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RESUMO FOCADOS – Balantidium Coli

By Maria Clara Leão

INTRODUÇÃO: o filo Ciliophora apresenta grande número de espécies de importância na


ecologia do aparelho digestivo de ruminantes e equídeos. Uma espécie existente no intestino
grosso de suínos – o Balantidium coli, pode, em algumas situações, parasitar humanos.

B. coli é o único ciliado e maior protozoário infectando humanos. A balantidiose constitui uma
zoonose com rota de contaminação fecal-oral. O protozoário habita o intestino grosso do
hospedeiro, produzindo infecções geralmente assintomáticas. Em alguns casos pode invadir a
submucosa do ceco e cólon, causando disenterias e até perfuração intestinal. B. coli já foi
encontrado nos seguintes hospedeiros: porco, humanos, chimpanzé, vários macacos, e
raramente em cão, rato e cobaias, sendo os macacos os mais atingidos depois dos suínos.

MORFOLOGIA

 Trofozoíto: apresenta o corpo todo


recoberto de cílios. Na sua extremidade
anterior possui uma fenda em direção ao
citóstoma (aparato oral); próximo à
extremidade posterior apresenta um
citopígio (aparato anal). Internamente
apresenta várias organelas, vacúolos
digestivos e 2 núcleos: macro e micro.
Forma vegetativa.
 Cisto: esférico ou suavemente oval.
Parede lisa e, internamente, nota-se o
macronúcleo. Forma infectante. Raro nas
fezes humanas.

BIOLOGIA: vive usualmente na luz do intestino grosso do hospedeiro, parecendo não ser
capaz de penetrar em mucosas intestinais intactas. Pode ser um invasor secundário, desde
que a mucosa esteja lesada, é capaz de penetrar e reproduzir-se mesmo em úlceras
profundas. Os cistos são vistos em fezes formadas, principalmente de suínos, que são
hospedeiros habituais. B. coli sobrevive sob condições aeróbias e anaeróbias. Carboidratos
constituem sua principal fonte de energia.

Ciclo biológico: monoxênico. Apresenta 2 tipos de reprodução: sexuada e assexuada.


 Reprodução assexuada: divisão binária (bipartição no sentido transversal).
 Reprodução sexuada: conjugação.
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Novo processo de
divisão binária
transversal

Formação de
cistos
resistentes

Transmissão: ingestão de cistos (alimentos, água ou mãos)

PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA: como o protozoário é capaz de produzir hialuronidase, pode


aumentar a lesão inicial, provocando necroses localizadas e úlceras. A balantidíase pode se
apresentar clinicamente sob 4 formas:
1. Portadores assintomáticos (reservatórios);
2. Pacientes com infecção crônica, resultante da invasão do intestino grosso. Apresentam
disenteria, cólicas, náuseas e vômitos.
3. Paciente com infecção fulminante, em decorrência da invasão acentuada da submucosa, que
apresenta úlceras em forma de balão que se aglomeram progredindo em todas as direções do
intestino.
4. Diarreias mucossanguinolentas, tenesmo, cólica intensa, febre, náuseas, vômitos e astenia
traduzem o compromentimento da mucosa intestinal. Hemorragia e perfuração intestinal se
relacionam a casos fatais de infecção.

Apesar de o intestino constituir o habitat primário do B. coli, infecção do apêndice e raramente do


fígado podem ocorrer. Importante salientar que estado nutricional, microbiota intestinal, carga
parasitária, alcoolismo e algumas doenças crônicas influenciam na evolução de formas graves.

DIAGNÓSTICO
 Clínico: difícil de ser feito, em vista da semelhança da sintomatologia com a colite amebiana.
 Laboratorial: exame de fezes (cistos – fezes formadas; trofozoítos – fezes diarreicas).

EPIDEMIOLOGIA: dentre os fatores de risco para aquisição da balantidiose destaca-se – contato


próximo com suínos e humanos, higiene inadequada dos criadouros de suínos, clima tropical e
subtropical prolongando a sobrevivência dos cistos e tratamento inadequado de água e dejetos
humanos.

PROFILAXIA: higiene individual, engenharia sanitária, criação de suínos em boas condições


sanitárias.
TRATAMENTO: metronidazol e tetraciclinas em diferentes esquemas terapêuticos. Doxiciclina (slide)

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