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Aula DIP – Gastrenterites infecciosas

- 90% das gastrenterites são virais.


- Critérios para pedir coprocultura são clínicos (pacientes graves, imunossuprimidos) e epidemiológicos (pacientes
que trabalham na cozinha de restaurantes e pacientes que vivem em locais institucionais – p. ex. estudantes que
comem no RU).
- Não se deve pedir hemograma, coprocultura e eletrólitos de rotina. Eletrólitos pede só se o paciente estiver
depletado.
- Principal conduta de tratamento é a Reposição Hídrica.
- Critérios para quadro bacteriano: Febre; duração do quadro de mais de 7 dias; Muco ou sangue nas fezes.
- Tratamento com ATB: Sulfa, Quinolona ou Cefalosporina de 3ª geração.
- Grupos de risco: crianças; paciente com exposição a crianças; imunocomprometidos; viajantes e homens gays
(transmissão oral-fecal)
- Transmissão: Água, Leite não pasteurizado (toxina do Staphylococcus), Alimentos (frango, ovo - Salmonella), etc.
- Diferenciação entre viral e bacteriano: Os quadros clínicos semelhantes, mas as virais não apresentam enterorragia
e são autolimitadas (duram menos tempo, mais ou menos 1 semana).
- Classificação:
1. Infecciosas (mais de 80%):
 Inflamatória: dor abdominal, tenesmo, sangue nas fezes e febre. Presença de lesão na mucosa do
intestino grosso, levando a presença de leucócitos nas fezes.
 Não inflamatória: Afebril, náusea, vômito, diarreia aquosa. Pouco ou sem leucócito nas fezes,
acomete mais o intestino delgado.
 Causas: Vírus (Rotavírus (principal); Adenovírus; Norovírus)
Bactérias (Salmonella; Shiguella; Escherichia coli; Campylobacter)
Parasitas (Protozoários – Giardia; Oósporos)
- Diarreia: aumento do número de evacuações com alteração da forma Subaguda < 14 dias
Aguda (entre 14 – 30 dias)
Crônica > 30 dias
- Sinais e sintomas: náusea, vômito, dor, febre, enterorragia, hematoquezia e tenesmo.
- Condutas: questionais sobre história de viagem; uso de medicamentos; ingestão de alimentos diferentes do comum.
- Diagnósticos diferenciais: colecistite, pancreatite aguda (mais comum e grave), obstrução intestinal aguda, hepatite,
etc.
- Se o paciente apresentar depleção hídrica, pode ser necessário internar. No caso de hipovolemia deve-se
investigar: SSVV, aspecto da língua, turgor da pele, enchimento capilar subungueal e extremidades dos dedos.
- O diagnóstico é CLÍNICO. Lembrar de surtos, critérios epidemiológicos, viajantes, etc.
 Salmonella: é um BGN. Transmissão por alimentos, água contaminada. A infecção é agravada em pacientes
imunossuprimidos e nos usuários crônicos de IBP (Omeprazol). A bactéria adere a mucosa do colon e injeta
proteínas dentre dos enterócitos. Pode migrar para linfonodos mesentéricos e para a vesícula biliar (ficando
latente). Quando ela está presente no sangue, pode ser indicativo de paciente com AIDS. Deve sempre usar
ATB – Ciprofloxacino. Pode fazer febre tifoide (quadro sistêmico).
 Shiguella: é um BGN. Produz uma toxina, que lesa o enterócito e faz muita inflamação (não aparece
normalmente na hemocultura). Essa toxina pode fazer a síndrome hemolítica urêmica (diarreia, evoluindo
para uma IRA grave e anemia pela hemólise). O uso de ATB pode piorar a síndrome hemolítica urêmica (por
isso normalmente NÃO se usa ATB, faz apenas tto suporte com reposição hídrica). O paciente apresenta
muito sangue nas fezes.
 Campylobacter: é um BGN em forma de vírgula. Tem uma similaridade genômica com os nossos neurônios e
isso leva a Síndrome de Guillain-Barré. Essa bactéria é sensível ao ácido intestinal, pode levar a uma
inflamação importante. Faz tto com ATB – Macrolídeos.
 Escherichia coli: ECET/ECEA (nós, brasileiros, já tivemos contato com elas, então normalmente em nós elas
não causam gastrenterite), ECEI, ECEP, ECEH (toxina – síndrome hemolítica urêmica – NÃO usar ATB),
entre outras. O paciente apresenta muito sangue nas fezes.
 Vibrio cholerae: é um BGN em forma de vírgula e com flagelo. Transmissão por água e alimentos
contaminados. O paciente apresenta diarreia em água de arroz.
 Yersinia: é um BGN. Mais relacionada ao inverno, com transmissão por carnes e leites contaminados.
- Tratamento: principalmente a reposição hídrica; dieta moderada.
- Não se deve usar Antidiarreicos (Loperamida) em caos de diarreia bacteriana. Usar apenas em diarreias virais
prolongadas > 5 dias.
- Tratamento com ATB (apenas em bacterianas) Sulfas (Bactrin)
Quinolona – Ciprofloxacino (3 – 5 dias)
Ceftriaxona EV (principalmente em gestantes)
Macrolídeos – apenas para Campylobacter
- Se tiver uma diarreia com mais de 7 dias, suspeita de ser por bactéria e protozoários, podemos utilizar o Annita ®.
- Clostridium difficile: pode causar Colite pseudomembranosa; em pcte com uso de mt ATB. O tto é Metronidazol
VO.

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