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Citologia Oncótica
Aulas Práticas de Citologia
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Niara da Silva Medeiros
Revisão Textual:
Aline Gonçalves
Aulas Práticas de Citologia
• Tema 1;
• Tema 2;
• Tema 3;
• Tema 4.
UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
Tema 1
Citologia de Líquidos Corporais e
Confecção de Esfregaços Citológicos
A constância dos líquidos corporais é notável, visto que existe troca contínua de
líquidos e solutos com o ambiente externo, bem como entre os diferentes comparti
mentos do corpo.
Assim, por exemplo, a ingestão de líquidos é altamente variável e precisa ser cuidado
samente contrabalanceada por excreção igual, a fim de evitar qualquer aumento, ou
redução, do volume de líquidos corporais.
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Quando o ar penetra nas vias respiratórias, fica saturado com umidade, até uma
pressão de vapor de cerca de 47 mmHg, antes de ser exalado. Como a pressão
de vapor de água do ar inspirado é inferior a 47 mmHg, ocorre perda contínua de
água através dos pulmões durante a respiração.
Em climas frios e secos, a pressão de vapor de água diminui para quase zero, cau
sando uma perda maior de água através dos pulmões, explicando a sensação de
ressecamento das vias aéreas dos climas frios;
• Perda de líquido no suor: a quantidade de água que se perde no suor é muito
variável, dependendo da atividade física e da temperatura do ambiente. Em con
dições normais, o volume de suor é de cerca de 100 ml/dia. Entretanto, em
climas quentes ou durante exercícios físicos intensos, pode atingir uma perda de
1 a 2 litros/hora;
• Perda de água nas fezes: normalmente, a perda de água pelas fezes é pequena,
em torno de 100 ml/dia, podendo atingir vários litros por dia em casos de diar
reia intensa;
• Perda de água pelos rins: a perda restante de água do corpo ocorre através da
urina, que é excretada pelos rins. Existem múltiplos mecanismos que controlam
a intensidade da excreção de urina. O mecanismo mais importante pelo qual o
corpo mantém o equilíbrio entre a ingestão e a excreção de água, bem como o
equilíbrio entre a ingestão e a excreção na maioria dos eletrólitos, consiste no
funcionamento renal.
Portanto, análises dos líquidos corporais, tais como líquido sinovial, líquido ascítico,
líquido pleural, líquido cefalorraquidiano, entre outros, são de extrema importância para
a detecção de infecções, processos inflamatórios e neoplasias. A citologia desses derra
mes cavitários, assim como a contagem de células presentes, auxiliam no diagnóstico
clínico a fim de obter sucesso no tratamento do paciente.
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UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Uroanálise e Fluidos Biológicos
CANTERBURY, D. L.; STRASINGER, S. K. Uroanálise e fluidos biológicos. São Paulo:
Premier, 2000.
Vídeos
Citologia Diferencial no Líquido Cefalorraquidiano
https://youtu.be/prPQ9SUVPog
Coleta do Exame Citopatológico do Colo do Útero (Papanicolau) – Prof.ª Juliana Mello
https://youtu.be/3kGqvtbDfAQ
Leitura
Análise Citológica do Líquido Pleural no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
https://bit.ly/2RFjCxR
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Tema 2
Colorações em Citopatologia, Avaliação
das Células Malphigianas e Citologia hormonal
O exame de Papanicolau, também chamado de exame preventivo, é um exame
ginecológico indicado para mulheres a partir do início da atividade sexual, e tem
como objetivo detectar alterações e doenças no colo do útero, como inflamações,
HPV e câncer.
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UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
As atipias celulares são mais evidentes quando as células estão soltas no esfregaço do
que quando estão densamente ordenadas nos tecidos.
Embora não haja um critério absoluto de malignidade pelo qual a célula maligna
possa ser identificada, a comparação das células atípicas com outras presentes no esfre
gaço leva a conclusões de benignidade ou malignidade.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Coloração de Papanicolau
https://youtu.be/s2IL-QJVEyc
Leitura
Citologia Hormonal do Trato Urinário Baixo e da Vagina de Mulheres na Pós-Menopausa,
Antes e Durante Estrogenioterapia Oral e Transdérmica
https://bit.ly/32yFLA4
O Sistema Endócrino
https://bit.ly/3nckuG8
Atlas de Citologia Ginecológica
https://bit.ly/32Dk3ed
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UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
Tema 3
Avaliação das Lesões e Células Inflamatórias
As lesões inflamatórias caracterizam-se em nível microscópico por:
• Reação vascular com formação de capilares;
• Migração dos leucócitos, macrófagos e plasmócitos para o local da inflamação;
• Modificações de estruturas dos epitélios (hiperplasia, metaplasia, fenômenos de
reparação);
• Alterações morfológicas variadas; algumas são comuns às inflamações, outras
representam modificações específicas a determinado agente;
• Presença eventual do fator causal.
Os agentes infecciosos provêm do meio externo; são transmitidos por via vascular ou
se propagam a partir de um órgão vizinho.
Podem ser considerados como flora normal, podendo às vezes estar associados com
vaginite inespecífica.
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Mobiluncus são bactérias anaeróbicas, gramnegativas e gramvariáveis. Bacilos cur
vos em forma de vírgula, com extremidades delgadas, móveis. Encontramos nas células
alvo chamadas de “Comma cells”.
As clue cells são células escamosas poligonais que têm um citoplasma delicado e
transparente coberto pelas formas cocobacilares delicadas de Gardnerella vaginalis; as
alterações são mais bem observadas nas margens das células infectadas; são indistintas
e têm diferentes planos de focos.
As alterações citológicas visíveis nas lesões do herpes genital são lesões iniciais con
sequência da replicação viral no núcleo, que aumenta de volume, tornase homogêneo
e opaco de cor azul pálido (núcleo em vidro despolido).
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UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Atlas de Citologia Ginecológica
https://bit.ly/32Dk3ed
Prevalência de Citologia Inflamatória Cervical em Mulheres Atendidas pelo Laboratório de Citologia da
Fundação de Saúde de Vitória da Conquista: Achados Citológicos e Agentes Causais
https://bit.ly/3avKxD2
Estudo das Inflamações e Infecções Cervicovaginais Diagnosticadas pela Citologia
https://bit.ly/3vea3V0
Detection and genotyping of HPV in women with indeterminate cytology and low-grade squamous
intraepithelial lesions
https://bit.ly/3tHOITP
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Tema 4
Avaliação das Células Neoplásicas e
Confecção do Laudo Citológico
Considerase displasia leve quando a polaridade e a regularidade da estratificação
foram pouco alteradas, porém os núcleos são de tamanho variado e hipercromáticos,
podendo ser vistas mitoses frequentes, algumas vezes anormais, no terço profundo do
epitélio. A coilocitose pode ser presente.
Displasia moderada é quando a metade das camadas profundas do epitélio tem célu
las indiferenciadas. Os núcleos são mais volumosos e hipercromáticos, com anomalias
nucleares mais marcantes e frequentemente alongados perpendicularmente à superfície.
Número aneuploide de cromossomos, bi e multinucleação são comuns. Somente as ca
madas superficiais apresentam um esboço de maturação e são achatadas.
Displasia acentuada é a perda da polaridade em todas as camadas, células e núcleos
de tamanhos variados, mitoses tetrapolares, aneuploidia, multinucleação e as caracte
rísticas citológicas de um verdadeiro carcinoma, exceto invasão do estroma conjuntivo.
A classificação da OMSOPAS surgiu em 1970, tentando corrigir falhas da classifi
cação de Papanicolau, porém também se baseava em critérios morfológicos; portanto
atendia bem ao patologista, porém pouco dizia sobre o prognóstico da lesão.
Buscando a visão clínica das alterações epiteliais, surgiu na cidade de Bethesda
(USA), em 1988, um sistema que tentou estabelecer prognóstico para as lesões. Já se
sabia nessa época das associações das neoplasias intraepiteliais cervicais com vírus, de
variado potencial oncogênico. Usando técnicas de biologia molecular e comparando os
tipos de HPV, ficou claro que condiloma plano e NIC 1 são correspondentes, clínica,
biológica e molecularmente, assim como o são NIC 2 e 3. Isso coloca a classificação das
NIC de acordo com o Sistema de Bethesda (1988), que divide as displasias em lesão de
baixo grau (LSIL, correspondendo ao condiloma plano e NIC 1) e lesões de alto grau
(HSIL, que corresponde às NIC 2 e 3).
Pontoschaves:
• Após três exames consecutivos normais, o teste de Papanicolau pode ser realizado
menos frequentemente em mulheres de baixo risco (até a cada três anos), de acordo
com a interpretação do médico;
• Mulheres com um fator de risco para câncer do colo uterino devem continuar o
rastreamento anualmente.
• As alterações das células escamosas são divididas em três categorias:
» ASCUS (células escamosas atípicas de significado indeterminado);
» LIEBG (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau);
» LIEAG (lesão intraepitelial escamosa de alto grau).
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UNIDADE Aulas Práticas de Citologia
Já na fase clínica, o diagnóstico deve ser definitivo através da biópsia, a qual é feita
retirando-se um fragmento de tecido lesado. Nessa fase clínica, os sinais podem ser:
ulceração, nódulo, vegetação, endurecimento ou espessamento da superfície.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Aplicação e Contribuição do Sistema de Classificação de Bethesda no diagnóstico de Nódulos de Tireoide
Submetidos à Punção Aspirativa por Agulha Fina: Uma Revisão da Literatura
https://bit.ly/3gq7xqO
Abordagem Diagnóstica do Nódulo Tiroideu: Indícios Clínicos e Imagiológicos de Malignidade
https://bit.ly/32CWF0C
Correlação Entre Critérios Ultrassonográfico ACR TI-RADS e Citopatológico Bethesda na
Avaliação de Nódulos tireoidianos
https://bit.ly/3gCRFRE
Performance of Conventional Cytology and Colposcopy for the Diagnosis of Cervical
Squamous and Glandular Neoplasias
https://bit.ly/3az0vfs
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