- Critérios para pedir coprocultura são clínicos (pacientes graves, imunossuprimidos) e epidemiológicos (pacientes que trabalham na cozinha de restaurantes e pacientes que vivem em locais institucionais – p. ex. estudantes que comem no RU). - Não se deve pedir hemograma, coprocultura e eletrólitos de rotina. Eletrólitos pede só se o paciente estiver depletado. - Principal conduta de tratamento é a Reposição Hídrica. - Critérios para quadro bacteriano: Febre; duração do quadro de mais de 7 dias; Muco ou sangue nas fezes. - Tratamento com ATB: Sulfa, Quinolona ou Cefalosporina de 3ª geração. - Grupos de risco: crianças; paciente com exposição a crianças; imunocomprometidos; viajantes e homens gays (transmissão oral-fecal) - Transmissão: Água, Leite não pasteurizado (toxina do Staphylococcus), Alimentos (frango, ovo - Salmonella), etc. - Diferenciação entre viral e bacteriano: Os quadros clínicos semelhantes, mas as virais não apresentam enterorragia e são autolimitadas (duram menos tempo, mais ou menos 1 semana). - Classificação: 1. Infecciosas (mais de 80%): Inflamatória: dor abdominal, tenesmo, sangue nas fezes e febre. Presença de lesão na mucosa do intestino grosso, levando a presença de leucócitos nas fezes. Não inflamatória: Afebril, náusea, vômito, diarreia aquosa. Pouco ou sem leucócito nas fezes, acomete mais o intestino delgado. Causas: Vírus (Rotavírus (principal); Adenovírus; Norovírus) Bactérias (Salmonella; Shiguella; Escherichia coli; Campylobacter) Parasitas (Protozoários – Giardia; Oósporos) - Diarreia: aumento do número de evacuações com alteração da forma Subaguda < 14 dias Aguda (entre 14 – 30 dias) Crônica > 30 dias - Sinais e sintomas: náusea, vômito, dor, febre, enterorragia, hematoquezia e tenesmo. - Condutas: questionais sobre história de viagem; uso de medicamentos; ingestão de alimentos diferentes do comum. - Diagnósticos diferenciais: colecistite, pancreatite aguda (mais comum e grave), obstrução intestinal aguda, hepatite, etc. - Se o paciente apresentar depleção hídrica, pode ser necessário internar. No caso de hipovolemia deve-se investigar: SSVV, aspecto da língua, turgor da pele, enchimento capilar subungueal e extremidades dos dedos. - O diagnóstico é CLÍNICO. Lembrar de surtos, critérios epidemiológicos, viajantes, etc. Salmonella: é um BGN. Transmissão por alimentos, água contaminada. A infecção é agravada em pacientes imunossuprimidos e nos usuários crônicos de IBP (Omeprazol). A bactéria adere a mucosa do colon e injeta proteínas dentre dos enterócitos. Pode migrar para linfonodos mesentéricos e para a vesícula biliar (ficando latente). Quando ela está presente no sangue, pode ser indicativo de paciente com AIDS. Deve sempre usar ATB – Ciprofloxacino. Pode fazer febre tifoide (quadro sistêmico). Shiguella: é um BGN. Produz uma toxina, que lesa o enterócito e faz muita inflamação (não aparece normalmente na hemocultura). Essa toxina pode fazer a síndrome hemolítica urêmica (diarreia, evoluindo para uma IRA grave e anemia pela hemólise). O uso de ATB pode piorar a síndrome hemolítica urêmica (por isso normalmente NÃO se usa ATB, faz apenas tto suporte com reposição hídrica). O paciente apresenta muito sangue nas fezes. Campylobacter: é um BGN em forma de vírgula. Tem uma similaridade genômica com os nossos neurônios e isso leva a Síndrome de Guillain-Barré. Essa bactéria é sensível ao ácido intestinal, pode levar a uma inflamação importante. Faz tto com ATB – Macrolídeos. Escherichia coli: ECET/ECEA (nós, brasileiros, já tivemos contato com elas, então normalmente em nós elas não causam gastrenterite), ECEI, ECEP, ECEH (toxina – síndrome hemolítica urêmica – NÃO usar ATB), entre outras. O paciente apresenta muito sangue nas fezes. Vibrio cholerae: é um BGN em forma de vírgula e com flagelo. Transmissão por água e alimentos contaminados. O paciente apresenta diarreia em água de arroz. Yersinia: é um BGN. Mais relacionada ao inverno, com transmissão por carnes e leites contaminados. - Tratamento: principalmente a reposição hídrica; dieta moderada. - Não se deve usar Antidiarreicos (Loperamida) em caos de diarreia bacteriana. Usar apenas em diarreias virais prolongadas > 5 dias. - Tratamento com ATB (apenas em bacterianas) Sulfas (Bactrin) Quinolona – Ciprofloxacino (3 – 5 dias) Ceftriaxona EV (principalmente em gestantes) Macrolídeos – apenas para Campylobacter - Se tiver uma diarreia com mais de 7 dias, suspeita de ser por bactéria e protozoários, podemos utilizar o Annita ®. - Clostridium difficile: pode causar Colite pseudomembranosa; em pcte com uso de mt ATB. O tto é Metronidazol VO.