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INTRODUÇÃO

A enfermidade é consequência de uma complexa rede de relações entre os


diversos componentes do agente etiológico, do hospedeiro susceptível e do ambiente em
que se encontram.

Para que ocorra determinada enfermidade em uma população, particularmente


no caso de doenças transmissíveis, é necessário que ocorra uma sucessão de eventos, a
qual constitui a cadeia epidemiológica.

A cadeia epidemiológica é um sistema cíclico por meio do qual um agente


etiológico é eliminado de um hospedeiro, é transferido ao ambiente e atinge um novo
hospedeiro, no qual ele penetra, evolui e do qual é novamente eliminado.

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AGENTE ETIOLÓGICO

O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele que desencadeia os


sinais e sintomas de determinada enfermidade. O termo agente etiológico pode ser usado
em substituição a patógeno.

Tipos de agentes etiológicos

Os principais agentes etiológicos conhecidos estão normalmente agrupados no


grupo dos:

 Vírus;
 Bactérias;
 Protozoários;
 Fungos;
 Platelmintos;

Característica do agente etiológico

A característica do agente etiológico constitui um elemento de restrição ao


emprego do sacrifício como medida preventiva. Essa restrição é bastante clara no caso de
agentes que:

 Apresentam elevada resistência às condições ambientais, como as bactérias


esporuladas;
 Contam com outros recursos alternativos para sua persistência na natureza, como a
participação de vectores ou de reservatórios silvestres.

VÍRUS

Vírus são seres microscópicos constituídos de DNA ou RNA e protegidos por


uma capa formada de proteínas.

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São considerados parasitas
intracelulares e, por isso, suas funções
só podem ser desempenhadas quando
entram em uma célula viva para utilizar
todos os seus recursos.

Características

 São seres acelulares, ou seja, não possuem células;


 Suas dimensões variam de 17 nm até 300 nm;
 São seres diversificados e, portanto, não possuem um padrão;
 São capazes de sofrer mutações;
 Fora de um organismo hospedeiro cristalizam-se como os minerais;
 Não possuem metabolismo próprio e, por isso, a reprodução ocorre em uma célula viva.

BACTÉRIAS

Bactérias são organismos unicelulares que não possuem núcleo definido nem
organelas membranosas. Podem ser
classificadas de acordo com o seu formato,
sendo as formas mais comuns a esférica, a de
bastão e a espiralada. Muito conhecidas por
causarem doenças nos seres humanos, as
bactérias apresentam também sua importância,
actuando, por exemplo, na decomposição da
matéria orgânica e sendo utilizadas na
fabricação de alimentos, como iogurtes.

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Características

 As bactérias são organismos formados por uma única célula (unicelulares) e podem
ocorrer isoladas ou formando agrupamentos;
 Vale dizer também que as células das bactérias são menores que as células
eucariontes;
 Enquanto as bactérias apresentam, normalmente, um diâmetro compreendido entre 1
µm e 5 µm, as células eucariontes possuem diâmetro entre 10 µm e 100 µm.

PROTOZOÁRIOS

Os protozoários são seres


eucariontes, unicelulares e heterótrofos. A maioria
deles é aquático de vida livre, mas alguns são
parasitas e vivem dentro do corpo de outros seres
vivos, inclusive dos humanos.

Características

 Os protozoários pertencem ao Reino Protista, juntamente com as algas;


 Por serem eucariontes, apresentam núcleo individualizado e sua única célula exerce
todas as funções que normalmente há nos multicelulares: respiração, excreção e
reprodução;
 Uma característica típica de suas células é a presença de vacúolos contráteis ou
pulsáteis, com função de realizar regulação osmótica;
 Devido à diferença de concentração entre o citoplasma e o ambiente externo, há
entrada constante de água por osmose. Assim, o vacúolo controla a quantidade de
água, recolhendo e eliminando o excesso.

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FUNGOS

Fungos são seres vivos que


apresentam células com núcleo individualizado,
parede celular com quitina e ausência de
pigmentos fotossintéticos e plastos. Destacam-
se ainda por não serem capazes de produzir
seu próprio alimento e por poderem ser uni ou
pluricelulares.

Características

 Fungos são organismos eucariontes (possuem célula com núcleo individualizado) e


heterotróficos (não são capazes de produzir seu próprio alimento). As células desses
seres vivos destacam-se pela presença de uma parede celular de quitina e a ausência
de pigmentos fotossintéticos e plastos. A sua principal substância de reserva é o
glicogênio.
 Em relação à estrutura corporal, as formas mais comuns são as células isoladas e os
filamentos multicelulares. O corpo dos fungos multicelulares é constituído por uma
rede de filamentos finos conhecidos como hifas. Podemos observar nos fungos dois
tipos diferentes de hifas: hifas que apresentam paredes transversais ou septos e hifas
sem septos.
 Nas hifas septadas existem poros que permitem a movimentação de organelas de uma
célula para outra. As hifas sem septo (hifas cenocíticas) formam uma massa
citoplasmática contínua. As hifas formam uma massa enovelada denominado micélio.
Ele é capaz de se infiltrar no material no qual o fungo está se desenvolvendo,
apresentando um crescimento rápido.

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PLATELMINTOS

Os platelmintos são animais


invertebrados, com corpo achatado
dorsoventralmente, triblásticos, acelomados e
apresentam simetria bilateral. Podem ter vida livre
ou parasitária.

Características

 Sistema Digestivo: incompleto com digestão intra e extracelular (intestino muito


ramificado);
 Sistema Circulatório: ausente, sendo o alimento distribuído pelo intestino ramificado a
todas as células do corpo;
 Sistema Respiratório: ausente (as trocas gasosas ocorrem directamente entre as
células e o ambiente);
 Sistema Excretor: presente, existindo uma rede de protonefrídeos com células-flama ou
solenócitos, comunicantes através de poros excretores na superfície dorsal do corpo,
eliminando os rejeitos;
 Sistema Nervoso: presente (um par de glândulas vegetais ligados a dois cordões
nervosos longitudinais);
 Sistema Sensorial: presente (órgão especializado na captação de estímulos luminosos,
mecânicos e químicos, denominado ocelos);
 Sistema Reprodutor: certas planárias têm reprodução assexuada por fragmentação.
Algumas espécies são monóicas, com desenvolvimento directo, sem estágio larval; e
outras são dióicas, com diversos platelmintos parasitas possuindo estágios larvais.

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RESERVATÓRIO

Fonte da Infecção ou Reservatório é o local onde o agente infeccioso se


encontra. Neste local, ele consegue viver, crescer e se multiplicar. Pode ser uma pessoa, um
objecto, um ambiente, etc.

Fontes ou reservatórios humanos

Quando essa fonte é uma pessoa. Ela não necessariamente precisa estar
doente.

 Ela pode estar ainda no período de incubação (o agente ainda não causou sintomas);
 Pode estar com sintomas inespecíficos, muitas vezes leves;
 A pessoa pode estar apenas colonizada (o organismo vive nela, sem causar nenhuma
doença).

Fontes ambientais

Exemplos de Fontes ambientais:

 Superfícies de materiais (roupas);


 Superfícies de móveis (cama, mesinha, cabeceira, monitor);
 Superfícies de equipamentos;
 Solos;
 Plantas;
 Água – o sistema hidráulico por ser fonte de vários micro-organismos (bactérias como a
cólera, ou fungos, como o Aspergillus e Fusarium);
 Ar condicionado – são fontes importantes de infecções em hospitais, principalmente por
fungos como Aspergillus);

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 Soluções (até mesmo soluções como álcool e sabão podem ser fontes de infecção se
não forem cumpridas as regras de uso);
 Medicamentos.

Fontes ou reservatórios animais

O animal pode estar apenas colonizado pelo micro-organismo.

Exemplos: bactérias em boca, pelos ou unhas de cães ou gatos.

A doença pode ser normalmente transmitida de animal a animal, tendo o ser


humano como hospedeiro acidental, estas são as chamadas zoonosis.

FORMA DE TRANSMISSÃO

É o modo com que o agente infeccioso atinge um hospedeiro susceptível. É a


forma de transmissão do micro-organismo que definirá o tipo de isolamento.

Transmissão de doenças infecciosas –  directa por contacto

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Micro-organismo é transmitido directamente de pessoa para pessoa: Pele-a-pele,
beijo, contacto sexual.

Exemplos:

 Contacto de sangue e fluídos corporais do paciente directamente com mucosa ou


pele não íntegra como HIV, Hepatites virais, Clostridium difficile;
 Contacto directo (mesmo pele íntegra) com pacientes infestados com escabiose;
 Contacto directo (mesmo pele íntegra) com pacientes portadores de lesão herpética.

Transmissão de doenças infecciosas –  directa por gotas (respiratória)

Quando espirramos, tossimos, ou mesmo falamos, emitimos pequenas partículas


que saem por nossa boca ou nariz.

Essas partículas são dispersadas por uma certa distância até caírem no chão
dependendo do tamanho e peso dessas partículas, elas podem ter diferente alcance.
Existem dois tipos de transmissão directa por gotas ou transmissão respiratória:

 Transmissão por gotícula;


 Transmissão por aerossol.

Transmissão de doenças infecciosas –  Via respiratória por gotícula

As gotículas respiratórias são partículas muito pequeninas que medem menos


que 5 μm (não podem ser vistas a olho nu) e saem do corpo do doente através de tosse,
espirro ou fala. As gotículas respiratórias entram no corpo penetrando nas mucosas de olhos,
nariz ou boca.

Exemplo: vírus sincicial respiratório, Bactérias,

Transmissão de doenças infecciosas –  Via respiratória por aerossol

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A transmissão por aerossol ocorre pela disseminação de núcleos goticulares ou
de pequenas partículas (<5 μm de tamanho).

Essas partículas contêm agentes infecciosos que permanecem infectantes por


períodos prolongados e podem percorrer longas distâncias.

O tamanho da partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez que


é suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida pelos cílios
presentes na mucosa do tracto respiratório superior.

Exemplos: esporos de Aspergillus spp; Mycobacterium tuberculosis

Os micro-organismos carreados desta forma podem atingir longas distâncias


através das correntes de ar e ser inalados por pessoas susceptíveis que não tiveram
contacto próximo ou que estiveram no mesmo quarto com a pessoa infectada

Transmissão de doenças infecciosas – indirecta pelo Ar

Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro


através de núcleos de poeira ou gotículas suspensas no ar.

Núcleos de poeira se instalam em superfícies e depois viajam pelo ar através do


vento ou queimadas.

Gotículas são partículas muito pequenas e leves que conseguem ficar suspensas
no ar por mais tempo e alcançam distancias maiores que os núcleos de poeira e se
dispersam mais facilmente.

Exemplo: sarampo.

Transmissão de doenças infecciosas – indireta por veículo

Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro por vias


como:

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 Material biológico (como o sangue);
 Comida;
 Agua;
 Fomites (objectos inanimados: como luvas, roupas, materiais cirúrgicos, etc).

Um veículo pode funcionar apenas para um meio de transporte para o agente


infeccioso, ou como um reservatório (onde ele pode crescer e se multiplicar).

Transmissão de doenças infecciosas – indirecta por vectores

Transferência de um agente infeccioso desde um reservatório até um hospedeiro


por intermediários animados (animais).

Os vectores podem transportar os agentes infecciosos por meios puramente


mecânicos ou participarem do ciclo de vida do micro-organismo. Cada animal (vector) pode
ser capaz de transmitir um ou vários agentes infecciosos.

Exemplos de vectores:

 Moscas  ( bactérias causadoras de diarreias infecciosas);


 Carrapatos (Borreliose – doença de lyme);
 Mosquitos Aedes aegypti  (Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela);
 Mosquitos do gênero Anopheles (Malária)Roedores (Leptospirose);
 Morcegos (Raiva, Histoplasmose);
 Pombos (Paracoco);
 Gatos (Toxoplasmose, Raiva).

Hospedeiro Susceptível

Todos os indivíduos possuem algum grau de susceptibilidade, a depender das


condições individuais e do tipo de patógeno.

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Nem toda pessoa que entra em contacto com algum micro-organismo ficará
doente. Na verdade, a maioria dos agentes infecciosos com os quais temos contacto, não
nos causa doenças. O maior exemplo disso é a Tuberculose.

Para que uma pessoa fique doente, na verdade precisa -se de uma série de
condições favoráveis, e nem sempre podemos estipular ou quantificar todas elas.

Pessoas com maior risco de desenvolver doenças infecciosas uma vez que
entram em contacto com o agente:

 Pacientes imunossuprimidos (com imunidade baixa), independente do motivo da


imunossupressão;
 Recém Nascidos;
 Queimados;
 Idosos;
 Paciente recém operados.

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CONCLUSÃO

Ao longo do tempo, ocorreu uma grande ampliação no campo de aplicação da


Epidemiologia, o que fez que muitas definições surgissem, na tentativa de expressar, com
maior precisão, a abrangência do tema. Definições adoptadas por alguns autores para o
termo Epidemiologia.

Portanto, é o estudo daquilo que ocorre em uma população. Mais precisamente,


estudo dos fenómenos relacionados à saúde de uma população.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://brasilescola.uol.com.br/saude/vetor-agente-etiologico.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/diferenca-entre-vetor-agente-
etiologico.htm

https://www.todamateria.com.br/virus/

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/bacterias.htm

https://www.todamateria.com.br/protozoarios/

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/os-fungos.htm

https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/filo-platyhelminthes.htm

https://www.todamateria.com.br/nematelmintos/

https://www.drakeillafreitas.com.br/transmissao-de-doencas-infecciosas-como-
ocorrem/

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