese, epidemiologia,
diagnóstico laboratorial e tratamento, leia o livro Microbiologia
Médica e Imunologia, capítulo 19, páginas 168 e 169.

Streptococcus pneumoniae
Esta bactéria, também chamada de pneumococo, é a mais comum entre todas as bactérias que
causam meningite, tanto em crianças como em adultos, com predominância em pacientes
com idade abaixo dos 5 anos. Pode resultar de bacteremias primárias, mas muitas vezes se
instala em associação a otites, sinusites e pneumonias. Em indivíduos com fratura do crânio,
pode ocorrer devido a comunicações que se estabelecem entre o espaço subacnoide e os seios
paranasais. A meningite causada por S. pneumoniae (pneumocócica) pode ser letal, mesmo
nos casos com tratamento adequado.

Saiba Mais
Sobre o Streptococcus pneumoniae, aspectos morfológicos e
identi cação, estruturas antigênicas, patogênese, patologia,
manifestações clínicas, exames diagnósticos e tratamento. Leia o livro
Microbiologia Médica e Imunologia, capítulo 14, páginas 218 e 222.

Coleta e Transporte de Amostras. Coleta de Fluido


Cerebrospinal por Punção lombar e Hemocultura
As meningites de origem bacteriana são diagnosticadas, na grande maioria das vezes, através
da análise de líquido cefalorraquidiano, podendo também ser utilizado sangue, quando há
bacteremia (presença de bactéria no sangue).

Geralmente, a concentração dos microrganismos presentes no líquor é baixa e, por isso, é


fundamental realizar a centrifugação da amostra para concentrar e aumentar a sensibilidade
do exame de microscopia pelo método de Gram.

Para a coleta de líquor deve-se realizar a antissepsia da pele do mesmo modo que é feito para a
coleta de hemocultura. Pode ser utilizado álcool 70% e depois clorexidina alcoólica a 0,5%.
Coletar a amostra em tubo estéril e enviar à temperatura ambiente o mais rápido possível. O
líquor pode ser obtido por punção lombar ou por derivações ventriculares. A informação sobre
como a amostra foi obtida é importante para a melhor interpretação do resultado.

O pro ssional biomédico não pode coletar esse tipo de amostra, mas pode realizar o exame
laboratorial com a amostra coletada.

Diagnóstico Diferencial: Coloração. Cultura.


Identi cação

Neisseria meningitis
O diagnóstico laboratorial da doença meningocócica é realizado através do exame
bacterioscópico do líquor corado pelo método de Gram e cultura. Podem ser utilizadas também
para diagnóstico amostras de uidos orgânicos, como sangue, líquido sinovial, pleural ou
pericárdio, para o isolamento e a identi cação do meningococo. Podem ainda ser utilizados
raspados ou aspirados de lesões cutâneas típicas de meningococcemia.

Explore
Veja detalhadamente o passo a passo para realização do diagnóstico
de Neisseria sp. Leia o Livro “Koneman Diagnóstico Microbiológico
texto e Atlas”, Prancha 11.1, p. 1646.

Haemophilus in uenzae
A meningite causada pelo H. in uenzae deve ser diagnosticada através de exames físicos e
laboratoriais do líquido cefalorraquidiano (LCR). Um teste rápido que pode ser feito é a
coloração de gram do LCR, após pode ser realizada a cultura (padrão ouro para diagnóstico) e
outros testes de identi cação, como a detecção de antígenos, métodos moleculares,
isolamento e identi cação. É ainda realizado o per l de suscetibilidade aos antimicrobianos.
Explore
Veja detalhadamente o passo a passo para realização do diagnóstico
de Haemophilus sp. Leia o Livro “Koneman Diagnóstico Microbiológico
texto e Atlas”, Prancha 9.1, p. 1646.

Streptococcus pneumoniae
O diagnóstico de S. pneumoniae pode ser de variadas maneiras, dependendo do local de
infecção. A forma mais comum de realizar o diagnóstico é pela cultura com ágar sangue e ágar
chocolate, e as colônias são identi cadas pelo teste de optoquina e de bile-esculina. Nos casos
de meningite, a cultura deve ser sempre precedida do exame microscópico de esfregaços
corados pelo Gram, pois a presença de diplococos gram positivos no material é sugestiva de
meningite pneumocócica.

Explore
Veja detalhadamente o passo a passo para realização do diagnóstico
de Streptococcus sp. Leia o Livro “Koneman Diagnóstico Microbiológico
texto e Atlas”, Prancha 13.1, p. 1646.
Diagnóstico-visualização no microscópio após coloração de gram:

Streptococcus pneumoniae são diplococos gram-positivos que


frequentemente exibem forma de lanceta e dispõem-se em pares
ou cadeias;

Neisseria meningitidis é uma bactéria gram-negativa;

Haemophilus in uenzae é uma bactéria gram-negativa.

Importância do diagnóstico e tratamento rápido


O diagnóstico e tratamento rápidos são cruciais em casos de suspeitas de meningites
bacterianas. São algumas das infecções agudas mais temidas e podem ser responsáveis por
grande número de mortes e sequelas neurológicas. Sabemos que para algumas bactérias já se
têm vacinas disponíveis como forma de prevenção da infecção.

O tratamento imediato é fundamental e varia de acordo com a bactéria diagnosticada, veja o


quadro abaixo, dos antimicrobianos utilizados.

Tabela 1

Bactéria 1°Escolha 2°Escolha


Ampicilina (200-400mg/kg/dia
IV 4/4h ou 6/6h, 7-10 dias)

Penicilina G cristalina
Neisseria (200.000-400.000 Ceftriaxona (100mg/kg/dia, IV
meningitidis UI/kg/dia IV 4/4h, 7-10
1x/dia ou 12/12h, 7-10 dias)
dias)

Cloranfenicol (60-100mg/kg/dia
IV 6/6h, 7-10 dias)

Penicilina G cristalina (200.000-


400.000 UI/kg/dia IV 4/4h, 10-14
Ceftriaxona (80-
Streptococcus dias)
100mg/kg/dia IV 1x/dia
pneumoniae
ou 12/12h, 10-14 dias)
Vancomicina (60mg/kg/dia ou
2g/dia IV 6/6h, 10-14 dias)

Cloranfenicol (100mg/kg/dia IV
6/6h) + Ampicilina (200-

Ceftriaxona (80- 400mg/kg/dia IV 4/4h ou 6/6h)


Haemophilus
100mg/kg/dia IV 1x/dia por 10-14 dias
in uenzae
ou 12/12h, 10-14 dias)

Meropenem (120mg/kg/dia IV
8/8h, 10-14 dias)

Fonte: fmt.am.gov

Exercício
1 Quais são os tipos de amostras utilizadas para diagnóstico de doenças do sistema
nervoso causadas por bactérias?

2 Qual a importância do diagnóstico e tratamento adequados de meningites?

3 Quais são as fontes de contaminação para Clostridium tetani e botulinum? E como


eles são diagnosticados?

4 Quais as principais diferenças morfológicas e de diagnóstico das bactérias


causadoras de meningites?

Bactérias Causadoras de Doenças do Trato Respiratório

Mycoplasma pneumoniae
Existem mais de 200 espécies de microrganismos incluídos na classe Mollicutes (bactérias que
carecem de paredes celulares). Acredita-se que pelo menos 15 dessas espécies sejam de
origem humana, enquanto outras foram isoladas de animais e plantas. Nos seres humanos,
existem quatro espécies de importância primária. Dentre elas está Mycoplasma pneumoniae,
que provoca pneumonia, sendo associada a infecções articulares e outras infecções.

Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns


Mycoplasma pneumoniae é conhecida por causar uma série de sintomas, como pneumonia
atípica primária, traqueobronquite e doença do trato respiratório superior. A pneumonia
atípica primária é uma das manifestações mais graves, sendo a traqueobronquite o sintoma
mais comum, e outros 15% dos casos, geralmente adultos, permanecem assintomáticos.
As infecções sintomáticas tendem a se desenvolver por um período de vários dias, e a
manifestação da pneumonia pode ser confundida com vários outros patógenos bacterianos e
condições que causam a pneumonia. A traqueobronquite é mais comum em crianças devido à
capacidade reduzida do sistema imunológico, sendo que até 18% das crianças infectadas
requerem hospitalização. Sintomas leves comuns incluem dor de garganta, respiração
ofegante e tosse, febre, dor de cabeça, rinite, mialgia e sensação de mal-estar, em que a
intensidade e a duração dos sintomas podem ser limitadas pelo tratamento precoce com
antibióticos.

Raramente, a pneumonia por M. pneumoniae resulta em morte devido a lesões e ulceração do


revestimento epitelial, edema pulmonar e bronquiolite obliterante. Sintomas extrapulmonares,
como respostas autoimunes, complicações no sistema nervoso central e distúrbios
dermatológicos têm sido associados a infecções por M. pneumoniae em até 25% dos casos.

Explore
Veja no artigo a seguir as características do quadro clínico causado
pela infecção por Mycoplasma pneumoniae e os principais exames
realizados para o diagnóstico.
Morfologia
M. pneumoniae é uma bactéria sem parede celular e espaço periplasmático, com genoma
reduzido e atividade metabólica limitada, e, portanto, não possui forma de nida de coco ou
bacilo, sendo uma bactéria pleomór ca, sem forma de nida (Figura 10). São células muito
pequenas, entre 0,1 a 0,2 µm de largura e 1-2 µm de comprimento, como o tamanho é
pequeno, não podem ser visualizadas no microscópio de luz.
Figura 11 – Mycoplasma pneumoniae responsável por
causar pneumonias
Fonte: Getty Images

Estruturas Antigênicas
Muitas espécies antigenicamente distintas de micoplasmas já foram isoladas de animais (p.
ex., camundongos, galinhas e perus). Nos seres humanos, podem ser identi cadas pelo
menos 16 espécies, como Mycoplasma hominis, Mycoplasma salivarium, Mycoplasma orale,
Mycoplasma fermentans, Mycoplasma pneumoniae, Mycoplasma genitalium, U. urealyticum e outros.
As espécies são classi cadas de acordo com suas características bioquímicas e sorológicas. Os
antígenos de xação do complemento (FC) dos micoplasmas consistem em glicolipídeos. Os
antígenos para os testes de Elisa são proteínas. Algumas espécies apresentam mais de um
sorotipo.
Características de Cultivo (Meios Seletivos e de
Enriquecimento) e de Coloração. Diagnóstico Diferencial:
Coloração. Cultura. Identi cação
O diagnóstico de M. pneumoniae é realizado através de exames clínicos, de imagem e
laboratoriais.

A cultura é o padrão ouro para o diagnóstico, mas, atualmente, os métodos mais utilizados são
testes moleculares. A identi cação e isolamento desta bactéria podem ser realizados através
de amostras das vias aéreas, no entanto, o isolamento do M. pneumoniae no laboratório
apresenta di culdades, pois o crescimento bacteriano é lento (pode demorar semanas), a
técnica complexa, de baixa sensibilidade (quando comparada com técnicas de biologia
molecular), o custo é elevado e demanda a necessidade de um analista treinado. No entanto, o
isolamento desta bactéria permite a caracterização biológica e molecular, contribuindo para a
avaliação da suscetibilidade aos antibióticos.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


O diagnóstico e tratamento rápido são importantes para evitar complicações geradas pela
pneumonia, já que este tipo de infecção ocorre principalmente em crianças de até 5 anos.

Explore
A bactéria M. pneumoniae tem como principal manifestação clínica a
pneumonia. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre sua patogênese,
manifestações clínicas, exames laboratoriais, tratamento,
epidemiologia, prevenção e controle no livro Microbiologia médica de
Jawetz, Melnick e Adelberg, Capítulo 25, páginas 343 e 344

Bordetella pertussis (coqueluche ou tosse comprida)


A coqueluche, também denominada pertussis, é uma doença altamente contagiosa causada
por Bordetella pertussis, conhecida apenas em seres humanos. A palavra pertussis signi ca
“tosse violenta”, e os chineses a chamam de “tosse dos 100 dias”.

Aspectos clínicos: Infecções mais comuns


Depois de um período de incubação de cerca de 2 semanas, surge o “estágio catarral”, com
tosse leve e espirros, durante o qual grande número de microrganismos é liberado em forma
de aerossol em perdigotos, e o paciente mostra-se altamente infeccioso, embora não esteja
muito doente. Durante o estágio “paroxístico”, ocorre tosse de caráter explosivo com o
característico “sibilo” à inspiração, resultando em rápida exaustão e podendo estar associado
a vômitos, cianose e convulsões. Os “sibilos” e as principais complicações são observados
predominantemente em lactentes, enquanto a tosse paroxística predomina em crianças
maiores e adultos. A contagem de leucócitos mostra-se elevada (16.000 a 30.000/μL), com
linfocitose absoluta. A convalescença é lenta. B. pertussis é uma causa comum das tosses
prolongadas (4 a 6 semanas) em adultos. Em raras ocasiões, a coqueluche é seguida de
encefalite, complicação grave e potencialmente fatal. Vários tipos de adenovírus e Chlamydia
pneumoniae podem provocar um quadro clínico semelhante ao causado pela B. pertussis.
Saiba Mais
Sobre a bactéria Bordetella pertussis, características importantes,
patogênese e epidemiologia, achados clínicos, diagnóstico laboratorial
e tratamento, no livro Microbiologia Médica e Imunologia, Capítulo
19, Página 170.

Morfologia
Bordetella pertussis é um pequeno cocobacilo gram-negativo aeróbio e encapsulado (Figura 11).
Quando se faz a coloração com azul de toluidina, é possível comprovar a presença de grânulos
metacromáticos bipolares. Veri ca-se a presença de cápsula.
Figura 12 – Bordetella pertussis pela coloração de
Gram, mostrando os cocobacilos gram negativos
Fonte: cdc.gov
Estruturas Antigênicas
B. pertussis produz diversos fatores envolvidos na patogênese da doença. Um lócus no
cromossomo de B. pertussis atua como regulador central dos genes de virulência. Esse lócus
possui dois operons, bvgA e bvgS. Os produtos dos loci A e S assemelham-se aos sistemas
regulatórios de dois componentes. O bgvS responde a sinais do ambiente, enquanto o bvgA é
um ativador transcricional de genes de virulência. A hemaglutinina lamentosa e as mbrias
atuam como mediadoras da adesão às células epiteliais ciliadas e são essenciais para a
colonização traqueal. A toxina pertussis promove linfocitose, sensibilização à histamina e
aumento da secreção de insulina; além disso, tem atividade de ribosilação da adenosina
difosfato (ADP). A hemaglutinina lamentosa e a toxina pertussis são proteínas secretadas,
encontradas fora das células da B. pertussis. A toxina adenilatociclase, a toxina dermonecrótica
e a hemolisina também são reguladas pelo sistema bvg. A citotoxina traqueal inibe a síntese
do DNA nas células ciliadas, mas não é regulada pelo bvg. O lipopolissacarídeo na parede
celular também pode ser importante na produção de lesão das células epiteliais das vias
respiratórias superiores.

Características de Cultivo (Meios Seletivos e de


Enriquecimento) e de Coloração. Diagnóstico Diferencial:
Coloração. Cultura. Identi cação
A coqueluche é diagnosticada pela obtenção de microrganismos das passagens nasais
posteriores e cultura em meio de ágar-sangue-carvão recém-preparado, em que grande parte
substitui o ágar-sangue-batata-glicerol clássico.

O microrganismo é um aeróbio estrito, oxidase e catalase positivas, porém, nitrato, citrato e


ureia negativos. Esses resultados são úteis para o diferenciar de outras espécies de Bordetella.
Não exige o fator X nem o fator V na repicagem. A hemólise do meio de cultura que contenha
sangue está associada à B. pertussis virulenta.

Como a penicilina não mata B. pertussis, o antibacteriano é frequentemente adicionado ao meio


para suprimir o crescimento de outros organismos. Quando começam a aparecer as colônias
típicas, pode-se utilizar uma coloração com anticorpo uorescente para sua identi cação.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


A coqueluche é endêmica nas áreas mais densamente povoadas do mundo inteiro e ocorre de
modo intermitente em epidemias. Em geral, a fonte de infecção é um paciente que se encontra
na fase catarral inicial da doença. A contagiosidade é alta, variando de 30 a 90%. A maioria dos
casos é observada em crianças com menos de 5 anos, e a maioria das mortes ocorre durante o
primeiro ano de vida. O controle da coqueluche baseia-se principalmente na imunização ativa
adequada de todos os lactentes.

B. pertussis mostra-se sensível a vários antimicrobianos in vitro. A administração de


eritromicina durante o estágio catarral da doença promove a eliminação dos microrganismos
podendo ter valor pro lático. O tratamento após o início da fase paroxística raramente altera a
evolução clínica. Inalação de oxigênio e sedação podem impedir a lesão do cérebro por
anoxia.

Saiba Mais
Veja como é feito o diagnóstico laboratorial de Bordetella pertussis no
livro Koneman Diagnóstico Microbiológico – Texto e Atlas, Prancha
9.5, página 1646.

Corynebacterium diphtheriae- Difteria


Aspectos clínicos. Infecções mais comuns

C. diphtheriae penetra no corpo por via respiratória, com as células infectando os tecidos da
garganta e das amigdalas. A resposta in amatória dos tecidos da orofaringe à infecção resulta
na formação de uma lesão característica, chamada pseudomembrana (Figura 13).

Figura 13 – A pseudomembrana na difteria


Fonte: MADIGAN, MICHAEL, et al., 2016 p. 858

Pseudomembrana (setas) em um caso ativo de difteria, que


restringe o uxo de ar e a deglutição e está associada a
uma grave dor de garganta.
A pseudomembrana pode bloquear a passagem de ar, sendo a morte por difteria geralmente
decorrente de uma combinação dos efeitos de as xia parcial e destruição tecidual pela
exotoxina.

Saiba Mais
Acesse o link a seguir e saiba mais detalhes sobre a bactéria C.
diphtheriae, como suas características importantes, transmissão,
patogênese, achados clínicos, diagnóstico laboratorial, tratamento e
prevenção, no livro Microbiologia Médica e Imunologia, capítulo 17,
páginas 141 a 143.

Morfologia
A Corynebacterium diphtheriae é uma bactéria gram positiva, imóvel e aeróbia, que origina
células bacilares irregulares ou claviformes durante o crescimento (pleomór cas), não se cora
de forma homogênea e forma colônias pequenas e lisas em placas de ágar sangue (Figura 12).
Figura 14 – Corynebacterium e difteria
Fonte: MADIGAN, MICHAEL, et al. 2016 p. 858

(a) Células de Corynebacterium diphtheriae apresentando a


típica aparência claviforme. As células gram-positivas têm
diâmetro de 0,5 a 1,0 μm, podendo ter comprimento de
vários micrômetros. (b) Colônias de C. diphtheriae crescem
em meio seletivo ágar sangue com adição de telurito

Estruturas Antigênicas
Linhagens patogênicas de C. diphtheriae carreiam um bacteriófago lisogênico, cujo genoma
codi ca uma potente exotoxina denominada toxina diftérica. A toxina diftérica inibe a síntese
proteica no hospedeiro, promovendo assim a morte celular
Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de
casos de difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor,
mais e caz e principal forma de prevenir a difteria.

Características de Cultivo (Meios Seletivos e de Enriquecimento) e


de Coloração. Diagnóstico Diferencial: Coloração. Cultura.
Identi cação
O isolamento de Corynebacterium diphtheriae da orofaringe é diagnóstico para a difteria.
Swabs nasais ou da garganta são utilizados para a inoculação em meio ágar sangue, contendo
telurito, ou meio seletivo de Loe er, que inibe o crescimento da maioria dos demais
patógenos respiratórios.

O diagnóstico laboratorial por identi cação bacteriana é difícil, exigindo meios seletivos e
diferenciais. A identi cação é complicada pela necessidade de se distinguir entre os isolados
produtores de toxina e as linhagens que não são toxigênicas, já que ambos podem ser
encontrados no mesmo paciente.

Saiba Mais
Veja como é feito o diagnóstico laboratorial Corynebacterium
diphtheriae no livro Koneman Diagnóstico Microbiológico – Texto e
Atlas, Prancha 14.3, página 1646, no link a seguir

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


O diagnóstico e tratamento de difteria são importantes, pois se trata de uma doença bacteriana
contagiosa e que, portanto, pode ocorrer com maior frequência em áreas com condições
socioeconômicas precárias, onde a aglomeração de pessoas é maior e onde se registram
baixas coberturas vacinais.

A difteria ocorre durante todos os períodos do ano e pode afetar a todas as pessoas que não
são vacinadas, de qualquer idade, raça ou sexo. Acontece com mais frequência nos meses frios
e secos (outono e inverno), quando é mais comum a ocorrência de infecções respiratórias,
principalmente devido à aglomeração em ambientes fechados, que facilitam a transmissão da
bactéria

Micobactérias: Mycobacterium tuberculosis

Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns

A tuberculose (TB) é facilmente transmitida pela via respiratória e houve uma época em que
era a doença infecciosa humana de maior importância no mundo.

A tuberculose pode assumir diversas formas. Ela pode ser classi cada como uma infecção
primária (infecção inicial), ou pós-primária (reinfecção). A infecção primária geralmente
resulta da inalação de gotículas contendo células de M. tuberculosis viáveis oriundas de um
indivíduo com infecção pulmonar ativa. As bactérias inaladas alojam-se nos pulmões e se
multiplicam. O hospedeiro reage exibindo uma resposta imune à M. tuberculosis, resultando na
formação de agregados de macrófagos ativados, denominados tubérculos.
Infecção aguda ou crônica do trato respiratório inferior por micobactérias, com mal-estar,
febre, sudorese noturna, perda de peso e tosse produtiva. Dispneia, dor torácica, hemoptise
(tosse com eliminação de sangue), e, nos estágios avançados, rouquidão. A tuberculose
disseminada, conhecida como tuberculose miliar, envolve muitas lesões pelo corpo

Explore
Entenda outros aspectos clínicos da tuberculose, bem como a sua
patogênese e muito mais no livro de Tortora, Funke e Case,
Microbiologia, capítulo 24, páginas 684 a 689.

 Importante!

Não confunda Mycoplasma com Mycobacterium!

Morfologia
Nos tecidos, os bacilos da tuberculose são bastonetes retos e nos. Já em meios arti ciais,
têm formato cocoide e lamentoso. As micobactérias não podem ser classi cadas como
bactérias gram positivas ou gram negativas. São consideradas bactérias álcool ácido
resistentes (Figura 14).
Figura 15 – Bacilos álcool ácido resistentes corados pela
coloração de Ziehl-Neelsen
Fonte: Reprodução

(A) Mycobacterium tuberculosis em amostra de escarro. (B)


Mycobacterium leprae em amostra de medula óssea

O bacilo Mycobacterium tuberculosis pode ser chamado também no


laboratório de BAAR, ou seja, bacilos álcool-ácidos resistentes, ou
ainda BK, que é referente ao Bacilo de Koch.

Características de Cultivo (Meios Seletivos e de


Enriquecimento) e de Coloração. Diagnóstico Diferencial:
Coloração. Cultura. Identi cação
As bactérias são encontradas na expectoração de pessoas com a doença ativa, e as
respiratórias de tecido destruído podem ser observadas em radiogra as de tórax.

A demonstração do bacilo álcool-acido resistente em amostra de escarro fornece um rápido


diagnóstico presuntivo de tuberculose. O isolamento de M. tuberculosis no meio de cultura de
Löwenstein-Jensen ou Middlebrook necessita de cerca de 3 a 6 semanas, devido ao longo
tempo de geração do microrganismo (cerca de 18 a 24 h). Dispõe-se de inúmeras técnicas
mais rápidas para o isolamento e a identi cação de M. tuberculosis, inclusive instrumentos
automatizados e semiautomatizados, procedimentos de diagnóstico molecular e cromatogra a
gasosa. O teste de sensibilidade deve ser realizado o mais rápido possível, uma vez que muitas
cepas de M. tuberculosis são resistentes a múltiplos fármacos. Os pacientes infectados
apresentam teste cutâneo positivo de hipersensibilidade tardia (teste cutâneo de Mantoux
realizado com o derivado proteico puri cado [PPD] do bacilo) e os tubérculos pulmonares
podem ser observados nas radiogra as de tórax.

Explore
Veja como é feito o diagnóstico laboratorial Mycobacterium tuberculosis
no livro Koneman Diagnóstico Microbiológico – Texto e Atlas,
Prancha 19.1, página 1646.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


A tuberculose é uma doença contagiosa. A terapia antimicrobiana da tuberculose foi um dos
principais fatores no controle da doença. A estreptomicina foi o primeiro antibiótico e caz,
contudo, a verdadeira revolução no tratamento da TB ocorreu com a descoberta da hidrazina
do ácido isonicotínico, denominada isoniazida (INH).

Coloração Álcool-ácido Resistente


A coloração álcool-acido resistente de Ziehl-Neelsen é uma modi cação de um método de
coloração desenvolvido por Paul Ehrlich, em 1882. Pode ser utilizada para detectar organismos
do gênero Mycobacterium que causam tuberculose e hanseníase (Figura 15).

Há bactérias que são resistentes à coloração, mas que uma vez coradas vão resistir fortemente
à descoloração, mesmo por ácidos fortes diluídos e álcool absoluto. Sobre as bactérias que
possuem esta propriedade, dizemos que são ácido-álcool resistentes, (BAAR) (gêneros
Mycobacterium e Nocardia). Esta característica é devida ao elevado teor de lipídeos estruturais
(ex. ácido micólico) na parede celular destas bactérias, que provoca uma grande
hidrofobicidade, di cultando a ação dos mordentes e diferenciadores de corantes aquosos.

As lâminas com os organismos são cobertas com carbolfucsina e aquecidas, lavadas e


descoradas com ácido clorídrico (HCl) a 3%, diluído em etanol a 95%, lavadas mais uma vez e,
em seguida, coradas com azul de metileno de Loe er. Os gêneros de bactérias, em sua
maioria, irão perder a coloração vermelha da carbolfucsina quando descorados. Entretanto, os
que são “álcool-acido resistentes” irão reter vermelho-clara. As bactérias que não são álcool-
ácido resistentes perdem o vermelho e, portanto, podem ser coradas de azul com o
contracorante azul de metileno de Loe er.
Figura 16 – Coloração álcool-acido resistente de Ziehl-
Neelsen
Fonte: VERMELHO, 2019, p. 68

Essa coloração produz uma cor vermelha intensa nos


organismos álcool-acido resistentes, como Mycobacterium
leprae (aumento de 3.844×), a causa da hanseníase

Explore
Veja o passo a passo para realização da coloração de Ziehl-Neelsen no
Capítulo 4, página 68, do Livro Práticas de Microbiologia.

Saiba Mais
Compreenda mais sobre as causas da tuberculose, sintomas,
transmissão, tratamento e prevenção em:

SAUDE

Tuberculose
O tratamento é à base de antibióticos e tem duração de seis meses. É 100%
e caz, mas não pode haver abandono nem irregularidade. Muitas vezes o
paciente não recebe o devido esclarecimento e acaba desistindo antes do
tempo, por sentir melhora acentuada já nas primeiras semanas de terapia.
LEIA MAIS SAUDE 

Assista ao vídeo sobre tuberculose e HIV

ACESSE
Mycobacterium leprae

Aspectos Clínicos: Infecções mais comuns

Existem duas formas de hanseníase: a) hanseníase lepromatosa, caracterizada por numerosos


nódulos cutâneos e possível envolvimento da mucosa nasal e ocular; e (b) hanseníase
tuberculoide, na qual ocorrem relativamente poucos nódulos cutâneos. O envolvimento dos
nervos periféricos tende a ser grave, com perda de sensibilidade.

Explore
Entenda outros aspectos clínicos da hanseníase, bem como a sua
patogênese e muito mais no livro de Tortora, Funke e Case,
Microbiologia, capítulo 22, páginas 617 a 618

Características de Cultivo (Meios Seletivos e de


Enriquecimento) e de Coloração. Diagnóstico Diferencial:
Coloração. Cultura. Identi cação
M. leprae não cresce em meio arti cial de cultura. Pode ser apenas cultivada em animais de
laboratório, como o tatu de nove placas, ou o coxim plantar de camundongo. O diagnóstico é
feito pela demonstração de bacilos álcool-acido resistentes em esfregaços de pele ou em
amostras de biopsia de pele.
Explore
Veja como é feito o diagnóstico laboratorial de outras espécies de
Mycobacterium, exceto M. tuberculosis no livro Koneman Diagnóstico
Microbiológico – Texto e Atlas, Prancha 19.1, página 1646.

Importância do Diagnóstico e Tratamento Rápido


O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são os principais fatores para a cura, a
redução da transmissibilidade e a maior prevenção contra as incapacidades físicas. É
importante procurar auxílio médico quando se percebe alterações como: manchas na pele ou
colorações diferenciadas, queda de pelos, ressecamento da pele em áreas delimitadas,
diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque, sensação de choque, formigamento,
aparecimento de úlceras de pernas e pés, caroços (nódulos), entre outros. Estes sinais
poderão aparecer em qualquer parte do corpo.

Exercício
1 Quais são os aspectos clínicos da doença causada pelo Mycoplasma pneumoniae e
como é feito o seu diagnóstico?

2 Descreva a morfologia e as estruturas antigênicas da bactéria Bordetella pertussis.

3 Qual ou quais amostras são utilizadas para o diagnóstico de Mycobacterium


tuberculosis e leprae?

4 Descreva a técnica de coloração Ziehl-Neelsen. E cite quais doenças são


diagnosticadas com auxílio desta técnica.

Bactérias Causadoras de ISTs - Infecções Sexualmente


Transmissíveis

Diferenciar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) de


Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros
microrganismos.

Elas são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o
uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A
transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o
parto, ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas
por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais
contaminadas.

O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de
transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos
serviços de saúde do SUS.
Nos últimos anos, houve a tendência de mudar a terminologia “doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs)” para “infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)”, mudança que já
ocorreu na Europa. A razão para isso é que o conceito de “doença” implica sinais e sintomas
óbvios. Uma vez que muitos indivíduos infectados pelos patógenos sexualmente
transmissíveis mais comuns não apresentam sinais ou sintomas aparentes, o termo IST
parece ser mais apropriado.

Então, por isso, o Ministério da Saúde adotou a terminologia Infecções Sexualmente


Transmissíveis (IST) em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis
(DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo
sem sinais e sintomas.

Neisseria gonorrhoeae (Aspectos clínicos. Fatores de virulência.


Coleta e transporte de amostras. Morfologia. Características de
cultura e de coloração. Identi cação laboratorial)
A bactéria Neisseria gonorrhoeae causa a doença chamada Gonorreia. Tem características
morfológicas de diplococos gram negativos esféricos ou ovais, com lados adjacentes
achatados que se assemelham a um par de grãos de café voltados um para o outro (Figura 16).

Figura 17 – Neisseria gonorrhoeae


Fonte: Reprodução

(A) Coloração de Gram de uretrite gonocócica. (B)


Diplococo gram negativos.
A infectividade de Neisseria está relacionada, de diversas maneiras, com os seus pili. Os pili de
aderência (fímbrias) permitem aos gonococos aderirem às células epiteliais que revestem o
sistema urinário, de modo que não sejam eliminados com a passagem da urina. (De fato, a
descamação das células epiteliais constitui uma das defesas do corpo contra essas infecções.)
Essas bactérias também utilizam os pili para aderir aos espermatozoides; é concebível que os
espermatozoides em seu deslocamento possam transportar os gonococos até a parte superior
do sistema genital. As cepas sem pili geralmente não são virulentas. Há pesquisas em
andamento para o desenvolvimento de uma vacina contra os pili dos gonococos, mas ainda
não se obteve sucesso.

Os gonococos produzem uma endotoxina que provoca dano à mucosa das tubas uterinas e
liberam enzimas, como proteases e fosfolipases, que podem ser importantes na patogenia.
Além disso, produzem uma protease extracelular que cliva a IgA, a imunoglobulina presente
nas secreções. Os gonococos aderem aos neutró los, que os fagocitam. A fagocitose mata
algumas das bactérias, mas as que sobrevivem multiplicam-se no interior dos leucócitos
polimorfonucleares (PMNLs). Uma preparação à fresco típica de secreção uretral mostrará os
PMNLs com diplococos dentro de seu citoplasma (Figura 14A). Os gonococos também obtêm
ferro para suas próprias necessidades metabólicas a partir da transferrina, a proteína
transportadora de ferro.

Os seres humanos são os únicos hospedeiros naturais dos gonococos. A gonorreia é


transmitida por portadores que são assintomáticos ou que ignoraram seus sintomas. Até 40%
dos homens e 60 a 80% das mulheres permanecem assintomáticos depois da infecção e
podem atuar como portadores durante 5 a 15 anos. É necessário um número muito pequeno
de organismos para estabelecer uma infecção: 50% de um grupo de homens submetidos a
uma inoculação uretral de apenas 1.000 organismos desenvolveu gonorreia. Após uma única
exposição sexual a um indivíduo infectado, cerca de um terço dos homens tornou-se
infectado. Depois de contatos sexuais repetidos com a mesma pessoa infectada, três quartos
dos homens tornaram-se infectados. Entre os homens que desenvolvem sintomas, 95%
apresentam gotejamento de pus da uretra nos primeiros 14 dias, e muitos desenvolvem
sintomas mais cedo. O período de incubação típico é de 2 a 7 dias.
Saiba Mais
Para saber mais sobre Neisseria gonorrhoeae, sua patogênese e
epidemiologia, achados clínicos, diagnóstico laboratorial e
tratamento, acesse o livro Microbiologia Médica e Imunologia,
Capítulo 16, páginas 131 e 132.

O diagnóstico é estabelecido pela identi cação de N. gonorrhoeae por meio de sondas


moleculares, visto que a cultura do organismo não é fácil. Por ser um organismo bastante
fastidioso, N. gonorrhoeae exige uma alta taxa de umidade e dióxido de carbono no ambiente
para o seu crescimento. As temperaturas de 35 a 37°C e um pH de 7,2 a 7,6 são ótimos.
Existem muitas espécies de Neisseria. A obtenção de um resultado positivo em um exame de
rastreamento pode não ser decorrente de N. gonorrhoeae; é necessário sempre efetuar testes
para con rmação. Amostras coletadas de pacientes com suspeita de infecções causadas por
Neisseria são inoculadas de um swab diretamente em um meio especial para transporte e
incubação em laboratório.

Veja o passo a passo para realização do diagnóstico laboratorial da


Neisseria gonorrhoeae no livro Koneman Diagnóstico Microbiológico –
Texto e Atlas, Prancha 11.1, página 1646.
Chlamydia trachomatis (Morfologia. Estruturas antigênicas.
Aspectos clínicos. Infecções mais comuns. Características de
cultivo e de coloração. Diagnóstico diferencial. Coloração. Cultura.
Identi cação. Importância do diagnóstico e tratamento rápido)
Chlamydia trachomatis está associada a diferentes doenças como Uretrite não gonocócica,
cervicite, conjuntivite de inclusão, linfogranuloma venéreo e tracoma. Também pode causar
pneumonia em crianças.

Esta bactéria é considerada como originária de parasitas intracelulares obrigatórios. Não


visualizada em esfregaço submetido à coloração de Gram, mas determinada como gram
negativa por conta de seu peptídeoglicano no. Existe extracelularmente como corpúsculo
elementar inativo e intracelularmente como corpúsculo reticulado metabolicamente ativo e em
divisão.

C. trachomatis infecta o trato genital humano (Figura 17) e os olhos. A transmissão ocorre por
contato sexual e durante a passagem do neonato pelo canal de parto. No tracoma, a
transmissão ocorre principalmente pelo contato das mãos com os olhos.
Figura 18 – Ilustração da infecção por Chlamydia
trachomatis
Fonte: Getty Images

Esta bactéria não produz toxinas ou fatores de virulência conhecidos. O diagnóstico é


realizado pelo teste de ampli cação de ácidos nucleicos (TAAN), utilizando uma amostra de
urina do paciente para o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis desencadeadas
por clamídias. São observadas inclusões citoplasmáticas em esfregaços de exsudatos corados
pelo Giemsa ou marcados com anticorpos uorescentes. Ensaios baseados em PCR
encontram-se disponíveis. O organismo cresce em cultura celular e ovos embrionados,
embora estes não sejam frequentemente utilizados.
Explore
Veja o passo a passo para realização do diagnóstico laboratorial da
Chlamydia trachomatis no livro Koneman Diagnóstico Microbiológico –
Texto e Atlas, Prancha 23.2, página 1646.

O tratamento de infecções por C. trachomatis é realizado com o uso de Tetraciclina (p. ex.,
doxiciclina), ou macrolídio (p. ex., azitromicina). E como forma de prevenção da doença, a
eritromicina é efetiva em mães infectadas para prevenir a doença neonatal. Para esta doença
não há vacina disponível.

Saiba Mais
Para saber mais sobre a Chlamydia trachomatis, suas características
importantes, transmissão e epidemiologia patogênese e
epidemiologia, patogênese e achados clínicos, diagnóstico
laboratorial, tratamento e prevenção, acesse o livro Microbiologia
Médica e Imunologia, Capítulo 25, páginas 204 e 207.
Treponema pallidum [Morfologia. Estruturas antigênicas. Aspectos
clínicos. Infecções mais comuns. Características de cultivo (meios
seletivos e de enriquecimento) e de coloração. Diagnóstico
diferencial: Coloração. Cultura. Identi cação. Importância do
diagnóstico e tratamento rápido]
A bactéria Treponema pallidum é causadora da Sí lis. Esta bactéria tem como característica
morfológica o formato de espiroqueta (Figura 18), porém, não são visualizadas na coloração
de gram, pois o microrganismo é muito delgado e não é facilmente visualizada em
microscópio. Esta bactéria não é cultivada no laboratório.

Figura 19 – Treponema pallidum, forma de espiroqueta


Fonte: Getty Images

T. pallidum vive no trato genital humano. A transmissão ocorre por meio de contato sexual, e
da mãe para o feto por meio da placenta.
Esta bactéria tem a característica de se multiplicar no sítio de inoculação e, então, dissemina-
se amplamente pela corrente sanguínea. Diversas características da sí lis são atribuídas ao
envolvimento de vasos sanguíneos, causando vasculite. Lesões primárias (cancro) e
secundárias curam-se espontaneamente. Lesões terciárias consistem em gomas (granulomas
nos ossos, nos músculos e na pele), aortite ou in amação do sistema nervoso central. Não há
toxinas ou fatores de virulência conhecidos.

Saiba Mais
Veja mais sobre a bactéria Treponema pallidum, sua morfologia e
identi cação, estrutura antigênica, patogênese, patologia,
manifestações clínicas, exames diagnóstico laboratoriais, imunidade e
tratamento no livro Microbiologia Médica de Jawetz, Melnink e
Adelberg, Capítulo 24, Página 327 a 330.

O diagnóstico pode ser realizado pela visualização da bactéria por meio de microscopia de
campo escuro ou imuno uorescência. Para o diagnóstico são utilizados alguns ensaios
sorológicos: VDRL e RPR são testes não treponêmicos (inespecí cos) utilizados em
procedimentos de triagem; FTA-ABS é o teste especí co mais amplamente utilizado na
detecção de Treponema pallidum. O antígeno utilizado nos ensaios de VDRL e RPR é a
cardiolipina presente no coração bovino; o antígeno utilizado no ensaio FTA-ABS consiste em
T. pallidum morto. O VDRL declina com o tratamento, enquanto FTA-ABS mantém-se positivo
por toda a vida.
Explore
Veja como é feito o diagnóstico laboratorial de doenças causadas por
espiroquetas no livro Koneman Diagnóstico Microbiológico – Texto e
Atlas, Prancha 20.1, página 1646.

Para o tratamento da Sí lis é utilizada a penicilina, que é efetiva no tratamento de todos os


estágios da doença. Na sí lis primária e secundária, usa-se a penicilina G benzatina (uma
preparação de depósito) porque T. pallidum cresce lentamente, de modo que o fármaco deve
estar presente por um longo período. Não há histórico de resistência bacteriana.

Exercício

1 Qual a diferença entre DSTs e ISTs?

2 Qual são as características morfológicas e como é realizado o diagnóstico da


Neisseria gonorrhoeae?

3 Descreva quais são os aspectos clínicos relacionados a infecção por Chlamydia


trachomatis

4 Descreva como é realizado o diagnóstico laboratorial da bactéria Treponema


pallidum.
2/3

Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Livros
Levinson, Microbiologia Médica e Imunologia, Capítulo 12 - Vacina bacterias, página 95.

Madigan, Martinko, Bender, Buckley e Stahl, Microbiologia de Brock, Capítulo 30, página
872, item Doenças sexualmente transmissíveis.

Leitura
Manual Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo.
Veja aspectos importantes sobre o Botulismo, como tipos de botulismo, sintomas,
diagnóstico, tratamento, prevenção, população de risco entre outros aspectos no Manual
Integrado de Vigilância Epidemiológica do Botulismo. Acesse:
Toxina botulínica: revisão de sua aplicabilidade em doenças ao alcance do dermatologista.

Page 1 of 10

Surgical & Cosmetic


Dermatology
ISSN: 1984-
revista@sbd.org.br
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Referências

BROOKS, G. F.; CAROL, K. C.; BUTEL, J. S.; MORSE, S. A.; MIETZNER, T. A. Microbiologia
médica de Jawetz, Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

GOERING, R.V. Microbiologia Médica de Mims. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Levinson, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia. Disponível em: Minha Biblioteca,


(13th edição). Grupo A, 2016.

MADIGAN, T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

MURRAY, P. R. Microbiologia médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

OPLUSTIL, C. P. et al. Procedimentos básicos em Microbiologia clínica. 3. ed. São Paulo:


Sarvier, 2010.

PROCOP, G.W. Diagnóstico microbiológico. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.

TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia. 6. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.

SALVATIERRA, C. M. Microbiologia - Aspectos morfológicos, bioquímicos e metodológicos.1.


ed. São Paulo: Érica, 2014.
VERMELHO, A. B. Práticas de microbiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

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