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INSTITUTO POLITÉCNICO DE PESQUISA DE MOÇAMBIQUE

Curso: Laboratório Manhã

Turma: 2

Tema: Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale

Discente

 Aventina Demanda
 Cacilda Inácio
 Dércio Daniel
 Enia Muchanga
 Lina Fernando

Docente: Alves Maindo

Maputo, Março de 2024


Índice
Introdução....................................................................................................................................1
1. Revisão literária...................................................................................................................2
1.1. Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale..................................................................2
2. Classificação taxonómica do Balantidium coli e do Ancylostoma duodenale Balantidium
coli: 3
3. Características Morfológicas................................................................................................3
3.1. Balantidium coli:..............................................................................................................3
4. Epidemiologia e Transmissão...............................................................................................4
5. Ciclo Evolutivo....................................................................................................................6
6. Patogenia e Sintomatologia:.................................................................................................8
7. Diagnóstico Clínico Laboratorial:........................................................................................8
8. Tratamento:..........................................................................................................................9
9. Profilaxia:...........................................................................................................................10
10. Conclusão.......................................................................................................................11
11. Referencias Bibliográficas..............................................................................................12
Introdução
O estudo das infecções parasitárias é de grande importância para a saúde pública, uma
vez que esses organismos podem causar uma variedade de doenças em humanos e
outros animais. Entre os parasitas que afectam o trato gastrointestinal humano, o
Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale destacam-se como agentes patogênicos
significativos. Esses parasitas podem ser encontrados em várias regiões do mundo,
principalmente em áreas onde as condições sanitárias são precárias e o acesso à água
potável e higiene é limitado. Este trabalho busca fornecer uma definição abrangente e
elucidativa sobre o Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale, abordando sua
morfologia, ciclo de vida, epidemiologia, manifestações clínicas e medidas de
prevenção e controle.

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1. Revisão literária

1.1. Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale


Balantidium coli

Balantidium coli é um protozoário ciliado que habita o trato gastrointestinal de humanos


e outros animais, especialmente suínos. Ele é responsável pela doença conhecida como
balantidíase, que é considerada uma zoonose. O parasita possui uma morfologia
distintiva, com uma forma oval ou esférica, coberta por cílios que lhe conferem
motilidade. A infecção ocorre através da ingestão de cistos presentes em água ou
alimentos contaminados com fezes contendo o parasita. Uma vez no trato
gastrointestinal humano, os cistos liberam os trofozoítos, que se reproduzem e podem
causar danos no tecido intestinal, resultando em sintomas como diarreia, dor abdominal
e, em casos graves, disenteria.

Ancylostoma duodenale:

O Ancylostoma duodenale é um nematóide parasita que pertence à família


Ancylostomatidae. Ele é conhecido por causar ancilostomíase ou amarelão, uma doença
caracterizada pela infestação do intestino delgado humano. Os vermes adultos têm cerca
de 1 cm de comprimento e possuem uma boca com dentes afiados, que utilizam para se
fixar à parede intestinal e se alimentar de sangue do hospedeiro. A infecção ocorre pela
penetração da pele por larvas infectantes presentes no solo contaminado. Uma vez
dentro do corpo humano, as larvas migram para os pulmões, são engolidas e,

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finalmente, se desenvolvem em vermes adultos no intestino delgado, onde causam
danos teciduais e podem levar a sintomas como anemia, fraqueza, perda de peso e, em
casos graves, insuficiência cardíaca.

2. Classificação taxonómica do Balantidium coli e do Ancylostoma duodenale


Balantidium coli:
 Reino: Protista

 Filo: Ciliophora

 Classe: Litostomatea

 Ordem: Vestibuliferida

 Família: Balantidiidae

 Gênero: Balantidium

 Espécie: Balantidium coli

Ancylostoma duodenale:

 Reino: Animalia

 Filo: Nematoda

 Classe: Secernentea

 Ordem: Strongylida

 Família: Ancylostomatidae

 Gênero: Ancylostoma

 Espécie: Ancylostoma duodenale

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3. Características Morfológicas

3.1. Balantidium coli:


 Trofozoíto: O estágio móvel e vegetativo do Balantidium coli é chamado de
trofozoíto. Possui uma forma oval ou esférica, variando de 30 a 150
micrómetros de diâmetro. Sua superfície é coberta por cílios que conferem
movimento.

 Cisto: Quando as condições ambientais não são favoráveis, o Balantidium coli


pode se transformar em cistos, uma forma resistente que é excretada nas fezes.
Os cistos são esféricos, têm uma parede espessa e protegem o parasita da
dessecação e de outros factores ambientais adversos.

 Núcleo: No trofozoíto, há um núcleo grande e centralizado, contendo uma


massa cromatina e um nucléolos.

Ancylostoma duodenale:

 Vermes adultos: Os vermes adultos do Ancylostoma duodenale são nematódeos


de cor branco-acinzentada, com corpos cilíndricos e alongados. Eles têm cerca
de 1 cm de comprimento.

 Boca: A boca do Ancylostoma duodenale é equipada com dentes cortantes que o


parasita usa para perfurar a mucosa intestinal e se fixar no hospedeiro.

 Tubos digestivos: O trato digestivo do Ancylostoma duodenale é completo,


incluindo boca, faringe, intestino delgado e ânus.

 Cutícula: A superfície externa do Ancylostoma duodenale é revestida por uma


cutícula resistente, que é importante para a protecção e a movimentação do
parasita dentro do hospedeiro.

Essas são algumas das principais características morfológicas do Balantidium coli e do


Ancylostoma duodenale, que contribuem para sua identificação e compreensão de seus
ciclos de vida e comportamentos dentro do hospedeiro.

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4. Epidemiologia e Transmissão
Balantidium coli:

 Distribuição: A balantidíase, causada pelo Balantidium coli, é encontrada em


todo o mundo, especialmente em áreas onde as condições sanitárias são
precárias e a higiene é inadequada.

 Transmissão: A infecção ocorre pela ingestão de cistos do parasita presentes


em água ou alimentos contaminados com fezes humanas ou animais. A
transmissão directa de pessoa para pessoa é rara, mas pode ocorrer em condições
de contacto íntimo ou em ambientes superlotados.

Ancylostoma duodenale:

 Distribuição: O Ancylostoma duodenale é encontrado em regiões tropicais e


subtropicais, especialmente em áreas onde as condições sanitárias são precárias
e o saneamento é deficiente.

 Transmissão: A infecção ocorre principalmente pela penetração da pele


humana por larvas infectantes presentes no solo contaminado. Isso pode ocorrer
quando as pessoas caminham descalças em áreas onde há presença de fezes
humanas ou animais infectadas com ovos do parasita. Além disso, a transmissão
também pode ocorrer pela ingestão de larvas ou ovos contaminados com
alimentos ou água não tratados.

Ambos os parasitas podem afectar indivíduos de todas as idades, mas são mais comuns
em comunidades com condições de vida precárias, onde há falta de acesso a água
potável, saneamento básico adequado e medidas de higiene pessoal. A prevenção da
infecção por Balantidium coli e Ancylostoma duodenale envolve a promoção de
práticas de higiene adequadas, tratamento de água e saneamento básico, bem como o
uso de calçados em áreas susceptíveis à contaminação pelo solo. O diagnóstico precoce
e o tratamento eficaz também desempenham um papel crucial na redução da
transmissão e no controle dessas infecções parasitárias.

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5. Ciclo Evolutivo
Os ciclos evolutivos simplificados do Balantidium coli e do Ancylostoma duodenale,
descrevendo as etapas desde a infecção até a produção de formas infectantes que
permitem a transmissão entre hospedeiros.

Balantidium coli:

1. Ciclo no Hospedeiro Definitivo (Humano ou Animal):

 Os trofozoítos do Balantidium coli habitam o intestino grosso do hospedeiro,


onde se reproduzem assexuadamente por fissão binária.

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 Após a reprodução, alguns trofozoítos se transformam em cistos no intestino
grosso.

 Os cistos são liberados nas fezes do hospedeiro.

2. Ambiente Externo:

 Os cistos eliminados nas fezes contaminam o ambiente externo, como o solo,


água ou alimentos.

3. Transmissão:

 Os cistos ingeridos por outro hospedeiro (humano ou animal) alcançam o


intestino delgado, onde liberam os trofozoítos.

 No intestino delgado, os trofozoítos se transformam novamente em cistos,


completando o ciclo.

Ancylostoma duodenale:

1. Ciclo no Solo:

 Os vermes adultos do Ancylostoma duodenale vivem no intestino delgado


humano, onde produzem ovos não embrionados.

 Os ovos são eliminados nas fezes do hospedeiro e liberados no solo.

2. Desenvolvimento no Solo:

 No ambiente externo, os ovos se desenvolvem em larvas infectantes, passando


por estágios larvais (larvas L1, L2 e L3).

3. Transmissão ao Hospedeiro Definitivo:

 As larvas L3, infectantes, penetram na pele humana (geralmente através dos


pés) em contacto com solo contaminado.

4. Migração Larval:

 As larvas L3 migram através da corrente sanguínea para os pulmões e, em


seguida, são deglutidas e alcançam o intestino delgado.

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5. Maturação no Intestino Delgado:

 No intestino delgado, as larvas se desenvolvem em vermes adultos.

 Os vermes adultos se fixam na mucosa intestinal, onde se alimentam de


sangue.

6. Produção de Ovos e Eliminação:

 Os vermes adultos do Ancylostoma duodenale produzem ovos, que são


eliminados nas fezes do hospedeiro, fechando o ciclo.

6. Patogenia e Sintomatologia:
Balantidium coli:

 A balantidíase é geralmente assintomática em hospedeiros portadores saudáveis.

 Em casos sintomáticos, os trofozoítos do Balantidium coli podem causar danos


ao revestimento do intestino grosso, levando a sintomas como diarreia, cólicas
abdominais, náuseas, vômitos, perda de peso e, em casos graves, disenteria com
sangramento intestinal.

Ancylostoma duodenale:

 A infecção pelo Ancylostoma duodenale pode resultar em uma condição


conhecida como ancilostomíase ou amarelão.

 Os vermes adultos se fixam na mucosa intestinal, onde se alimentam de sangue,


levando a sintomas de anemia, como fraqueza, fadiga, palidez, tontura, falta de
ar e palpitações cardíacas.

 Além dos sintomas relacionados à anemia, a migração larval através dos


pulmões pode causar tosse, dor torácica e pneumonia eosinofílica.

7. Diagnóstico Clínico Laboratorial:


Balantidium coli:
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 O diagnóstico de balantidíase geralmente é realizado através da identificação de
trofozoítos ou cistos do Balantidium coli nas fezes do paciente, utilizando
exames microscópicos.

 O exame direto das fezes pode revelar a presença de trofozoítos móveis ou cistos
esféricos.

 Além disso, técnicas de coloração especiais, como a coloração de Lugol, podem


ser usadas para melhorar a visualização dos parasitas.

Ancylostoma duodenale:

 O diagnóstico de ancilostomíase pode ser feito através da identificação de ovos


do Ancylostoma duodenale nas fezes do paciente, também utilizando exames
microscópicos.

 Os ovos são pequenos, ovais e possuem uma parede fina, podendo ser detectados
em amostras de fezes após concentração por técnicas como sedimentação
espontânea ou centrifugação.

 Além disso, exames de sangue podem revelar anemia ferropriva, incluindo


níveis baixos de hemoglobina e hematócrito, e contagem reduzida de glóbulos
vermelhos e hemácias microcíticas e hipocrômicas.

O diagnóstico preciso e oportuno é essencial para o tratamento eficaz e o controle da


disseminação dessas infecções parasitárias.

8. Tratamento:
Balantidium coli:

 O tratamento da balantidíase geralmente envolve o uso de agentes


antimicrobianos.

 O medicamento de escolha é o metronidazol, administrado oralmente em doses


adequadas por um período de 5 a 7 dias.

 Em casos de intolerância ao metronidazol, outros medicamentos como


tetraciclina, clindamicina ou tinidazol podem ser utilizados como alternativas.

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Ancylostoma duodenale:

 O tratamento da ancilostomíase também envolve o uso de agentes


antimicrobianos, juntamente com medidas de suporte para tratar a anemia.

 O medicamento mais comumente utilizado é o albendazol, administrado


oralmente em dose única ou em doses divididas por vários dias, conforme
prescrito pelo médico.

 Outras opções de tratamento incluem o mebendazol ou pirantel pamoato.

É importante seguir rigorosamente as instruções do médico e completar o curso


completo do tratamento para garantir a erradicação completa dos parasitas.

9. Profilaxia:
Balantidium coli:

A profilaxia da balantidíase envolve medidas de higiene pessoal e saneamento básico,


incluindo a lavagem adequada das mãos com água e sabão após o uso do banheiro e
antes das refeições, além de garantir o consumo de água tratada e alimentos
adequadamente preparados e cozidos.

Ancylostoma duodenale:

A prevenção da ancilostomíase também é baseada em medidas de higiene e saneamento,


como o uso de calçados ao caminhar em áreas susceptíveis à contaminação pelo solo e a
promoção de práticas adequadas de eliminação de fezes. o tratamento adequado de água
potável e a educação sobre práticas de higiene pessoal são importantes para reduzir o
risco de infecção.

A educação pública sobre as práticas de prevenção é fundamental para reduzir a


incidência dessas infecções parasitárias e melhorar a saúde da população.

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10. Conclusão
Em resumo, o Balantidium coli e o Ancylostoma duodenale são parasitas importantes
que podem afectar a saúde humana, especialmente em áreas com condições sanitárias
inadequadas. A prevenção dessas infecções é fundamental e pode ser alcançada por
meio de medidas simples, como a promoção de saneamento básico, higiene pessoal
adequada, tratamento de água e educação sobre práticas de segurança alimentar. Além
disso, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são essenciais para controlar a
disseminação desses parasitas e reduzir o impacto das doenças que causam na
população.

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11. Referencias Bibliográficas
1. Ash, L. R., & Orihel, T. C. (2007). Atlas of Human Parasitology. American
Society for Clinical Pathology Press.

2. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. (2022). Parasites -


Balantidium coli. https://www.cdc.gov/parasites/balantidium/index.html

3. CDC - Centers for Disease Control and Prevention. (2022). Parasites -


Hookworm. https://www.cdc.gov/parasites/hookworm/index.html

4. Garcia, L. S. (2016). Diagnostic Medical Parasitology (6th ed.). ASM Press.

5. World Health Organization (WHO). (2022). Soil-transmitted helminth


infections. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/soil-transmitted-
helminth-infections

6. World Health Organization (WHO). (2022). Balantidiasis.


https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/balantidiasis

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