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20/03/2024

Sanidade de
Suínos e Aves
Andrade, P.

Doenças
entéricas

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PERDAS ECONÔMICAS

1.gastos com antibióticos,


Importância 2.aumento da mortalidade,
3. necessidade de manejo e
cuidados com os animais doentes e
4.aumento conversão alimentar

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Partes do intestino delgado Lembrando


Duodeno: digestão e absorção
Jejuno: absorção
Íleo: absorção e reabsorção

Lembrando

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Diarreia

Excesso de água nas fezes em


proporção à matéria seca
1. normais: > 24% de MS
Conceitos 2. pastosas: 22 – 24%
3. cremosas: 20 – 22%
4. líquidas: < 20%

Diarreias = perda de solutos e água


 eletrólitos
desequilíbrio ácido-básico e
desidratação

 água nas fezes:


lesão ou aumento da passagem de fluidos no ID ou
redução na capacidade do cólon de absorver
solutos e fluidos provenientes do ID

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Enterites
pré-
desmama

Primeira semana Segunda semana Terceira semana

Enterites
pós-
desmama

Pré desmama Pós desmama

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Colibacilose Pós-desmame em Suinos

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=i7zpsJ45sIs

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Escherichia coli
Comensal do intestino

Colibacilose Infecção intestinal de leitões no


neonatal período neonatal  diarreia e
desidratação severas.
E. coli enterotoxigênica
ETEC
https://www.cdc.gov/ecoli/etec.html

E. coli ETEC - etiologia

ETEC

Fímbrias - K88, K99,


987P, F41, adesina -
Toxinas - Termo-labil
(LT), Termo estáveis
(STa e STb).

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E. coli ETEC - patogenia

Diarreia hipersecretória
E. coli altera trocas de água e fluxo de eletrólitos 
 secreção de fluidos  ultrapassa absorção

LT: ativa a adenil ciclase  secreção de cloreto e saída de


sódio e água por osmose.
ST: inibe o co-transporte de Na+ e Cl- pela ativação da
enzima guanil ciclase  inibe a absorção de água pelos
enterócitos superficiais das vilosidades e, nas criptas,
promove a secreção de cloreto e água.

Desidratação,
hemo-concentração,
acidose e morte

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E. coli ETEC - epidemiologia


Transmissão
 Contaminação ambiental: tratador, vassoura,
contaminação residual
 Mãe  porcas são portadoras (mais comum leitoas)
 Ingestão de fezes ou piso contaminado

leitões de três dias com diarreia


líquida, úmida e amarelada. Os
animais estão sentindo frio, por
isso estão amontoados na placa
de aquecimento.
https://www.3tres3.com.br/artigos/diarreia-neonatal-causas-e-principais-
agentes_1112/#img-1

Fatores de risco

- Falta de higiene
- Contato com urina e fezes
- Difusão entre celas
- Temperaturas baixas, pisos frios, umidade e corrente de ar
- Deficiência de água
- Falta de colostro ou baixa imunidade da porca

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https://agropecuaria.elanco.com/br/ar
tigo/colibacilose-pos-desmame

Diarreia aquosa e amarelada


Morte em 4 a 24 horas (pode ser
Colibacilose sem diarreia)
neonatal Sobreviventes com baixo
- sinais desempenho
clínicos Desidratação aguda

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Sinais clínicos
Isolamento do agente
Colibacilose
neonatal Diferencial:
- diagnóstico  Clostridium perfringens tipo C
 Gastroenterite transmissïvel
(Coronavírus)
 Diarréia por desnutrição

Manejo  ambiente e sanitário


Vacinação (inativadas)
Marrãs: 70 e 90 dias de gestação (2 doses)
Porcas: 90 e 100 dias de gestação (1 dose)

Colibacilose
neonatal
- controle

Medicação: aminoglicosídeos (gentamicina


e neomicina), sulfas, quinolonas, colistina,
florfenicol
Reidratação

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Escherichia coli patotipo ETEC

Causas semelhantes da neonatal


Queda na imunidade passiva.
Mudança na alimentação
Colibacilose da
terceira semana Sinais mais brandos.

Medicação dos leitões e higiene.

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 Clostridium perfringens tipo A e tipo C


 Esporulado
 Enterotoxemia - biotipo C (toxina beta -
proteolítica)

 Afeta leitões de 1 a 7 dias.


Clostridiose
 Pouco registro em leitões acima de 4 dias

 Porcas portadoras
 Encontrado no solo, intestino e fezes
 Transmissão: leitão para leitão ou porca para
leitão
https://naturdata.com/especie/Clostridium-perfringens/39463/0/

Tipos Toxina principal Manifestações clínicas


Infecção de feridas em humanos (gangrena gasosa ou
mionecrose clostridial), enterite necrótica em aves,
α abomasite ulcerativa, enterite necrosante leve em
leitões e endotoxemia em camelídeos da América do
A Sul.
Intoxicação alimentar em humanos, doenças
α, CPE gastrointestinais não-alimentares em humanos e
diarreia em animais como cães, porcos e potros.
α, β2 Doença gastrointestinal em suínos.
Disenteria e enterite hemorrágica em cordeiros e
B α, β, ε
cabritos.
Enterite necrosante em humanos, enterite em cães,
α, β
C galinhas camelídeos da América do Sul.
α, β, β2 Doença gastrointestinal em suínos.
Enterotoxemia em ovelhas e cabras (doença do rim
D α, ε
pulposo).
E α, ι Enterotoxemia em coelhos, cães, gado e ovelhas
Intoxicação alimentar humana e diarreia não-
F α, CPE
alimentar.
G α, NetB Enterite necrótica subclínica em galinhas.

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Enterotoxemia
 Patogenia: infecção no jejuno  invade epitélio
das vilosidades  multiplica  toxina (altera
permeabilidade)  necrose.

 Sinais clínicos: forma aguda, subaguda e crônica.


Clostridiose Diarréia sanguinolenta, edema no cólon,
tipo A e tipo C presença de enfisema entre as alças intestinais.
Alta mortalidade. Morte por toxemia ou
bacteremia

 Lesões: conteúdo sanguinolento no jejuno,


mucosa congestionada e vilosidades necróticas
https://www.3tres3.com.pt/atlas/enfisema-intestinal_125

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Enterite necrótica

 Patogenia: toxina alfa e enterotoxina  lise de


enterócitos  necrose, poros nos enterócitos.
Diarréia por secreção

Clostridiose  Sinais clínicos: diarréia pastosa, mucosa e de


tipo A cor amarelada, necrose da mucosa intestinal.
Baixa mortalidade.

 Lesões: parede fina do intestino, congestionada e


com gases, áreas de necrose na mucosa do
jejuno e íleo.

 Diagnóstico:
 Sinais clínicos e lesões post-mortem;
 Cultura bacteriana;
 PCR;
 Detecção de toxina nas fezes
Clostridiose
Enterotoxemia

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 Controle:
 Tratamento pouco eficaz (ampicilina ceftiofur sódico)
 Vacinação nas fêmeas (corpo bacteriano e toxóide) .
 Marrãs: 70 e 90 dias de gestação
 Porcas: 1 dose entre 90 e 100 dias de gestação.
 Colostragem
Clostridiose  Melhorar higiene e manejo

Etiologia: Rotavírus suíno,


 família Reoviridae, gênero Rotavírus,
sorotipos A-B-C-E
Disseminação ampla
Quase 100% dos adultos
Rotavirose
Leitões 2 a 8 semanas de idade  imunidade
passiva.
Resistente no ambientais e a muitos
desinfetantes

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 Epidemiologia:
 Morbidade e mortalidade variáveis (3 a 20%)
 Transmissão fecal-oral  adultos fonte
 Proteção com resposta imune sistêmica e local
 Filhos de leitoas são mais susceptíveis
Rotavirose  Granjas novas ou com alta taxa de reposição.

 Infecção primária: 10-15% casos diarreia


 Frequente infecção por mais de 1 sorotipo
  predisposição infecção secundária

ROTAVIROSE
Rotavirose patogenia

Ingestão
fezes ou Tropismo por enterócitos, Lise e descamação
alimentos porção média e alta das com substituição do
vilosidades do ID e cél. epitélio por cel.
epiteliais do ceco e colon imaturas das criptas

Produção de toxina
(NSP4) e secreção de
cloretos
Fusão e atrofia das vilosidades

Dificuldade digestão de
Desidratação, deficiência energia açúcares e transporte de
e hipoglicemia (má absorção) nutrientes e eletrólitos

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Sinais clínicos: https://blog.inata.com.br/rotavirus-suino-


entenda-os-sinais/
 Vômito
 diarréia cremosa ou
aquosa, coloração
branco - amarelada.
Regridem 6 dias pós-infecção.
Rotavirose Abdomem afundado
olhos fundos.
Perda composição
corporal 
refugagem

https://blog.inata.com.br/rotavirus-suino-
entenda-os-sinais/

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Lesões:
 Intestino delgado dilatado e flácido,
conteúdo intestinal aquoso
 Destruição de vilosidades

Rotavirose Diagnóstico:
 Histórico + sinais
 exame histológico
 identificação do agentes (PCR)

Os enterócitos do topo das vilosidades


apresentam-se vacuolizados (seta). Na Com a ação do vírus, as células sofrem
lâmina própria observa-se edema e necrose e se desprendem da vilosidade,
células inflamatórias (asterisco); deixando-a “desnuda” (seta);

https://blog.inata.com.br/rotavirus-suino-entenda-os-sinais/

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Fatores pré-disponentes:
 Baixa temperatura ambiental
 Má nutrição da porca e leitões
 Qualidade/ingestão de colostro
Rotavirose  Má higiene
 Mistura de lotes
Exposição a grandes
quantidades de
partículas virais
infectantes

Controle:
 Melhores condições de manejo e higiene
 Limpeza e desinfecção das baias:
desinfetantes com ação viral
 Vazio sanitário
Rotavirose  Hidratar os leitões
 Antibióticos para infecções secundárias
 Vacinas
 Marrãs: 70 e 90 dias de gestação
 Porcas: Uma dose entre 90 dias de gestação.

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Etiologia:
Isospora suis (protozoário intracelular,
filo Apicomplexa, família Eimeriidae).
Distribuição mundial
Coccidiose
Isospora Forma infectante - oocistos
esporulados
Intestino delgado.
Leitegadas afetadas de maneira
irregular = lotes desuniformes
https://www.researchgate.net/figure/unsporulated-thick-wall-oocyst-A-and-sporulated-thin-
wall-oocyst-B-of-Isospora-suis_fig1_13368501

Oocisto não
esporulado

Oocisto não Oocisto


esporulado esporulado

chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://revistas.cienciaevida.pt/ALBEITAR/Alb
eitar_11-1/files/res/downloads/page_0011.pdf
Oocisto
esporulado

https://www.researchgate.net/figure/unsporulated-thick-wall-oocyst-A-and-sporulated-thin-
wall-oocyst-B-of-Isospora-suis_fig1_13368501

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https://www.impextraco.com/pt/xtra-
performance%C2%AE-anticoccidials

ISOSPOROSE
Ciclo de desenvolvimento de I. suis
Liberação de esporozoítos
na luz do intestino que
penetram nos enterócitos

Merozoítos Microgametas e macrogametas

48 horas

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Sinais clínicos:
Leitões de 5 a 25 dias de idade
Baixa mortalidade
Fezes pastosas e depois líquidas, fétidas,
amareladas, odor azedo.
Isospora

Leitões com o posterior sujo, cerdas


arrepiadas, desidratação e redução no
ganho de peso.

ISOSPOROSE

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Lesões:
Jejuno e íleo. Algumas vezes ceco e cólon
Hiperemia, necrose e pseudomembrana
fibrino-necrótica de coloração amarelada

Isospora Redução na altura das vilosidades com


fusão, necrose no topo

Diagnóstico:
 Histórico - diarréia entre 7 e 14 dias de idade
que não responde a antibióticos.
 Exame parasitológico: oocistos nas fezes

Isospora  Exame histopatológico do intestino delgado:


lesões e presença de formas evolutivas.

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Controle:
 Diclazuril e sulfadimidina- baixa eficácia.
 Totralzuril (Baycox ou Isocox 5%) em animais de 3
ou 4 dias de vida em dose única.
 Manejo:
Isospora  Limpeza das instalações com água quente e fogo
 Desinfetantes a base de amônia quaternária ou
cresol
 Limpeza das gaiolas de leitegadas afetadas
 Cuidado com vassouras e botas contaminadas
 Controle de roedores

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